One More Time In Nárnia escrita por Loren


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

haaai! boom, aqui está o terceiro cap. espero que gostem, e se alguém gostou, deixem coments gente. pu favozinho :3



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Lúcia estava pálida, Ripchip parou de cantar, a tripulação fusilava Cristine, Cristine estava pálida, Caspian ao longe estava com Drinian e Edmundo. Drinian fez menção de sair, mas Caspian impediu, Edmundo nada entendia.

–-Como...como assim Cris?

Cristine suspirou, parecia que queria chorar, e de fato, queria. Quantas vezes teve que explicar aquela história para as pessoas, e a reação delas sempre as mesmas. Se surpreendeu somente com Caspian, que foi diferente de todos os outros. Não esperava o mesmo resultado de Caspian com Lúcia, quem iria entendê-la? Ou querer ser sua amiga? Mas era necessário contar a verdade, nunca mentiu para alguém sobre isso e não mentiria agora.

–-Eu irei lhe explicar, mas por favor, guarde seu punhal. Eu juro, pela juba do leão, que Dark não fará mal algum.

Lúcia guardou o punhal aos poucos, com os olhos presos à Dark e chegava a tremer. Dark retribuía o olhar, mas não fez movimento algum.

–-Muito bem, agora sente-se. Por favor, tente confiar em mim.

Lúcia se sentou e Cristine também. Cristine bateu duas vezes na coxa e Dark chegou junto à ela e se deitou. Cristine suspirou e olhou para Lúcia. A tripulação voltou aos seus serviços e Rip voltou a cantar.

–-Bom, sem discursos e sem enrolação, como eu disse hoje no camarote, não sei exatamente da onde eu sou, mas cresci entre os Telmarinos. Já conhecia o rei Caspian, mas somente como o filho do rei que morreu.

"Nunca havia trocado uma só palavra com ele até entrar para o Peregrino da Alvorada. Mas isso não vem ao caso agora. Bom, minha família era ótima, eles realmente me amavam, mesmo eu não possuindo sangue deles. Nunca reclamei de não ter conhecido minha família verdadeira, nunca desejei conhecer ou saber. Meu pai era professor, me dava aulas sobre tudo, principalmente sobre Nárnia. Era um dos poucos que acreditavam nela e a apoiavam, minha mãe também e tinha dois irmãos mais novos, filhos deles de sangue. Mas depois de um tempo, eu tinha acho que oito anos, estava havendo guerras por toda parte contra os Telmarinos. Eu nunca compreendi naquela época e hoje não gosto de pensar, era contra Nárnia para expulsá-los definitivamente, houve algumas vezes com a Arquelândia e poucas vezes com a Calormânia, antes de selarem um acordo de amizade por puro interesse. Miraz já estava mandando em tudo e ele precisava cada vez mais e mais de homens para a guerra.

"Eu adorava brincar com meus vizinhos e meus irmãos, pegávamos alguns galhos e brincávamos, meu avô me ensinou como usar a espada. Graças à ele que hoje estou viva, só por causa dele consigo me defender hoje. Enfim, houve um dia, era aniversário do caçula e bateram na porta. Pegaram meu pai e meu avô para uma batalha, não sei qual foi. Eu já estava com onze anos. Eles só..bateram na porta e os levaram. Minha mãe ficou desamparada e começou a trabalhar em dobro, eu cuidava dos pequenos. Até que...um dia quando voltaram dessa batalha, meu pai não estava lá. Não estava. – os olhos de Cris, já estavam cheios de água e ela olhava para as própias mãos- Meu avô voltou gravemente ferido e falou que papai não aguentou. Foi um choque para todos. Nada foi mais o mesmo. Alguns meses depois, acho que você não sabe, mas invadiram a cidade."

–-Será que...

–-Oh, não se preocupe, não foram os narnianos. Foram os calormanos. Nunca se pode confiar naqueles cretinos.

"Então eles atacaram do nada. E sim, o final foi trágico para muitos e como podes ver, não tenho sorte. Antes que me pergunte, sim, minha família foi morta por aqueles desgraçados. Antes deles morrerem, meu avô me chamou para o quarto dele e disse exatamente essas palavras. “Não desista querida, nos veremos em breve, até lá, sobreviva e honre sua família.” Ele me deu a espada que ele usava para nos treinarmos. Eu perguntei “mas como saberei como encontra-los? Ou quando?” Ele só fechou os olhos e adormeceu, nunca mais acordou. Quando ouvimos os gritos, mamãe mandou eu ir com os meninos na frente, mas eles não quiseram, foram teimosos. Ficamos ajudando a mamãe e os calormanos chegaram em casa. Eu lutei, juro que lutei com todas as minhas forças pela minha família, mas não foi o suficiente. Fui tão fraca, como pude perder para três calormanos, somente três! Oh céus, até hoje me amaldiçoo por isso.

"Eles pegaram minha mãe e a levaram para o quarto, eu ouvi gritos e pedidos de clemência. O guarda que estava com nós estava distraído e consegui soltar-me, pisei em seu pé, levantei meu ombro contra seu queixo e peguei minha espada de sua mão e a enfiei em sua barriga. Depois entrei no quarto e matei um deles, mas o outro fugiu, não sem antes de matar minha mãe. Não tive tempo para chorar, peguei os meninos e saímos correndo, fui para a praia. Nos escondemos em uma caverna. Dois dias depois, voltamos. A nossa casa não existia mais, estava suja de sangue, desarrumada e o corpo da minha mãe ainda estava lá. Ainda. Enterrei ela, junto com meu avô no quintal. Eu não podia mais ficar ali e nem os pequenos, então, eu só vi uma saída. Deixei os pequenos com uma tia que morava no interior, ela nunca gostou de mim e eu não pedi nada para mim, só para os pequenos. Deixei que ela os criasse, apesar de nunca ter aceitado uma intrusa em sua família, sempre foi uma ótima mulher. Acho que ela cuida bem das crianças agora."

–-Há quanto tempo não os vê?

–-Nunca mais voltei para lá. Ela me proibiu. Cuidaria dos pequenos, se eu não os procurasse mais. E assim foi feito.

"Nunca mais voltei para lá. Fugi para outros lugares. Cheguei na Arquelândia uma vez e consegui um pequeno bote, sempre gostei das águas- Cristine olha para o mar, como se buscasse a tranquilidade- E um dia parei em Nárnia. Estava completamente sozinha e entrei na floresta, em busca de comida, água, alguém, qualquer coisa. Foi quando eu conheci Dark. Não é mentira o que você disse, Dark descende dos lobos da Feiticeira, mas nunca foi à favor dela. Exatamente quando eu o vi, ele estava com um anão, um lobisomem e uma mulher velha, horrorosa."

–-Qual era o nome do anão? Você se lembra?

–-Não...Dark? Qual era?

O lobo não mexeu a cabeça, mas respondeu normalmente.

–-Nikabrik.

–-Oh...

–-Majestade?

–-Continue Cris, por favor.

Lúcia se lembrava de Nikabrik. Aquele que traiu Nárnia, querendo reerguer a Feiticeira Branca.

–-Bom, lembro-me que Dark dizia não o tempo todo e tentava fugir em vão, o lobisomem era muito mais rápido do que ele.

"Nikabrik tentou convencê-lo de algo que eu desconhecia “vamos, nos ajude a reerguer a Feiticeira e seremos recompensados.” Então, Dark gritou “não! Jamais trairei Aslam, ele é meu senhor, não a Feiticeira. Prefiro lutar em nome dele e morrer, do que viver como um escravo para a Feiticeira para o resto da vida.” Nikabrik pegou uma espada e disse “ que assim seja então.” Foi aí que eu peguei minha espada e me juntei com Dark, lutamos de verdade. Dark mordeu o lobisomem algumas vezes, apesar do outro tê-lo ferido gravemente. Consegui derrubar a espada de Nikabrik e quando eu ia atacar a mulher, eles recuaram.

"Conheci Dark e estamos juntos até hoje. Achamos um casa abandonada e umas fazendas por perto, havia dias que eu não comia direito, tive que roubar. Roubei muitas vezes. É verdade, não me orgulho. Depois que a notícia de que Miraz morreu e Caspian seria o novo rei, não mudou muita coisa. Fiquei agradecida pela justiça, mas ela não traria minha vida de volta. Dark e eu mudávamos de cidade de três meses em três meses, senão desconfiaram de nós. Foi quando chegamos em Cair Paravel e eu pedi para entrar na Marinha de Nárnia. Não foi fácil. Primeiro, porque não queriam uma mulher. Segundo, o pior de todos, já estavam sabendo de uma menina ladra que andava por aí. Terceiro, ter um descendente dos aliados da Feiticeira Branca também não ajudou muito."

–-E como você conseguiu?

–-Graças à Ripchip e à Caspian.

"Conheci Ripchip quando tentava roubar comida no meio de uma briga na rua, estavam todos distraídos, ninguém iria reparar, mas ele reparou. Lutamos, mas a briga na rua continuava, até que em certo momento, percebi que iriam pisar em Ripchip, literalmente. Consegui puxá-lo à tempo, mas depois fugi. Outro dia voltei à Marinha e nos encontramos. Rip conseguiu falar com Caspian, ele ouviu minha história e foi o primeiro que não me julgou ou me criticou, apesar de não ter aprovado minhas atitudes. Ele deixou eu entrar na Marinha, Drinian não aprovou mas aqui estou eu. Não roubo mais desde que comecei a ganhar meu próprio dinheiro, não estou mentindo. Mas todos só me julgam por causa do meu passado."

–-Esqueceu-se de uma parte importante.

–-Qual Rip?

–-A parte em que quando chegou em Nárnia, você não roubava somente para si, mas para as famílias mais pobres, assim como famílias em Cair Paravel.

–-Eu roubei Rip, isso não justifica nada.

–-Há pessoas que passam fome em Nárnia?

Lúcia perguntou.

–-A Idade do Ouro acabou faz tempo majestade, digo, Lúcia. E sim, há famílias com esses problemas, graças à Aslam que são poucas, mas de qualquer forma, existem.

–-Eu não sabia disso.

–-O rei Caspian disse que tomará providências, mas só quando voltarmos.

–-Espero que sim, ele vai lhe escutar.

–-Eu espero..mas bem...essa é minha história, e Dark está aqui, porque não há ninguém em quem eu confio para ficar com ele e depois, Dark adora uma aventura.

Lúcia riu.

–-Você é como Robin Hood, mas no estilo feminino.

–-Quem?

–-Oh..é um personagem do meu mundo, você iria gostar.

–-Sim, mas...é isso?

–-O que?

–-Não irá me odiar? Ou me ignorar? Por que ainda não se levantou e me deixou sozinha?

Lúcia pegou nas mãos de Cris.

–-Não irei fazer isso, quero ser sua amiga, confio em você.

–-Verdade?

–-Sim.

–-Oh...obrigada majes... Lúcia! Obrigada!

Cris abraçou Lúcia e chorou em silêncio em seu ombro, Rip ficou satisfeito e voltou a cantar, Dark dormia com os olhos fechados, as orelhas atentas e um sorriso no rosto, embalado pelo ritmo da música da dríade do bosque.

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Notas finais do capítulo

É isso...foi um pouco curto, desculpa. Mas amanhã tem mais ^^ fiquem de olho e deixem coments se gostaram u.u



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