Prostituta Do Governo escrita por Leticia, Lari Rezende


Capítulo 24
Ouro branco


Notas iniciais do capítulo

Quem puder divulgar a fic eu agradeço (:
Boa leitura :3



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Eu fiquei bastante conhecida entre os homens. Havia dias em que eu fazia media de 20 programas por noite. No começo era fácil, você escutava os homens reclamando de suas vidinhas medíocres, dava um conselho barato e logo em seguida trepava loucamente com eles. Mas eu comecei a me cansar, fisicamente e psicologicamente. Eu estava ganhando muito dinheiro, mas estava perdendo as forças a cada programa que eu fazia.Foi então que Pedro decidiu me ajudar.Podemos dizer que ele decidiu me ajudar entre aspas.
Certo dia ele me trouxe um saquinho pequeno com um pó branco. Era cocaína. Ele dizia que aquilo ia fazer eu esquecer de todas as dificuldades e me ajudar na hora dos programas. Eu fiquei meio receosa. As regras da casa eram muito rígidas quando o assunto se tratava de drogas. Mas eu estava tão cansada que resolvi aceitar a cocaína. Porem Pedro me fez jurar que eu jamais usaria a droga quando estivesse com ele, para que o nosso sexo fosse puro.
Então eu passei a usar cocaína. E devo admitir que no começo ajudou muito. Antes dos programas com os homens, eu despejava um pouquinho do meu ouro branco no chão e cheirava com um canudinho de plástico branco listrado de vermelho. Em questões de minutos a euforia e a sensação de bem estar me dominavam. O coração acelerava, a pressão aumentava e a pupila dilatava. Era algo mágico, eu me sentia tão bem e tão feliz que eu não ligava para as dores de cabeça, náuseas e as dores nos músculos que viam depois em forma de efeito colateral. Eu estava livre e feliz. Tudo era como um orgasmo, porem no cérebro.


Dois meses se passaram.
No começo eu conseguia controlar, mas depois tudo saiu do limite e quando me dei conta eu já estava dependente do meu ouro branco. Eu não sentia fome. Eu não sentia prazer. E eu não tinha mais dinheiro. Pedro viu que meu estado estava ficando grave e decidiu tirar o ouro branco de mim. Desesperada eu corri atrás de traficantes de drogas em busca de cocaína. E infelizmente eu achei.

Eu precisava do pó, e acabei gastando todo o dinheiro que eu tinha guardado com a droga. As dosagens frequentes e excessivas provocavam alucinações táteis, visuais e auditivas. Eu sentia as cores, eu via os sentimentos e escutava os objetos. Delírios eram constantes, sem falar na falta de ar e na paranoia.
Durante um programa com um homem alto e de barba por fazer eu o ataquei jurando que ele era um doce de leite mutante e que queria me atacar. Comecei a gritar feito uma louca e dei uma mordida em seu braço. Irritado, o homem chamou Gioconda para saber o que estava acontecendo comigo.
Foi então que ela descobriu a droga.
Eu não lembro ao certo como tudo aconteceu, minha cabeça girava tanto que parecia um pião descontrolado. Sei apenas que Gioconda gritou feito uma louca comigo, me puxou pelos cabelos e me jogou na rua gritando.
-Estão vendo essa puta drogada – dizia ela para que as outras meninas da casa vissem – ela não entra mais aqui nem pintada de ouro! Vejam bem – gritava ela – se alguém aqui usar drogas e ficar como essa vadia eu expulso daqui sem dó e sem piedade!
Ela me jogou na rua.
Acho que era noite, não me lembro ao certo se eu via uma lua ou um disco voador no céu.
-Alguém vai lá dentro – gritou Gioconda – e pegue as coisas dessa puta nojenta! Porque aqui é assim meu bem, se não segue as regras é rua! E todas vocês estão avisadas.
Eu fiquei sentada no meio fio da calçada com uma enorme vontade de vomitar. Foi então que Lia apareceu com minhas coisas e logo em seguida um carro parou quase em cima de mim.

Pedro saiu do carro nervoso.
-O que aconteceu? – perguntava ele me abraçando.
Encostei minha cabeça no ombro dele perdendo os sentidos aos poucos.
-Gioconda pegou ela com drogas – disse Lia – você sabia disso Pedro?
Pedro ficou calado.
-Não – mentiu ele.
Lia estava nervosa.
-Se ela estivesse bem eu dava uma surra nela – disse Lia – você tem como tirar ela da rua? Pelo menos por essa noite?
Pedro hesitou.
-Sim – respondeu – coloque as coisas dela no banco da frente.
Lia abriu a porta do carro e colocou as minhas malas em cima do banco.
Pedro me pegou no colo e me deitou no banco de trás do carro.
-Para onde vocês vão? – perguntou Lia.
Pedro cuspiu a saliva acumulada na boca na rua.
-Pro meu apartamento – respondeu ele entrando no carro.
-Por favor – gritou Lia da rua – não me deixe sem noticias dela.
Senti o carro se movimentar. E perdi toda a consciência.
Naquele momento nada mais me importava, eu apenas queria mais um pouquinho do meu ouro branco.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?