"Até..."

Depois das minhas aulas do dia, eu fui para o treino de dança. Quando sai dele tomei um banho rápido e fui direto para o meu carro, que estava no estacionamento do colégio (*nota da autora: O treino de dança também era no colégio).

Quando cheguei mais perto vi Daniel, que chutava, xingava e socava seu carro. Não consegui conter uma risadinha maliciosa. Assim que abri meu carro ele se virou espantado, e quando me viu fez uma careta (tipo ah é você né?!) e eu também. Mas ele repirou fundo e disse:

- Oi Mariana!

- Oi. – respondi sem o menor animo.

Ele parou pensativo por um estante e falou:

- Meu carro não quer pegar de jeito nenhum.

Balancei meus ombros como se não tivesse entendendo onde ele queria chegar com aquele papo.

- Será que poderia me dar uma carona?

Pensei muito seriamente em dizer que não, ele não merecia! Mas como estava começando a chover e eu sabia que ia vir uma chuva bem feia, senti um pontinha de pena e acabei dizendo:

- Ta! Mas não vai acostumado não! É a primeira e ultima vez!

Ele riu fraco e disse:

- Ok!

Ele entrou no carro no banco de carona e eu liguei o radio alto como de costume e fui dirigindo e cantarolando como se ele nem tivesse ali. Estava bem concentrada na estrada enquanto cantarolava ate que ele falou:

- Será que você poderia abaixar um pouco o volume do radio?

Fiquei surpresa ao ouvir o que ele disse. Ele estava no meu carro, de carona e ainda queria que eu abaixasse o volume da musica? Respirei fundo umas cinco vezes e falei:

-Tá!

Abaixei um pouco o volume.

Andamos uns cinco minutos mais ate que ele deu uma risada baixinho e vi de relance que havia um belo sorriso em seus lábios. Tentei não parecer curiosa:

- Ta rindo de que? Pirou de vez? – soltei um risinho sarcástico.

Ele me olhou com uma carinha fofa e disse:

- Lembra? Agente sempre brincava e se divertia muito nesse lago, quando éramos pequenos.

Eu apenas assenti e disse um breve “uhum!”

Naquele momento me veio uma lembranças de um dos muitos momentos em que passamos ali no lago, quando tínhamos uns 6 ou 7 anos.

*Lembrança onn

Era sábado de manha estava um dia bem bonito com um enorme sol, então acordei, desci as escadas e falei:

- Bom dia mamãe!!

Ela com aquele sorriso sempre encantador disse:

- Bom dia, meu amor!! Fiz suas preferidas panquecas e tem mel na mesa!

- Ebaaa!! – respondi super entusiasmada já que adorava panquecas.

Meio em duvida me arrisquei a perguntar:

- Mamãe, nós podemos ir ao lago e chamar o Dani?

Ela então docemente respondeu:

- Claro que podemos filha! E o que você acha de levarmos uma cesta de piquenique para “almoçarmos” lá?

- Muito obrigada mamãe!!

Mas tarde um pouco depois do café nos fomos para o lago e lá encontramos Daniel e a mãe dele. Tivemos Uma tarde muito legal, nós brincamos muito enquanto nossas mães conversavam.

O mais engraçado depois daquele dia foi que eu e Dani ficamos com uma tremenda gripe. Foram 3 dias Juntos e doentes. Como nossas mães eram muito amigas nos ficamos juntos de dia e a noite eu me lembro de que eu estava com muita febre e falei:

- Dani, eu tome sentindo muito mal!

Ele como meu irmãozinho de infância falou:

- Não se preocupa não Nana (era como ele me chamava quando criança), Vai ficar tudo bem! Eu sempre vou entrar perto de você quando precisar de mim! Eu vou te proteger!

- Eu te amo, Dani!!

- Eu também te amo Nana!!

*Lembrança off

Daniel me olhava curioso e pensativo. Ele pareceu despertar e falou:

– Esta pensando em que?

Eu dei uma leve risadinha com a minha lembrança e falei:

- Tava lembrando daquela vez quando tínhamos uns 7 anos e ficamos brincando o dia todo e depois ficamos mal por 3 dias!

Daniel deu um grande sorriso e disse:

- É mesmo! Bons tempos aqueles! – Ele disse e colocou a mão na minha coxa – Pena que passou!- e o sorriso sumiu de seu rosto

Eu me lembrei de que não éramos mais os mesmos e que ele principalmente não era mais o mesmo então eu num movimento tirei sua mão de minha coxa e me concentrei na estrada eu vi que a casa dele estava perto e comentei:

- Hum... sua casa é na rua à direita desse sinal né?!

Ele pareceu perceber que eu não queria mais falar naquilo e então riu baixinho e disse:

- É sim!

Eu assenti e virei para a direita com o carro. Parei na porta da casa dele e mesmo sabendo que ele já tinha visto falei:

-É aqui!

Ele riu e falou:

- É sim! Muito obrigada pela carona, e foi muito bom passar esse tempo com você, de novo!

Eu assenti com a cabeça novamente e ele saiu. Depois fui direto para a minha casa.

Depois mais a tarde fui descansar um pouco mas não conseguia, pois ficava pensando e pensando no que Daniel havia dito. Nós mal olhávamos uma na cara do outro e ele me vem com esse papinho de que sentia saudades daqueles tempos?? Mas ai é que ta o problema ELE VIROU UM SAFADO E NÃO EU!!! Então porque ele nunca correu atrás para dizer o que sentia?? Eu ficava com essas duvidas na cabeça e acabei adormecendo depois de um tempo.