XVI – Michael

-Onde estamos? – perguntei sem conseguir enxergar nada, estávamos no completo escuro, mas ainda assim andando

Estávamos em quatro, eu, Hector, a líder Eleonora Flower e Miakoda. Não tinha a mínima ideia da minha posição, havíamos começado a andar dentro de uma pirâmide asteca a mais de três horas e ainda não havíamos parado. No começo era apenas para baixo, sempre indo em direção ao subterrâneo, mas já fazia mais de duas horas que andávamos unicamente a frente, fazendo uma curva ou outro, mas na sua grande maioria era sempre para frente e sem enxergar o caminho, apenas seguíamos um cabo amarrado a nossa cintura que seguia o caminho que Miakoda traçava enquanto andava na nossa frente:

-Estamos indo visitar um dos locais mais sagrados dos metamorfos – disse Eleonora nas minhas costas, na minha frente estava Hector e na frente dele Miakoda – De todos os metamorfos, seja os que estão na Terra, seja os que estão no espaço

-Se minha irmã não tivesse me falado eu nunca teria acredito que alienígenas são reais

-Mas é claro que são reais, alguns pelo menos, a grande maioria é invenção da mente humana, mas todos os reais foram originados na Terra

-O rei dos elfos me falou algo parecido quando me falou sobre a guerra em Arcádia, mas ainda não entendo como

-Da mesma forma que a gente, evolução, seleção natural, mutações

-E uma pitada de sorte? – não podia ver o rosto de Eleonora, mas dava para sentir que ela sorria

-Uma gigantesca pitada de sorte, não é toda espécie que simplesmente desenvolve um cérebro desenvolvido o suficiente para ser considerado racional

-E mesmo assim existem dezenas e dezenas de raças de monstros diferentes

-Muitas originadas dos humanos se você não sabe

-Não sei, nunca me preocupei com história de raças

-Pois deveria, é muito importante

-Meu pai adotivo e minha prima achavam isso também, eles adoravam estudar a história e organização social das criaturas

-Eles fazem bem, você se refere ao Exterminador e a filha dele não é?

-E quem mais seria?

-Podem ficar calados os dois ou eu vou mandar ambos irem ter uma aula sobre história e organização dos demônios no próprio inferno – falou Hector com raiva na frente

-Deixe-os Hector – falou Miakoda e então eu vi uma luz aparecendo na frente, como se uma porta estivesse sendo aberto – Nós já chegamos ao nosso destino

-Que você ainda nos contou qual é – falei cobrindo meus olhos da luz, estava já acostumado com a escuridão e a luz quase me cegou

-Você ira ver agora meu apressado filhote

Lentamente começamos a entrar onde quer que aquilo fosse, tudo havia começado como um dia normal, estava só comendo e comemorando com Peter e Carl nossa significativa vitória ali na região próxima da pirâmide onde entrei três horas atrás e então Hector me aparece me chamando para ir com ele e um grupo de pessoas para um local que eu não tinha idéia de onde era. Ia tentar reclamar, dizer que tínhamos tido uma excelente vitória e tínhamos que comemorar não só ela, mas também a recuperação de Carl e outra coisinha significativa de acordo com Peter, mas Hector disse que isso estava fora de consideração e que era um pedido do próprio Miakoda então tive que ir.

E agora não sabia se agradecia ou não pelo convite. Estávamos dentro de um enorme salão todo feito de ouro, tudo era de ouro, as paredes, o chão, o teto, as cadeiras, tudo sem exceção era de ouro puro que brilhava emitindo a luz dourada que quase havia me cegado.

Havia algumas cadeiras de ouro onde estavam sentados criaturas que era fácil sentir que todos estavam facilmente na classe S. Todos eram aparentemente humano, mas não seria assim por mais muito tempo, logo mais todos ali iriam revelar suas verdadeiras formas, dava pra sentir isso e podia sentir suas energias conflitando em pleno ar, eles podiam aparentar serem bons amigos ali trocando falsos sorrisos, mas por trás daquelas mascaras eles escondiam ódio puro uns pelos outros. Como eu sabia de tudo aquilo? Porque eu havia feito um desenho representando aquele mesmo salão e com todos os ali presentes trocando golpes nas suas verdadeiras formas.

Aos poucos um dos homens sentados nas cadeiras douradas se ergue, ele era magro que dava para ver seus ossos, não utilizava roupa alguma e sua enorme cabeça não tinha cabelos, sobrancelhas ou cílios. Seus olhos brilhavam em um azul anil que parecia água cristalina, a água de um terrível tsunami:

-Seja bem vindo senhor Miakoda, grande líder dos lobisomens – disse o magrelo se curvando rapidamente, todos os três que estavam com ele também estavam nus e não tinham pelos algum pelo corpo e possuíam olhos naquele azul anil

-Muito obrigado jovem T’hupalepep

-Nomeia-me jovem, mas sou um dos dois únicos mais velhos que você aqui presente – disse o homem magro com um sorriso falso pequeno

-Isso é verdade, seu povo tem uma expectativa de vida admirável

-Quatrocentos e três anos na última pesquisa realizada – disse o cara com nome estranho 

-Que tal pararem com o bate-papo ridículo e se sentarem logo, por sinal está atrasado Miakoda

-Eu não estou atrasado Lu Bu – disse o grande líder se virando na direção de um chinês com longos cabelos e uma cicatriz que passava pelo seu olho esquerdo, por sinal a cicatriz havia causado uma perda visível do olho que agora era só uma esfera pálida, o chinês vestia um longo manto feito de uma seda negra adornada com desenhos que representavam tigres – Seu povo é que é bem adiantado como todos os presentes aqui, eu estou no horário perfeito

-Sente-se logo velharia! – gritou Lu Bu e vi quando Hector se pôs a frente do grande líder em posição de combate

-Suas ofensas não vão acelerar meu velho corpo – disse Miakoda andando lentamente para a única cadeira dourada vazia – Agora se não forem se matar podemos começar nossa reunião

-Perfeito – disse um homem com algo que pareceu mais um grunhido, ele era alto e de corpo magro, seus cabelos eram curtos e seus olhos verdes escuros que pareciam gerar um contexto interessante com suas roupas marrons – Já estava quase morrendo de tédio aqui, por que convocou essa reunião Miakoda?

-Todos aqui já sabem o porquê senão jamais teriam sequer pisado neste local

Somente agora eu percebia que havia desenhos nas cadeiras, na cadeira do grande líder havia o desenho de um lobo, na cadeira do chinês havia um tigre, na cadeira do homem magrelo e nu havia o desenho de uma formiga e na cadeira do homem de olhos verdes havia o desenho de um lagarto. Também havia uma cadeira com o desenho de uma aranha onde uma mulher de cabelos e olhos negros e pele cinzenta estava sentada, em outra um homem de pele branca, careca, olhos cinza soltava barulhos estranhos enquanto estava sentado embaixo de uma cadeira com o desenho de um tubarão, em outro cadeira havia uma mulher de longos cabelos castanhos e olhos cor de mel que tinha um rosto fino e estava sentada na cadeira com o desenho de um pássaro e por último um homem estava sentado embaixo da única cadeira que não tinha desenho algum e por sinal era o único que não tinha nenhum trio de acompanhantes com ele, era o líder dos doppelganger. Éramos oito raças ali presentes naquela sala dourada:

-Os boatos então não são boatos? – falou a mulher sentada debaixo da cadeira da aranha

-Sim Palas, receio que eles são reais – disse Miakoda soltando um longo suspiro e eu saiba qual era o boato que ela se referia – Caim realmente está no campo de batalha e todos aqui presentes sabem de histórias sobre Caim

-Folclore ridículo – disse Lu Bu soltando um riso de escárnio – Como podem acreditar nas histórias? Aquele ser é tão velho que não deve ser capaz nem mesmo de se mover direito

-Receio que as histórias são reais – disse Miakoda com raiva na voz, eu admirava o auto-controle do grande líder, eu e Hector queríamos era partir a cara dele e de sua raça por ter nos traído e se aliado aos the killers – Tão reais que já perdemos muitos dos nossos, em um único ataque de um misero minuto de duração ele quase extinguiu uma de minhas tribos

-Que os espíritos nos protejam – disse o magricelo

-Para alguém que reza pela proteção dos espíritos sua raça foi uma das que esteve do lado de Titânia quando ela desejou levá-los para Arcádia e tira-los da Terra

-As circunstancias eram outras naquela época

-Circunstancias diferentes? Então por que continua aliado aos the killers? – a temperatura da sala pareceu diminuir, finalmente ele havia tocado na questão principal e original daquela reunião – Todos os aqui presentes já devem saber que o seu povo e o povo de Lu Bu são atuais aliados dos the killers

-Mentiras contra meu povo – rosnou Lu Bu

-Por favor, não se faça de inocente agora seu pirralho imundo que ainda mal saiu de suas fraldas e ainda fede a este imundo mijo de tigre! – Lu Bu que já ia se erguer de seu trono voltou ao seu lugar – Agora a questão é quem ainda é fiel a esta aliança antiga e quais se aliaram ao inimigo e dessa forma possamos finalmente pensar em um plano para tirar Caim do combate mesmo que por pouco tempo ou então seremos exterminados rapidamente

-Pode compartilhar o plano conosco Miakoda – disse o magrelo nu – Posso ser aliado dos the killers, e não vou negar mais, mas isso não significa que goste da presença de Caim no campo de batalha, ele é poderoso demais e não obedece a nada nem ninguém

-Essa é uma verdade, mas mesmo sabendo que ele poderia aparecer seus aliados malditos geraram essa guerra e isso levou Caim a aparecer para por um fim não só na guerra, mas em todas as raças que a envolvem, agora tanto a minha raça quanto a dos vampiros corre risco de extinção e não me venha dizendo que a culpa da guerra é nossa, sei que você deve saber que foram os the killers que geraram a guerra, não sei como forjaram nossa marca, mas eles fizeram

-Agora é tarde para se lamentar Miakoda e devo dizer que não sabia que os the killers iniciaram a guerra

-Por favor, T’hupalepep pare com as mentiras, não precisa fingir aqui neste local, só quero que você e Lu Bu se retirem para podermos dar andamento a esta reunião em paz

-Se não nos queria por perto por que nos convocar? Sei que não iria simplesmente querer me desmoralizar

-Não, mas queria que todos vissem por si mesmos os traidores assumindo sua traição, só falta Lu Bu fazer isso

-Eu deveria dilacerá-lo velho maldito! – líder dos homens-tigre se ergue da sua cadeira e encarou Miakoda

-Mas sabe que não tem chances contra mim então vai ficar quieto no seu lugar, assumir sua traição e depois se retirar daqui como um líder de verdade dos metamorfos deveria fazer

O homem-tigre soltou algo que mais pareceu um rugido e dava para ver suas artérias se inchando, suas unhas estavam aumentando e seus dentes estavam saltando da sua boca

-Bom saber que os tigres são traidores – falou o careca líder dos tubarões – Finalmente vou poder partir sua cara Lu Bu

-Calado peixinho retardado! Só está vivo hoje porque eu quero Peter e lembre-se disso – interessante saber que tenho um amigo lobisomem com o mesmo nome de um homem-tubarão, mas acho que deviam existir mais dessas coincidências por ai já que ninguém era o único dono do seu nome

-Por que você quer? Até onde eu lembre na nossa luta eu saí vivo porque acabei com a sua cara de gatinho estúpido

E o barril de pólvora finalmente explodiu. Os três acompanhantes de Lu Bu avançaram junto dele na direção de Peter e ele não ficou quieto, também avançou e em poucos segundos o combate se espalhou por todo o local. Em pouco tempo todos nós já estávamos envolvidos no combate, e parecia que os tigres e os formigas não eram os únicos traidores, todas as aranhas também estavam do lado deles e mesmo com nosso grupo estando na vantagem o combate parecia difícil de ganhar. Miakoda e Eleonora não estavam participando da luta, apenas observavam tudo de uma distancia segura, se é que um homem cego como Miakoda podia enxergar algo realmente, e além deles o doppelganger também não parecia interessando no combate.

Diferente dos lobisomens todas as outras raças podiam se transformar por intermédio da lua, mas Hector me falou durante meu treinamento que tinham lendas sobre o porque disso, diziam que o poder dos lobisomens era grande demais para simplesmente se ter livre utilização dele e também era por isso que eu poderia ser a chave da nossa vitória na guerra agora que Caim apareceu e eu era o único que podia usar meu poder livremente mesmo que sem controle.

Senti alguém me acertando nas costelas e minha reação instantânea foi acertá-lo um direto de esquerda, só então percebi que tinha sido o líder dos homens-formigas. Ele estava transformado em uma espécie de bicho com seus braços e com uma espécie de placa negra cobrindo parte de seu corpo, mas nem por isso meu soco não o afetou, assim que ele e levantou tossiu sangue e vi que tinha quebrado sua armadura:

-Nunca imaginei que viveria até ver esse dia chegar – falou o careca de nome estranho se ajeitando enquanto sua armadura se refazia – Sempre pensei que se um lobisomem quebrasse minha armadura seria Miakoda, em última instancia talvez Salazar Climb ou a pupila dele, Luna Sand

Um arrepio percorreu minha espinha e avancei na direção do homem-formiga em frenesi total. Minhas lembranças sobre isso são de muitos vultos passando perto de mim e sangue voando ao redor, quando consegui retornar a mim completamente tinha uma cabeça em mãos, não era do chefe dos homens-formiga, mas era de um dos servos dele. O corpo do chefe estava a vários metros de distancia de mim, eu estava fora da sala dourada e ele estava lá dentro com um golpe certeiro na garganta que estava toda dilacerada:

-O que foi que aconteceu? – perguntei me aproximando de Eleonora e mexendo no meu ombro que devia ter sido deslocado ou perfurado em algum momento do combate

-Sangue, lutas, mortos; basicamente isso – disse Eleonora olhando os desenhos dourados manchados de sangue escuro – Só pra você saber quem fez aquilo na garganta do T’hupalepep foi você, só depois de ter dilacerado a garganta dele diversas vezes foi que você avançou nesse naquele que você tinha a cabeça em mãos, seu ombro foi um ferimento causado pelo T’hupalepep, ele destroçou sua omoplata e parte do seu ombro reduzindo tudo a pedaços de carne e ossos, mas tudo se regenerou tão rápido que até ele se surpreendeu e abriu uma brecha, você pegou a brecha e o matou

-Onde estão os outros? – Miakoda e Hector não estavam ali mesmo que alguns outros metamorfos estivessem, incluindo o doppelganger que parecia nem ter se mexido desde o começo da luta

-Miakoda se retirou aos poucos junto de mim e Hector, eu voltei a pouco tempo pra vir te buscar, só pra você saber foram mais de quarenta minutos de luta ininterrupta então ele não deve ter achado interessante ficar aqui vendo tudo

-Ele está bem?

-Não tenha duvidas, só para te informar a reunião não terminou, daqui a alguns minutos vamos retornar tudo do inicio só que sem os formigas, os tigres e as aranhas

-Não precisamos não – apareceu alguém rindo, era o líder dos tubarões, Peter, e ao seu lado estava Miakoda que caminhava lentamente com Hector a poucos passos de distância – Já falei com todos os lideres falta só o senhor grande A

O doppelganger se ergueu do seu lugar, nada nele indicava sexo algum, seu rosto não tinha feições, ele não usava roupa, mas nem por isso dava para se ver algum órgão sexual ali. A única coisa que o “homem” fez foi erguer o seu indicador direito e então Peter começou a rir:

-Então que assim seja, logo mais irei retornar para o meu povo com a mensagem e em no máximo de vinte e quatro horas meus soldados de elite já estarão indo para o campo de batalha ao seu lado Miakoda

-Eu agradeço Peter, todos serão de grande ajuda, principalmente a sua A

O doppelganger nada disse, ele só veio lentamente na minha direção, olhar nos olhos daquele cara não era nada legal, não havia nada naqueles olhos brancos gélidos. Ele parou antes mesmo de chegar a uma distancia para poder me tocar ergue seu braço na minha direção com sua palma apontando para mim. Ergui meu braço esquerdo e toquei na palma da mão dele com a palma da minha mão e senti uma energia se espalhando pelo meu corpo, era estranhamente quente:

-Miakoda – falou aquele cara com uma voz robótica – Porque este rapaz tem essas energias?

-Eu me pergunto o mesmo – disse o grande líder suspirando

-O que você sabe sobre mim? – perguntei encarando aquele ser tão anormal e que somente ali eu entendi seu nível, um classe SS, um ser em um nível completamente diferente do que eu já vi

-Tudo, e não gostei nem um pouco disso

-O que eu sou?

-Você não sabe? Por que não une as peças?

-Porque eu não vejo sentido algum nelas

-Porque elas não tem, porque você não sabe da peça principal, algo que nem mesmo Miakoda sabe, mas com meus poderes eu sinto isso

-O que é?

-Você é aquilo que não deveria existir, você é um hibrido

-Um híbrido? Isso é ridículo, não é possível

-Claro que é, você é um híbrido entre lobisomem, vampiro e mago

-Impossível – nossas mãos ainda não havia se soltado e mesmo que eu tentasse eu não conseguia fazer isso – Não podem existir híbridos, a genética das raças não permiti, até eu sei disso, e como alguém poderia ser hibrido de vampiro e lobisomem se quando você é transformado você perde os dons de lobisomem?

-Você tem algo que preservou todas as suas características, você conseguiu preservar um pouco de seus dons mágicos, é por isso que você pode ver o futuro – agora eu queria ouvir tudo aquilo até o fim e Miakoda e todos os ali presentes que naquele instante se resumiam a Hector e a Eleonora também queriam escutar – Esse algo também reverteu sua transformação em vampiro, mas ainda preservou alguns detalhes, é o fato de você ter poderes de vampiro que você pode se transformar mesmo sem a lua, mas em troca você sente aquelas sedes estranhas que só se saciam quando você bebe o sangue de seus inimigos, é também o sangue de vampiro que te torna tão instável em momentos de fúria ou de transformação

-O que diabos é isso que tem em mim?

-A resposta não é boa – aquele foi o primeiro momento em que finalmente percebi algo na voz dele, medo – O que lhe proporciona o dom de preservar os outros poderes que você carrega no seu sangue é proveniente de outro ser

-Que ser?

-Não sei se você já teve a oportunidade de ouvir falar dele, o ser mais poderoso que já pisou nas dimensões, um ser que só estava abaixo dos lendários arcanjos, e você não é o único que possui o poder dele dentro de si pelo que pude perceber

-Que tal falar logo de uma vez o que quer que você queira falar?

-Babalathe, o deus dos deuses

Finalmente eu tinha conseguido largar da palma da mão dele e não foi por vontade própria, foi porque de alguma forma ele me expeliu e não foi porque ele quis, a energia dele ficou instável e me afastou, ficou instável de medo ao dizer aquele nome:

-Escutei coisas sobre esse cara – falei encarando o doppelganger que estava realmente assustado, finalmente dava para perceber que ele era um ser vivo e não uma maquina pelo rosto que ele tinha

-É claro que escutou, quem nunca escutou sobre o poderoso Babalathe? Aquele que era o deus dos deuses, um ser de tão grande poder que só morreu após enfrentar um dos dragões-reis e o demônio mais poderoso

-Como diabos eu consegui a energia de um deus?

-Da mesma forma que a sua irmã de criação, a jovem Amy Winchester, ambos possuem o poder dele porque ele assim o quis e passou para vocês porque quis

-Do que você está falando?

-Nem mesmo eu sei, só sei que Babalathe deu o poder dele para você e sua prima, não me questione sobre os planos de um deus, mas garanto que isso não é bom, nem para você, nem para o mundo

-Vamos embora Michael a reunião já acabou – disse Miakoda ao meu lado, eu não queria ir, queria escutar mais, mas os olhos cegos do grande líder me ordenavam para ir embora – Obrigado por esclarecer certas coisas A, mas agora devemos ir

-Eu compreendo Miakoda, tenha cuidado hibrido, você não recebeu esse poder a toa e uma vez que Babalathe dê algo a alguém ele vai pegar de volta

-Mas os deuses estão mortos, pelo menos alguns deles – falei suando frio

-Sim só alguns deles e logo Babalathe não estará mais nessa lista, eu sei disso porque posso sentir ele vindo, é só uma questão de tempo e algo me diz que Caim e os the killers tem algo a ver com isso, cuidado Michael Winchester, muito cuidado, você é precioso demais e pode ser a diferença entre a vitória e a derrota nessa guerra, não entre vampiros e lobisomens, mas sim uma guerra futura e muito pior