Pov's Annabeth

Eu já estava ficando cansada desse meu verão. Tudo bem que eu tinha plena conciência de que tudo isso seria um tédio - E tinha como não ser? -, mas correr atrás de Guaxinins não havia passado pela minha cabeça.

A questão é: Quem foi que tirou todas as proteções que eu havia colocado no ninho das tartarugas? Porque, pelo que eu me lembre, era quase impossível de algum animal (mesmo que minúsculo), entrasse ali.

–Hã... moça? - Uma voz soou atrás de mim. Me virei subitamente, dando de cara com um homem que eu nunca vira. - Sou do Aquário, e vim aqui colocar a gaiola.

–Foi você quem tirou as coisas de cima daí? - Questionei.

–Ér... foi sim. Com licença? - Meio atordoada dei espaço para ele. Tudo estava muito estranho. Principalmente se levarmos em consideração, de que me disseram que demoraria muito tempo até alguém vir aqui.

–Eu pensei que vocês iriam demorar. - Comentei indo até ele. Estava com meus braços cruzados, vendo-o ajoelhado e inclinado em frente ao ninho de tartarugas medindo o local.

–E iríamos. - Ele suspirou se ajeitando, dando uma olhada em tudo o que já havia feito. - Mas acontece que um dos funcionários meio que nos obrigou a vir aqui.~

–Você faz ideia de quem é? - Perguntei mesmo sabendo a resposta.

–Sim, sim Percy Jackson. - Sorri ivoluntariamente. - Esse garoto já estava nos enchendo a paciência! - Revirou os olhos. - Não sei exatamente o porque, mas ele está viciado nesse lugar.

–Eu sei o porque... - Sussurrei pra mim mesma, mas sem querer ele ouviu. Ao julgar pela minha cara de boba apaixonada, posso adivinhar que ele sacou tudo. - Escuta, será que ele está no Aquário?

–A uma hora dessas? - Ele sorriu desdenhoso -, provavelmente deve estar jogando. Aconselho ir logo, daqui a alguns minutos a partida termina e ele tem trabalhar.

–Ele vive nesse Aquário... - Murmurei.

–Ah não! Ele vai para a Oficina. Ele também trabalha como mecânico. - Arqueei uma sombrancelha -, ele tem mil e uma utilidades. - Brincou.

–Eu vou indo lá então. - Ele concordou com um leve sorrisinho. - Ei, vê se faz tudo direitinho, Ok? Esses filhotes são importantes pra mim.

–Por quê? - Quis saber.

–Porque foi por causa deles que eu o conheci. - Murmurei.

Como eu já estava 'na praia', a única coisa que tive que fazer era seguir direto para a esquerda. Logo dei de cara com o Cabeça De Alga sem camisa, jogando Volleyboll. Rolei os olhos. Será que esse garoto não cansava não?

Fiquei alguns minutos vendo-o jogar, até que decidir fazer algo. Poxa, eu estava na Karolina Do Norte a uma semana, e não tinha vizitado nada. Talvez seja porque todos os problemas impossíveis de se acontecer nessa cidade, aconteceram justo quando vim aqui. Talvez não. É, tanto faz.

Andei um pouco, até havistar uma loja de música. Literalmente de música. Dei de ombros e fui até lá. CD's de Vinil, pulseira com enfeites de notas musicais, dentre outras coisas se encontravam ali. Observei a capa de um dos CDs dos Beatles, e assim que guardei de volta, me dei de cara com... Thalia.

Fui até ela meio sem saber o que fazer. Fazia dias que não nos falávamos, e além disso, todos me aconselhavam a manter distância.

–Thalia! - Gritei, vendo-a sair do lugar aonde estava.

–Vai em bora daqui! - Gritou em resposta. -Eu vi como você olhou pra ele!

–Como eu olhei pra quem? - Interroguei.

–Pro Nico! Eu vi como você olhava pra ele.

–Thalia, esse cara é um nojento, como você pode...

Piiii Piiii Piii!

O alarme de roubo havia sido desparado. Eu estava na porta da loja, indo atrás de Thalia quando ele tocou.

–Podemos olhar a sua bolça, moça? - Um funcionário perguntou.

–Pode. - Dei de ombros.

Ele começo a revistar, quando tirou de lá uma pulseira. Arregalei os olhos. Filha da mãe! Olhei para fora, vendo Thalia abrir um sorriso maldoso. É, tinha sido ela mesma.

–Ér... - Eu não sabia o que dizer. Certamente que eles não iriam acreditar em nada do que eu dissesse.

–Sinto muito, mas terá que me acompanhar. - Falou, me puxando pelo braço, em quanto eu tentava inutilmente, me explicar.

. . . . . .

Tudo o que eu menos queria, era estar aonde eu estava. No carro, em silêncio, com meu pai dirigindo, magoado e incrédulo. Matt me olhava com reprovação, e pela primeira vez na vida, senti vontade de chorar.

–Matt, saia do carro. - Frederick pediu assim que estacionamos. Suspirei vendo meu irmãozinho obedece-lo.

–Eu fiz isso uma vez... - Murmurei. - Eu roubei uma coisa. Mas eu não fiz isso aqui pai, eu...-Annie, saia do carro. - Ele parecia nem me escutar. - Por favor. - Bufei abrindo agressivamente a porta.

Eu estava cansada. Cansada de ser subestimada pela minha própria família. Cansada de tudo. Eu queria ir em bora. Encontrar os velhos amigos problemáticos de Nova York e ser a mesma Annabeth 'fodona', que não se importa com a opinião dos outros, muito menos do que acham dela.

Cheguei em casa, e abri uma mala qualquer. Taquei todas as roupas que eu encontrava no meu Closet ou em cima da cama ali. Eu daria um jeito de voltar pra casa... disso eu tinha absoluta certeza.

–Annie podemos conversar? - Frederick perguntou vindo até mim.

–Não, pai! Não podemos! Você já deixou bem claro o que pensa sobre mim. Ah, quer saber? Eu vou voltar a morar com Athena. Ela pelo menos já se acostumou a me aguentar.

–Filha, não faz isso...

–EU SÓ QUERO QUE ACREDITE EM MIM! - Gritei me virando para ele. Sentia meus olhos arderem, e lágrimas pedirem para escorrer. No entanto, eu tentava me segurar.

–Eu acredito. - Murmurou. - Caso contrário eu teria te deixado naquela delegacia, passando a noite na cadeia.

Por um momento, senti que ele realmente acreditava em mim, e então me calei. Respirei fundo e retirei todas as roupas de dentro da mala.

–Hoje nós três faremos o jantar, então é melhor se apressar. - Me informou antes de sair do meu quarto.

Esse verão está me surpreendendo demais, e não estou gostando muito, na verdade. Um garoto chamado Percy Jackson vive colado em mim, meus pais pararam de encher tanto a minha paciência, e Matt está ficando até legal.

É tem alguma coisa errada nisso tudo...