Abri a porta, e enfim, entrei. Lá estava eu, novamente em casa. Aquele velho lugar costumava me dar arrepios, apesar de ser uma casa organizada e bonita, era muito velha e realmente me assustava.

Eu andava em direção ao jardim, queria falar com Dave, talvez falar sobre a minha nova vizinha e rirmos por causa do comportamento da menina.

Mas não encontrei o garoto. Ele não estava lá.

–Me procurando?-Logo então uma voz firme surge atrás de mim, e bem perto de meus ouvidos.Era a voz de Dave.

Estremeço assim que a escuto, e me viro rapidamente para olhar o garoto.

–V-Você e-estava a-aí?-Gaguejo, nervosa e um tanto assustada.-B-Bom...Me a-ssustou um p-pouco...

–Desculpe.- Ele respondeu. -Então quem estava á tocar a campainha era a sua vizinha?As roupas delas são esquisitas, ein?

–V-Você a viu?Como?- Perguntei.

–Eu estava na sala, quando você abriu a porta e falou com aquela menina.Em falar nisso, você comeu o cupcake?

–Não o vi, você não podia está lá.

–Nunca duvide de uma espécie de espírito, nós sumimos sempre quando queremos, então não discuta!Ha ha. -Ele disse, sorrindo sarcástico.-Mas então, você comeu o cupcake?

–Porque você quer saber se eu comi o cupcake, Dave?

–Sei lá.-Ele deu de ombros.-Você comeu?

–Não.-Ri.-Tá na cozinha, vou comer agora!-Falei, deixando Dave lá. Era falta de assunto ou ele estava meio sem sentido?

Me dirigi até a cozinha, pegando o pequenino doce que se encontrara na bancada do local, e dando uma bela mordida.

–É bom?-Dave, de repente, aparece na cozinha, me assustando.

–É melhor parar de ficar me dando sustos, Dave!-Falei.

–Tenho culpa? Você que é distraída demais.-Ele deu de ombros.- Hey, tá suja.- O garoto se aproximava de mim.

–Suja? O que?-Deixei o cupcake de lado, o olhando com interrogação.

Dave se aproximava de mim, fiquei um tanto nervosa. Sem motivos, comecei á corar desesperadamente, talvez por causa de estarmos um tanto muito perto um do outro.

O garoto então acaricia minhas bochechas e então leva as mãos em torno de meus lábios.Passando um dos seus frios dedos sobre o lado de meu rosto.

–Isso.-Ele disse.

Fiquei meio em transe, e sem entender nada.

–O-O q-que?-Perguntei, gaguejando.

–O glassê!-Dave respondeu, se afastando então de mim e mostrando seu dedo indicador, que estava sujo com a cobertura avermelhada do cupcake.-Sua boca estava suja dele.

–Ah.-Finalmente entendi, ficando um pouco nervosa.

"O que eu pensara que ele iria fazer?Nossa, devo estar viajando."–Pensei comigo mesma.

–E então, o cupcake é bom? -O garoto então perguntou, me tirando de meus devaneios sem sentido algum.

–É saboroso!-Sorri, tímida. E ainda um pouco confusa e nervosa.

–Hum...Está estranha.-Dave opinou.

–O-Oi? Q-Quero d-disser, n-não é n-nada.-Porque eu fiquei assim? Porque fiquei nervosa só por causa de que ele ficou mais perto de mim do que o normal e tocou minha face?

De repente, a porta de casa é aberta. Mamãe e papai haviam chegado. Olho para o lado, e vejo que Dave não está mais lá.

–Oh, olá minha pequena!-Disse mamãe ao me avistar.- O trabalho terminou mais cedo hoje, hehe.-Alexia sorriu simpática.

–Ah...-Falei, sem resposta.-Assim poderão descansar mais um pouco, não?

–Mas hoje foi mais um dia cansativo de trabalho! E só 3 horas á mais não seriam nada.-Respondeu meu pai.

–Querido, obvio que seria! Todos aqueles papeis, todos aqueles textos para analizarmos...Irei tomar um banho, para relaxar.-Minha mãe falou, se retirando de lá.Apenas assenti.

–Bom, eu também irei. Se vemos no jantar, filha.-Disse John, saindo de lá também.

Subi para o meu quarto, por não ter mais nada o que fazer. Tomei um banho rapido e me vesti, indo então para o jardim.

Já estava anoitecendo, e o céu estava relativamente bonito. As árvores dançavam e fortes ventos circulavam pelo jardim. Era lindo de se ver.

Eu estava com mais um livro, para enfim, lê-lo lá. Acho que é isso que os outros acham mais estranho em mim, só dou atenção aos livros, e sempre tenho um comigo.

Encostei-me em uma árvore, e abri as páginas do livro que escolhi para ler.

Passei algumas horas o lendo, Dave nem seguer apareceu por ali. Minha mãe fazia o jantar e papai cuidava de algumas coisas do seu trabalho.

–Filha, o jantar está na mesa!-Alexia veio em meu caminho, avisando-me então para ir jantar.

Jantamos e ficamos conversando sobre o trabalho de meu pai e minha mãe.

Assim que terminei, fui rapidamente dormir.Eu estava com sono, e amanhã seria um longo dia.