Pokémon - Candlelit Dinner (Season 1) escrita por nicoo


Capítulo 1
Capítulo 1 - Um Skate, um ovo.


Notas iniciais do capítulo

Complicado escrever um capítulo inicial. Não queria que fosse completamente introdutório, mas não queria correr, e não queria deixar muito curto. Espero que esteja bom.



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Os primeiros raios de sol perfuraram a janela de Ethan e roçaram de leve em seu rosto. O menino estava com a cabeça apoiada no braço. Estava de frente para o computador, havia caído no sono.

"Eu não estou com sono nenhum, eu vou estar bem acordado as seis para conseguir ir na feira" havia sido a última coisa que o menino escrevera antes de apoiar a cabeça no ombro e apagar.

Do lado de fora, um Pidove desatento voava perto da janela quando se assustou com um movimento de um Rattata e acabou indo de encontro com a janela. O estrondo feito fez o menino do lado de dentro levantar de um pulo.

– Ahn?! - disse Ethan com sua voz rouca matinal. Olhou para os lados de forma sonolenta, com um olho meio fechado ainda. – Que horas são? - perguntou para o quarto vazio e olhou para o relógio no monitor de seu computador. - O QUE?! SEIS E MEIA?! EU DEVERIA TER SAÍDO A MEIA HORA ATRAS!

Ethan correu para a porta e atravessava o corredor correndo, em direção às escadas quando sua irmã mais nova abriu a porta com uma expressão sonolenta.

– Bom dia, E. - falou ela em meio a um bocejo. - Você não acha que vai assustar as pessoas se sair correndo no meio da rua com esse seu pijaminha azul?

Ethan parou na hora e olhou para o corpo. Ele estava vestido com seu conjunto para dormir, uma camisa azul com varias Great Balls e um short que combinava. Ele olhou horrorizado para suas roupas e agradeceu rapidamente à irmã e correu de volta para o quarto. Minutos depois saiu vestido com uma calça preta e uma camisa laranja. Colocou o tênis e desceu.

Um cheiro inebriante de hambúrguer invadia a cozinha quando Ethan entrou. Sua pequena irmã estava sentada desenhando numa folha de papel com uma expressão concentrada e a frente do fogão estava sua mãe. Ela virou o rosto em direção a Ethan e deu um sorriso cansado.

– Bom dia, meu filho. Já vai sair?

– Já deveria ter ido, mãe. Tem algum hambúrguer pronto?

– Filho, sua mochila esta na entrada, carregada com comida, junto com seu skate. Não volte tarde!

Ethan sorriu e deu um beijo na bochecha de sua mãe, desarrumou o cabelo de sua irmã e foi para fora da casa enquanto dizia para trás:

– Tchau, mãe. Tchau, Maggie. Amo vocês. - Jogou a mochila no ombro, pegou o skate e saiu para a estrada de terra que começava depois do capacho de sua casa.

Iluminado pelo Sol, o caminho parecia perfeito para uma fotografia. A fazenda onde Ethan vivia era muito afastada da cidade, uma caminhada de umas duas horas no mínimo até Virbank City. Então a estrada se alongava, sinuosa, até onde a vista doía de esforço e ao redor da estrada, campos livres cobertos de pokémons selvagens de todos os tipos. Ethan e sua família sempre respeitavam os pokémon livres, porém mais de uma dúzia de vezes haviam tido problemas com pokémon que invadiam a propriedade e comiam comida dos sacos que a família vendia para manter o sustento.

Ethan trabalhava muito com seu pai. Ele, de certa forma era o homem da família também. Carregava sacos de ração, ajudava a arar a terra quando o velho Taurus da família encrencava de não trabalhar. Lavava a caminhonete azul do pai e se fosse preciso, ainda ajudava a vender a renda mensal nos quiosques onde o pai vendia.

Mas hoje era sua folga. Ethan havia feito aniversário poucos dias antes e havia ganhado o melhor presente possível. Dinheiro! Ele nunca havia visto notas que pudesse chamar de suas, mas agora tinha. Ethan não gastou o dinheiro e esperou até domingo, que era o dia em que seu pai ia vender a produção da fazenda e resolveu ir para a feira que ocorria nos arredores de Virbank City. A feira possuía de tudo, desde ovos de Pokémon - que normalmente eram muito caros - a roupas inspiradas em Pokémon. A única vez que Ethan havia visto a feira, ele estava vendendo os sacos com seu pai.

A manhã encaminhava-se e o friozinho dela ia se esvaindo, sendo preenchido pela luz e o calor do sol da manhã dos arredores de Virbank City enquanto Ethan caminhava. A estrada de terra o impedia de andar com o skate, portanto ele continuava carregando-o debaixo do braço esperando só o momento onde a estrada de terra seria substituída pela asfaltada. Em meio a grama, diversos pokémon observavam Ethan andando, um pequeno grupo de Zigzagoon chegou até a acelerar o passo com a aproximação do menino. Enquanto ele observava os pokémon, um ar esperançoso que vinha possuindo seus pensamentos voltou.

"E se eu conseguir comprar um Pokémon hoje? Sei que não tenho muito dinheiro, mas talvez seja o suficiente!" Ethan sorriu só com a ideia.



A feira de Virbank City parecia maior e mais entupida de gente do que da última vez que Ethan havia visto. Uma rua inteira, composta de no mínimo oito quarteirões, havia sido fechada e hoje estava cercada de barracas de todos os tipos. Feirantes anunciavam seus produtos e preços a plenos pulmões e clientes cochichavam animadamente sobre as coisas que viam. Menininhas pediam à suas mães que cada coisa "fofa" fosse comprada, enquanto os meninos imploravam para que os pais levassem aquele pokémon super forte pra casa. Ethan sorriu em meio a tanto barulho, tão diferente da paz que a pacata fazenda onde ele vivia proporcionava.

Antes de prosseguir, existem duas coisas extremamente importantes que devem ser ditas sobre Ethan. A primeira, é que Ethan é dotado de uma incrível, absurda e inescrupulosa sorte. E a segunda, é que Ethan possui um cabelo azul vivo. O que chama muita atenção na rua.

Não é de se surpreender que as pessoas às vezes dessem uma leve afastada só para observar melhor os cabelos azuis do menino e foi quando Ethan decidiu descer do skate para olhar uma pequena tenda com toucas imitando pokémon. Uma, imitando a cabeça de um Banette chamou sua atenção e ele estava experimentando quando uma série de coisas aconteceram juntas.

Alguns segundos antes de Ethan descer do skate, um homem, vestido todo de preto, com um colete a prova de balas e um pano que cobria seu rosto do nariz para baixo, surpreendeu um senhor já idoso, que possuía uma barraca de venda de ovos pokémon. Ele arrancou os dois ovos pokémon das mãos do vendedor e correu desesperadamente pela feira, tentando despistá-lo. Enquanto o ladrão fugia, o velho o perseguia gritando por ajuda, e algo no meio do caminho fez com que o bandido se distraísse. A cor extremamente azul do cabelo de um menino o fez perder alguns segundos observando, e isso foi o suficiente para que ele não visse o skate largado no caminho e pisou.

Ethan havia acabado de colocar a touca-Banette na cabeça quando escutou o som de seu skate deslizando pela calçada. Rapidamente se virou, achando que alguém havia se machucado com sua irresponsabilidade em deixar o skate no meio da calçada, e deu de cara com o homem de preto escorregando no skate e largando os dois ovos de pokémon de carregava.

Ethan agarrou os dois ovos, com medo de eles caírem no chão e se partirem. Logo após o segundo, inclinou-se para baixo e começou a soltar uma chuvarada de pedidos de desculpa:

– Me perdoe senhor! Foi um erro absurdo meu! Perdoe-me! Eu não devia ter deixado o meu skate aí! É que eu estava...

– Afastem-se! Deixem a polícia passar! - gritou uma voz no meio da multidão.

– AIMEUDEUSDOCEU! EU VOU SER PRESO! - gritou Ethan começando a ter um acesso de pânico.

Um senhor de estatura baixa parou em frente a Ethan, ofegando, suando. Apoiou as mãos no ombro e ficou respirando pesadamente durante alguns segundos. Segundos esses que foram preenchidos pelos gritos de Ethan em desespero porque seria preso.

– Muito... Obrigado... - falou o senhor com alguma dificuldade ainda.

– Ahn?!

– Muito obrigado por ter parado esse bandido nojento, ele assaltou minha tenda, levou os ovos pokémon que eu ia colocar na minha bancada.

– Ele... Estava assaltando? - perguntou Ethan em um tom baixo, entregando os ovos pokémon para o senhor.

– Sim, e você recuperou os ovos! Muito obrigado! Como pagamento, eu vou deixá-lo ficar com esse aí! - falou o vendedor pegando o ovo verde das mãos e deixando o marrom e bege nas mãos de Ethan. Ao fundo, a polícia chegava e algemava o ladrão apagado no chão.

– Senhor, eu não posso aceitar, isso é parte da sua venda! - disse Ethan nervoso, mas ao mesmo tempo, rezando para que o homem insistisse para que ele ficasse com o ovo.

– Meu jovem! Eu sou dono de uma creche pokémon, ovos me aparecem o tempo todo lá! - disse o senhor rindo - Pode ficar, é meu agradecimento!

– Muito obrigado, senhor! Muito obrigado mesmo! - agradeceu animadamente Ethan e depois se virou para o vendedor das toucas

– Quanto lhe devo, moço?

– Para heróis? HA HA, esse é por conta da casa!



– O que?! Isso é muito por uma incubadora! – exclamou Ethan e percebendo que havia sido muito alto olhou por cima dos ombros para ver se havia chamado alguma atenção.Ethan continuou andando da maneira mais discreta possível mesmo depois de ter se certificado de que o vendedor de ovos pokémon e o vendedor de toucas não estavam mais seguindo-o e gritando para as pessoas como ele havia sido um herói.

Logo após ganhar o ovo e a touca de presente, Ethan enrolou o ovo na touca e colocou na mochila e começou a procurar por uma incubadora para seu ovo pokémon. Mesmo depois de perceber que não teria dinheiro suficiente, a sensação de estar sendo seguido ainda permanecia.

Ethan continuou andando pela feira, procurando uma maneira de esquentar o ovo pokémon até que avistou algo que chamou sua atenção.Em uma das barracas de venda de pokémon, um pequeno Litwick tentava atrair a atenção dos compradores, que davam atenção a vários pokémon mas nem se davam ao trabalho de observá-lo.

A visão fez o coração de Ethan apertar, mesmo duvidando que possuísse dinheiro para comprar o pokémon, o menino foi tentar.Ao se aproximar da barraca, esbarrou em uma jovem de cabelos brancos e roupas excêntricas.

– Desculpe – falou ele olhando-a, que retribuiu com um sorriso. Ele olhou para o vendedor e perguntou – Com licença, senhor?

– Diga, meu jovem – respondeu o homem que parecia um pouco estressado com o fluxo de clientes.

– Eu gostaria de comprar aquele pokémon – e indicou o pokémon que parecia uma vela com o dedo.

– Essa aqui? Pfff! Eu faço pra você por trezentos! Ninguém quer ela, ela só me dá dor de cabeça! – falou ele olhando a pequena Litwick com desprezo.

Ethan pegou ela no colo e disse:

– Ei, não liga pra ele! Ele não sabe o que fala! Tenho certeza de que você é incrível! Que tal ser minha primeira pokémon?

–Twi twick! – respondeu a pequenina com animação.

Ethan escutou uma risadinha baixinha enquanto pagava o vendedor da barraca. Ao olhar em direção do som, viu a menina de antes o encarando.

– Você parece uma pessoa interessante... Por que não assiste o meu show?

Ethan olhou para o relógio, já já ia escurecer e ele precisava voltar logo. Mas uma oportunidade daquelas era única.

– Claro, por que não?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha ficado bom, divirtam-se lendo tanto quanto me diverti escrevendo.