A Casa Dividida escrita por Redbird
Notas iniciais do capítulo
Neste dia histórico eu volto a postar ahhahha. Desculpem a demora gente. E para aqueles que estavam mudando o Brasil, muito obrigado. #changebrazil!!!
Espero que gostem. Bjuus
Finnick chegou em São Francisco alguns dias depois de Peeta ter perdido o emprego. Ele havia viajado durante cinco dias ininterruptos em direção a Costa Oeste na esperança de conseguir fugir dos conflitos e começar uma vida nova, longe dos problemas que arranjara em Nova York por conta de sua nacionalidade e de sua natureza rebelde.
Peeta ficou surpreso ao ver um homem bem apessoado e muito bem educado. Sua tia afirmara que o irlandês já fizera de tudo na vida, trabalhara em minas de carvão, como servente, mas que era extremamente habilidoso nas artes da pesca.
Peeta foi visitá-lo um dia depois de sua chegada, assim como sugerira tia Margareth. Para Finnick, ele seria apenas o contato de sua madrinha. A amizade surgiu logo entre os dois homens. Embora naturalmente desconfiado, Finnick Odair era um homem simples, desses dos quais se gosta facilmente. Peeta percebeu que o primo tinha uma natureza dócil, mas que apesar disso encontrava encrenca rápido. Perfeito para o grupo de renegados que ele tinha em casa. Não demorou muito para que Peeta convencesse o novo amigo a morar com eles.
- Há muita gente lá agora, mas tenho certeza que conseguiremos um lugar para você.- Disse Peeta amigavelmente.
E assim, numa quarta- feira de março, Finnick Odair se tornou mais um membro daquele estranha e pequena comunidade. Tresh prontamente se ofereceu para dividir o quarto com Finnick. Como os dois eram homens simples, não tiveram nenhum problema em se entender. As garotas acharam Finnick divertido e ele logo se deu bem com elas. Como era bom cantor, ele e Rue se tornaram as principais atrações das serenatas noturnas. Todos ficaram encantados em ouvir algumas clássicas cantigas irlandesas.
-Então você está desempregado hein? – perguntou ele a Peeta durante o jantar.
- É, infelizmente essa é uma longa história- disse Peeta- Mas não se preocupe com isso. Nessa casa sempre cabe mais um.
Todos riram.
- Além do mais- Continuou- Estou dando algumas aulas particulares, com o que ganho vamos conseguir sobreviver.
Peeta olhou para Katniss ao dizer isso e ele percebeu que ela sabia que ele estava mentindo. Mas não havia motivos para se preocupar, pelo menos não agora.
-Espero que sim- disse Tresh sombriamente- Quando a guerra começar acho que as pessoas não vão mais se importar com aulas de Francês.
Depois do jantar Peeta foi até o quarto da namorada.
-Katniss, o que você tem? Ficou meio calada depois do jantar.
-Peeta eu ainda acho que é minha culpa você ter perdido o emprego. Eu...Deus eu me sinto tão culpada.
-Ei, ei- Fique tranquila ok? Vamos dar um jeito nisso. Você vai ver- Disse ele a abraçando. Peeta sabia que Katniss não descansaria até resolver essa situação. Mas ele não se importava. Para ele a única coisa que importava era manter Katniss segura. Principalmente agora que ele sabia do que Snow era capaz.
Quando foi chamado para conversar com Snow Peeta não imaginou que encontraria o aristocrata rodeado de soldados e homens que pareciam importantes senhores da vida de São Francisco. Peeta sabia que a maioria deles não era rico de berço, não tinham sangue azul ou eram descendentes dos peregrinos, como gostava de afirmar Tia Margareth.
Eles eram apenas homens que haviam enriquecido com o ouro recém-descoberto ou utilizando da melhor forma a terra que eles tinham a sua disposição. Katniss lhe contara sobre isso. Infelizmente, o professor lembrou a si mesmo, isso não os fazia mais suscetíveis aos apelos abolicinistas, pelo contrário, ás vezes o passado pobre os tornava ainda mais insensíveis, como se eles estivessem ávidos para provar que também pertenciam aquela elite.
Assim que avistou Peeta Snow pareceu estranhamente animado.
-Ora, bom dia Professor- disse ele se dirigindo a Peeta- Esses aqui são meus assessores.
- Bom dia- disse Peeta educadamente.
-Esse é o senhor Mellark, o professor de Francês. Sente-se Peeta por favor.
A Principio Peeta não entendeu por que Snow o havia chamado ali. Snow como era de se esperar, falou sobre sua preocupação em relação a educação dos jovens de São Francisco.
- O Intendente Snow manifestou sua preocupação. Já que o senhor é um dos principais professores de São Francisco –Disse um dos acompanhantes de Snow. Peeta percebeu que ele parecia ser um dos cabeças por ali. O conhecia vagamente. Ele Sêneca Crane,um homem muito rico, graças a exploração de ouro- Sabemos que o senhor tem contatos com gente perigosa.
-Gente perigosa? – Perguntou Peeta sentindo que a fúria já começava a tomar conta dele.
-Você sabe- disse Snow- A sua empregada, Rue, ela agrediu o marido. Aquele outro negro que vive com você e é seu serviçal, Tresh, ele é um ladrão, você sabe. E, infelizmente, sabemos que o senhor está casado com uma mestiça. Isso cria um impacto negativo sobre seus alunos, como você pode imaginar.
- Você já contou a eles que tentou casar a força com aquela mestiça?- Disse Peeta com raiva.
- Não insulte o Intendente professor- disse Crane- Sabemos que ele pediu a mão de Katniss. Mas não é isso o caso. O que nós estamos fazendo aqui é garantido que nossas crianças tenham a melhor educação possível.
- Perseguindo os professores que tem contato com negros- Perguntou Peeta abismado.
-Não estamos perseguindo, apenas garantido que eles não deem a nossas crianças a falsa ideia de que somos todos iguais. Temos que protegê-las. Como professor tenho certeza que o senhor pode compreender muito bem nossa preocupação.
-O que eu compreendo, é que vocês querem criar uma cidade racista- disse Peeta chocado.
- Racista. Que termo interessante. Mas não senhor Mellark, estamos apenas tentando garantir que nossas crianças recebam educação adequada- disse Snow sorrindo cinicamente para Peeta.
- Separando-as de tudo que diz respeito aos negros e aos escravos.
- A escravidão é uma questão complicada senhor Mellark- disse Snow- Suponho que, como professor, o senhor saiba que na nossa história as grandes civilizações tiveram que se utilizar desse recurso para prosperar. E o que todos nós queremos é que a América prospere não é mesmo senhor Mellark?
- A terra da liberdade e da promessa- disse Peeta num tom amargo.
- Exato- disse Snow.
- Mas é claro, sabemos que é o senhor é um ótimo professor. Por isso, lhe damos uma alternativa claro.
- Qual?- perguntou Peeta desconfiado.
- Cortar todo o contato com negros. Poderá manter os dois serviçais obviamente, mas se casar com alguém de sangue negro? Isso já é demais.
- O senhor está querendo dizer que para manter o meu emprego eu terei que me separar de Katniss? E manter apenas um contato profissional com Tre... com os dois serviçais que possuo em casa?
- O senhor entendeu senhor Mellark. Não podemos permitir que nossas crianças sejam ensinadas por um... amante de escravos.
Então era isso. Peeta nunca imaginou que a coisa poderia ter chego a esse ponto. Ele sabia que Snow lutaria por Katniss, mas nunca imaginou que o homem estivesse criando um reduto escravagista em São Francisco. Ele estava matando dois coelhos com uma cajadada só. Afastando um professor abolicionista do cargo e mostrando mais uma vez que se ele quisesse poderia ter Katniss. Peeta não daria esse gostinho a ele.
- Bom, eu não vou fazer isso- disse Peeta com uma coragem maior do que sentia- Com licença, minha mulher está me esperando em casa.
- Então o senhor sabe que teremos que tirá-lo do seu cargo não? Eu tenho poderes para isso- disse Snow antes que Peeta pudesse se retirar.
- Como eu disse, minha mulher está me esperando com licença.
- Senhor Mellark, antes que o senhor vá embora, eu devo lhe avisar. Os Estados do Sul, estão prontos para declarar guerra.
-Estou ciente disso.
- Então o senhor já escolheu o seu lado- disse Snow analisando Peeta friamente.
- Sim, com toda a convicção.
- Bom, espero que saiba que na guerra sempre existem consequências. Passar bem.
Peeta saiu da reunião com o coração tremendo de fúria e com uma certeza. As retaliações de Snow haviam apenas começado.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Eae o que acharam? Espero que tenham gostado. Um bjão a todos.