Perdão? (em hiatus por tempo indeterminado) escrita por Samantha Grace


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha segunda fic (se não contar com a one shot) e eu ainda estou aprendendo. Por favor, deixem comentários, sim? :D



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Luke caminhava pelos Campos de Asfódelos sozinho. Havia algum tempo que era só aquilo que ele fazia. Caminhar e caminhar. Um passo de cada vez, mas sem um destino. Ele havia feito muitas coisas erradas durante sua vida. Traíra seus amigos, quase destruíra o mundo inteiro e perdeu tudo, inclusive sua vida. A morte foi a única maneira que encontrou de se redimir e acabar com aquilo. Desistiu de tudo. Seus amigos, família e Thalia... Era ela que invadia seus pensamentos em todos os momentos do dia. À noite, a imagem dela aparecia em seus sonhos. Desde a luta que tiveram em que ela derrubou Luke de um penhasco, ele não conseguiu mais parar de pensar na garota. Onde ela estaria agora? Ainda seria a mesma? Ainda teria aqueles cabelos rebeldes, o temperamento forte e aquela mesma aura de guerreira? Ela teria namorado a essa altura?

O filho de Hermes continuou caminhando sem rumo, entretido em seus pensamentos sombrios. Olhando para trás, pode perceber o quanto fora um babaca. Se pudesse voltar para qualquer momento e concertar, com certeza voltaria para o momento em que Thalia havia se sacrificado para salvar a ele, a Grover e a Annabeth. Ele teria feito de tudo para salvá-la. Até mesmo teria se sacrificado em seu lugar, assim não haveria a chance de ele cometer todos aqueles erros. Ele pensou em sua mãe. Onde ela estaria? Luke com certeza não havia sido um bom filho. Apesar dos erros de sua mãe e daquelas “crises” que ela tinha, ainda era sua mãe. May havia cuidado dele com todo amor e carinho, e como ele havia retribuído? Largando-a sozinha, fazendo biscoitos e mais biscoitos para um filho que nunca voltaria. E Percy? Aquele garoto recém chegado no acampamento havia confiado tanto nele e havia se decepcionado quando Luke tentou matá-lo?

Luke sentou-se em um lugar qualquer. Uma alma passou ao seu lado. Era uma mulher. Olhava para todos os lados, completamente desorientada. Estava perdida, assim como todos ali. Assim como ele próprio. Ela olhou para o filho de Hermes e falou, com uma voz áspera e baixa:

– Onde estou? Você sabe a saída?

Ele apenas negou com a cabeça. O rosto da mulher adquiriu uma expressão triste. Ela deu meia volta e voltou a caminhar.

Luke encostou as costas em uma rocha. Não havia mais lágrimas para descrever o que ele sentia ali. Todos os dias, o mesmo confinamento. A mesma coisa sempre. Ele não sentia fome. Não sentia sede. Sono era o que menos tinha. Apenas fechava os olhos e as lembranças vinham. Algumas vezes ele até se permitia imaginar como as coisas seriam nos dias de hoje. O Acampamento Meio Sangue, com seus enormes campos de morangos. Percy e Annabeth juntos. O chalé de Hermes maior e melhor do que era. Repleto de pequenos ladrõezinhos e campistas novos. Ele e Thalia caminhando no final da tarde na praia, sem nada para incomodá-los. E ai, a realidade o chamava novamente. Ele saia daquele mundo imaginário e voltava para a desoladora solidão.

Um barulho chamou a atenção de Luke. Ele se ajeitou e olhos para a parede. Era uma das paredes as quais ele sempre dava de cara. Paredes altas e negras, feitas de pedra resistente. Mesmo se você olhasse o máximo para cima e esticasse o pescoço, não conseguiria ver o final. Dessa vez havia uma coisa diferente. Uma fissura pequena se abriu. Ele se levantou hesitante e tocou na rachadura. De repente, a pequena fissura foi aumentando consideravelmente de tamanho, rasgando a pedra. Luke se afastou bruscamente, acabou tropeçando e bateu o cotovelo no chão. Nem teve tempo de amaldiçoar algum deus, estava atônito demais para fazer qualquer coisa a não ser olhar para a parede. A rachadura foi aumentando, aumentando até que uma grande abertura estar na frente do garoto. Era grande e de fora vinha uma luz. Ele se aproximou e pode perceber o que havia acontecido: as Portas da Morte haviam sido abertas. Ele tinha uma chance de sair daquele confinamento. Era a chance dele!

Luke ouviu um murmúrio atrás de si. Virou-se e viu que os outros espíritos haviam visto a grande rachadura também. “Agora deu problema” ele pensou. Os fantasmas começaram a se entreolhar, tentando entender o que era aquilo. O fantasma da mulher que havia falado com ele mais cedo apontou na direção da luz.

– Olhem! Uma saída!

Foi tão rápido que o filho de Hermes não teve que tempo para pensar em mais nada. Um exército de espíritos avançou na direção das portas, todos na esperança de sair dali e serem livres novamente. Luke virou e saiu correndo o mais rápido que suas pernas permitiam. Seus pulmões pareciam a ponto de explodir. Ele não sabia se era o fato de estar correndo muito ou por estar sentindo o ar puro após tanto tempo. A luz machucou seus olhos, mas ele teve de se acostumar rapidamente. Caso contrário, morreria. Novamente.

Ele correu até não aguentar mais. Sentou-se e ficou respirando com dificuldade. Fechou os olhos até sua respiração normalizasse novamente e ele pudesse pensar com clareza no que faria em seguida. Abriu os olhos. A cidade a sua volta definitivamente não era nova. Sua arquitetura lembrava a dos livros de história, daqueles que a Annabeth tanto amava. Olhou em volta e recuou um pouco com o que viu. A alguns metros dele se encontrava o Coliseu. Ele estava em Roma.





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Notas finais do capítulo

O que acharam? Por favor, quem ler dá um sinal de vida e diz o que achou! Eu fico muito feliz quando isso acontece e me incentiva a continuar.