O Feiticeiro Parte I - O Livro de Magia escrita por André Tornado
No jardim da escola, Bra sentou-se num banco de pedra, debaixo de uma árvore frondosa. Abriu a lancheira e os olhitos azuis brilharam. Lambeu os lábios e retirou um bolo de arroz com ambas as mãos. Começou a comê-lo devagarinho, para prolongar o prazer de estar a comer aquela guloseima. Estava tão entretida que nem reparou que alguém se aproximava dela.
- Koniichi-wa, Bra-chan!
Assustou-se, atrapalhou-se com o bolo e este acabou no chão, onde se desfez numa papa branca.
- O meu bolo! – Choramingou.
Pan olhou para o chão.
- O que é que tem o bolo?
- Caiu! – Gritou Bra furiosa.
- Esquece o bolo.
- Mas era o meu lanche!
Cruzando os braços, Pan suspirou.
- Queres vir treinar comigo, ou não?
A proposta repentina sacudiu Bra. Abriu um sorriso para responder um imediato Hai!, mas depois encolheu-se a fazer beicinho.
- O que foi? – Perguntou Pan espantada com aquela atitude. – Já não queres treinar comigo?
- Quero… mas não posso.
- Porquê?
- O meu irmão descobriu o nosso segredo e disse que contava tudo à minha mãe se eu me portasse mal e dissesse que Goten-san esteve lá em casa ontem à noite, porque tinham de estar a estudar para os exames da universidade e não a passear.
- Aquele Trunks – resmungou Pan, erguendo um punho fechado. – Qualquer dia, rebento-lhe com os dentes!
Bra desatou a rir, tapando a boca com a mão, num estilo mimado tão do agrado da sua mãe, que gostava de dizer que ela era a princesinha da casa.
- Não eras capaz. O nii-chan é muito forte.
- Sim, forte como o meu tio e fui capaz de derrotar Goten-san naquele torneio de artes marciais, quando só tinha cinco anos.
- Mas esse combate não foi a sério…
- Quem disse? – Pan, muito vermelha, pôs-se em bicos dos pés.
- O meu pai – explicou Bra. – Disse que Goten-san não utilizou todo o seu poder e que foi estúpido por confiar demasiado e não pensar que tu serias capaz de o derrotar. Disse que Goten-san era uma vergonha para os saiya-jin, assim como Gohan-san.
- O teu pai qualquer dia também vai engolir os dentes – ameaçou Pan mostrando novamente o punho fechado. – Ele não fala mal do meu pai!
A cara inocente de Bra acabou com a fúria de Pan. Sentou-se ao lado da amiga, no banco de pedra.
- Como foi que Trunks-san descobriu que nós treinamos juntas?
A resposta foi um encolher de ombros.
- Achas que foi Maron-san?
- Não – negou Bra com veemência. – Maron-san nunca me trairia.
- É muito estranho. Eu não disse a ninguém e tu disseste-me que apenas Maron-san conhece o segredo.
- Se calhar, alguém nos espiou.
- Trunks-san?
Novo encolher de ombros.
- Bem, se o segredo já se sabe, não há mais nada a fazer. Por isso, mais vale aproveitarmos o tempo e continuar a treinar. Mais cedo, ou mais tarde, os nossos pais vão descobrir. E quando o fizerem, devemos ser muito fortes, que assim eles vão ficar tão impressionados que já não nos põem de castigo.
Bra fechou a lancheira com cuidado, colocou-a em cima dos livros. Após uma curta pausa, a resposta foi um aceno afirmativo. Pan ficou radiante. Não desejava perder a companheira de treinos. E ficou espantada quando ouviu a amiga dizer, pensativa:
- Não te preocupes. Acho que já sei como resolver esta situação…
- O que vais fazer? - Inquiriu Pan curiosa.
- Logo te conto! Vou enganar o nii-chan.
- Vai rebentar-lhe com os dentes?
- Vou fazer uma coisa melhor.
As duas desataram a rir.
Soou a campainha da escola, a anunciar que acabava o intervalo da manhã. Todos os meninos e meninas deveriam regressar ao edifício para retomarem as aulas. As duas entreolharam-se com cumplicidade durante algum tempo.
- Ah! – Disse Bra a fingir uma cara séria. – Se Videl-san souber disto!
- E se Bulma-san souber disto! – Anuiu Pan a imitar a cara de Bra.
Bra pulou para as costas de Pan e disse-lhe entusiasmada:
- Vamos embora!
Pan verificou se não estava ninguém a espiá-las, voltando a cabeça de um lado para o outro. Em breve, o caminho estaria livre, pois todos corriam para a entrada da escola, abandonando o jardim. Pan anunciou, enquanto ajeitava a amiga nas costas, passando os braços pela curva dos joelhos para a segurar.
- Hoje, vou ensinar-te a voar!
Nas cavalitas de Pan, Bra soltou um grito de alegria.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Próximo capítulo:
O ódio e a vingança.