Pokémon - Candlelit Dinner (Season 1) escrita por nicoo


Capítulo 10
Capítulo 8.5 - Sempre Exitem Mais de Dois Lados.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo Bônus que introduz um personagem! Trás de volta dois muito importantes.



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Cidade Opelucid, 19:35:48 – Logo após o jantar da família Bowden

                O garoto sentou-se diante do notebook e respirou fundo. O dia estava absurdamente estressante. Sabia que não poderia falar com seu pai, mas sua teimosia o fazia insistir. Principalmente agora que não tinha motivos pra ficar em casa.

                Dave era um jovem muito elétrico e se manter em casa sem nada para fazer todos aqueles malditos dias era quase uma tortura. Ele se conectou na Rede e olhou para o usuário de Ethan e de Alice. Offline. Como sempre.

                O garoto deitou na cama e ficou encarando o teto do quarto. Já não bastava o que estava acontecendo em casa, seus amigos tinham-no abandonado. Provavelmente tinham conseguido alguma vida social ou até mesmo saído em aventuras. Talvez juntos.

                Ele sentou-se em sua cama e ficou olhando ao redor. Precisava tirar aquilo da cabeça. Então ele deitou de bruços e olhou para debaixo da cama. Um vulto preto saiu de lá preguiçosamente e o encarou:

                - Olá, Heracross! – falou Dave tentando parecer animado.

                Pokémon conseguem sentir os sentimentos de seus treinadores, portanto Heracross sentia tanta tristeza quando o menino. Eles dois ficaram treinando dentro do quarto por um tempo. Dave, às vezes, catava pedras para dias como esse. Ele jogava pedras e seu Pokémon quebrava-as.

                Nos dias de briga com o pai, Dave não podia sair de casa, então nada de treinar fora com treinadores.

Casa dos Bowden, 2 dias depois - 02:22:15

                Dave arrumava as roupas dentro da mochila, refletindo sobre o quão importante era sair da casa em silêncio. Era àquela hora e tinha que ser, Dave sairia de casa, para nunca mais voltar. A sensação ruim que aquela casa trazia era demais até mesmo para ele. Depois da morte de sua mãe, seu pai tornara-se um homem frio e cruel.

                Arrumou tudo e colocou a mochila nos ombros. Olhou para o quarto uma última vez e suspirou. Percebeu que não fazia a mínima ideia de por onde começar, então decidiu simplesmente ir para o Centro Pokémon de outra cidade. Seu corpo estava em dúvida se procurava ou não seus dois amigos.

                Um barulho no andar de baixo fez o garoto voltar à realidade. Sacou a Pokébola de seu Heracross e calmamente andou até o alto da escada.

                - Olha só, Burgh, eu não tenho nada a ver com eles, mas acho burrice me meter com eles também. – Dave escutou seu pai dizer.

                - Prefere ficar PASSÍVEL? – outra voz respondeu.

                - Melhor do que me envolver numa luta já perdida.

                - Eu esperava mais de você, Drayden... – a frase saiu com uma nota de desgosto.

                - Mais alguma coisa?

                Dave ouviu o barulho da porta sendo aberta e fechada logo após. Começou a respirar calmamente e ia descer para perguntar para seu pai quem era o outro homem quando uma voz nova falou:

                - Ele já foi?

                - Sim – respondeu o pai de Dave.

                - Patética tentativa de resolver alguma coisa... – uma risada saiu da voz desconhecida.

                Dave arregalou os olhos no escuro do corredor, tentando entender o que estava acontecendo.

                - Eu sei disso, Thor. Eles não são nada comparados conosco. – Drayden riu da pior maneira que Dave escutou em toda sua vida.

                Logo após isso Dave estava trancado em seu quarto, encarando a porta, com a pokébola de seu Heracross na mão. Queria sair, mas não sabia se tinha coragem de enfrentar o pai. Fosse o que fosse que o pai estava envolvido, era um problemão.

Quinto Quarto de Refém, Centro Comercial, 03:03:59

                Patrick estava sentado à mesa, arranhando-a de leve com seu indicador. Talvez se alguém o olhasse rápido, não identificasse que ele era o mesmo Patrick de antes. Ele suspirou.

                Passados alguns segundos a maldita porta abriu de novo. Patrick olhou, esperando seu garçom. Eis que aparece o homem barbudo de novo. Seu rosto, cheio de hematomas, deixava-o com uma aparência extremamente bizarra. Patrick deu uma risada fraca. Rir fazia seu corpo doer.

                - Você está mais bonito.

                - Você continua podre, seu velho. – o barbudo resmungou com desgosto.

                - Quem foi o abençoado que fez isso com você? – Patrick levantou uma sobrancelha.

                - Seu filho. – o homem olhou para o chão.

                Isso provocou uma crise de risos no pai de Ethan, que não conseguia parar de rir pensando no filho que nunca havia brigado antes, enfrentando um marmanjo daqueles e ganhando.

                O homem barbudo pareceu não gostar da situação e se levantou, irritado.

                - Só veio para alegrar meu dia? – perguntou Patrick ainda rindo.

                - Não – respondeu ele estalando os dedos -, vim pra descontar a raiva.

                Patrick não conseguia levantar do chão, tamanha dor era a que sentia em seu corpo. Com muito esforço, virou o pescoço para a porta dupla e olhou para o painel eletrônico. Olhou ao redor e reparou que o local só possuía uma câmera de segurança. A porta era seu ponto cego. Patrick olhou com cuidado para o painel e começou a ter uma ideia. Talvez, quando melhorasse, pudesse memorizar a senha e fugir.

                Para isso, teria que se alimentar. Para seu desgosto. Patrick sempre fora extremamente teimoso, assim como seu filho também era. Então, ir contra sua teimosia era algo que causava uma dor quase que física.

                “Mas, eu vou deixar de ser teimoso só para poder fugir... Existe teimosia maior do que essa?” pensou Patrick sorrindo. Sorrir doía.

                Algum tempo depois – Patrick há muito já havia perdido a noção de tempo -, as portas duplas foram abertas. De dentro, apareceu um homem que Patrick não conhecia.

                - Senhor, vamos levá-lo para outro local para filmarmos um vídeo – o homem o tratou educadamente, parecia incomodado de fazer aquilo.

                - A minha execução será filmada? – Patrick perguntou ainda fraco.

                - Não senhor, o senhor irá gravar um vídeo que será apresentado ao seu filho – o homem colocou um saco preto na cabeça de Patrick.

                - E o que o faz pensar que eu vou ajudar vocês a torturarem meu filho psicologicamente? – a voz de Patrick saia revoltada debaixo do saco preto que abafava um pouco o som.

                - Senhor, eu sei que vai fazer. Porque se não fizer, mandarão pegar sua mulher e sua filha. Tenho certeza de que nem eu, nem você queremos isso – o homem falou, pondo fim a conversa.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem.
Esse é pequenininho também porque ele é só uma ligação com coisas importantes que logo, logo virão
Espero que gostem :3



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