Before Sunrise escrita por Kelly


Capítulo 5
When you ask: "Do you wanna dance, my cinderella?"


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...



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Ela finalmente havia descido as escadas e fui ao seu encontro.

           - Que bela entrada. – disse chamando sua atenção e ela repetiu o que fizera minutos atrás, sorriu para o chão. – Me concede esta dança, senhorita? – me inclinei, estendendo a mão para que ela colocasse a sua na minha. Como resposta, ela deu um sorriso largo e suavemente colocou sua mão na minha.

           (Coloquem para tocar)

            Fomos para o centro da pista de dança e a música mudara. O que antes era barulhento e alvoroçado, tornou-se calmo e remansado. Como uma nuvem que antes era obscura e turbulenta, com a mudança do tempo, clareou-se, mostrando a verdadeira imagem de si. Estando com ela, naquele momento, eu conseguia sentir o que jamais senti antes.

         - Então... – tentei puxar assunto – Veio de acompanhante de algum aluno?

         - Não. Sou aluna e este é o meu último ano aqui. Irei receber meu diploma hoje. – a voz dela era doce. Eu seguia os olhares dela. Aqueles olhos claros. Azul-esverdeado. Tudo nela era perfeito.

         - Sabe o que pretende estudar? – olhei ao redor e vi outros casais dançando em torno de nós.

         - Ainda não. Estive pensando nisso alguns meses atrás, mas nada que me impressionasse.

         - Já pensou sobre medicina?

         - Ainda não. Vou pensar nesta opção. – ela sorriu – Obrigada.

         - Imagina. – retribui o sorriso

         - Você é de Nova York? – ela perguntara

         - Não. Sou de Londres. – peguei uma de suas mãos e a girei – Vim só para ver o meu primo se formar e depois de amanhã já estou indo embora.

         - Ah, que pena. – ela entristeceu-se – Veio com seus pais?

         - Meus pais morreram quando eu tinha três anos. Moro com minha avó e minha madrinha. E elas não vieram. – sorri de canto

         - Ah, perdoe-me. Não... – eu a interrompi

         - Tudo bem.

          Dançamos até a música acabar. A minha vontade era de tirar a sua máscara e poder ver sua face. Saber quem era ela. Sei que não passava de uma noite e nunca mais iria vê-la. Mas, eu precisava saber quem era ela. Ela foi puxada por duas garotas, se eu me recordo, são Cindy e Mary. E foi tão célere, que mal tivemos a chance de ter um último contato. Eu queria poder saber, ao menos, seu nome. Para que, ao amanhã de manhã, recordar do acontecimento da última noite e dizer que foi um dos melhores momentos da minha vida.

        Fitei o chão e vi algo, um objeto tão pequeno e o peguei. Era um bracelete composto por três R.  Ao olhar aquela peça, evoquei em minha mente que aquele bracelete estava no pulso daquela dama, que nem sei, ao menos, o nome. Esta, seria a ultima lembrança que eu teria da dama de branco.

Rosalie’s POV

        Desci as escadas com cautela, e percebi que todos estavam me observando. Distraída, observando os detalhes da festa, alguém me dispersou dos meus pensamentos.

         - Que bela entrada. – Envergonhada, sorri para o chão. – Me concede esta dança, senhorita? – inclinou-se, estendendo a mão como um “convite”. Eu aceitei.

         Dançamos uma música bonita. Não me recordo o nome, mas eu a conheço. Ele tentava puxar assunto. Eu tentei lhe responder da melhor forma, apesar de estar nervosa. Nenhum menino chamou-me pra dançar, jamais. Eu não sou bonita, tirando meus olhos azul-esverdeados. Cindy e Mary sempre estavam arrumadas e embelezadas. Sempre fui o patinho feio da família. Ah, mas que besteira Rosalie! Ele só está tentando ser agradável. Minha mente diz isso, mas, meu coração pensa totalmente ao contrário.

       Depois da dança, fui puxada por duas pessoas que não reconheci. O garoto coitado, ficou sozinho, o deixei ao menos dar um até breve. Distante o bastante dali, me virei para ver quem me puxava.

       - O que vocês duas querem? – me referi a Cindy e Mary.

       - Mamãe está te chamando. – disse Cindy – Parece que é urgente. – Mary completou.

       - Tudo bem. Estou indo. – me dirigi onde Helen estava.

       - Mary e Cindy disseram que você queria falar comigo.

       - Ah. Aí está você. – Helen disse ingenuamente – Bridget ligou, articulou ela que estava passando mal. Quer que eu a leve para casa? – ela sorriu falsamente

       - Sim, por favor. – disse desesperada.

        Nós apressamos para voltarmos. Como estava muito álgido, Helen ligou o condicionador. Eu fitava as janelas do carro, fazia de tudo para evitar os olhares daquela mulher. Quando estávamos perto de casa, ela puxou conversa.

        - Sabe as suas compras, Rosalie? – eu a encarei – Mary desfez-se delas. Eu me orgulho da minha filha. Aquelas roupas são desagradáveis. Mas, se você gosta... Não adianta falar pro seu pai, você não tem provas. Mandei repor tudo no lugar. Peça por peça. Agora, não banque a superior pra cima das minhas filhas. Você não é nada – ela sussurrou a última palavra – É só uma menininha mimada e ridícula. – ela parou o carro – Espero que tenha entendido.

       Desci do carro e bati a porta com força. Corri para dentro de casa, lágrimas corriam pelo o meu rosto. A minha maior preocupação era Bridget. Procurei-a em todos os cantos e não a achava. A minha última tentativa foi o seu quarto.

      - Bridget! – gritei seu nome quando a vi. Fui correndo abraçá-la.

      - O que houve pequena flor?

      - Está tudo bem? O que houve com você? – perguntei preocupada. Minha maquiagem devia estar num estado detestável.

      - Comigo? Eu estou bem! – ela disse sem entender o que eu estava falando – E você? Por que está chorando? – ela fez-me sentar

      - Helen disse que você estava passando mal. E depois me disse coisas hediondas no carro.

      - Aquela mulher mentiu. Ah minha querida, você não deveria ter acreditado. – ela puxou-me para um abraço. – Tudo bem. Já passou. Vá tomar um banho para relaxar e depois, se quiser, venha dormir aqui. Eu ajeito uma cama para você.

           Fiz o que Bridget dissera. Enfiei-me debaixo do chuveiro e fechei os olhos. Queria esquecer que existia, apenas por um momento. Entrar num mundo imaginário, onde todos são felizes, mesmo sabendo que isso não irá acontecer. E assim o fiz. Fiquei lá por um tempo e depois resolvi voltar ao mundo real. Enquanto me secava, percebi que perdi a minha pulseira. A única lembrança que tinha da minha mãe.


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharam, por favor! :)