POV por Kemilly

Os três dias em que eu passei no Resort foram os melhores da minha vida, além de curti bastante o mar caribenho, a cordialidade das pessoas da ilha, a comida, nadar com os golfinhos e aproveitar muito, ao lado dos meus amigos e do meu namorado. Eu não poderia pedir mais nada a Deus que já estava agraciada com sua bondade, me dando essas férias mais do que especiais. Hoje era o dia da nossa volta para Miami, eu não queria partir, mas eu sabia que uma hora minha farra tinha que a acabar, e eu teria que voltar a minha rotina normal, ou melhor, a minha nova rotina, já que eu não tinha mais escola.

O Derick voltaria no mesmo voo em que eu, e a turma do colégio iríamos. Por sorte faltou dois ex – alunos e sobrou lugar. O ruim foi eu ter que dar uma boa grana para o energúmeno do Anthony já que ele tinha alugado o jatinho particular. Mas tudo bem, às vezes é necessário se fazer algumas renúncias em nome do amor. Partimos as 7:30 da manhã, e as 11:30 P.M estávamos na Flórida. Derick me levou até em casa, e depois foi para o seu apartamento, ficamos de nos falar mais tarde. Cheguei em casa, e por incrível que pareça as coisas estavam tranquilas, meu pai não implicou comigo, e nem fez perguntas desnecessárias.

A Nancy como sempre me recebeu super bem, eu sabia que pela minha felicidade aparente, ela tinha notado a alguma coisa diferença no meu olhar, mas sempre discreta não comentou nada. Tratei de tomar banho, e almoçar. Como estava um pouco cansada, eu voltei para o meu quarto e fui descansar um pouco em minha cama. Estava ouvindo Too Little Too late da JoJo, em meu Ipod. O volume não estava muito alto, por isso deu para eu ouvir algumas batidas na porta do quarto. Levantei-me e fui ver quem era. Dei de cara com a Nancy, ela me olhou como se esperasse uma permissão para entrar, e eu claro assenti com a cabeça. Assim que se acomodou em uma das poltronas no meu quarto, ela se voltou para mim, e se pronunciou.

– Ok, Kemilly! Eu vou sem bem direta. Aconteceu alguma coisa nessa sua viagem, que te deixou muito alegrinha para o seu normal. Será que dava pra você me contar ou eu vou ter que descobrir sozinha? – Ela perguntou, cruzando as mãos sobre a perna, e esperando a minha confissão. Eu sabia que ela estava desconfiada desde que eu cheguei, ela me conhece melhor do que ninguém. Eu não poderia escapar de seu instinto materno.

– Tá tão na cara assim? – Questionei afinal eu não podia estar dando tanta bandeira.

– Eu te conheço melhor do que ninguém minha menina, e sei quando a atmosfera a sua volta muda. E você chegou com um novo semblante, seu pai pode não ter percebido, mas eu sei que tem algo acontecendo com você. – Respondeu, me olhando firme. Ela tinha razão, já me conhece á 17 anos, não é a toa que sabe tudo que se passa comigo.

– Tudo bem, eu não sei esconder nada de você mesmo né? – Apertei meus dedos, encarei o chão. – Eu... Eu e o Derick... A gente transou. – Soltei de uma vez, e senti meu ar se esvair com a cara de susto que ela me olhou.

– VOCÊS O QUE? – Seu tom de voz se alterou, e percebi que ela não tinha ficado nada contente com a notícia que eu dei.

Como não tinha mais nada a perder, acabei contando toda a verdade pra ela, de como o Derick tinha ido parar nas Bahamas atrás de mim, até a nossa noite juntos. Ela me deu uma boa bronca, o que eu não esperava, já que esse papel é do senhor Thomas, mais do jeito que as coisas aconteceram, acho que eu meio que merecia ouvir o que acabei ouvindo.

– Vocês usaram camisinha pelo menos?- Já um pouco mais calma, ela me perguntou preocupada.

– Não foi preciso, eu tomo anticoncepcionais esqueceu? – Rebati em minha defesa. Eu não era tão irresponsável assim... Ou pelo menos eu penso que não sou.

– Ah claro! Mas sei também que a senhorita só toma esses remédios quando está naqueles dias, e o efeito que você espera pode não ser tão válido assim. – Explicou me deixando pensativa.

–Oras mais é claro que eles iriam funcionar, eu não posso ser tão azarada assim de engravidar na primeira vez. – Retruquei emburrada, eu não posso me ferrar tanto assim, logo agora que eu descobrir o lado bom da vida.

– Sei que você não vai parar na primeira, vai ter a segunda, a terceira... - Tá Nancy! Pode para eu já entendi, não precisa ficar contabilizando quantas transas eu vou ter. – A interrompi, a essa altura aquela conversa já tava me deixando irritada.

– Calma Kemilly! Eu sou estou te alertando para você ser mais responsável da próxima vez, eu sei que você é jovem e na sua idade o sexo é muito bom, mas é bom se tomar alguns cuidados. – Informou- me.

Eu nada disse permaneci de braços cruzados, admirando a vista da minha janela.

– Hey! Não precisa ficar chateada comigo, Eu amo você, e por isso me preocupo com o que possa te acontecer, e eu não estou te julgando. Apenas estou tentando me acostumar com a ideia de que a minha menininha, já virou um mulher. – Ela veio até mim, sentou-se na cama, e me envolveu em um abraço carinhoso.

– É eu sei, também estou me adaptando às mudanças, mas são delas que eu vou tirar o fortalecimento para enfrentar os desafios da minha vida. – Comentei segurando firme em suas mãos.

– Eu tenho muito orgulho de você minha menina, sua mãe estaria muito feliz se pudesse ver a bela mulher em que você se transformou. – Confessou me dando seu doce olhar de ternura.

– Eu tenho certeza que ela está muito contente, por saber que parte do que eu sou hoje, foi graças a sua dedicação e carinho para comigo, você sempre me tratou como uma filha que nunca teve, e eu sempre te amei como a mãe substituta que os anjos colocaram em meu caminho. – Admiti o que eu sentia em a respeito da ligação que temos que sempre foi mais forte do que o laço patroa e empregada.

– Eu te amo, minha menina! – Seus olhos estavam marejados, depois de ouvir minhas palavras.

– Eu também amo você Nancy! – Respondi também emocionada. Ficamos algum tempo em meu quarto, colocando os assuntos em dia, do tempinho em que eu estive fora de casa.

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>Casa da Sarah

– AI MEU DEUS EU NÃO ACREDITO! VOCÊ NÃO É MAIS VIRGEM! – Minha amiga gritava feito uma louca, batendo palmas e pulando em cima da sua cama. Eu já devia esperar essa reação vinda da parte dela.

– PARA DE GRITAR PORRA! Eu perdi a virgindade não a audição! – Eu segurei em suas mãos tentando conter sua histeria. Do jeito que ela estava gritando era bem capaz, da notícia estampar a capa do The New York times no dia seguinte.

– Pelo visto não perdeu a mania de ser chata também! – Ela me olhou com desdenho.

– E nem você, de ser escandalosa! – Retruquei impaciente!

– Ta bom senhorita limãozinho! , vamos parar ok! Vamos, me conte o resto de sua noite perfeita com o senhor gostoso! – Ela pediu mordendo o lábio inferior, e arqueou a sobrancelha sugestivamente.

– Ai Sarah como você é pervertida! Porque você acha que eu falaria das minhas intimidades com o meu boy magia para você? – Perguntei dando de ombros, mas eu sabia que não iria escapar da curiosidade da minha amiga.

– Porque eu sou sua melhor amiga, e você sabe de todos os meus segredos, sendo assim eu também tenho direito de saber os seus. – Ela sorriu vitoriosa, sabia que tinha razão por isso me colocou na parede.

– Não tenho como eu fugir né? – Supliquei frustrada. - Ok! Eu vou falar, mas controle seus gritos de bitch mor! – Avisei-a a nossa tarde de garotas iria ser longa, disso eu podia apostar, quando minha amiga resolve cismar com algo, é pior do que vendedor chato de oferecendo produtos que você não quer comprar. Ai senhor dar-me paciência ou uma arma que também ajudaria!

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Nós estávamos empolgadíssimas em uma conversa sobre a nova temporada de Revenge, Sarah e eu somos super fãs desse seriado. E estamos inconformadas com o sofrimento da Emily. Já tínhamos nos divertido bastante, entre fofocas, comidas e assistir TV. Ficar de férias nunca tinha sido tão divertido para mim, e eu teria que aproveitar até a minha matrícula na faculdade, onde meus dias de zoação estão prontos para serem escassos.

– Gente aquele Josh Bowman é um baita de um gostoso! – Exclamou Sarah virando os olhos e fazendo cara de safada.

– Sorte da Emily VanCamp, que pega ele na ficção e na vida real. É a famosa Pussy Power. – caímos na risada depois do meu comentário.

– Amiga você não presta! – Comentou Sarah com sua malícia natural.

– Você também não vale nada! – Respondi no mesmo tom.

I am in misery there ain't nobody who can comfort me
Oh yeah
Why won't you answer me? Your silence is slowly killing me
Oh yeah

A voz de Adam Levine irrompeu no ambiente, chamando nossa atenção. Logo reconheci que era o toque do meu celular. Chequei no visor e involuntariamente um sorriso tomou conta da minha face.

– Ai meu fígado já vai começar a melação! – Indagou a Sarah revirando os olhos. Assim que se tocou que era o Derick que estava me ligando.

– Não enche Sarah! – Mostrei meu dedo do meio para ela.

– Amor! Saudades o que houve? Festa! Da UCLA amanhã? OMG! Eu ir pra Malibu? Claro! Tudo bem eu vou dar um jeito! Também te amo! Tchau. – Fim da ligação.

– O que foi que o senhor gostoso te falou dessa vez! Deixe adivinhar...Ele quer fazer sexo selvagem com você em uma praia de Malibu? – Sua expressão era de pura perversão. Eu ainda não consigo entender como sou amiga de uma pessoa tão tarada como a Sarah.

– Credo Sarah! Você só pensa em sexo! Parece que o Ben não está dando conta do recado .- Balancei a cabeça negativamente. – E sim! O que o ‘’meu senhor gostoso’ – Dei ênfase no meu, para que ficasse claro a quem o Derick pertence. ’’ - Queria era me convidar para uma festinha que a galera da universidade dele vai promover amanhã.

– Sabia! Ele vai te embriagar e te levar para transar na sala em que ele estuda! Sexo em locais proibidos é excitante! Você vai, não vai? – Perguntou curiosa.

– Você é doente sabia! – Falei chocada com a mente poluída que ela tinha. – E sim eu não sei como, mas eu vou dar um jeito de ir nessa festa. E quanto a você dê um jeito na sua abstinência ou vá se internar. – Peguei meus pertences, em me dirigir para fora de seu quarto.

– Então é assim, depois que usa e abusa da minha companhia, vai embora sem se despedir!

– Sarah menos, por favor. Foi bom passar a tarde com você, mas agora eu tenho que ir, tem uma festa me esperando na Califórnia. – informei animada com a ideia, se depender de mim, Malibu nunca mais será a mesma.

– E só ouvir a voz do Derick que o fogo sobe pra cabeça não é mesmo dona Kemilly? – Sarah disse em tom provocativo, soltando uma de suas gracinhas pra cima de mim.

– A voz só não queridinha! A voz, cheiro, o toque, absolutamente tudo nele me enlouquece! – Completei entrando no clima da brincadeira.

– E depois a pervertida sou eu! – Ironizou. – Eu te avisei Kemilly, depois que faz uma vez quer tá fazendo sempre!

– Ok! Guru do sexo, obrigada por seus conselhos, mas eu realmente tenho que ir. – Concordei e me virei em direção as escadas, querendo chegar o mais rápido até a porta e ir até a minha casa.

– Relaxa e pélvis e usa camisinha! – Ela gritou assim que me viu abrindo a porta, e saindo. Sarah nunca iria mudar esse seu jeito desbocada. É o fardo que eu tenho que pagar!

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– Eu sei Nancy! Não precisa se preocupar é só avisar pra ele que vou dormir na casa da Sarah! – Insisti fechando minha mala. O Derick estava me esperando no aeroporto. Nós iríamos de jatinho fretado, ou melhor, ele fretou o jatinho já que a ideia de me levar para essa festa foi dele, então como eu ainda sou de menor e a responsabilidade por mim é dele.

– Menina isso é muita loucura! Como eu vou enganar seu pai sem que ele desconfie da verdade. Isso não vai dar certo! – Ela falou temerosa, eu até entendia o lado dela, Nancy sempre me apoiou nas minhas loucuras, mas mentir para o meu pai era algo complicado para ela, ainda mais agora que eles estão namorando.

– Ai Nancy, deixa de ser tão pessimista! O que pode acontecer de errado, não é a primeira nem a última vez que eu vou dormir na casa da Sarah, não é agora que o senhor Thomas vai cismar com isso! – Argumentei tentando tranquiliza-la, não gostaria que nada, nem ninguém atrapalhassem meus planos.

– Não acontecia quando você realmente ia dormir na casa de sua amiga! Mas você não vai você está me mandando mentir, para se meter em uma aventura com seu namoradinho, que pelo que eu estou vendo, é sem juízo igual a você .- Ela se mostrava contra a minha ideia a todo instante, e deixava bem claro sua posição em relação ao Derick.

– Não precisa falar mal meu namorado Nancy, eu sei que você ainda tá chateada pelo lance que aconteceu na viagem as Bahamas, mas ele não é nenhum irresponsável, ele sabe da minha situação e até gostaria de vir pedir permissão ao papai, eu que não quis que ele viesse, sabia que o senhor Thomas não iria aceitar. – Rebati irritada, ela não tinha o direito de descontar sua frustração no Derick.

– Ele pode até não ser um completo irresponsável, mas está agindo como um, se deixando levar por suas vontades e seus caprichos.

– Já entendi Nancy! Se não quiser me ajudar, não precisa , eu dou um jeito com o meu pai, mas eu quero deixar claro que você querendo ou não, eu vou de qualquer jeito. – Eu tinha ficado muito magoada com as palavras da Nancy, e assim, fechei minha mala, e sai de casa, já tinha um taxi me esperando lá fora, e eu não queria ficar mais tempo naquele clima tenso em minha casa.

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Trinta minutos depois, eu cheguei ao aeroporto. Minha cabeça ainda estava confusa depois de toda aquela confusão, eu não queria ter brigado com a Nancy, mas as coisas saíram do controle, ela não podia ter sido tão relutante em me ajudar, eu sabia que mesmo com raiva da minha atitude, ela ira dar um jeito de não me deixar ser pega pelo senhor Thomas.

Derick estava sentado, com as mãos na cabeça em uma das cadeiras de espera dos voos, assim que percebeu minha aproximação, sua expressão de preocupado desapareceu, e um lindo sorriso iluminou seu rosto. Eu não tive como não me contaminar por sua alegria, e automaticamente retirei minha carranca da face e devolvi o sorriso.

Lancei-me em seus braços, sendo abraçada por ele, nossos lábios se encontraram e nos beijamos, sua língua explorou a minha, com maciez e delicadeza, era um beijo calmo, suave, em um misto de sentimentos, como a paixão e a saudade. Nos separamos, e fomos em direção ao jatinho que ira nos levar até Malibu. Assim que guardei minha bagagem, me acomodei na cadeira perto da janela. Sendo acompanhada por Derick, que sentou do meu lado, passando o braço por meus ombros, me trazendo para junto de si. Soltei o ar que estava preso em minha garganta, ouvindo as batidas do coração dele, em seu peito. Que pelo ritmo das batidas, demonstrava que ele também estava apreensivo.

– Hey anjo! Que carinha é? essa aconteceu alguma coisa? – Questionou desconfiado. Acho que não deu pra esconder minha decepção por muito tempo.

– Nada de mais, sou uma discussãozinha boba com a Nancy, mas tá tudo bem. – Respondi, omitindo parte da verdade. Não queria o deixar preocupado.

– Não parece que foi uma coisa boba, você está com o semblante tristonho, me conta o que aconteceu, talvez eu possa fazer algo pra te animar. – Contestou duvidoso, ele sabia que algo estava errado na versão que eu contei.

– Não foi nada, só que ela ficou implicando comigo desde que eu disse que a gente tinha dormindo juntos, e disse que eu era muito irresponsável por estar viajando com você.!- Pronto, soltei a língua, não iria ter como esconder os fatos por muito tempo.

– Mas anjo ela não pode nos julgar só que fizemos amor, não somos os primeiros nem os últimos a fazer esse tipo de coisa, eu disse que se algo acontecesse, eu me responsabilizaria por nós. E sobre essa viagem eu não teria problemas de pedir ao seu pai, mas você me proibiu de fazer isso, estamos correndo risco, mas eu estou consciente dos meus atos. – Esclareceu, me reconfortando. Eu sabia que a partir do momento que eu decidir viajar sem aviso, estava correndo risco, mas não posso deixar de viver minha vida, com medo dos julgamentos dos outros ao meu respeito.

– Eu sei meu amor! Eu não permitir que você fosse falar com meu pai justamente por que eu sabia que eu não iria poder estar aqui com você, e apesar dos riscos, eu não me arrependo de nada, e sempre que estou com você meus problemas são insignificantes para mim. – Admiti, eu poderia estar numa guerra, mas se ele estiver do meu lado, sempre terei forças para enfrentar os obstáculos.

– Anjo! Anjo! Eu estou cada dia mais viciado em você, e não me importo de ter que enfrentar sua família depois, eu sempre vou estar do seu lado, para o que der e vier. Mas não vamos pensar em coisas desagradáveis, tem uma festa na Califórnia nos esperando. Vamos fazer valer a pena.

– Só de estar aqui, cada minuto que vier a seguir já vale muito mais do que apena pra mim. – Confessei olhando em seus olhos, de repente estávamos, nos beijando novamente, eu senti que toda minha preocupação deveria ser mandada em embora da minha cabeça, e eu deveria curti o momento ao lado de quem me faz feliz.