3 dias depois...

Drº Harmon tinha me liberado do internamento, e eu estava de alta. Hoje eu voltaria pra casa, mas eu ainda não estava satisfeita com a ideia de voltar a morar com meu pai, e sei que vai ser complicado voltar a encara-lo junto com as memórias negativas que eu tinha desde o dia do meu incidente, que permanecem preservadas dentro de mim. Estava terminando de arrumar minhas coisas dentro da bolsa. quando o Derick entra no quarto, eu sabia que que ele tinha vindo pra se despedir de mim. Ficamos em silêncio nos encarando por alguns minutos até que ele resolveu falar.

– Que bom que você vai poder voltar pra junto de seus familiares!-ele falou deixando seu sorriso perfeito iluminar meu dia.

– Pois é pensei que nunca mais iria sair desse hospital. Apesar de o tratamento ser bom, ficar presa em um quarto azul bebe recebendo medicações a toda hora não são pra garotas como eu- falei dando um sorriso meio sem graça.

– Derick...eu... queria te agradecer mais uma vez....- antes de terminar minha frase ele me interrompe com as mãos seguradas nas minhas e me olhando no fundo dos olhos.

– Pera...Deixa eu falar! Kemilly eu quero-te dizer que foi muito bom o tempo que eu passei ao seu lado aqui no hospital. Mesmo não nos encontrando nas melhores condições, foi muito agradável a oportunidade que eu tive de conhecer melhor, e ter te ajudado no momento que você precisou. Embora já nós já nos encontramos em outras circunstâncias não tão boas, mas esse tempo serviu pra eu descobrir a verdadeira garota que existe por trás da sua pose de marrenta. E você pode achar que é bobagem da minha parte eu tá te falando tudo isso. Mas eu realmente me encantei por você, seu jeito doce, alegre se ser. E eu gostaria de levar esse laço de afetividade que eu construir por você pra fora dessas paredes hospitalares. Se você me permitisse eu gostaria de estar mais ao seu lado. – eu não conseguia expressar uma reação diante da declaração do Derick, nossos corpos tão próximos, nossos olhares firmados em sintonia ocular, eu podia sentir nossas respirações aceleradas, era visível seu nervosismo ao pronunciar aquelas palavras.

Eu tentei argumentar algo mais foi em vão, de repente eu fui levada pelo calor do momento, envolvida nos braços dele, sua mão que estava a pouco segurando a minha, foi pra minha cintura. Em segundos seu rosto foi colado ao meu, seus lábios tomaram o meu, em um beijo calmo, suave e cheio de emoção. Automaticamente elevei meus pés, e minhas mãos até sua nuca o que fez com que ele se arrepiasse levemente. Meus dedos passearam por seu cabelo, e nosso beijo se tornou mais profundo e intenso, dando espaço para nossas línguas iniciarem uma dança apaixonada e sensual. Por fim estávamos visivelmente corados diante na nova situação e com nossas respirações descompassadas.

– Eu poderia esperar qualquer coisa de um ogro menos que ele se transformasse em meu anjo e, beijasse tão bem pacientes que estão de alta.- cortei o clima de timidez fazendo piadinha do seu antigo apelido que eu havia dado, e o elogiando ao meu ton irônico, conseguindo arrancar mais um sorriso dos seus lábios.

– E eu não esperava que aquela gata marrenta, fosse gostar de ser beijada pelo ‘’ogro-anjo’’ aqui. Ele havia entrado no clima descontraído da minha conversa.

– Não se convença tanto meu querido. Terá que se esforçar bastante pra ganhar minha aprovação total. - provoquei-o com um sorriso de malícia no canto dos lábios.

– Se depender de mim o empenho em ganhar a nota máxima vai ser total- ele passou seu indicador pela extensão da minha boca, seguido por um selinho.

– Derick eu também não posso negar que eu me sinto ligada a você de uma maneira muito intensa, vou ser eternamente grata por tudo que você fez por mim, durante esse tempo que eu passei aqui. Você foi muito gentil e amável comigo se preocupando em me proporcionar o melhor, junto com seu pai no esforço em me salvar da morte. Os dias que você ficou ao meu lado mesmo eu estando desacordada, provaram o quanto é grandioso e generoso seu coração. E mesmo eu tento te tratado mal uma vez, você na hesito em me ajudar. Eu posso dizer que você foi literalmente meu anjo salva vidas. E diante disso tudo que eu não posso te afastar de mim, eu quero você ao meu lado, você é meu anjo.- eu não vou ter deixar mais sozinha Kemilly, tudo que eu quero e ter você ao meu lado – ele me puxou para mais um beijo, lento e carinhoso, um beijo de despedida mais com um gostinho de quero mais.

Por fim fomos interrompidos com a presença da Nancy entrando no quarto pra me levar de volta pra casa. Ela fez uma cara de surpresa ao me ver abraçada com o Derick mas não questionou. Nos três saímos juntos do quarto, eu fui com o Derick até a sala do pai dele pra me despedir e agradecer mais uma vez por tudo. Derick me levou até o carro onde nos despedimos com mais um beijo e promessas de que manteríamos contato. O caminho até meu condomínio foi longo eu ainda não queria me acostumar com a ideia de morar debaixo do mesmo teto que meu pai, mas eu tentava não piorar mais a situação.

Chegando na minha casa,encontrei meu pai na sala me esperando. Ele veio até mim e me deu um abraço de boas vindas, eu não fiz nenhum movimento de aprovação. Apenas disse que estava cansada e que precisava subir até meu quarto. E foi o que eu fiz subi as escadas e fui direto ao meu quarto, eu queria ficar sozinha pra digerir toda situação que eia ter que enfrentar. Meu quarto estava o mesmo, quer dizer um pouco mais arrumado pois da ultima vez eu me lembro de o ter deixado uma bagunça. Deitei na minha cama, e peguei meu celular pra minha felicidade havia uma mensagem do Derick, perguntando se eu havia chegado bem e que já estava com saudades. Meu coração quase saltou para fora do meu peito, ao ver que ele estava cumprindo sua promessa de não me deixar mais só. Eu respondi a mensagem confirmando que estava tudo certo comigo, e que também estava sentindo falta da companhia dele.

Terminamos de trocar SMS e eu fique, mais um pouco no meu quarto me readaptando ao ambiente.

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No dia seguinte eu estava em casa, havia terminado meu café da manha e fui em direção jardim da minha casa, o dia estava lindo ensolarado e ventos frescos vindo do leste da Califórnia. Me sentei em uma cadeira perto da piscina, e fique admirando o momento. Fazia pouco tempo que eu estava ali, quando uma mão tapa meus olhos me surpreendendo. Tentei com meu tato descobrir quem era mais foi em vão , até a pessoa se identificar.

– Meu Deus Ben é você?- eu falei surpresa ao ver que era meu amigo.- É gatinha sou eu mesmo.gostou da surpresa?- ele falava debochado como sempre. – claro que gostei Ben eu senti tanto a sua falta. – eu disse feliz em reencontrar com ele novamente, ele sentou- se ao meu lado e começamos a conversar.

– Kemilly não sabe o quanto eu sofri por não ter noticias suas. Eu pensei que jamais te encontraria novamente. Achei que você tivesse nos deixado para sempre, eu pensei que tudo estava perdido. – Ben falava olhando nos meus olhos, demonstrando preocupação comigo, e visivelmente emocionado por estar falando comigo novamente.

– Eu também tive medo de não encontrar mais os meus amigos, achei que realmente iria morrer. Mas por ironia do destino eu fui salva por quem eu menos esperava. E graças a ele eu estou viva novamente, e de volta para perto das pessoas que eu amo. – contei parte do que tinha acontecido comigo, e o milagre de estar viva. Ben me abraçou fortemente, eu percebi que ele estava descontando toda saudades minha naquele abraço carinhoso, era como se ele quisesse me proteger e nunca mais me deixar ir embora. Nos separamos e continuamos a conversar.

– Eu te amo tanto Kemilly! você é como uma...namo...digo irmã para mim- ele segurava minha mão e a beijava, Ben estava muito carinhoso comigo, e não era pra ser diferente ele me viu crescer, sempre esteve ao meu lado e tem uma enorme admiração de irmão comigo. – Eu também te amo Ben, você é chato, bobo, irritante mais ainda sim é meu melhor amigo- cortei o clima melancólico a conversa com minhas piadinhas de sempre. Juntos demos risadas e passamos a conversar sobre os acontecimentos de uma maneira mais divertida. Afinal eu queria todo a minha volta fosse mais alegre, e me fizesse esquecer todas as coisas ruins que eu havia enfentado.