Cold Blood escrita por Sky Salvatore


Capítulo 4
Capítulo 3 - Sonho




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“Fico ás vezes reduzida ao essencial, quer dizer, só meu coração bate.”

Clarice Lispector

Já passava das cinco da tarde, mas, ainda continuava sentada nessa cadeira com a minha bunda quadrada e minhas costas doíam ao que parecia esse Jeremy realmente tinha uma “ficha criminal” bem extensa.

Perguntava-me se ele sábia exatamente tudo sobre sua família como eu sábia, tudo que envolvia meu trabalho eu sábia de cor.

Mas, sobre a irmã a Elena eu ainda não tinha certeza se era ela mesmo, que também não ficava atrás com a ficha criminal, ela praticamente era um imã para vampiros e era o elástico que ainda mantinha os Salvatore juntos.

Peguei meu celular e com os dedos dormentes de tanto virar páginas de livros, disquei o número que eu sábia de cor o do meu pai.

-Olá Charlotte – logo ele me atendeu com sua voz de veludo.

-Qual era o nome da adotada mesmo, era Elena…? – questionei logo de cara – Porque eu lembro que pelo que eu havia estudado, ela não é um Gilbert.

-Está tão adiantada assim nas suas pesquisas Charlie? – disse ele meio surpreso.

-Positivo – sorri – Qual era o sobrenome dela mesmo pai?

-Procure algo como Elena Flemming ou Elena Saltzman – disse ele como se estivesse lendo alguma coisa.

-Saltzman? – questionei curiosa – Esse não é o sobrenome do falecido caçador? Alaric?

-Exatamente querida, mas, você não se lembra de que Elena não é filha de John Gilbert?

-É verdade, tinha me esquecido – disse pensativa – Quem está gritando aí no fundo?

Havia uma grande falação no fundo da ligação, gritos e risadas.

-Seus tios – disse ele e tinha certeza de que estava revirando os olhos.

-Bem pai, era só isso que eu precisava – disse anotando os nomes que ele me dera.

-Está tudo bem por aí? – questionou.

-Está – disse.

-Charlie…

-Está mesmo, eu prometo, foi só um primeiro dia na escola, que mal pode haver nisso? – disse irônica.

-Está bem, qualquer coisa já sabe – disse.

-Sim, eu sei eu ligo – sorri.

Então ele desligou e eu voltei para minha pesquisa, sem querer as mesmas foram parar no histórico da cidade, ao que parecia os Gilbert eram um dos fundadores de Mystic Falls.

Na cidade havia três linhagens de caçadores: Os Gilbert, Os Saltzman e os Forbes.

-Os Forbes? – questionei falando sozinha, anotando esse sobrenome, que ainda me era estranho – Esse eu nunca ouvi.

Quando era quase oito horas, meu estomago começou a roncar, como dizia meu tio isso mostrava que eu ainda era humana, ainda sentia fome.

-Por hoje chega – disse exausta.

Desliguei meu computador, mas, o deixei junto dos livros em cima da mesa, amanhã eu arrumaria se é que eu tivesse coragem.

Depois de tomar um longo banho e vestir meus trajes informais de dormir, andei a até a cozinha e preparei um miojo a comida mais rápida e única que eu sábia fazer.

Quando por fim ele ficou pronto coloquei em um prato fundo e andei até a sala para ver se estava passando alguma coisa boa na televisão, mas, para minha alegria não estava passando nada de bom.

 Então depois de comer desliguei a televisão e fui me deitar, nem tive a preocupação de acender as luzes.

Deitada na cama meus olhos quase fechavam e meus pensamentos voavam por vários lugares, com os olhos selados pelo sono, logo comecei a me remexer na cama sabendo que aquele mesmo sonho iria acontecer.

Sonho On

A névoa branca deixava o caminho a minha frente turvo, um vento forte estava no ar deixando-me arrepiada, em quilômetros a única coisa que se podia enxergar era uma casa no fim da estrada.

Era uma casa grande toda branca, parecia ser térrea sem outro andar, a porta era cor caramelo e havia uma varanda na frente.

Eu dava passos leves e pequenos até a casa, eu queria entrar em algum lugar para me esquentar já que eu vestia apenas uma camisola branca larga como aquelas de filmes antigos.

Então passos pesados começaram a ser escutados atrás de mim, um medo súbito então me atingiu e eu comecei a correr olhando para trás e para frente ao mesmo tempo.

Até que consegui chegar a casa e sem pensar entrei, então tudo ficou silencioso não ouve mais passos ou o som do vendo uivando, apenas o silêncio.

Comecei a andar pela casa tudo era familiar, era como se eu tivesse morado aqui minha vida inteira, começo então a escutar um choro fino de bebê, procuro saber de onde vem e vou atrás do som.

O som é do cômodo ao lado é o quarto de uma criança todo decorado de rosa, haviam um berços e uma cama de criança ambos rosa também e em uma cadeira de balanço uma mulher loira do cabelo curto que sorria muito com um bebe no colo.

-Olha sua irmãzinha querida – disse o homem ao lado dela que eu só notara agora, pegando a loirinha no colo que não devia ter mais que um ano.

Ela esticou as mãozinhas para pegar o bebe e o homem riu, a mulher acariciou o bebe e ele parou de chorar, era uma menina dos olhos escuros como o homem, seus cabelinhos eram de um castanho claro, ela de longe se parecia mais com o homem que devia ser seu pai, enquanto a outra se parecia com a mulher que deveria ser a mãe.

De repente ouve-se um estrondo e a porta se abre brutalmente, dois homens entram mais eu não consigo ver o rosto de nenhum deles, isso me incomodava, mas, ao que parecia ninguém podia me ver.

Nos segundos seguintes tudo fora muito rápido, ouve-se então o choro da garotinha mais velha, a mãe a abraça e os dois homens pegam o bebe de seus braços e o pai atirou algo contra eles, mas, não adianto nada eles apenas riram.

Deram um golpe no pai e ele caiu inanimado no chão, então alguém respirava perto de mim.

-Charlie – sussurrou uma voz assustadoramente conhecida.

E então me virei e algo me atingiu na cabeça e eu cai direto no chão gelado.

Sonho Off

Acordei eufórica gritando, novamente como todas as outras vezes, eu tinha aquele sonho repetido diversas vezes desde que completei 10 anos, levei a minha mão a corrente que eu tinha desde pequena.

Suspirei na cama, passando as mãos pelo meu cabelo bagunçado.

Ás vezes me sentia assim, tão vazia, como se eu não pertencesse a lugar nenhum, nem mesmo a minha família eu não me parecia com eles, com ninguém nem mesmo a cor de cabelo.

Parecia que eu não deveria estar ali, que eu estava no lugar errado e que tinha que me encontrar rapidamente, mas, tudo isso sumia quando eu decidia engolir meus sentimentos e seguir com minha missão.

Joguei meu corpo com força contra a cama e com muito esforço voltei a dormir, desejando dessa vez não sonhar.


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