Carpe Diem escrita por Milk


Capítulo 1
Prólogo - Cortesias Básicas


Notas iniciais do capítulo

- Oi delicinhas da minha vida! Cá estou com outra nova fanfic para vocês, essa completamente diferente de 'A Hóspede' e 'Strokes'. Estou testando um estilo mais fantasioso e dark e quando fui encharcada por uma fonte de inspiração disparei em escrever esta história, que a princípio parece um clichê entediante, mas garanto à vocês, minhas antigas e novas leitoras, que posso surpreendê-las hahaha (modo risada maligna off)
So... Enjoy



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“Deus abençoe cada um de nós

Somos um povo derrotado

Vivendo sob armas carregadas”

[The Catalyst – Linkin Park]

-Sangue. Foi primeira coisa que se passou pela minha cabeça quando eu nasci. – Respondi à doutora, em seguida vendo uma ruga surgiu entre seu cenho.


-Não conseguimos nos lembrar do momento em que nascemos Sakura. –Explicou com toda a cordialidade do mundo.


-Depende. O que significa nascer para a senhora? –Ela respirou fundo e se ajeitou melhor na cadeira, crispando os lábios e esfregando os olhos por baixo dos óculos.


-Quem está sendo examinada é você e não eu. –Respondeu pacientemente.


-Isso faz parte do meu tratamento. –Disse. –Quero dizer, é importante que eu saiba o significado disso... –Derrotada, ela voltou seu olhar para mim e começou:


–Nascer, literalmente, é vir ao mundo.


–Assim? Tão cru?


–Pra mim é assim.


–Pra mim não.


–Mas me diga: como você lembra do dia em que nasceu? –Retomou o objetivo da conversa.


–Não sei como. Eu estava no chão. Era frio e áspero. Senti um gosto metálico na minha boca e quando consegui abrir os olhos e acostumá-los com a claridade, percebi que estava deitada sobre uma possa de sangue. -Parei diante das lembranças que retornavam a minha cabeça. –Muito sangue. –Ousei olhá-la nos olhos e a encontrei me escutando atentamente, dando uma importância que jamais dera a algo que eu tivesse lhe dito.


–É isso? –Perguntou depois de muito tempo de silêncio. Assenti. Ela suspirou e voltou a encostar as costas na poltrona. –Então... foi assim que você acha que nasceu?


–Não é o que eu acho, é o que sei. –A corrigi. –Como você disse, nascer é vir ao mundo. É a estaca zero. Essa é minha estaca zero, entende? –Ela meneou a cabeça em sinal positivo embora seu olhar dissesse o contrário. Depois de umas anotações e dos estalos de língua ela limpou os óculos e pediu para eu remarcar na secretaria para dali dois dias. Achei estranha a urgência de uma nova consulta, mas não questionei. Fiz exatamente o que ela me pediu e fui para o ponto de ônibus pensando em como meu tempo estava sendo desperdiçado com isso.


Eu estava bem. Sempre estive. Sori, a doutora, me fazia perguntas que me deixavam confusa e faz com que eu diga coisas que contradizem com o fato de que eu estou bem, estou ótima.


Ela se alimenta do meu tempo.


Falando sobre livros e bandas ela aparentava ser alguém suportável e de gostos flexíveis para tudo, mas profissionalmente, ela era sádica, me olhava como se desejasse que eu me afogasse na própria saliva, que engasgasse em minhas palavras e surtasse de tão desnorteada. Me sentia encurralada. Às vezes até triste, mas não demostrava, claro. Ela sempre fazia perguntas sobre o meu passado vazio e sobre a importância de certas coisas para mim, entretanto, meu passado era tão escasso quanto o tempo que eu tinha para ficar desperdiçando com bobagens como essa. Nenhuma de nós duas saíamos ganhando nisso.


Dez minutos no ônibus e eu já estava em casa. Devo ressaltar que não é uma casa comum. Bem... Assim como nascer tem um significado individual para mim, casa também deve ter, já que o que eu considero como casa muitos consideram como conveniência. A primeira entrada realmente era uma conveniência; a segunda era num quarto onde guardavam as bebidas a serem vendidas e a terceira e última era um espelho que vai do rodapé até molduras do teto.


A chave para entrar era meu sangue.


Aquela conveniência era o único ponto no País onde havia um portal como esse. Todos os funcionários da loja eram militares de Ongrir encarregados de proteger a passagem dos Naturais. Uma história complexa demais para ser contada em uma apresentação informal como esta. Mas tem algo que não posso deixar de te informar: todos, exatamente todos que transitam de um mundo para o outro sofrem uma mudança drástica muito parecida com o que os Naturais chamam de transtorno bipolar. Pois é. Isso explica porque até aqui estou falando com tanta paciência e amabilidade, explica também o porque nunca tentei arrancar as vísceras da Dr. Sori com minhas lindas unhas. É a maldição que jogaram sobre Ongrir, mas isso é uma longa história...


Tenho que contar outra coisa, outra história, nem mais nem menos importante, mas que revolucionou esse mundo paralelo e começou assim:

Uma judia órfã perdida

Um aristocrata alucinado

Um estranho vendedor de livros

Um poço

Um destino imutável

Isto é do meu ponto de vista, claro. Outras pessoas contariam esses cinco tópicos como uma história épica, outras pulariam essa parte e iriam direto para a parte mais interessante, mas o que nos interessa é que quem está contando sou eu e meu humor já está oscilando, pois estou caindo fundo em um emaranhado de vertigens onde posso escolher o que quero que seja real.


E não, isso não é um privilégio.


Cortesias a parte, eu quero –e preciso-, contar tudo o que acontecera desde aquela tarde lúgubre no Cume das Almas. As minhas íris estão se abrandando e sinto que se eu não fizer isso de uma vez, corro o risco de ver uma história tão intrigante se tornar uma lenda e ser repassada para as gerações futuras em versões cada vez mais distintas, até que um dia, ninguém mais se lembrará da importância, da essência de todo o resto deixado a parte por aqueles que não sabem.


Eis um fato: ninguém sabe. Ninguém nunca soube da verdade. Essa é uma situação que pretendo mudar agora.


Peço que, por favor, me perdoem se eu fizer isto errado, a única história que contei antes foi dos ‘Noventa e nove soldados’ há muitos anos atrás. Sou apenas uma mulher querendo fazer algo útil antes de espairecer permanentemente. É pedir demais que me escute?


Seja qual for sua resposta, eu estarei aqui ou aí... em algum lugar... esperando que o mesmo ciclo se repita. E vai se repetir, eu sei! E ninguém me garante que não possa ser com você.


Quer apostar?



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Notas finais do capítulo

- Então... Deu pra sentir a pegada? A 'oscilação de humor'? Espero que sim. Já posso adiantar que essa Sakura a princípio meio Taylor Swift pode se tornar uma Taylor Momsen?? Humm... Comentem please!!! Deixa eu saber o que esperam dessa long-fic onde estou apostando todo meu tempo precioso!!!
Beijos e carpe diem



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