Quinn P.O.V

São sete da manhã de um domingo e eu estou no melhor do meu sono após uma noite longa. Agora eu pergunto quem seria o ser iluminado que estaria me ligando a essa hora? Vou ficar na curiosidade, porque é obvio que eu não vou atender.

Mas e se aconteceu alguma coisa com a Beth? E se aconteceu alguma coisa com a minha princesinha? Merda, é melhor eu atender. Me levanto pé ante pé e caminho até a sala, atendendo o celular.

— Alô? – perguntei ainda tentando modular minha voz de sono.

— Quinn? Ainda bem que você me atendeu! – Voltando a pergunta de quem seria o ser iluminado? Quem chutou Rachel Berry acertou. E espera, com quem eu to falando?

— Rachel, me diz que tem algum motivo muito sério pra você estar me ligando as sete da manha de um domingo! – eu resmunguei impaciente.

— Tem! Me desculpa ter te acordado Q, mas eu realmente preciso falar com alguém e eu acho que só você pode me ajudar! Eu to surtando! – ela praticamente gritava no telefone.

— Tudo bem Rach, pode falar – suspirei sentando no sofá e colocando os pés para cima.

— Então, eu fui pra Ohio ver o Finn... Você sabia que ele estava lá? – não soou como uma pergunta, mas sim como uma afirmação.

— Sabia – suspirei e ela gemeu.

— Como sabia? Como assim você sabia? – e voltamos a Rachel maluca.

— Isso não vem ao caso no momento, sobre o que você quer falar mesmo? – tentei mudar de assunto e terminar a conversa logo. Quero dormir saco.

— Então, eu fui até Ohio falar com Finn, mas eu não acho que tenha sido uma boa ideia, já que nós discutimos e não resolvemos praticamente nada...

— Não? Mas vocês ao menos decidiram se vão ficar juntos?

— Não, nós não conversamos sobre isso, mas eu já me decidi... Eu não acho que o Finn e eu ainda tenhamos chance de ficar juntos, quero dizer, ele me escondeu que estava em Ohio! – ela soluçou – Se ele me amasse mesmo ele teria me procurado de alguma forma!

Por mais que eu adorasse Finn, eu concordava que essa atitude dele não havia sido correta. Mas ele tinha seus motivos, e eu tinha que respeitar.

— Te procurado de que forma Rach? Você queria que ele tivesse ido ate NY pra te encontra de agarração com o gostosão da NYADA? – ok, melhor fazer os ânimos dela mudarem, senão...

— Quinn, o Brody e eu só nos beijamos uma vez... Antes disso eu me mantive fiel ao Finn. E quer saber? Eu to começando a achar que não deveria ter te contado sobre isso! – er... Não deu certo.

— Eu estava só brincando, desculpa Rach. – me apressei em pedir – Mas agora me diz uma coisa, você quer algum conselho sobre o Finn ou você só queria desabafar?

— Nenhum dos dois... Eu quero te contar sobre uma coisa estranha que aconteceu comigo. – danada, sabe atiçar.

— Pode falar... Mas seja breve porque eu pretendo voltar a dormir. – e estou curiosa.

— Então, quando eu estava em Ohio eu fui encontrar o Finn na escola, e ele está treinando o coral. E parece que eles irão fazer Grease para o musical desse ano. Ai o Artie nos pediu para cantar uma música com os dois calouros que farão Sandy e Danny, porque como você sabe Finn e eu temos uma química incrível e o Artie queria que nós mostrássemos a eles como fazer Grease. e enquanto nós quatro cantávamos... Quinn, eu tive um sentimento tão estranho sobre eles?

Estamos falando em códigos do exercito americano? A criatura me liga as sete da manhã de um domingo para me falar em sensações estranhas e sei lá mais o que... Procura uma benzedeira.

— Rachel, você pode fazer suas palavras fazerem sentido, por favor? Me explica isso direto, que tipo de sensação e com quem? – suspirei e ela bufou.

— Enquanto cantávamos, eu tive uma sensação com a Marley e o Ryder, os calouros que farão Sandy e Danny. – Marley? Ryder? O que esses pais andam pensando?

— Ta legal mas, que tipo de sensação? – perguntei, tentando chegar a algum lugar. Sério, eu quero dormir.

— Uma sensação de que já os conheço, entende? Como se eu fosse próxima a eles, ligada a eles, mas eu tenho certeza que jamais os vi na vida. Eu nunca senti algo assim. E Quinn... Eu não consigo sequer listar o tanto de semelhanças que eu via neles entre eu e o Finn. – disse ela num fôlego e eu fiquei algum tempo parada.

— Será que você não está projetando você e o Finn neles? – perguntei, usando um pouco de minhas aulas de psicologia.

— Não sei Quinn, não parecia isso... – disse ela com a voz trêmula – Era algo bem diferente, algo que eu não consigo entender... a menina, Marley, ela chorava por algum motivo. E tudo que eu queria era abraçá-la e dizer que ia ficar tudo bem, que ninguém nunca ia fazer mal a ela e...

— E que você estaria ali para tudo que ela precisasse? – perguntei e ela murmurou um sim – Rachel, é o que eu sinto toda vez que eu vejo a Beth.

— Mas ela é sua filha Q, e eles não são nada meus. Eu sequer os conheço. – choramingou minha amiga e eu suspirei.

— Por isso meu conselho é procurar uma benzedeira das poderosas e ver se ela ajuda. – eu disse em voz séria e ela riu um pouco – Agora posso dormir Berry?

— Pode Q... Obrigada por me ouvir. – disse ela.

— De nada... Ligue sempre que quiser, depois do meio dia. – eu disse e ela riu, enquanto desligávamos os celulares.

Larguei o aparelho sobre a cômoda do quarto e praticamente me larguei na cama, sentindo dois braços fortes me envolverem.

— Bom dia loira gostosa. – sentia seu hálito quente na minha nuca enquanto ele sussurrava com a voz rouca.

— Bom dia. – respondi me virando de frente para ele e selando nossos lábios.

— Quem era no telefone?

— Rachel.

— E o que minha princesinha judia americana queria? – perguntou Puck apoiando a cabeça e um braço e me abraçando com o outro.

— Nada demais, só as paranóias de sempre. A propósito, ligue para o Finn, aparentemente eles terminaram. – respondi passando o dedo pelos contornos de sua tatuagem.

— Tem que ser agora? – perguntou com um bico fofo – Eu tinha idéias bem melhores.

— Talvez depois Puck, mas agora tenho outros assuntos... – disse me sentando – Eu quero ir para Nova York essa semana ver a Beth, estou com saudades dela.

— Eu também estou... Eu ligo para Shelby e vamos amanhã, que tal? – propôs ele me encarando e eu suspirei.

— Tem outras coisas... – eu o encarei – Puck, você não pode ficar vagando por ai assim. Você precisa achar um rumo. LA não deu certo, Nova York não deu certo, aqui em New Heaven também não... Puck, eu acho que você devia voltar para Lima.

— Pra que? – perguntou ele se levantando – Para ser um Lima Loser, assim como você sempre disse? É isso?

— Quantas vezes eu vou ter que dizer Puck, você não é um Lima Loser. – eu disse parando a sua frente e segurando seu rosto – Finn se reencontrou em Lima, e descobriu a vocação que ele estava procurando. Você andou bastante Noah, mudou bastante... Quem sabe não se reencontre?

— Acho que você só quer me mandar embora para não ter que assumir que estamos juntos. – reclamou ele e eu suspirei.

— Noah, nós jantamos alguma vezes e bom, noite passada foi ótima. Mas não sei se estou pronta para tentar de novo um relacionamento entre nós dois... – admiti com um sorriso torto – Você está confuso, por mais que negue. Outro dia eu vi que você ficou meio balançado com a Shelby.

— Se eu voltar para Lima... – começou ele.

— Eu estarei bem aqui te esperando. Promessa. – garanti segurando sua mão e lhe dando um selinho – Agora podemos dormir? Eu to exausta.

— Te deram trabalho é? – perguntou ele rindo, enquanto me pegava no colo e levava para o colchão.

— Você nem imagina. – brinquei enquanto nos acomodávamos novamente aos lençóis.

— Amanhã vamos a NY... E de lá eu pego o trem para Ohio. – murmurou ele beijando meus cabelos e logo os dois dormiam novamente.