Criando Um Monstrinho escrita por Ibelleun


Capítulo 5
Uma conclusão.


Notas iniciais do capítulo

Erm oi. =-=
Passando aqui pra dizer novamente: Eu não morri, pela infelicidade de alguns.
Enfim, postando aqui mais um capítulo, ando enrolada com a escola então tempo me falta, não me apressem ou reclamem do tamanho do capítulo.
Boa leitura.



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Sinceramente, não sabia mais como eu estava aguentando tudo aquilo. Uma semana já havia se passado desde o mico então.


Lá estava eu, em minhas manhãs, recebendo um beijo na testa de minha mãe enquanto tomava meu café. Meu pai? Hm, lembro de não tê=lo citado ainda. Meu pai é um biólogo, porém, daqueles caras que viajam muito para diversos lugares para estudar os modos de vida animal - e talvez vegetal - de cada local. Minha mãe trabalha em uma imobiliária se não me engano... E por ironia, talvez do destino, eu sou filha única.

Prossigamos ao caminho da escola.

Desde o dia do mico, Lupus parou de me espiar. Que sabe, havia se tocado o quão desinteressante eu era. Mas isso não impedia de trombarmos de vez em quando, afinal, estudávamos na mesma escola e ele havia mesmo mudado para minha sala. Fiquei sabendo até que o mesmo ameaçou o diretor - que é um molenga medroso - para que não houvesse impedimentos de seu querer.

Preciso mesmo detalhar o caminho da escola? Ok, prestarei atenção em coisas que geralmente não presto, sintam-se honrados. Ou não.

Era Outono; as ruas estavam lotadas de folhas secas. Estava seguindo meu caminho por uma rua inclinada; depois de subir e descer aqueles quinze degraus eu já não esperava nada de mim mesma.

Haviam vários estudantes subindo a rua também, afinal, a escola era bem no alto daquele morro. Em meu lado direito era possível ter a visão do mar calmo, pois já estava num ponto demasiado alto.

Suspirei aliviada ao ver o portão da escola. O quão cansativo era andar por diversos minutos para uma nerd baixinha e de pernas curtas? Vocês nem imaginam... Pelo meu azar, o dito-cujo estava encostado na parede à esquerda do portão.

Queria entender muito o fato de não ter ido com a cara dele. Será que era porque ele é um valentão metido a macho e acha que pode comandar tudo e todos? Quem sabe e... Cruzes, estou me importando demais com o restante. Meu foco é apenas estudos, se concentre Mari.

Procurei não me importar muito, passei reto sem sequer olhá-lo. O outro já havia cessado aquela perseguição ridícula e isso era o que realmente importava.

Tudo voltara ao normal? Eu adoraria, mas infelizmente não era possível apagar a memória das pessoas que assistiram tudo. Então, meu mico estava gravado por tempo indeterminado na mente de quem pôde ter a possíbilidade de assistí-lo. Porém, finalmente eu teria um pouco de sossego para ler, estudar, ficar em paz... Pelo menos isso era o que eu pensava.

Adentrei na sala pelas portas do fundo e era relativamente cedo. Acomodei-me em meu lugarzinho no fundo, aproveitando o silêncio do local para ler um pouco. Ah calma, paz, tranquilidade... Eu amo vocês três.

~x~

Já estavamos no finalzinho da terceira aula, na qual o professor havia dado ao restante cinco minutos finais de papo e descanso das centenas de partes da lousa que o mesmo encheu de matéria em meras duas aulas seguidas.

Todos conversavam, mas um pouco distantes de mim e o senhor valentão ao meu lado. Não podia negar; éramos uma dupla de esquisitões. O valentão então usa os punhos para se defender, mas e a espécie rara de nerd com olhos heterocromaticos? Ela usa o raio laiser do olho vermelho, vá Mari, aniquile todos e-...! Ignorem.

Eu, para falar bem a verdade não ligava e ignorava qualquer um que me encarasse. Já o dito-cujo mostrava grande incômodo por aquele fato. Parecia que levantaria a qualquer momento e encheria alguém de boas bofetadas. Ri mentalmente enquanto imaginava a cena e... Ah meu Deus, estou virando uma sádica.

O sinal bateu ligeiramente e o pessoal da sala saiu parecendo mais um rebanho de bois em fúria. Ou talvez elefantes... Aquele poder destrutivo todo me assustava.

Obviamente, aguardei todos saírem para evitar que me atropelassem; não seria nada legal ver uma nerd azul amassada no chão, é. Dirigi-me ao pátio exterior da escola, sentando no banquinho de sempre. Pela primeira vez, não havia visto o dito-cujo no intervalo ainda, o que era estranho, já que ele não havia companhia pelo que fui obrigada a notar pelos dias em que ele me perseguiu.

Suspirei; havia levado um livro para o intervalo, porém, vontade me faltava de lê-lo. Estaria doente? Quem sabe... Só sabia que sentia algo apertar em meu peito, e meu corpo estava um pouco tenso. Sem contar minha respiração pesada.

Isso era a tal aflição e agonia em que li muitas vezes sendo descrito em livros? Estava inquieta, e isso de certa forma era incômodo. Mas por que eu estava assim? Automaticamente, meus ouvidos também estavam atentos; podia ouvir o ranger do tronco da árvore atrás de mim, quando a mesma se movia por causa da leve brisa.

Minha atenção logo se virou ao beco à minha esquerda. Ouvia sons, apesar de não conseguir distingui-los.

Tomada pela curiosidade, caminhei em passos curtos e discretos até a dobra do beco, onde espiei de esgoela a parte oculta.

Meus olhos se arregalaram; haviam quatro rapazes lutando contra adivinhem quem? É claro que estou falando do dito-cujo. Era uma coisa realmente... Violenta... Lupus estava apanhando... E eu apenas permaneci escondida, espiando. Apesar de - pensar - não me importar com ele, eu não poderia simplesmente deixá-lo apanhar... Quando pensei em intervir, me surpreendi com a mudança repentina nos lados.

Seus olhos aparentaram adquirir uma coloração vermelha viva, enquanto um urro deixou seus lábios. Ele investiu sobre os rapazes sem dó, numa velocidade incrível. conforme ele dava diversos socos no rosto e estômago do primeiro rapaz, um segundo apareceu. Minhas mãos se apertaram na saia, claro que estava pensando em intervir novamente, mas ele não parava de me surpreender.

Lupus segurou na gola da camiseta do primeiro rapaz e o jogou com força sobre o segundo! O terceiro e quarto não hesitaram em tentar espancá-lo após o acontecimento.

Depois de ter espancado o terceiro até deixá-lo inconsciente, ele se defendia do quarto. Achei que ele apenas daria alguns socos no último para atordoá-lo e fugir, mas a violência estava indo muito além... Segurou-o pela gola e o jogou contra a parede, depositando muitos socos no rosto ferido do cara.

Tapei minha boca horrorizada; em pouco tempo o líquido rubro estava presente nos punhos do loiro e na face do quarto garoto.

– Lupus... - Inconscientemente, minha voz escapou de meus lábios semiabertos, chamando a atenção do maior. - Já chega...

Um silêncio angustiante percorreu o beco. Meu coração ficou a mil, juntamente de minha respiração descompassada; Eu estava com medo dele... Talvez pela primeira vez. Lupus não estava normal. Nem quando livrei o garoto-azul-uke, ele não estava desta maneira. Parecia sedento por sangue, assassino.

Ele se virou para mim, jogando o corpo do garoto inconsciente no chão. Seu olhar estava como um cálice transbordando de sangue, cheio de ódio como adoçante.

Recuei alguns passos para trás, conforme ele caminhava em minha direção. O que fazer? Imaginei mesmo que ele me bateria... Não, me espancaria... Porém, ele apenas passou reto, fazendo um peso imenso sair de meus ombros.

Não me atrevi a olhar para trás. Fitei os garotos inconscientes no chão por algum momento e... Cheguei a conclusão que... Ele era realmente mais perigoso do que pensei.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
Kissus.~