Darkness In My Life escrita por Luiza Payne


Capítulo 6
Capítulo 6




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Olivia

Estava deitada em minha cama, olhando para o teto, pensando em tudo o que aconteceu hoje.

Me lembrei do toque gelado de Daniel.

Eu já conheci pessoas frias, mas ele ultrapassava totalmente ate Mason, um garoto que conheci no internato que odiava blusas de frio.

Daniel era tão gelado que parecia ate um cadáver, não que eu já tenha visto um, mas é o que as pessoas falam.

Me lembrei também da hora do jantar, quando olhei para Sarah e ela parecia desaparecer aos poucos..

Meu Deus, acho que estou ficando maluca, como Sarah poderia desaparecer de uma hora para a outra?

Daniel

Encontrei outra coisa que me deixa irritado nessa de ser um monstro.

Sempre quando uma pessoa normal chora, ela sente sono, ou se deita e dorme para esquecer o problema.

Bom, eu não posso fazer isso.

Eu realmente adoraria ter caído no sono após sentir como é essa coisa de chorar sendo um canibal, bom, na verdade eu tentei, fiquei deitado na confortável cama com travesseiros de plumas uns 15 minutos, ate me lembrar de que vampiros não dormem.

Senti ódio por não poder ao menos dormir e me esquecer da vida horrível que levo por quatro ou cinco horas.

Me levantei e fui ate a porta do meu quarto, ia sair pra fazer qualquer coisa que esvaziasse minha mente, abri a porta e me deparei com uma carta no chão.

‘’normalmente os entregadores colocam as coisas na porta da casa e não do quarto’’ pensei, ai lembrei que não recebo cartas a um bom tempo.

Peguei a carta do chão, ela foi embrulhada com um papel bege e tinha cheiro de margaridas, a abri e vi a mensagem em uma caligrafia perfeita

‘’Oi amor.

Finalmente te achei, depois de todo esse tempo!

Sei que a entrega não foi uma das mais normais, mas você sabe como eu odeio ser normal, não é?

Bom, vamos marcar de sair, tomar um chá ou sei la, me chama se quiser conversar ok?

Estou morrendo de saudades!!!

Ainda se lembra de mim, não é?

Beijos, Alicia’’

Alicia, depois de tudo o que me fez essa vadia ainda acha que tudo esta ótimo entre nós.

Alias um ‘’nós’’ que nunca deveria ter existido.

Amassei o papel e o joguei no pé da escada.

Me virei para voltar pro meu quarto, a raiva crescendo dentro de mim

- depois de todo esse tempo ainda esta bravo comigo? Hm hm, achei que fosse mais maduro do que isso Daniel – aquela voz veio ate os meus ouvidos, me virei e olhei para o pé da escada, sentada no corrimão estava uma garota com longos cabelos louros e olhos castanhos segurando um papel amassado, a ultima pessoa que eu gostaria de ver.

- não lembro de ter deixado você entrar na minha casa – falei, tentando manter a voz calma

- nossa, você ainda esta bravo, a, esquece isso Daniel, faz tanto tempo – Alicia fez cara de tédio e desceu do corrimão, ela usava saia preta, salto e uma blusa branca regata – olha, porque a gente não esquece tudo e vamos tomar um café? – ela sorriu

- devolve a minha vida e talvez eu pense em ir com você, sua cachorra – fechei as mãos com força, como se fosse socar a parede, comecei a descer as escadas

- umm, palavras feias – ela franziu a testa e balançou a cabeça, negando – a para com isso Daniel.

- você.destruiu.a minha.vida

- não acredito que to ouvindo isso...

- você matou minha família... – estava a vinte degraus acima dela

- para com isso vai, que frescura – Alicia me interrompeu e colocou uma mão na cintura

- meus amigos... – dez degraus

- você sabe que eles só eram seus amigos porque você era popular – ela revirou os olhos

- e Violett – cinco degraus

- a, qual é Daniel, você sabe que essa garota so ocupava seu tempo – senti um calor enorme dentro de mim, meus dentes se expandiram, o ódio tomou conta de mim e pulei em direção a Alicia com os dentes prontos para fincar seu pescoço, mas ela não estava mais la quando cheguei, me apoiei no corrimão, a cabeça girando.

- tsc,tsc, sabia que não é certo voce morder pessoas Daniel? – ouço a voz de Alicia atrás de mim e me viro, ela esta encostada dois degraus acima de mim, a minha esquerda, sua voz faz minha cabeça girar mais.

- sua vaca, cachorra, filha da ... – Alicia ergue a mão direita e sinto como se uma mão invisível tapasse minha boca, me impedindo de acabar a frase.

- a mãe não – ela abaixa a mão

- sai da minha casa – só agora, segurando no corrimão percebo que estou tremendo

- não antes de ter meu namorado de volta – ela fala de um jeito serio

- você matou seu namorado!

- tem certeza? – minha visão embaça e minha cabeça começa a girar mais rápido.

E, de um segundo a outro percebo que estou na escada da casa dos meus pais.

Olho para baixo e estou com a jaqueta do colégio, observo minhas mãos e percebo que minha cor voltou a mesma que eu tinha antes de morrer, passo a língua nos dentes, meus dentes caninos não estão mais pontudos, sem perceber, sorrio.

Observo o local, é com certeza a casa dos meus pais, o mesmo sofá vermelho, a mesma escada de madeira, as mesmas cortinas desbotadas, a mesma casa.

Desço as escadas e ouço barulho de água, como se estivessem lavando a louça, penso em uma hipótese.

- mãe? – grito em direção a cozinha, seu local favorito quando estava em casa

- Daniel? – a felicidade em ouvir sua voz faz com que lagrimas brotem dos meus olhos, ouço o barulho da água parar e paços curtos vindo ate mim – a querido porque esta chorando? Te machucaram no treino? – minha mãe pergunta quando chega ate a sala de estar, ela deixa o pano de prato em cima da mesa de vidro e se aproxima de mim com os olhos cheios de compaixão, ela me abraça e eu retribuo, o cheiro de seu cabelo, o toque de seu corpo, as lagrimas escorrem sem pedir licença, é mesmo ela.

Estava tão envolvido em seu abraço que não percebo a mudança repentina de cenário, então minha mãe fica mais leve e começa a se esvair em fumaças, ergo os olhos assustado e percebo que estou novamente na minha casa, novamente pálido e novamente sem família.

- que lindo reencontro familiar, me da ate vontade de chorar – quase havia me esquecido de Alicia – é uma pena que eu não seja mole.

Olho para Alicia, sem palavras.

- como... ? – pergunto assim que me lembro de como falar

- querido, eu te matei, eu posso trazer sua vida de volta – ela me olhava com interesse – só vou querer uma coisinha de voce, nem é tão difícil – ela descia os degraus enquanto falava

- o que? – estava nervoso mas mesmo assim perguntei, ela parou na minha frente

- seu coração 


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