A Casa Dividida escrita por Redbird


Capítulo 7
Guerras


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal
Mais um capitulo, espero que gostem. Sinceramente este capitulo não tem muita ação, mas sim, ele é importante, então, por favor leiam eheheh.
Espero que gostem :D



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Os dois se apressaram em sair pela janela antes que alguém pudesse acordar ou vir verificar o escritório. Peeta não tinha sido muito silencioso. E Assim que os dois desceram da janela eles perceberam que ele havia realmente danificado a delicada construção. Peeta percebeu os olhos de Katniss sobre a casa.

– Desculpe, mas eu não sabia como tirar você de outro jeito.

Para surpresa de Peeta, Katniss simplesmente começou a rir

-Mamãe sempre disse que odiava as janelas da nossa casa. Ela preferia um estilo mais...

–Europeu? Parece que todos os aristocratas gostam de coisas que vem da França- Disse Peeta completando os pensamentos de Katniss.

Katniss riu mais ainda. E Peeta não soube por que, mas gostou de ouvir o som da risada dela. De repente eles se deram conta de que estavam fazendo muito barulho e se calaram. O jardim dos Everdeen era grande e repleto de árvores, então eles conseguiam andar sem ser percebidos.

Andaram por cerca de uns dez minutos e avistaram um pequeno coche em uma das ruas que ficava perto da casa de Katniss. Peeta cumprimentou o cocheiro e fez um sinal para que Katniss subisse. A garota olhou relutante para ele. Peeta sabia que ela estava com medo, afinal mal se conheciam e Katniss era alguém que não confiava facilmente. Mas antes que ele pudesse dizer algo, Katniss apagou seus traços de dúvida e subiu.

–Para onde estamos indo?- Perguntou assim que se sentou ao lado de Peeta.

–Para a casa do Senhor Mellark- diz o cocheiro.

Reconhecendo a voz Katniss soltou um gritinho

–Tresh? É você?

–Yeap!- diz o garoto com o acentuado tom sulista.

Katniss vai para a frente e dá uma batidinha na cabeça do homem.

–Seu idiota, achei que tinha fugido da cidade. Por que está se arriscando assim por mim?

– Por que senhorinha, eu sou o novo secretário do senhor Mellark. Chofer, assistente. Cozinheiro. E, além disso, acha mesmo que eu ia deixar aquela bruxa da sua mãe, sem ofensas, te deixar trancada aprendendo a tricotar em casa?

– Ah Tresh, isso é perigoso. Você não devia. E Peeta, você está se arriscando demais.

– Não se preocupe. Eles apenas me vêm como um nova yorquino estranho. E Tresh estará seguro enquanto estiver trabalhando para mim.

–Vocês dois são malucos- Diz Katniss.

Peeta teve vontade de rir da expressão de assustada de Katniss. Ela provavelmente já achava que estava ficando maluca também.

–Bom, bem vinda ao quartel general dos malucos senhorita Katniss- diz Tresh de bom humor.

O Coche parou em frente a uma pequena casinha de madeira de dois andares.

– Pensei que você estivesse alugando um pequeno quarto no Centro da cidade- Diz Katniss olhando desconfiada para Peeta e depois admirando a construção, absorvendo cada detalhe da casa.

–E estava. Mas eu comprei essa casinha quando recebi meu salário.

Katniss sorriu para ele.

–É linda- ela disse simplesmente

Peeta abriu a porta para que eles pudessem entrar.

A sala, assim como o resto da casa, era aconchegante. Tresh se despediu com um abraço em Katniss e disse que estaria no quarto dos fundos se precisasse de alguma coisa.

–Você está segura aqui Kate. Já avisei Peeta que se ele não te proteger, vou quebrar todos os dentes dele.

– Não se preocupe Tresh. Acho que eu é que preciso de proteção contra ela- diz Peeta rindo.

–Ah bom, isso é verdade. Boa noite.

E Tresh foi para o quarto deles deixando Peeta e Katniss sozinho.

–Peeta- perguntou Katniss assim que o amigo tinha se retirado- Por que você está fazendo isso?

–Fazendo o que?

– Se arriscando por mim, me protegendo. Protegendo Tresh.

Peeta deu um suspiro cansado e olhou para Katniss. Nem ele sabia explicar muito bem.

– Por que acredito em justiça, acho- diz ele sentando ao lado de Katniss- Acredito que deve haver um pouco de bondade nesse mundo sabe. Um pouco de decência. Talvez seja por isso que eu luto. Por que a escravidão vai contra tudo o que acredito.

Peeta percebeu os olhos inquisidores de Katniss sobre ele. A garota parecia fascinada pelo que ele dizia. Mas ele percebeu que era por que ela sentia que tudo o que ele dizia era ingênuo.

–Você acha isso bobo não é? Um pouco infantil.

–Peeta, isso é... Não, não é bobo. Para falar a verdade, isso é revigorante. Quer dizer, você falando assim, acreditando. É só que, depois de tudo o que vi e vivi, acho difícil alguém pensar assim.

–Você deixou de acreditar na causa?- Perguntou ele desconfiado. Peeta sentia seu coração afundar. Katniss não podia ser tão fútil assim.

O homem se surpreendeu com o sorriso triste de Katniss.

–Peeta, ninguém deixa de acreditar numa causa. As pessoas não deixam de lutar por que não acreditam num mundo melhor. Elas deixam de lutar por que percebem que os seres humanos não merecem um mundo melhor.

– O que você quer dizer?

– Peeta, onde você estava há dez anos?

–Eu? Estudando na França. Por quê?

– Você deve saber que a Califórnia foi adicionada aos Estados Unidos apenas há dez anos atrás não é?

–Sim, eu... Na verdade nunca perguntei para ninguém daqui como foi a guerra. Quer dizer, é visível que a cidade ainda está tentando se recuperar, mas eu nunca parei para pensar nisso. Eu ainda vejo casas com buracos balas, pessoas mutiladas, gente falando inglês com um sotaque bem diferente e ás vezes não consigo entender nada e presumo que devem estar falando em espanhol.

Katniss riu.

– E eles estão.

– Mas aonde quer chegar?

– O que quero dizer é que... Peeta não há nada pior do que uma guerra. Ficar sem saber se seu pai vai voltar. Temer toda a noite que algum soldado apareça e machuque sua irmãzinha, ver sua mãe chorando e rezando toda a noite com medo de não ter o que comer nos próximos dias. Acho que isso te dá uma perspectiva um pouco ruim do ser humano.

Peeta olhou para Katniss triste. Agora ele conseguia entender tudo. A falta de confiança nela. Sua mania de nunca deixar ninguém conhecê-la bem. O jeito como ela sempre estava alerta. Parecendo quase... um soldado.

–Eu, sinto muito Katniss. Mas sabe, você sempre consegue encontrar um pouco de bondade no mundo. Meu pai sempre me dizia isso. E acho que ele tinha razão.

– O meu também. Acho que eles eram muito parecidos-diz Katniss sorrindo.

– Provavelmente –diz Peeta segurando a mão de Katniss- Vem, tem um quarto de hospédes por aqui.

Os dois subiram uma pequena escada. Peeta levou Katniss para um quarto pequeno no final do corredor. O quarto tinha moveis rústicos e era muito aconchegante.

–Obrigada Peeta. Mas você sabe que eu não vou poder ficar aqui por muito tempo né?

–Vamos dar um jeito- diz Peeta tentado confortar Katniss.

– Ah céus, quando minha mãe descobrir ela vai me expulsar de casa. E depois, as pessoas vão falar. Ah Peeta o que nós fizemos?

Peeta percebeu que todo o peso dos riscos que estavam correndo estava caindo sobre Katniss. Inconscientemente ele foi até ela e a abraçou. Por incrível que pareça, ela não se assustou.

– Ei vamos ver o que acontece está bem? Vai ficar tudo bem.

–Snow. Ele disse que vou ser esposa dele de qualquer forma. Mas eu não vou Peeta. Não vou.

Peeta sentiu vontade de socar o velho. E ele era uma pessoa pacifica.

–Não vai. Vai ficar tudo bem Katniss.

–Peeta você sabe que uma guerra está para estourar não é?- Katniss diz olhando Peeta nos olhos.

–Sei. Mas felizmente, dessa vez, vamos estar do mesmo lado- diz ele sorrindo.

Ele se vira para ir embora.

–Estava bem trancada não é?- disse Katniss numa voz fininha. Peeta não pode deixar de perceber a tristeza- Quero dizer, a janela.

Ele acenou positivamente com a cabeça.

–Eu sempre soube que ela me odiava. Quer dizer, ás vezes eu tentava me convencer de que ela apenas estava preocupada comigo. Mas nos últimos dias... Ela me odeia Peeta. Ela realmente me odeia.

– Katniss- diz Peeta novamente se aproximando dela- Eu não conheço sua mãe. Mas duvido que ela te odeie. Apenas tente dormir. Amanhã... Bem, amanhã nós teremos muitas coisas quais as quais nos preocupar. Apenas descanse.

Peeta deu as costas a Katniss e ao fechar a porta percebeu que a garota já estava deitada quase adormecida. Não pode conter um sorriso. Ele tinha razão. Amanhã eles teriam muitas coisas com as quais se preocuparem.



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Notas finais do capítulo

Então gostaram? Por favor me digam. A Fic não está recebendo muitos comentários, e gostaria muito de saber o que vocês estão pensando. beijooos