We Must Be Killers escrita por Livis


Capítulo 1
Festa.


Notas iniciais do capítulo

Música da festa: http://www.youtube.com/watch?v=MnlQG-IgOyM
Boa leitura



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Madge Undersee estava bem em frente à porta me esperando para minha primeira festa em meses.

Eu não a conhecia bem, digamos que... Só a conheço faz uns vinte minutos, pois do nada, enquanto ainda arrumava minhas coisas no meu novo (ou seria antigo?) quarto, minha irmã mais nova Primrose apareceu dizendo que tinha uma amiga querendo me convidar para uma festa. E é claro que eu pensei: amiga? que amiga? Eu não tenho nenhum amigo aqui e todos que eu tenho foram deixados para trás para vir para esse inferno friento.

Aposto que foi ideia da minha mãe, essa coisa de “socializar” e não seguir o exemplo dela, que depois que meu pai morreu, tranca-se no quarto todo dia.

Então, está pronta para a festa? – perguntou a loira com um sorriso radiante, então ele murchou de repente, quando começou a me olhar de cabeça para baixo. – Essa roupa... Blusa branca, calça jeans e tênis preto são comuns demais. Não vai chamar atenção assim.

Bingo, pensei carrancuda, ela descobriu justamente o que eu quero.

Dei um sorriso meio tímido.

Eu acho que está bom assim... Eu digo, está confortável, então...

Está feio.

Fechei a cara para ela enquanto Madge começava a me empurrar novamente para o meu quarto alegando que eu teria que trocar de roupa urgentemente se não quisesse logo de cara um suicídio social na cidade. Eu gostaria de tê-la xingado e afastado ela de mim, afinal, não éramos amigas nem de duas horas.

Ela começou a fuçar na minha mala e nas roupas jogadas na cama, pegou um vestido preto com um brilho prateado que eu usava em algumas festas que eu ia e jogou para mim.

Esse vestido vai ficar perfeito. – ela disse me dando uma piscadela. – Solte o cabelo e coloque um lápis preto nos olhos. O prateado do vestido vai combinar com seus olhos.

Balancei a cabeça negativamente.

Olha, está frio lá fora. E esse vestido preto é muito curto.

Madge abriu um sorriso.

Nem é tão curto. E é só colocar um casaco por cima que nem vai perceber com o clima da noite. – ela se aproximou de mim, pegando o vestido preto novamente e colocando sobre meu corpo, como se eu o estivesse usando. – Qual é. É o seu primeiro dia aqui na cidade, não é mesmo? Pense isso como um recomeço com novos amigos, novos caras, nova escola e tudo mais.

Ela fez um biquinho e esbugalhou os olhos tipo o Gato de Botas do Shrek; garanto que o verdadeiro gatinho é muito mais fofo que Madge fazendo isso, mas não resisti não um mínimo sorriso. Dei de ombros e arranquei o vestido das mãos dela.

Tá bom. Irei usar o vestido.

***

Era uma festa bem no meio de uma floresta da cidade, tendo organizado no meio dela um mini palco com um DJ tocando uma hora músicas bem eletrônicas e outras algumas só mais dançantes, agora tocando uma com a última opção tendo um ritmo bem legal.

Madge simplesmente havia evaporado e me deixado sozinha.

Estava encostada em uma árvore com um copo de refrigerante na mão, evitando qualquer bebida alcoólica; não por ser certinha ou por ter apenas dezesseis anos, simplesmente por não gostar nas últimas vezes que provei e meu humor não estava me ajudando a fazer nada.

Havia meninos e meninas se agarrando aqui e ali, dançando de maneiras mais estranhas possíveis, caindo no chão de tão bêbados – detalhe: ainda estamos no começo da festa, nem no meio, nem no fim – e outros fumando até ficarem doidões. Isso me fez pensar se quando Madge disse para minha mãe que me levaria uma festa para socializar ela disse que seria uma festa de maconheiros; obviamente não.

Não estava aguentando mais ficar ali parada, sem fazer nada e ficando mais deslocada do que eu já era antes nessa cidade. Comecei a correr para longe dali, indo mais a dentro da floresta, apesar de uma placa escrita claramente “não passe dessa placa” e outra “não entre no núcleo da floresta”. Estranho era que, quando eu era criança e morava aqui, ia nessa floresta e não acontecia nada. Meu pai tinha o hobby de caçar e junto com ele, fazia a mesma coisa, geralmente treinando com meu arco e flecha nas árvores. Mas o máximo de perigo que esta floresta representava era lobos, que eu e meu pai encontrávamos de vez em quando, mas era muito raro e eles nem ligavam para nossa presença quando nos viam.

A lua cheia era a única coisa que iluminava a trilha que eu estava fazendo pela floresta, reconhecendo levemente os caminhos que traçava quando vinha aqui e pelas minhas vagas lembranças, se continuasse caminhando onde estava indo, poderia chegar ao velho riacho que havia na floresta.

Finalmente havia chegado ao riacho onde eu meu pai ficávamos quando ele estava vivo, com a música da festa bem mais abafada e baixa do que antes, sentei-me na beirada dele e retirei os saltos que eram extremamente cansativos colocando os pés lentamente na água morna do riacho. Estranho ela estar morna... Olhei para a água com mais clareza, tendo como apoio mais uma vez a luz prateada da lua, para olhá-la melhor.

Estava enegrecido, não... Estava vermelha.

Retirei os pés da água imediatamente, arregalando os olhos, assustada. Então olhei para frente, avistando um lobo gigante e com a pelagem clara, olhando-me intensamente com os olhos azuis. Ele rosnou para mim ao me ver encarando-o.

E então, ele ficou de pé, tirando completamente a ideia de ele ser realmente um lobo. Lobos não ficam em pé e não tem nenhuma semelhança sequer com humanos. De repente, a palavra veio a minha mente como se sempre estivesse escondida ali faz muito tempo: lobisomem.

Ele pulou sobre mim, os dentes pingando sangue no meu pescoço e roupa, enquanto continuava rosnando e fuzilando-me com os olhos, as patas sobre meu peito machucando-me. Por um momento, só ficou me encarando  e ficou sem rosnar, parecendo me analisar. Quase como se tivesse uma memória relacionada a mim...

Afasta-se. – o lobo meio humano (me recuso a chamá-lo de lobisomem) falou com sua voz meio animalesca. – Afasta-se.

Encarei-o assustada.

Você... fala?

Ele não respondeu, apenas uivou de dor, fazendo-me encolher. Então ele foi jogado para o lado, saindo de cima de mim e batendo com força contra uma árvore, me deixando ainda mais confusa. Olhei para frente, vendo um outro lobo parecido com ele encarando-me com um ódio tão imenso que quase me fez encolher novamente, mas ele apenas virou o rosto e voltou a machucar o outro lobo, mordendo-o com rapidez e força sobrenatural.

Afasta-se, a voz do lobo ecoou novamente em minha cabeça e não podendo fazer mais nada, comecei a correr para a festa tentar avisar os outros do que estava acontecendo.


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Notas finais do capítulo

Ficou muito ruim? :[[
enfim, se leram por favor deixem suas opiniões/críticas/elogios nos reviews! obrigado por lerem *-*



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