Emily acaba de trabalhar e está de volta a sua casa. Ela começa a se arrumar para o encontro que terá com Eric e veste um lindo vestido estampado que fazia jus as suas curvas. Acabando de se arrumar, o telefone toca: é seu namorando avisando que já está a sua espera na porta do prédio. Rapidamente ela desce de elevador e entra no carro de Eric. Ela o beija levemente nos lábios e eles seguem para o teatro.

- Essa peça parece ser boa. – Fala Eric.

- Não sei não,... Essa aqui parece melhor. É comédia. E eu prefiro rir um pouco.

- Então está bem. Vamos ver essa. – Diz ele se dirigindo a bilheteria, comprando os dois ingressos.

A peça é muito boa e faz os dois rirem do começo ao fim. Terminada a apresentação, eles seguem para um restaurante. Eles pedem um prato para cada um de massa com molho branco e um vinho para acompanhar. Depois do jantar eles vão para o carro. Eric segue para um lugar mais restrito onde para o carro. Emily e Eric começam a namorar, trocando vários beijos até que o clima começa a esquentar. De repente, Emily relembra Sebastian e interrompe os beijos.

- Hoje não Eric.

- Mas porque Emily?

- Não estou muito bem.

- Entendo. Sem problemas.

- Será que você podia me levar para casa?

- Claro.

Ele começa a dirigir o carro e Emily percebe algo no ar, como se tivesse alguém perseguindo o veículo. “Eu não quero meter Eric nessa confusão de perseguição. Se ele me levar até em casa, pode ser arriscado para ele” pensa ela.

- Eric, pensando bem, me deixe em frente à loja de conveniências aqui perto.

- Mas porque Emily? Eu posso te levar até sua casa sem problemas.

-Lembrei que tenho que ver algo aqui.

- Mas eu espero você comprar e te levo para casa.

- Não precisa. Aqui não é tão longe da minha casa.

- É longe sim.

- Pra mim não é, você sabe que eu gosto de caminhar.

- Mas é de noite, é perigoso.

- Eric,...

- Ok, se é assim que você quer...

- Obrigada. – Diz Emily o beijando levemente na boca. – Amei nosso encontro e espero repetir a dose o mais cedo possível.

Ela salta do carro e finge que entra na loja de conveniências. Quando percebe que o carro do namorado está longe, rapidamente ela sai da loja e começa a caminhar. “Eles devem estar esperando a oportunidade para atacarem. O único momento certo para atacarem seria se eu passasse em algum lugar que dê para eu ser encurralada. Sei que aqui por perto tem uma rua sem saída na qual não passa quase ninguém. Esse é um ótimo local.” Pensa ela seguindo para a tal rua.

Conforme ela se aproxima no beco, ela ouve um barulho estranho. Ela olha discretamente e tem uma surpresa: é Sebastian acabando de matar um sujeito e avista outro corpo morto, caído no chão.

Ela tenta se esconder para que ele não a veja, mas já é tarde demais. Sem querer ela tinha esbarrado numa lata de lixo e ele ouve o barulho.

- Quem está aí? – Pergunta o homem impaciente.

Emily fica quieta, sem respondê-lo.

- Apareça ou será pior para você. Principalmente se tentar fugir.

Sem alternativas, ela sai de onde está escondida e agora é Sebastian que tem uma surpresa.

- E-Emily... Realmente é você?

- Sim...- Responde ela sem jeito – Quem são esses sujeitos?

- São os carinhas que estavam te perseguindo. Tentei acabar com eles antes que você percebesse, mas pelo visto não deu certo. Droga.

- Mas como você sabia que eles estavam me perseguindo? Além disso, porque você veio me salvar? Você me... – Emily é interrompida por ele que coloca a mão suavemente em sua boca.

- Não podemos ficar aqui por muito tempo. Vamos ir para um lugar mais apropriado para conversarmos. – Fala Sebastian carinhosamente a garota.

Emily fica sem reação. Ele acena para que o siga e ela vai atrás dele. Depois de andarem um pouco, chegam a uma cafeteria e pedem um café para cada um. Como o local está vazio, tendo somente eles como fregueses, eles ficam à vontade para falar sobre qualquer assunto, sem que ninguém os ouça. Emily o encara e resolve perguntar.

- Porque você apareceu do nada para me salvar? Você me abandonou há anos.

- Eu sei que te abandonei Emily, mas você tem que entender que eu só fiz isso para o seu bem.

- Para o meu bem? Como assim para o meu bem?

- Sei que você não me ama e, além disso, eu te machuquei.

- Saiba que você me machucou mais quando me abandonou do que quando tirou minha virgindade. Você desapareceu sem explicações, sem deixar nada para trás. Isso foi horrível para mim. Demorei muito para te esquecer. Porque tinha que reaparecer para me salvar?

- Por que eu vi que você estava correndo perigo e não podia te deixar assim.

- E como você sabia que eu estava em perigo? Por acaso você fica me vigiando?

- Bem,... Digamos que sim.

- Como é que é? Você fica me vigiando tipo 24 horas por dia?

- Não é bem isso Emily. Eu te vigio a muitos anos, antes mesmo de falar com você. Mas, quando me afastei, fiquei uns dois anos sem te vigiar, mas não resisti e acabei voltando a te espionar porque sentia saudades de você.

- Que ótimo. Um demônio Stalker. Eu mereço. – Diz ela exasperada. – Por acaso você fica me vigiando quando estou com meu namorado?

- Mais ou menos.

- Mais ou menos como?

- Eu começo a ver vocês junto e fico de olho, mas isso acaba me deixando com raiva dele e prefiro não ver mais nada.

Emily o encara com raiva. Ela não está gostando nada do que o demônio está contando.

- Se me der licença, preciso ir embora. Tenho mais o que fazer e espero que você não continue a me vigiar tão intensamente como faz. Tchau. – Diz ela se levantando, deixando o dinheiro do café na mesa e indo embora, decidida.

Sebastian a segue com o olhar e ele permanece ali, sentado, na cafeteria, enquanto relembra os momentos que tinha ficado junto com Emily. “Malditos sentimentos humanos. Eu queria poder arrancar isso de mim, mas parece impossível. O que eu faço?”

Ele termina de beber o café e uma ideia lhe vem à mente. “Tenho que me redimir com Emily, mostrar que realmente a amo e que se ficarmos juntos dessa vez, não a abandonarei mais. Preciso reconquistar sua confiança aos poucos e acho que sei muito bem como fazer isso”.