O Outro Lado Da Lua escrita por Marie Caroline


Capítulo 74
3x03 - Problemas à vista


Notas iniciais do capítulo

Olá, minhas amadas. Como estão? =)
Primeiramente queria que vocês dessem uma olhada no tumblr da fic, eu acabei de postar as fotos promocionais do livro final. Olhem lá http://sagaooutroladodalua.tumblr.com/
Enfim, este capítulo é bem interessante. Espero que gostem e comentem o que estão achando para eu poder melhorar a fic! E lembrem-se que críticas são super mega bem vindas :)
Beijones suas lindjas :*



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Os minutos seguintes foram um pouco constrangedores.

Jacob parecia ter perdido a habilidade de produzir palavras, por que ele simplesmente apenas continuava encarando Sam. Não de uma maneira ofensiva, era mais como se ele estivesse avaliando algo muito importante. E era bem provável que estivesse; dado a responsabilidade que o outro acabara de depositar em seus ombros.

Mas então Jacob surpreendeu a todos ao dar uma risada e dizer:

–Ok, Sam. Acho que posso quebrar essa para você.

Todos riram também, parecendo um pouco aliviados que Jacob tivesse dito algo. Mas eu estava longe de me sentir como eles. Isso mudava tudo. Podíamos considerar o dia que eu tive hoje – onde eu pensei em tudo o que poderia ter com Jacob – uma bela perda de tempo. Aquela notícia não só anulava tudo isso como também garantia que nunca, nunca mesmo, poderia acontecer.

Eu já sentira essa sensação de fim da linha antes. – Quando achei que Jacob finalmente teria o imprinting. – Nunca pensei que teria de passar por isso novamente. O fantasma daquela dor conhecida ameaçou voltar a me assombrar...

Logo começara uma nova onda de congratulação, só que dessa vez não eram apenas Sam e Emily os que recebiam os parabéns. Jacob também teve a sua cota, por que aparentemente aquilo era algo que todos estavam ansiosos para que acontecesse.

Jacob podia estar se saindo bem em enganar a todos com aquela pose descontraída e leve, mas eu vi suas mãos tremerem e vi que seus olhos não correspondiam o sorriso em seus lábios. Ele também evitou me olhar, o que me deu alguns momentos para tentar me recuperar do choque e tentar mascarar minhas feições.

Mas isso aqui era Washington, portanto as nuvens carregadas logo cobriram o céu e nos obrigaram a dar o fora dali antes que ficássemos todos encharcados até os ossos. Para a minha eterna gratidão Seth nos acompanhou no caminho para a casa de Jacob, então eu realmente não precisei falar nada, já que Seth por si só falava por todos. Sue foi no carro dela, com Billy.

Assim que estacionamos na frente da casinha vermelha Jacob saiu do carro batendo a porta. Seth pareceu finalmente perceber o estado de espírito do amigo ao me olhar confusamente.

–O que houve com ele?

Engoli em seco ao encará-lo. Minha voz não era mais do que um sussurro:

–Ele não queria isso, Seth.

Mal pude registrar a expressão pesarosa no rosto de Seth quando saí do carro para checar Jacob. Eu não tinha ideia do que dizer a ele, já que eu mesma não sabia o que pensar sobre a nossa situação; em como ela se resolveria. Mas não podia deixá-lo sozinho agora. Ele sempre esteve lá por mim.

Segui o caminho até a garagem; era o único lugar onde ele poderia estar agora. E o encontrei ali mesmo de costas, ajoelhado no chão, procurando algo dentro da sua caixa de ferramentas. Parei na soleira da porta observando-o sem saber o que fazer.

–Agora não, Agatha. – disse ele me sobressaltando. – Eu tenho que achar uma peça para o carro de um cliente.

–Jacob... – aproximei-me e coloquei a mão em seu ombro. – Você não precisa fazer isso agora.

Ele me ignorou e continuou mexendo na caixa. Fiz a volta por trás dele e abaixei-me para encará-lo.

–Ei, eu sei que você não queria isso. Mas temos que conversar...

Jacob levantou a cabeça e me olhou com rispidez:

–E de que adianta? Eu não tenho escolha, tenho? – ele levantou-se num só movimento. – E por que teria? Afinal eu sou herdeiro de Ephraim Black, e isso implica ter de fazer coisas que vão além da minha vontade. Então não, Agatha. Não temos nada para conversar.

Encarei suas feições amargas tentando decidir como acalmá-lo. Eu não o via assim há muito tempo, então não sabia exatamente o que fazer. Jacob me deu as costas e apoiou as mãos em uma mesa de madeira, onde ele guardava algumas quinquilharias. Levantei-me e me aproximei dele cuidadosamente.

–Olha, Jacob, eu sei que é difícil.

–Eu estou preso nisso, Agatha. – ele me interrompeu, ainda sem me olhar. – E por mais que tenha sido mais fácil nos últimos anos, não muda o fato de que eu nunca quis isso.

Cada palavra de Jacob me torturava, por que não havia nada que eu pudesse fazer para ajudá-lo.

–Vai ficar tudo bem. – sussurrei.

Ele finalmente virou-se para mim. Uma nova onda de raiva transfigurando seu rosto.

–Não vai, não. E você acima de todos deveria saber disso. – Agora todo o seu corpo tremia. – Você já parou para pensar no que isso significa? Eu não posso dar as costas pra tudo isso se eu for o único Alfa. E aí como é que nós ficamos?

Eu não sei, eu quis responder. Mas não era isso que eu devia dizer, e certamente não era o que eu queria dizer. Por que senão, como é que eu poderia continuar encarando aqueles indagadores olhos negros? Como nós poderíamos seguir em frente sabendo que nunca ia dar em nada?

–Vamos dar um jeito. – disse com a voz quebrando. – Temos tempo, não precisamos resolver isso agora.

–E vamos resolver quando? – ele gritou e logo depois arremessou na parede um objeto da mesa, causando um terrível som metálico. Os tremores sacudiam todo o seu corpo, se ele não se controlasse logo iria acabar se transformando.

–Ei! – fui até ele rapidamente e peguei seu rosto em minhas mãos. – Se acalma. Está tudo bem, vai ficar tudo bem.

Jacob tentou se desvencilhar do meu toque.

–Agatha, saia daqui. Não é seguro...

–Não seja idiota, você nunca me machucaria. – disse rispidamente. – Respira fundo.

Jacob levou algum tempo, mas finalmente os tremores pararam gradualmente. Suspirei, aliviada.

–Isso mesmo. – disse. – Está melhor agora?

Ele balançou a cabeça minimamente. Parecia meio constrangido pela reação que esboçara.

–Isso não pode mais acontecer. – ele disse com a cabeça baixa.

–E não vai. – garanti. – Eu não vou deixar.

–Se eu tivesse...

–Shh. Está tudo bem, viu? – levantei seu rosto. – Você não se transformou.

Jacob me abraçou com força, enterrando o rosto em meu cabelo. Levei a mão em seu cabelo e acariciei-o. Por um longo tempo, ele não disse nada. Eu sabia que ele estava considerando o que eu havia dito sobre termos tempo para resolver tudo. E, por mais que não estivesse tão certa quanto a isso, eu queria esperar até que as coisas se acalmassem.

–Jacob tem tanta coisa acontecendo... – disse ao me separar dele. – O casamento de Sue e Charlie; A gravidez de Emily; você se tornando o único Alfa... Se bem que para mim você sempre foi o único.

Jacob se permitiu rir um pouco. Eu continuei:

–Sem contar que Emily e Joham ainda estão lá fora em algum lugar. E ela definitivamente virá atrás de mim. – suspirei cansadamente. – Enfim, em face a tudo isso eu acho que está tudo bem se a gente deixar o futuro de lado... Pelo menos agora.

Jacob estudou meu rosto, medindo minhas palavras. Ele parecia tentar decidir se aquilo era algo certo ou não.

–Tudo bem. – ele disse finalmente. – Suponho que esteja certa. Quer dizer, agora não tem muito que possamos fazer, então... Talvez seja mesmo melhor deixar para lá.

É claro que não seria nada fácil deixar uma questão como essa de lado, mas eu não queria vê-lo tão dividido entre o seu dever para com a matilha e eu. Não queria que a minha humanidade causasse algum tipo de dor para Jacob. Nós ficaríamos juntos agora e depois... Bem, depois era depois, não?

***

Eu realmente não estava com clima para organizar um casamento agora, mas eu prometera a Alice e faltar a um compromisso que ela marcara não era lá a coisa mais inteligente a se fazer. E também Renesmee bateu na minha porta às nove da manhã, impedindo qualquer plano de fuga que pudesse ter me ocorrido.

Agora estávamos no meu carro indo para a grande mansão branca, onde eu teria de passar as próximas horas escolhendo coisas realmente úteis como tipos de tecidos, playlists de músicas para a festa, arranjos de flores e outras mais que eu realmente não lembrava. Estacionei na frente da casa e pude ver que Emmett, Jasper e Edward estavam em algum tipo de competição de luta. Só deu para ver que eram eles mesmo, quando eles pararam de ser borrões de velocidade para me cumprimentar.

Assim que entramos na sala de estar, vi que Alice já tinha começado. Ela e Bella estavam envoltas de papéis com desenhos de vestidos de noiva.

–Estão atrasadas. – disse Alice, nos olhando com uma severidade cômica.

–Oi pra você também, Alice. – resmunguei. – Olá, Bella.

–Oi Agatha, como está? – ela perguntou sorrindo.

–Com sono, para falar a verdade. – ri. – Sua filha me acordou.

As duas riram, mas Alice logo interferiu dizendo que nós tínhamos muito trabalho a fazer.

E pior é que tinha mesmo. Organizar um casamento por si só já devia ser um tarefa difícil, mas organizar um nas condições de Alice era quase torturante! Quer dizer, quem liga para o sabor da cobertura do bolo? Por mim enchia a coisa toda de chocolate e um morango por cima, que estaria de bom tamanho. E qual é moral do objeto emprestado, da coisa azul e da coisa nova?

No fim da tarde, eu já estava mentalmente exausta. Felizmente Bella sugeriu que fizéssemos uma pausa, e eu, agradecida, fui até a cozinha onde Esme preparava algumas das suas guloseimas. Mas assim que cheguei à soleira da porta, tive uma surpresa.

Ela morava aqui há dois meses, mas a única vez que a vira fora naquela montanha. Ayane nunca estava aqui quando eu visitava os Cullen, e eu sabia que devia ser pelo fato dela ser nova na doutrina de não beber sangue humano e minhas veias pulsando perto dela poderiam estragar tudo o que Carlisle devia estar a ensinando.

Ayane me olhou com interesse e eu sustentei seu olhar com uma certa curiosidade. A garota não era muito mais alta do que eu, seus cabelos loiros caíam como cascatas ladeando seu rosto fino e pálido. Comparada a suas irmãs, ela tinha uma beleza quase angelical com seus olhos grandes, que agora tinham a típica coloração dourada dos Cullen. Talvez ela parecesse mais civilizada por que as outras duas eram loucas selvagens.

Como nenhuma de nós falou nada, Esme tratou de nos apresentar.

–Então, Agatha, essa é a nossa mais nova vegetariana. Ayane, esta é Agatha.

–Oi. – eu murmurei ao hesitar um segundo para estender minha mão para ela.

Ela esboçou o que me pareceu ser um meio sorriso simpático e apertou minha mão suavemente.

–Olá, Agatha. Eu me lembro de você. Sinto muito pelo que a minha irmã e meu pai causaram a você. Sei que deve ter sido horrível.

Suas palavras foram ao mesmo tempo inesperadas e meio constrangedoras. Nós mal tínhamos sido apresentadas, será que ela precisava ser tão gentil assim? Olhei para Esme e ela sorriu com aquele jeito maternal dela. Fiz força para não revirar os olhos. Esme nunca se desagradava com nada.

Pela lógica eu tinha três razões muito compreensíveis para não confiar em Ayane.

Primeira e óbvia: ela é uma vampira.

Segunda e potencialmente perigosa: ela é irmã da vampira que está atualmente me caçando.

E terceira e definitivamente preocupante: eu ainda não esquecera do estado em que encontrara Jacob, depois de ela ter usado o seu tão perigoso dom.

Mas a desconfiança que me atingia agora não era causada por nenhuma dessas razões. Era a expressão dela que intrigava... Eu não sabia explicar. Ayane tinha uma aparência meio dissimuladora, que sinceramente não me agradava É claro que Renesmee já me falara dela antes, mas eu não perdia tempo querendo saber mais alguma coisa que não fosse necessária. Para mim, aquela meia vampira era totalmente irrelevante desde que não matasse ninguém. Mas agora eu percebia que talvez tivesse sido melhor tê-la observado mais de perto.

Bem, mas talvez eu estivesse exagerando, afinal de contas.

Nós continuamos os preparativos para o casamento, e Alice chamou Ayane para ajudar. Aparentemente ela tinha alguma habilidade com desenhos, e Alice queria algumas ideias para os vestidos dela, de Bella, Esme, Renesmee, Rosalie e o meu.

Eu e Renesmee observávamos as duas desenhando e ocasionalmente dando palpites, quando Ayane olhou subitamente para mim e disse:

–Então, como está Jacob?

Eu me engasguei momentaneamente.

–Perdão?

Ela pareceu genuinamente confusa ao levantar suas sobrancelhas finas.

–Jacob. Ele é seu namorado, não?

–Sim, mas eu não sabia que você o conhecia. Quer dizer...

Quer dizer, tirando o dia em que você quase o drenou de todas as suas forças, foi o que eu realmente quis comentar. Tudo bem que a interação deles fora no mínimo interessante, mas eu não via como ela poderia ter desenvolvido tanta intimidade assim para perguntar de Jacob como se o conhecesse há séculos.

Agora Ayane parecia constrangida.

–Bem, tirando aquele dia horrendo, eu realmente o conheci um dia depois de ter sido acolhida aqui. – ela deu uma pausa para sorrir calidamente. – Jacob veio até a floresta enquanto eu estava caçando e me explicou sobre o Tratado. É claro que eu aproveitei para pedir desculpas pelo que fiz a ele. Quer dizer, Joham me obrigou, mas eu senti a necessidade de fazer isso mesmo assim.

–Hmm. – foi o máximo que eu consegui responder.

–Então, ele está bem? – ela perguntou novamente.

Eu tinha que tirar o meu chapéu para a sutileza dela.

–Sim, está. – sorri largamente. Renesmee me dirigiu um olhar especulador, e eu sabia que era por que minha expressão deveria estar entregando o que estava em minha mente agora.

Por que Jacob não me contara que já havia conhecido Ayane?


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Notas finais do capítulo

Heey, lembrando: comeeeentem o que estão achando de verdade!



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