Mais uma vez, eles se entreolharam antes de responder minha pergunta

–Vamos explicar depois – Harry diz

–Não se lembra dele? – Rony pergunta, com algo na voz que eu não consegui identificar. Ciúmes talvez?

–Não. Mas o nome... Eu não sei. É familiar

Eles voltaram a trocar olhares, depois saíram do quarto do hospital, eu fui logo atrás guardando a varinha no meu bolso do casaco

Apartei o passo para alcançá-los, e fiquei entre eles

–Aonde nós vamos? – eu perguntei de novo

–Algum lugar – Isabella respondeu revirando os olhos

–Esperem – Will diz – Não podemos nos esconder agora

–E por quê?

–Ela nem sabe quem ela é, como ela pode cumprir o destino dela? – Will usa um tom preocupado

Eles perceberam que ele podia estar certo, e eu ignorei isso, revirando os olhos. Eles ainda iam continuar com essa loucura? Bruxos nem nada disso existem!

Eu cruzei os braços, e assisti o resto da conversa deles, como se estivesse assistindo um desenho animado

–E o que podemos fazer, ela não se lembra de nada! – Isabella diz

–Então precisamos fazer, ela recuperar a memória – Harry diz

–Tipo o que? A Hermione é quem conhece todo tipo de feitiços, a única que poderia desfazer isso, é ela! – Rony responde

–Agente podia usar o Recordatio

–Não vai dar certo, é preciso sair da mesma varinha que enfeitiçou ela, ou seja, a do Michael

–Então vamos fazer uma poção

–Ata, e algum de vocês sabe fazer uma poção assim? – a ruiva diz irônica

–Eu não sei, mas eu sei onde podemos achar um lugar com informações?

–Aonde?

–Vamos fazer uma visita a uma biblioteca

Will nos guiou pelas ruas do Rio de Janeiro, até uma área deserta, e um pouco pobre

Enfim chegamos a uma rua estreita, e sem saída, onde no fim, havia uma biblioteca velha

As paredes do lado de fora, estavam descascadas, deixando marcas marrons e pretas, em uma parede que deveria ser azul.

O teto permanecia intacto, por outro lado a placa feita de madeira, estava torta, em cima da porta de madeira lascada

Serio que eu teria que entrar naquilo?

Eu fui uma das primeiras a entrar, fazendo um sininho anunciar que estávamos entrando

Por dentro, a sala não pareça tão velha quanto o exterior. Na verdade ela transpirava charme. Um lugar cheio de estantes lotadas de livros, mesas enfeitadas com flores de cores escuras e cadeiras de madeira nova. Além do cheiro doce, que não parecia vir das flores

O balcão era de vidro, com detalhes de madeira, e algumas flores agora mais claras

Atrás do balcão estava uma mulher magra, com olhos verdes escuros e cabelos loiros grisalhos, ela estava com os olhos grudados em um livro cor de mogno, e nem pareceu notar nossa presença

–Ola – ela diz sorrindo para nós, finalmente tirando os olhos do livro – com o que posso ajudar?

–Ola Sra Lunes

Ela sorriu quando ouviu a voz de Will, pegou seus óculos e os colocou, admirando o rapaz

–Will! A quanto tempo não vejo você aqui

Ela pousou os olhos no resto de nós, e seu sorriso se alargou

–Hora se não é os irmãos Potter, Rony Weasley e grande Hermione Granger, sejam todos bem vindos a minha loja! Aceitam um chá de ervas queridos?

–Não, esta bem – eu que respondi a ela– nós nos conhecemos?

–Na verdade sim, mas foi há muito tempo, a Srta não se lembra mais de mim

Ela saiu de trás do balcão

–Também vi vocês Potters, quando ainda era muito pequenos – ela comenta – você realmente se parecem muito com eles

–A Sra Lunes pertenceu a Ordem da Luz

Mais uma vez eu revirei os olhos

Decidi sair dali, e olhar alguns livros na prateleira. Quase todos falavam sobre Magia. Será que essa velha também é uma doida que nem eles?

–Ordem da Luz? – Rony pergunta fazendo uma careta – nunca ouvi falar

–É por que ela é secreta, eu explico isso depois

–Mas o que estão procurando aqui?

–Livros de poções

–Alguma em especial?

–Uma que faça alguém que perdeu a memória, conseguir suas lembranças de novo

–Alguém que perdeu a memória? – ela se assustou – e quem foi esse?

–Hermione – Harry responde – deveria ter sido eu, mas o feitiço chicoteou e caiu nela

–Não me diga! – ela diz horrorizada, agora olhando pra mim – ela não se lembra de nada?

–Nada. E nem acredita que é bruxa, pode uma coisa dessas? – Isabella pega uma maça da mesa e começa a comer – agente precisa dela

–É, eu sei. Eu ouvi sobre que anda acontecendo

–Você tem algum livro aqui?

–Claro, nós vamos achar alguma coisa

Visão de Draco

Eu sentei em uma cadeira, e fiquei parado um pouco.

Olhando Thainá que não parava de andar por todo lado, com cara de preocupação e irritação

–Aquilo não podia ter acontecido! – ela diz irritada, batendo a mão com força em uma mesa que tremeu com o toque dela – Harry Potter não podia ter ouvido aqueles idiotas conversando, isso pode estragar tudo!

Michael estava sentado do outro lado da sala, segurando firme a varinha nas mãos

–Isso é culpa sua! – ela aponta o dedo para ele, que engoliu em seco – por sua culpa, Michael!

–Eu não tive culpa, Lady Treva. Ele desviou do feitiço

–Isso não importa seu verme! – ela tapeou com força o rosto de Michael, deixando bem marcado as marcas dos seus dedos. Thainá estava cada vez mais forte e incontrolável... Às vezes tinha surtos, e em outros momentos era ela mesma, só uma garota

Agora a morena não deixava ninguém chamá-la de Thainá, a não ser eu. Ela gostava de ser chamada de Lady Treva, ou Elizabeth Riddle, já que esse deveria ser seu nome, e não Thainá como sua mãe trouxa a chama

–Diga alguma coisa, Draco! – ela diz irritada – esta tudo desmoronando, ele ouviu sobre a jóia!

–Eles não sabem da existência – eu disse calmo, eu não ligava nem um pouco para nada disso. Poderia cair agora mesmo um raio em mim, que não seria ruim, eu só consegui apensar em Hermione, que não deve nem saber seu nome agora, muito menos o meu

Os olhos vermelhos escarlate de Thainá brilharam de raiva

–Mas eles podem descobrir irmãozinho! – ela diz jogando um recipiente de vidro na parede, que se despedaçou – e você esta aí, provavelmente pensando naquela imunda! Ela vai matar agente, será que você não entendeu? Como você preferir ao inimigo, a mim que sou sua irmã mais velha?!

Ela gritou palavrões, enquanto saia da sala

Michael – ou o cachorrinho dela, como preferir – saiu da sala, seguindo minha irmã.

Levantei da cadeira, e fiquei de frente para um espelho.

Meu reflexo parecia quase o mesmo, mas eu podia ver que meu rosto estava mais pálido. Um dos sintomas de que logo eu ficarei como ela

Eu fechei os olhos com força, e amaldiçoei o espírito de Voldemort com todos os palavrões que eu consegui me lembrar

Hermione devia estar confusa agora. Duvido que lembre quem ela é, ou que são os amiguinhos dela, muito menos que me ama

Gostaria de estar com ela agora, fazê-la lembrar quem sou eu, e dar um jeito de acabar com essa guerra

Mas e minha irmã? Ela também não merece nada disso. Thainá poderia ser uma ótima bruxa, se não estivesse ficando cada vez mais afundada no espírito de Voldemort

Foi minha vez de me irritar

Joguei um jarro de flores no espelho, que se quebrou em centenas de pedacinhos na minha frente

Não consegui pensar direito

Eu só passei as mãos no cabelo nervosamente, e saí rápido da sala. Eu precisava achar Hermione, onde quer que ela esteja