– Agora estou mais tranquila. – dizia Bulma aliviada, ela estava sentada no sofá da sala ao lado de Vegeta e à frente de Trunks – Nem acredito que meu filho sozinho conseguiu derrotar aqueles terríveis androides. – falou a jovem orgulhosa.

– Não poderia ser diferente, ele é um sayajin. – rebateu Vegeta orgulhoso – E ainda filho do príncipe dos sayajins, o sangue nobre corre por suas veias.

– Mas não se esqueça de que ele é meu filho também, então o sangue da família Briefs também corre em seu corpo. – disse a jovem de cabelos azulados não gostando do comentário de seu companheiro.

– Por isso que Trunks é mais sensível que o normal para um sayajin, deve ser por causa de seu lado humano.

– O que você quer dizer com isso? – perguntou Bulma ficando irritada.

– Preciso mesmo responder? – perguntou o príncipe dos sayajins, mas ao ver o olhar severo da esposa continuou – Vocês humanos são fracos, se deixam levar por sentimentos, você sabe disso.

– É mesmo? E quem foi que construiu a câmara de gravidade pra você treinar? – perguntou ela desafiando-o.

Mas antes que Vegeta respondesse, o jovem de cabelos em tom púrpura se manifestou.

– E-Eu estou feliz por ser filho dos dois. – disse Trunks de repente, meio sem graça, nesse momento Bulma e Vegeta pararam de discutir e fitaram o jovem, surpresos – Cada raça tem seu valor, os sayajins têm sua bravura, força e vontade de lutar, enquanto que os humanos tem coragem, nunca desistem, sempre encontram um meio, apesar de suas limitações em força física e o mais importante de tudo tem o dom de amar que contagia até o mais duro dos seres. – quando mencionou a última frase, o jovem olhou rapidamente para Vegeta, que fitava o filho seriamente, mas ele podia sentir uma certa leveza em seu olhar.

Lágrimas surgiram nos olhos de Bulma e ela jogou-se no sofá ao lado do filho abraçando-o.

– Que lindo, Trunks! – exclamava ela, deixando o jovem vermelho – Você tem grande sensibilidade, a garota por quem você se apaixonar terá muita sorte de ter um namorado tão romântico, não acha Vegeta? – perguntava ela virando-se na direção do sayajin, mas este já havia deixado a sala.

– Ele sempre foge nessas horas. – diz Bulma dando um pequeno sorriso.

– ...Mãe, gostaria de visitar Gohan, Mestre Kame, Kuririn e os outros. – disse Trunks depressa para não prolongar uma conversa que o deixaria totalmente sem jeito, se com sua mãe, uma pessoa com quem ele conviveu a vida toda, ele se sentia envergonhado de conversar sobre essas coisas, pior com a Bulma do presente, que teria idade para no máximo ser sua irmã mais velha.

– Que bom! – exclamou a jovem de cabelos azulados animada – Mas gostaria de pedir que você visitasse o Mestre Kame e o Kuririn antes, preciso que você faça um favor pra mim. – disse ela fazendo uma pequena pausa e continuando em seguida - Convide-os para o chá de bebê que estou organizando para Chichi amanhã às 17 horas, pode ser?

– C-claro, mas chá de bebê, não me diga que ela está...

– Sim ela está grávida. – confirmou Bulma alegre – Gohan vai ter um irmãozinho.

– Essa é uma boa notícia, o Sr. Goku ficaria muito feliz. – comentou Trunks com um semblante um pouco triste – Mesmo eu tendo avisado e ajudado-o a se curar da doença que causara sua morte no futuro, ele morreu para nos salvar. - dizia ele com certo pesar.

– Verdade. – concordou a jovem com seus olhos azuis marejados. – Mas com certeza ele está feliz, se bem conheço Goku mesmo estando morto não está parado, lembro que ele me contou sobre a primeira vez que morreu, o outro mundo não é um lugar calmo como imaginamos, lá acontecem muitas coisas, até torneios entre as almas.

– Então com certeza o Sr. Goku deve estar se divertindo muito. – comentou Trunks rindo.

Bulma riu também, se lembrando com carinho de seu amigo, com quem vivera tantas aventuras e perigos.

– Vou indo então, onde será a o chá de bebê? – perguntou o jovem preparando-se para ir embora.

– Na casa da Chichi. Falei pra ela fazer aqui, pois o espaço é bem maior, mas ela é uma mulher muito teimosa. – comentou a jovem de cabelos azulados meio a contragosto.

Trunks apenas coçou a cabeça sem jeito com um sorriso no rosto.

“Ela não é a única teimosa” pensou ele.

Então antes que ele dissesse algo a Sra. Briefs apareceu na sala com a pequena versão de Trunks em seu colo.

– Já vai? – perguntou ela um tanto decepcionada – Pensei que fosse ficar mais.

– ...Não, só vou visitar o Mestre Kame, mas mais tarde eu volto. – disse o jovem sorrindo.

– Ah bom. Então não demore, vamos estar te esperando. – respondeu a Sra. Briefs aliviada.

Nesse momento o pequeno Trunks olhou para sua versão crescida e estendeu os bracinhos. O jovem de cabelos em tom púrpura sorriu e acariciou a cabecinha do bebê que retribuiu o sorriso. Então ele se despediu de todos e voou em direção à pequena ilha onde vivia Mestre Kame.

...

Trunks voava tranquilamente apreciando a paisagem, afinal no futuro de onde veio não havia tantas árvores e uma natureza tão bela, até isso os androides haviam destruído. Se havia algo que ele realmente sentia falta além de seu pai, avós e amigos, eram as plantas e animais.

Existiam apenas alguns vestígios de floresta e poucas espécies de seres vivos, mas eles poderiam reconstruir tudo, o jovem com certeza ajudaria a fazer de seu mundo um lugar melhor.

“Espera aí” pensou o jovem “E se eu levasse algumas amostras como sementes, mudas, com certeza ajudaria a acelerar o processo”

Vendo uma floresta logo adiante, Trunks decidiu desviar-se um pouco de seu caminho, não se encontrava muito longe da casa de Mestre Kame. Enquanto ele aproximava-se de frondosas árvores, ele olhava maravilhado os pássaros que as sobrevoavam, eles exibiam um magnífico canto como se através dele expressassem sua total felicidade em voar, comemorando sua liberdade.

Esse canto era diferente dos poucos pássaros que tinham em seu futuro e que foram capturados por humanos e até por ele mesmo, para salvarem-nos, assim como outros animais da carnificina que os androides causaram.

Mas agora eles não precisavam mais estar presos, poderiam ser livres novamente, e Trunks mal podia esperar para ouvir seu canto como daqueles belos pássaros que estava observando neste momento. O jovem desceu em meio às árvores e começou a caminhar pela floresta.

Enquanto caminhava Trunks ouvia um som de pequenos pés andando em meio às folhagens, parecia seguirem-no. Então ele começou a caminhar mais devagar, até que parou, o som sumira. O jovem recomeçou a andar e os pequenos passos continuaram a acompanhar os seus, ele se manteve assim por alguns minutos, vendo até onde o pequeno ser o seguiria.

Então inesperadamente alguns arbustos que se encontravam à lateral do jovem começaram a se mexer, Trunks aproximou-se e mexeu levemente nas folhagens, de repente dentre elas saiu um esquilo marrom que pulou no rosto do jovem.

– Ei! Calma! – dizia ele tentando tirar o pequeno animal de seu rosto sem machucá-lo, mas o esquilo se desvencilhava de suas mãos passando por seu pescoço até entrar por dentro de sua camiseta.

Trunks começara a rir, pois os pelos do animal ao roçar sua pele lhe faziam cócegas, mas após alguns momentos tentando, ele conseguiu finalmente pegar o animalzinho.

– Agora te peguei. – disse ele sorrindo ao olhar para o pequeno animal que parecia assustado.

Nesse momento o jovem foi pego de surpresa quando uma garota de cabelos castanhos ondulados saiu dos mesmos arbustos em que saíra o esquilo, apontando uma flecha em sua direção.

– Solte-o. – disse ela com uma voz autoritária.

– Quem é você? – perguntou Trunks confuso.