- O que aconteceu com ela? – Escutei a voz de Lucas extremamente preocupada.

- Encontramos uma certa quantidade de álcool no sistema dela. Isso se uniu ao fato do da imunidade imunológica dela estar bem baixa e acrescentando o cansaço que ela estava, considerando o que você me disse, fez com que o desmaio ocorresse. – Uma voz grave e áspera respondeu.

Eu poderia abrir os olhos e estragar com todo aquele clima médico e tenso, mas infelizmente eles estavam pesados de mais para que e conseguisse fazer isso.

- Vai ficar tudo bem com ela? – Questionou o garoto.

-Claro que sim! Mas alguns minutos e ela vai estar de pé, nova em folha. – Me desculpe Sr. Medico de Plantão, mas eu superei suas expectativas, já estou acordada.- Agora se me da licença. – Escutei o barulho de uma porta sendo fechada alguns instantes após.

- Lena... Acorda vai... – Minha mão foi envolvida delicadamente por Lucas.

- Como queira!- Respondi obviamente surpreendendo-o e fazendo a maior força possível para abrir os olhos, que desta vez colaboraram, e encara-lo.

- Puta que pariu! – Ele soltou a minha mão e começou a zanzar pelo quarto sem rumo algum.

- Hmm, Lucas? – Perguntei enquanto ele continuava naquele ato sem pé nem cabeça. – Será que você poderia parar? Eu estou ficando tonta só de olhar pra você.

- Oh! – Ele ficou parado em menos de um segundo. – Desculpa.

- Ta tudo bem. – Eu disse enquanto tentava me sentar, o que não deu muito certo considerando o fato de que a minha visão começou a ficar toda embaralhada. – Certo, sem levantar por enquanto. – Recostei a cabeça no travesseiro e suspirei.

- Você ta legal? – Lucas puxou uma cadeira de algum canto fora do meu campo de visão e se sentou do lado da cama onde eu estava.

- Perfeitamente dentro dos padrões. Agora que você já sabe disso, será que tem como você me contar tudo o que aconteceu? Incluindo a conversa do Felipe e do Pedro. – Respondi num tom de quem não quer nada, mas por dentro eu já estava borbulhando de curiosidade.

- Eu tenho que contar né. – Ele apoiou a cabeça em uma das mãos e ficou ali por um bom tempo, sem dizer nada, sem fazer um barulho sequer. – Bom... É complicado...

- Acho que a gente tem tempo o suficiente pra você explicar.