O Feiticeiro Parte I - O Livro de Magia escrita por André Tornado


Capítulo 48
VIII.7 Decisão arriscada.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/287113/chapter/48

O livro de matemática resvalou das suas mãos abertas. Um arrepio fê-lo tremer, os olhos fitaram o vazio, os lábios entreabriram-se-lhe. Saiu um murmúrio:

- Piccolo-san…

Videl ouviu-o. Encarou-o e o rosto vago dele assustou-a.

- Gohan, passa-se alguma coisa?

Ele repetiu:

- Piccolo-san…

Gohan levantou-se do cadeirão, sonâmbulo.

- Piccolo está em perigo.

Videl apareceu à sua frente e ele despertou.

- Do que é que estás a falar?

No horizonte longínquo, havia o choque de energias gigantescas que se agitavam por entre as sensações que ele percebia do mundo. Combatia-se, nesse sítio longínquo. Desde o final da tarde do dia anterior, que sentira que alguma coisa não estava bem. Parecera-lhe ter percebido a aura de um terceiro saiya-jin na Terra, mas fora uma perceção tão repentina, que se esfumara num pulsar indefinido, que julgara ter percebido mal. No entanto, a madrugada fora agitada e no início daquela manhã, desfizera as suas incertezas – combatia-se de verdade, num qualquer sítio da Terra.

Chamavam por ele, Piccolo precisava da sua ajuda. Voltou-se para a mulher, engoliu em seco.

- Piccolo está em perigo – repetiu.

- Em perigo? Porquê?

- Ele… está a combater.

Videl franziu a testa. E percebendo-lhe as dúvidas no olhar preocupado, Gohan acrescentou:

- O meu pai está com ele. E Vegeta-san também. Julgo que Trunks e Goten também os acompanham.

- O que é que se passa, Gohan?

- Não sei – e abanou a cabeça.

Correu para o quarto, ela seguiu-o, repisando os ciúmes. Gohan continuava demasiado ligado a Piccolo, sentindo o que se passava com o namekusei-jin, mesmo que este estivesse nos confins do mundo.

Videl ficou pasmada quando entrou no quarto. Gohan acabava de vestir o seu dogi, guardado há uma imensidão de anos no armário. Pousara os óculos na mesa-de-cabeceira.

- Gohan!

- Piccolo está em perigo. Devo ir ajudá-lo.

- Não sabes o que estás a dizer…

Videl agarrou-o por um braço quando ele passou por ela.

- Tu não estás a falar a sério, pois não?

Gohan olhou-a.

- Vais combater?

- Se for necessário… – e o olhar dele entristeceu.

Videl perdeu as estribeiras.

- Estás louco? Tu não podes ir!

- Mas Piccolo está em perigo.

- Já sei!

Videl acalmou-se, para que ele não percebesse como estava amedrontada e para fazer passar melhor a sua mensagem.

- Escuta, Gohan… Se estiverem a combater, como tu dizes, não deves interferir. Serás um empecilho… Tu não te treinas há séculos, não estás em condições de combater com quem quer que seja. Nem com a tua filha Pan!

Ele soltou o braço da mão dela com delicadeza.

- Nada do que me possas dizer vai impedir-me de ir ter com eles – disse.

Gohan encaminhou-se para a porta. Videl não desistiu.

- Não estás em forma!

Ela ultrapassou-o, pôs-se à sua frente para o obrigar a parar, agarrou-lhe os dois braços e suplicou:

- Diz-me, pelo menos, para onde vais.

- Eu não conheço o sítio. Vou para onde estou a sentir o ki de Piccolo.

- E onde é isso?

- É muito longe.

Gohan sorriu para tranquilizar Videl que tremia, agarrada a ele.

- Porquê?

- A paz está novamente ameaçada, Videl.

- Existem outros guerreiros. Já não precisam de ti para protegeres o planeta. Tornaste-te num académico, dedicaste-te ao estudo… Não foi o que sempre quiseste ser? Um académico? Nunca gostaste de lutar.

Acariciou a face da mulher, olhou para o fundo dos seus lindos olhos azuis que brilhavam, marejados de lágrimas. Ela tinha medo por ele e isso tocou-lhe o coração. Sentiu remorsos por ir embora daquela maneira, mas havia também aquela voz dentro dele que o empurrava para algo que lhe era superior. E murmurou, como se fosse uma resposta definitiva:

- Eu sou um saiya-jin, Videl.

Voltou a sorrir e acrescentou:

- Prometo-te que voltarei, são e salvo.

Abriu a porta e partiu, a deixar pelos céus um rasto luminoso.

- Só que tu já não és um super saiya-jin… teimoso…

Videl teve de morder o lábio inferior para não desatar a chorar.

No seu quarto, Pan fechou a porta com cuidado para não darem por ela. Tinha ouvido a conversa toda.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:
Mistérios por desvendar.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Feiticeiro Parte I - O Livro de Magia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.