(HIATUS) Helena. escrita por anajvargas


Capítulo 9
A reunião natalina no hospital


Notas iniciais do capítulo

ME DESCULPEM, NÃO DEU PRA REVISAR TUDO CERTINHO E PA
SÓ FIZ UMA REVISADA BASICA.
MSM ASSIM ESPERO QUE GOSTEEEEM.



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Hoje é véspera de Natal.

A cidade inteira está brilhando, fazendo com que eu me sinta dentro daqueles globinhos de neve gigantes que eu observava nas vitrines quando tinha cinco anos. É difícil explicar como me sinto em relação ao Natal. Claro, eu sei o verdadeiro significado, mas eu estou falando do Natal em que a família se reúne pra ouvir a piada do “ É pra ver ou pra comer? “ daquele seu tio com alguns dentes faltando e a mesa com a ceia é quase atacada pelos seus primos enquanto seu avô faz um discurso memorável que será esquecido assim que todos comerem o pudim de leite condensado daquela sua tia que sabe cozinhar maravilhosamente. Sabe esse Natal? Então, eu sou tão fã dele quanto sou de funk. Me da vontade de pegar todos os meu adoráveis parentes e deixá-los á deriva no meio do mar mediterrâneo. Por outro lado bem conveniente, eu sou apaixonada por decorações natalinas. Gosto do jeitinho que toda a cidade fica enfeitada com luzes de todas as cores possíveis e inimagináveis, além do mais eu acho que são poucas as coisas que superação a sensação de felicidade de quando você sai andando por uma avenida gigantesca ela esta completamente iluminada e festiva.

Basicamente a minha aversão pelo clima de família reunida dava para ser quase superado por causa das decorações e por esse motivo nenhum dos meus parentes tinha se perdido no mar, ainda.

Eu já estava agüentando a minha maravilhosa família há algumas horas, até agora eu já tinha quase beijado o chão umas quinzes vezes no mínimo, graças aos meu priminhos e priminhas, já tinha agüentado todas as minhas tinhas perguntando “ Como vão os namoradinhos? ” O que me deu uma leve vontade de levantar da cadeira e ir logo ali me jogar de um prédio e se mais alguém se sentasse do meu lado e para começar a puxar um assunto qualquer eu juro que eu precisaria de todo o autocontrole que eu já gastei nos meus dezessete anos para não pegar o copo de coca-cola que estava na minha mãe e entornar na cabeça da pessoa.

O relógio que estava travando uma luta lenta e torturante contra mim, ainda marcava onze e quinze da noite, mais quarenta e cinco minutos antes que todo aquele amontoado de parentes se ocupassem com a comida e me deixassem livre.

Com a minha habilidade de só me ferrar, é claro que eu não conseguiria passar quarenta e cinco longos minutos ali. E quando uma tia com os cabelos tão descoloridos que chegava á dar uma leve dor nos olhos se sentou do meu lado e começou a despejar tantas perguntas acumuladas que eu não pude entender nem uma delas eu simplesmente fiz uma pequena cena.

Conforme eu levantei do sofá bruscamente o copo de vinho tinto que estava na mão daquela maldita loira aguada voou longe até acertar a cabeça de um garotinho que corria em círculos com um outro qualquer, sem nem ligar para o pequeno estrago eu fui em direção aonde eu tinha largado meu Done Head sem nem pestanejar, coloquei o tênis furiosamente e enquanto eu atravessava o quintal com uma fúria maior que a do Gerry Butler em 300 naquela frase super bem pensada ( ThisisSparta!!! ) eu gritei para que minha mãe não achasse que eu estava indo para algum pais que contrabandeia cocaína:

- Preciso fazer uma coisa importante, não se preocupe comigo!

Depois de caminhar por um longo, longo tempo e sem nem saber aonde estava indo eu finalmente parei e me dei conta de que estava na frente daquela vitrine de dias atrás quando fiz comprar com minha mãe, meu pai e meus irmãos.

A coleção de chaveiros ainda estava ali.

Chequei meu celular, já eram onze e vinte e cinco, obvio que a loja estava fechada.

Tombei minha cabeça para traz esperando que uma placa caísse na minha cabeça me dizendo o que fazer. Isso quase aconteceu.

A loja tinha um segundo andar, que indicada que o dono provavelmente morava ali e que com um pouco de sorte ele estaria passando o Natal com a família.

Me senti extremamente culpada, mas mesmo assim fiz o que queria.

*****

Sabe aquela sensação maravilhosa á qual eu me referi mais cedo de quando você esta passando por uma avenida toda enfeitada, pois é, esqueça dela. Não era nada motivador estar correndo que nem uma louca pela cidade com uma coleção de chaveiros nas mãos que eu segurava tão apertadamente que meu nós dos dedos ficaram brancos.

As vezes eu consultava o relógio meio apreensiva, com o tempo que eu gastei tentando convencer o dono da loja á abrir para mim agora já era onze e quarenta.

Meus pés faziam apressadamente o caminho que eu já conhecia e estava acostumada, eu entrava em vielas que encurtavam o trajeto e pulava alguns murinhos sem que as pessoas que passavam tranquilamente bêbadas na rua percebessem.

No fim, depois de muitos quilômetros de correria, vários quase tombos, alguns esbarroes em bêbados e velinhas e um vendedor muito puto comigo por ter derrubado sua barraquinha, eu finalmente parei na soleira da Casa dos Smith. Eu respirava descompassadamente por causa da minha correria e ainda hesitava entre tocar a campainha ou dar meia volta e fazer com que a Corrida de São Silvestre que eu tinha acabado de fazer fosse á toa.

Dispensei as duas oportunidades e escancarei a porta nem nenhuma cerimonia ou nada, na maior cara de pau, com os cabelos totalmente bagunçados e uma expressão meio estranha.

Todas as varias cabeças que se encontravam espalhadas pela grandiosa sala de estar dos Smith se viraram juntamente na minha direção.

- F-feliz Natal! – Eu disse estendendo a coleção de chaveiros e abaixando a cabeça um pouco para que ninguém visse o quão vermelha eu estava.

- Morena? – Ouvi o apelido que já não era dito á um bom tempo, mas mesmo assim não ousei levantar a cabeça para olhar para Pedro.

Depois dele pronunciar meu apelido uma metralhadora começou á disparar escada a baixo e quando o barulho finalmente cessou eu pude ouvi aquela voz maravilhosa chamando meu nome.

- Helena?

Meu coração fez um giro pelo meu corpo inteiro e depois voltou para o lado esquerdo do meu peito, ele batia tão forte que eu tinha a impressão de que todos na sala podiam ouvir. Meu rosto deveria estar mais vermelho do que a pulseira vibrante que eu usava em um dos pulsos, e isso queria dizer muita coisa.

- O que você quer aqui menina? – Não consegui não olhar quem tinha dito isso e claro que quando eu foquei meus olhos naquela pequena garota de cabelos claros que segurava fervorosamente o braço de um ruivo tudo o que eu consegui fazer foi entregar – vulgo jogar – os chaveiros na mão de Pedro, dar um sorriso muito forcado para todos que estavam presentes, pedir desculpas e sair pela porta que eu tinha escancarado mais cedo.

Parabéns Helena, você oficialmente só faz merda nessa sua vida. Mas é claro que você não tinha que ir na casa deles entregar um presente idiota, você tinha prometido que não ia voltar.

O que é que eu tenho na cabeça? Por que estou começando a achar que não é um cérebro.

Eu corri por vários quarteirões sem me preocupar em ir pra casa, como é que eu ia explica que acabei de arruinar o Natal de uma família e que eu era uma merda ambulante?

Eu tinha chega em um lugar com casas muito parecidas e enfeitadas, a decoração brilhante me ajudava a ficar um pouco melhor, mas não muito.

- Helena! – Ouvi um grito com aquela voz familiar vindo de algum lugar atrás de mim. Como se te ouvir agora fosse me fazer melhor não é senhor Lucas? – Espera caramba!

Continuei andando, agora um pouco mais rápido com a esperança que ele desistisse, já que era bem provável que eu começasse a chorar como da ultima vez que o vi.

- Helena! Meu Deus, pelo menos me escuta! Aquilo no casamento não foi de propósito eu achei que você ia me bater ou algo do tipo, achei que não quisesse. – Eu tentava ignorar o tom suplicante dele e continuava caminhando pesadamente sem rumo. – A verdade é que você, cara, você consegue fazer qualquer coisa que quiser comigo. Eu fiquei louco quando o Pedro disse que você tinha decidido não voltar aqui e você não atendia o telefone e eles não me deixavam sair atrás de você. - É verdade que eu não tinha tocado no meu telefone dês da noite do casamento. – Eu não conseguia raciocinar direito, ficava no quarto o dia inteiro e SERÁ QUE VOCÊ PODE OLHAR PRA MIM QUANDO EU ESTOU PRESTES A FALAR QUE EU TE AMO? – Ele gritou mais alto ainda a ultima parte que me atingiu como um tiro.

A essa altura todos da rua já tinham saído de suas casas para observar a maravilhosa cena que acontecia logo ali, na frente do jardim deles.

 Forcei meu corpo á se virar, apesar de que ele parecia que nunca mais ia se mexer depois do que Lucas tinha berrado.

O ruivo estava parado no meio de um cruzamento, ofegante e com uma expressão meio aliviada no rosto já que eu finalmente tinha virado para ele.

- Ah! Muito obrigada Helena! Agora será que da pra você ouvir quando eu berrar pra todo mundo aqui que: EU TE AMO DEMAIS! – Meu coração acelerou mais do que já estava acelerado, o que parecia impossível de se acontecer. Então meu coração parou por um segundo.

Foi tão rápido que eu não consegui nem distinguir direito o que aconteceu. Um clarão apareceu do lado direito do cruzamento e logo após isso Lucas jazia no chão sem se mexer e com sangue em volta dele.

Pude ver toda a família dele se aproximando meio borrada no fundo do meu campo de visão já que agora eu corria desesperadamente com lágrimas brotando dos meu olhos na direção daquele idiota que tinha feito uma besteira enorme, por minha culpa claro.

Ai Helena, você realmente só faz merda.

*****

- Eu sou atropelado e você que vem parar no hospital desacordada. – Ouvi uma voz vinda do meu lado direito. – A propósito Helena, Feliz Natal.

Abri os olhos lentamente e vi uma figura de cabeça vermelha muito embaçada.

- Eu acho que você desmaia quando vê sangue. – Eu iria retrucar uma ótima resposta, mas como eu estava forte como um Dodô tudo o que eu consegui falar foi:

- Hmm-m-m.

- Ah claro eu também quero comer, alguém entrou na minha casa antes da ceia de Natal e eu não pude aproveitar nada. – Eu juro que só não soquei a cara de Lucas porque eu não tinha forças pra isso.

- Haa – Foi tudo o que eu consegui dizer de novo, e só pra ter certeza de que ele tinha entendido o recado mostrei meu dedo do meio pra ele.

- Acho lindo o seu amor por mim.

Ah, merda. Porque ele tinha que falar essas coisas sem perceber que eu ia entender outra. Alguém me salve antes que esse retardado comesse a falar mais coisas desse tipo.

- FILHA! – Uma mãe e um pai muito desesperados entraram pela porta do quarto onde eu estava “ conversando” com Lucas.

- HELENA!!! – Vi duas coisinhas pequenas e desorientadas passarem por entre as pernas do meu pai e então pularem em cima de mim.

- Hector! Heitor! – Minha mãe repreendeu os pestinhas, que por um milagre estavam demonstrando um pouco de amor pela irmã mais velha.

- Como é que você morre Helena? – Hector perguntou se agarrando em uma das minhas pernas.

- Sua idiota sem noção! Quem é que nós íamos infernizar se você morresse? – Heitor se agarrava á minha outra perna. Era uma cena linda.

- Nos disseram que teve um acidente e que você estava no hospital, Helena, querida, estávamos mortos de preocupação. – Minha mãe disse se aproximando da cama, quando eu ia abrir a boca pra contar a verdade á ela, – pois eu já achava que conseguiria formular uma frase -   mas antes que eu pudesse fazer isso Lucas já tinha aberto o berreiro e contava toda a história praticamente aos gritos para quem quisesse escutar.

- Quem sofreu o acidente fui eu, não ela, por algum motivo ela desmaiou, acho que por causa do sangue, ela foi até em casa para nos entregar um presente, mas acabou saindo que nem uma louca e eu fui atrás dela gritando tudo o que eu queria e quando eu falei que gostava dela ela virou pra me olhar – finalmente – só que nessa hora um carro veio e como eu estava no meio do cruzamento ele me acertou e acabou fazendo um corte no meu braço, - Ele mostrou o curativo no braço esquerdo para nós. – e provavelmente ela desmaiou quando viu, ou alguma coisa do tipo, então eu peço desculpas po....

- Ai meu Deus, foi você que sofreu o acidente? – Os gêmeos perguntaram com aquela sincronia assustadora de sempre.

- Ahn foi. –Lucas respondeu meio acanhado.

- E por que nós estamos aqui agarrando as pernas dela  como se ela estivesse morrendo? – Hector disse.

- Helena você não sabe nem morrer direito. – Heitor completou.

Ah, meus amorosos irmãozinhos estão de volta. Senti saudades.

- Calem a boca. – Eu respondi tirando os dois de cima da cama do hospital e colocando eles – jogando – no chão.

- Ainda bem que os dois estão sem nenhum ferimento grave, certo? – Minha mãe disse, já mais calma.

- LUUUUUUUUCAAAS! – Uma figura chorosa entrou pela porta, lotando mais ainda o quarto, devo ressaltar que ela foi seguida por outras seis pessoas chamando por Lucas.

Eram tantas pessoas falando  - gritando – que eu só conseguia pegar fragmentos do tipo “ Achei que você tivesse morrido.” “ Não faça isso..” “ Você podia ter morrido..” “ O que ela esta fazendo aqui?” Opa tenho certeza de que essa frase foi á adorável Gabrielle querendo saber o por que deu estar ali. Ah, acho que ela iria se dar muito bem com os gêmeos que agora já tinham dado um jeitinho de escapar do quarto e deveriam estar infernizando qualquer pessoa que entrasse no hospital.

Depois de muitos “ Estou bem.” E “ Não precisa se preocupar.” Vindos de mim e de Lucas, nós finalmente conseguimos sair do hospital e agora estávamos todos estávamos espremidos em alguns poucos carros para voltarmos á nossas ceias Natalinas.

Não que eu fosse comer alguma coisa, afinal minha fome tinha sido levada embora forcadamente pela ótima noite que eu tive.

E lá estava eu. Sentada novamente no sofá, descalça, com varias tias querendo saber o que tinha acontecido e com a minha cabeça martelando “e SERÁ QUE VOCÊ PODE OLHAR PRA MIM QUANDO EU ESTOU PRESTES A FALAR QUE EU TE AMO?

Ah Lucas, muito obrigado, eu não estou comendo no Natal por sua causa.


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Notas finais do capítulo

FELIZ NATAL PESSOAS MARAVILHOSAS QUE LEEM A MINHA FIC.
TOMARA QUE VCS COMAM QUE NEM LOUCAS E QUE TENHA RABANADA PQ EU ADORO RABANADA --'
BEIJOOOOOOOOS
@_ANAJVARGAS



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