The 29th Hunger Games! escrita por Lançassolar


Capítulo 7
Contagem Regressiva


Notas iniciais do capítulo

Quase lá^^



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Acordo. Finalmente é o dia. Os Jogos Vorazes. Daqui a poucas horas estarei diante de uma arena desconhecida, com inimigos por todos os lados que darão seu próprio sangue pelo meu. Ainda tenho duas horas de treinamento individual com Jacko, que apresenta um ferimento recente e semiaberto na face, do qual ele não quis falar, nem eu quis perguntar.

Nossas duas horas finais são muito bem cronometradas, uma verdadeira contagem regressiva. Nos primeiros quarenta minutos, Jacko me dá diversas dicas sobre o combate com a lança, que de algum modo ele levou para o décimo primeiro, me ensina a jogá-la melhor ainda e de cada dez arremessos, em pelo menos quatro ou cinco eu acerto no alvo exato. Enfrento-o diversas vezes e consigo inclusive derrota-lo uma vez, o que eleva bastante meu humor. Mas Morgan é como ele, talvez até melhor, por estar em condições físicas ideais.

Nos vinte minutos seguintes, nos digladiamos no chão. Jacko me força ao limite no começo.

- Bom vamos diminuir o ritmo. – Diz ele após algum tempo. – Não quero que você chegue morto de cansado na arena.

E por fim, na hora final, nos dedicamos exclusivamente ao combate em pé. Ao fim do treinamento Jacko me elogiou e disse que não estava brincando quando disse que eu tinha reais condições. Agradeci o cumprimento, embora duvidasse seriamente dele.

Voltei para o apartamento, onde tomei banho e almocei. Tudo de forma mecânica. Desconfio que se me perguntassem o que eu havia acabado de comer cinco minutos antes eu não saberia responder. Esse é um dos problemas dos Jogos Vorazes. Quando temos uma oportunidade de aproveitar o luxo estamos preocupados demais para usufruí-lo.

Lá por volta das 3 horas, nos despedimos de Jacko e ouvimos seu ultimo conselho.

- Não se esqueçam, corram para o mais longe que puderem da Cornucópia. Boa sorte aos dois.

Entramos no aerodeslizador e nos dirigimos para o subsolo da arena. Nossos rastreadores são colocados e descemos para as catacumbas.

Sarah Smith me acompanha pelo trajeto, será a pessoa que passará as ultimas horas de minha vida civilizada comigo. Geralmente são os estilistas que acompanham os últimos passos dos tributos, mas a minha e eu não temos relações muito amigáveis. Sarah ocupou seu lugar.

- Ei, não tenha medo, você é um menino muito corajoso. – Ela disse.

Não deixo de me sentir estranho com aquela afirmação. Eu não desprezo Sarah, mas ao mesmo tempo ela é da capital, e tenho aversão à maioria deles. Desarmo-me um pouco e agradeço o elogio.

Entro no tubo segundos depois. Um último olhar para Sarah. Ela me dá um tímido adeus. O tubo sobe e meu coração dispara, então vai começar, a 29ª edição dos Jogos Vorazes vai começar, e eu sou um dos tributos. É como se tudo até agora fosse um sonho e eu estivesse finalmente acordando para a realidade. Toco minhas mãos no vídeo, desejo mais do que tudo sair. Mas é tarde demais, sempre foi. Desde que meu nome saiu na colheita esse é meu destino. Resta-me enfrentar. Finalmente chego ao topo e vejo.

55, 54, 53, 52, 51, 50, 49, 48, 47, 46, 45...

A arena é um grande descampado. A grama é limpa e verde. Observo uma grande floresta, com árvores bem altas, formando um circulo perfeito em relação à Cornucópia.

44, 43, 42, 41, 40, 39, 38, 37, 36, 35...

A Cornucópia está lá. Esse ano ela está recheada. Vislumbro diversas mochilas e suprimentos espalhados ao redor, e dentro, as armas. Vislumbro inúmeros machados, espadas, facas, um arco e diversas lanças. Minhas chances seriam bem maiores se eu fosse até lá e pegasse uma delas.

34, 33, 32, 31, 30, 29, 28, 27, 26, 25...

Lembro-me das palavras de Jacko e desisto. Olho ao redor, todos os 24 tributos reunidos. Pergunto-me quantos morreram nas primeiras horas. E se eu estarei entre eles.

24, 23, 22, 21, 20, 19, 18, 17, 16, 15...

Visualizo os tributos. O Carreirista do Distrito 4 não esconde o sorriso de empolgação pelo início. A garotinha Brigitte não parece amedrontada. Morgan está muito concentrado e seu semblante não demonstra nada, alegria, medo, entusiasmo, desprezo, absolutamente nada. Kayleigh observa tudo  atentamente, como se tivesse certeza do que fazer. Ela olha em meus olhos, me dá um sorriso e pisca para mim. E então vejo Bianca. Passada a raiva sinto-me culpado por tudo que eu disse, e gostaria de poder me desculpar, mas agora não há mais tempo.

14, 13, 12, 11, 10, 9, 8, 7, 6...

A contagem regressiva está chegando ao fim. Sinto-me estranhamente satisfeito com o início, pelo menos por enquanto. Todo meu medo se foi. Respiro fundo, vislumbro a floresta e conto:

5, 4, 3, 2, 1


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Notas finais do capítulo

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