Eu Sempre Vou Te Amar escrita por Aninha


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/289066/chapter/1

Ele adentrou seu apartamento frio, vazio e escuro – o que não era muito diferente da sua existência.
Sentou no sofá e se sentiu exausto. Não estava totalmente recuperado fisicamente e o seu coração pesava tanto que era quase impossível carregá-lo.
Recostou sua cabeça e sentiu-se adormecer, consciente de como seu corpo doía e de como o dia iria ser pior amanhã. Ele convivia constantemente com a imagem do seu irmão, sentindo uma saudade incurável que com o tempo se esvaia levando consigo a essência do seu ser. Estava se tornando uma pilha ambulante de dor, e mais nada.

Acordou e ainda era noite. E muito provavelmente não conseguiria mais dormir.
A luz da lua invadia o cômodo, fazendo-o lembrar de seu pesadelo e trazendo lembranças insuportáveis que lutava para esquecer.

“Eu sempre vou te amar...”

Era ridículo, mas também humano, não conseguiu evitar que as lágrimas viessem.
- Você está bem? – ecoou uma voz doce e preocupada no recinto.
Secou as lágrimas rapidamente, reconhecendo a voz no mesmo instante: Sakura, sua tentativa desesperada de sobrevivência. Aos poucos, ele havia deixado que ela se aproximasse dele, que lhe abraçasse quando sua dor era insuportável, que lhe beijasse para tentar achar, em seus lábios macios e ternos, algum conforto para o seu coração. Ele não a amava – era o que repetia a si, toda noite -, mas não podia negar que, quando ele pensava que não conseguiria mais, ela sempre lhe dava um pouquinho mais de força.
- O que você está fazendo aqui? – perguntou, odiando o tom desamparado que havia saído da sua voz e se esquecendo completamente que ele próprio é que havia dado as chaves e deixado que ela viesse.
A moça, então, abaixou na altura dos olhos do rapaz e segurou a sua mão. O brilho dos seus olhos esverdeados denunciava a sua tristeza. Afinal, a dor dele era a sua dor, como se compartilhassem um mesmo coração.
- Estava sonhando com ele... de novo? – ela perguntou, olhando fixamente para os seus olhos negros que se anuviavam. Era uma coisa particular dele que ela não deveria se intrometer.
Já ia dar uma resposta à altura da sua raiva, mas ela afagou seu rosto com muito carinho e ele esqueceu o que ia falar.
- Desculpe vir assim... Nessa hora da madrugada. Mas eu estava preocupada com você.
Foi aí que o rapaz notou que estava envolto por lençóis e havia travesseiros. Também não se lembrava de ter tirado os sapatos.
- Sakura, eu agradeço – ele disse, e isso ele tinha certeza. Estava grato por aquele amor incondicional que ela lhe oferecia e ele podia senti-lo em cada toque, em cada olhar. – Mas pode ir para casa agora, eu fico muito bem sozinho.
Ele não pode deixar de notar que seus olhos se entristeceram ainda mais.
- Tudo bem – ela disse, mas é claro que nada estava bem.
Ela não fez menção nenhuma de ir embora. Permaneceu quieta observando as suas lágrimas no chão que eram iluminadas pela claridade da Lua e lembrando-se de como ele estava gemendo, quase chorando, com o pesadelo. Lembrando de como foi difícil vê-lo sofrer.
Lembrou também da dor, quase sufocante, que ela sentia vim dele quando o beijava e de como o abraço dele sempre a surpreendia, sendo mais apertado e necessitado, como se tentasse encontrar nela a vida que nele não havia mais.
Então ela se levantou e o abraçou. Afundando o rosto no pescoço dele e enlaçando a cintura, o que fez aumentar as lágrimas dos seus olhos. Como queria poder absorver toda a dor que havia nele, para que ele pudesse ser feliz de novo, mesmo que isso significasse a sua própria infelicidade.
- Sakura... – ele começou, surpreso com a atitude dela. – Não pod
Ela silenciou-o com um beijo, que não passou de um massagear de lábios. Ele correspondeu, da sua maneira, odiando amar cada segundo. Odiando ter que admitir que era o que ele mais queria – e precisava.
Ela interrompeu o beijo, sentindo o ar faltar nos pulmões e borboletas soltas no estômago. Sentindo-se feliz, por si; porém triste, por ele. Assim que se afastou um pouquinho e a luz da Lua pode iluminar o olhar do rapaz, fora inevitável perceber o que ela sentira com o beijo: aquela tristeza intensa que, talvez, nunca seria capaz de tirar.
Ele ainda estava tenso por causa do efeito que o beijo lhe causou. Era uma sensação angustiante. Era como se o oferecessem o tesouro mais belo do mundo e ele recusasse simplesmente por não ter onde guardar.
Era isso. E não era justo. Com ela.
- Sakura... – ele começou, se afastando dela no sofá e soltando suas mãos. – Você precisa ir embora. Agora. E seja lá o que for que nós começamos, tem que parar.
- Por quê? – ela perguntou. Sentindo uma raiva e dor súbita que crescia no seu peito.
- Precisa responder?! – ele disse, de forma ríspida. É claro que ela sabia que ele jamais poderia corresponder.
- Por que você é tão teimoso?! – ela exclamou com a mesma rispidez que ele. Segurando seus braços, prendendo-o no sofá para que ele não se afastasse.
Eles se olharam fixamente e seus olhos pareciam se entender. Aos poucos a raiva que ele sentia só o deixou mais angustiado e a dela multiplicou-se por amor a ele.
- Sakura... – ele balbuciou quase inaudível, o que a fez se aproximar dele para ouvir melhor. – Seja lá o for que sobrou em mim... não pode amar de novo.
A moça encostou a cabeça no ombro dele, molhando sua camisa com as lágrimas ininterruptas. Permaneceu assim, quieta por algum tempo, incrédula. Ela não pensaria duas vezes antes de entregar sua vida por ele, mas jamais pensou que nem isso seria suficiente.
Mas ela jamais desistiria.
- Se em você não pode mais haver amor... – ela disse, já levantando a cabeça para olhar em seus olhos. – O que há em mim é suficiente para nós dois. Eu te amo demais...
Ele desviou o olhar. Não tinha como não se comover. Ele nunca tinha percebido, mas ele e Sakura eram parecidos neste ponto: amavam alguém que não vivia mais.
- Quem aqui é o mais teimoso? – ele perguntou sorrindo de lado. O que fez o coração da moça falhar e desejar ardentemente que o coração dele também sorrisse.
- Posso ser tão teimosa quanto você – ela disse, sorrindo também. Mas não conseguiu evitar começar a chorar de novo. – E... não importa o quanto você esteja mudado ou o que decida fazer daqui para frente... Eu sempre vou te amar.
Enquanto o peito do rapaz se fechava, deixando o sem ar, e ele sentia a dor dar um nó em sua garganta, Sasuke Uchiha mais uma vez era posto defronte de seu passado. Seu irmão havia o amado e sempre o amaria, não importa o quão estúpido ele fora.
Mas ele se foi.
Sakura estava lá, chorando de novo, repetindo as mesmas palavras que seu irmão lhe dissera. Ela estava ali, com todo o seu amor e braços acolhedores, oferecendo a ele o que ele mais queria: fazer a coisa certa.
Parou de analisar friamente as conseqüências. Imediatamente recordou da sua amiga de equipe que ele jurava, silenciosamente e em cada missão, proteger; de como ele sentia uma raiva insistente e repentina quando ela sorria para outra pessoa; de como ele se enfureceu quando a machucaram; do abraço apertado que ela lhe deu naquele dia.
Recordou-se também da noite em que fora embora e de quão grato ele sentia. Concentrou-se em toda essa gratidão. Talvez não fosse suficiente, mas era um começo.
E tudo que ele precisava era recomeçar.
Inclinou-se e a beijou, fazendo com que as lágrimas de ambos tornassem-se uma só. Eles se abraçaram mais apertado, tentando ficar impossivelmente mais próximos enquanto seus corações se apaziguavam, buscando um no outro o que precisavam para serem completos.
Uchiha Sasuke jamais poderia imaginar, mas Sakura soube no exato instante em que seus lábios se tocaram: ele sempre a amaria.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pois é... é a minha primeira fic, o que explica a falta de qualidade do texto. Espero que gostem e comentem, por favor.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eu Sempre Vou Te Amar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.