People Vs. Zombies escrita por Anna


Capítulo 11
Atitudes


Notas iniciais do capítulo

Teve uma parte que ficou um pouco dramático, mas tinha que aparecer né, reviews??!!



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Quando virei, deparei com um zumbi cheio de mordidas e sem a metade do corpo. Esse zumbi era a Natasha.

Sam começou a correr até a mãe. Tentei impedi-lo, mas ele não queria, Bryan estava triste também, mas se controlou. Sam parou na frente de Natasha, os olhos dele estavam vermelhos e pude ver algumas lágrimas. Realmente ele achava que esse era o fim. Mas Sam fez uma coisa que me impressionou, pegou uma faca de dentro do bolso de Natasha com cuidado e enfiou em sua cabeça, a matando mais ainda.

- Irmão, vamos – chamou Bryan.

- Bryan, desculpe, não imaginei que a veria em outro estado – eu disse.

Bryan olhou em meus olhos e percebi o quanto ele estava triste, dava para ver que tudo que ele tinha ele perdeu, agora era só o irmão.

- Desde que eu te vi, soube que era uma boa pessoa – confessou ele.

Para dizer a verdade, eu não sentia o mesmo, quando Natasha morreu, Sam e Bryan ficaram completamente tristes e imploravam para ela voltar, mas quando os meus pais morreram, sim eu fiquei triste, mas não do mesmo jeito que eles, foi diferente.

Olhei para o meu relógio, já eram três da manhã, ficamos muito tempo sem dormir e eu já estava exausta.

- Temos que encontrar um lugar para dormir, de preferência um seguro – eu disse.

Entramos em uma cafeteria vazia e fomos ver se tinha zumbis. Vazio. Trancamos a porta de entrada do melhor jeito possível já que já estavam começando a aparecer zumbis do lado de fora. Montamos um acampamento na sala de produtos de higiene, quando acabamos de arrumar nossas coisas, Sam desabou no colchão chorando, mas eu e Bryan ficamos acordados.

- Você não queria dormir? – ele perguntou para mim.

Eu disse que sim, mas ao mesmo tempo eu não queria dormir, era difícil a gente dormir, depois podia acontecer algo grave e eu não poderia fazer nada.

- Você tem algum parente vivo, sem ser seu irmão? – perguntei.

Ele negou com a cabeça.

- Meu pai morrer de câncer quando eu era mais novo. Agora é só Sam e... Você – ele respondeu.

- Eu? – perguntei confusa – mas eu nem sou parente sua.

- Eu te acho uma amiga para mim – ele disse – mais do que isso – murmurou, mas eu ouvi.

- Você quer me ter como irmã? – perguntei.

Mas ele negou. Se ele me quer mais do que amiga, o que seria? Namorada? Pensei um pouco no caso, eu acho que não, quem num mundo com zumbis quer me ter como namorada? Deixei esse pensamento para trás.

- Bom, se você não quer me ter como irmã, o que seria?

Mas ele deitou e me deixou com a pergunta na cabeça.

- Bem, então boa noite – eu disse.

- Eu não vou dormir, e é bem mais provável ser uma má noite – Bryan falou.

Esse garoto não conseguia pensar uma coisa positivamente, será que ele sempre pensa que não há esperanças? Até que eu também já pensei nisso, eu acho que não há esperanças para acabar com tudo isso, mas pode ter um pouco para nós sobrevivermos.

- Por que você não consegue achar que algo que fazemos pode funcionar? – perguntei para ele, mas soube que esse não era o momento.

- Porque é impossível – falou simplesmente – eu já pensei um pouco nisso, mas podemos viver até os sessenta anos sem comida? Até que podemos sobreviver, mas não vamos ter uma razão para isso. Sobreviver fugindo de zumbis é cansativo, estou pensando em me suicidar.

- O que? – falei, mas saiu alto demais que até Sam, que havia conseguido pegar no sono, se mexeu um pouco – eu preciso de você – voltei a falar baixo.

Ele pensou um pouco.

- E por que você precisaria de mim – perguntou ele me encarando.

- Porque você é esperto, pensa rápido, é bom com armas e... – eu não conseguiria expressar mais nada, eu gostava um pouco dele, mas não conseguiria dizer isso, deixava para a próxima, se sobrevivêssemos até lá.

 Ele riu e me beijou na bochecha, o que me deixou muito vermelha. Talvez esse fosse o último que ele me deu, mas depois ele me beijou novamente e esse foi nos lábios. Pelo menos um momento feliz e dramático depois do apocalipse, mas eu sabia que eu não viveria como meus avós viveram. Morreram numa cama quentinha do hospital e viveram juntos para sempre, nós não conseguiríamos ter uma boa vida, com certeza.

Bryan saiu de perto de mim e eu olhei para ele, mas não nos olhos.

- Desculpe – ele disse.

Eu não quis responder, nem conseguiria pensar em qual seria minha resposta, talvez que poderíamos ter uma vida como zumbis, se conseguíssemos pensar um pouco.


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Notas finais do capítulo

Valeeeeeeeu