POV Annabeth

Eu tentava ficar calma, mas depois do sonho que tive,
eu quase esganei Percy. Foi horrível, assustador. Por isso esganei Percy, tem
relação ao que me aconteceu no meu sonho. Vou contar.

‘’ Eu estava no conversível que minha mãe havia dado,
o vento balançava meus cabelos, e já que estava muito calor, eu disfrutava
disso. Eu decidi pegar meu Ipod para escutar umas músicas. Abri minha mochila,
e peguei um Ipod roxo que tinha ganhado de Piper, como presente de Natal. É que
eu e Piper somos muito amigas, e nossas famílias não fazem muita questão da
gente, então comemoramos a noite de natal juntas. Estava ouvindo meu Ipod com
fones de ouvido brancos, tocando a música ‘’California Gurls’’ da Katy Perry,
me desliguei do meu mundo, fechei os olhos, e comecei a cantarolar a música
mentalmente. Quando a música parou, abri os olhos, o carro havia parado, Percy
havia saído do carro e combatia uma mantícora. A única coisa que vi foi a
mantícora vindo em minha direção e... PUF! Nada mais vi.

Acordei com um homem que não me é estranho... Usava um
terno de seda italiano, e tinha um crachá... Mas minha visão estava borrada e
não pude identificar o nome.

Eu ia navegando em um bote. Aquele homem estava me
levando. Do nada, seu terno desapareceu. Em seu lugar, estava um capuz negro
que escondia seu rosto. Quando ele me ‘’olhou’’ pude perceber um sorriso meio
diabólico em seu rosto.

-Annabeth! Você acordou... Faz tempo que espero sua
visita... –o homem disse

- Quem é você?- indaguei- Como sabe o meu nome?

-Ah! Vai me dizer que você não se lembra de mim? –o
homem disse, fingindo estar surpreso.

- Não! –disse – Quem é você?

-Sou Caronte. Eu te vi faz... 10 anos. –Caronte
respondeu.

Fiquei calada. Juntei todas as peças. Caronte era
servente de Hades. Ele levava as almas para o Inframundo. Eu... Estava...
Morta?

-Agora você percebeu?- ah! Odeio quando pessoas
mitológicas leem meu pensamento.

Olhei para baixo. Usava a mesma roupa que Caronte.
Aquele capuz negro. Eu realmente estava morta. Vivi uma vida longa, em
comparação a de um semideus comum. Nesse momento, todas as cenas da minha vida
passaram na minha mente... Quando conheci Thalia e Luke... Quando Luke me deu
sua adaga...  Quando fui para o
Acampamento Mestiço... Quando conheci Percy... Quando fumos namorados... Tudo
passou na minha cabeça. Me imagino como estaria a Terra sem mim.

Mas minha atenção se enfocou na borda do rio que
acabava de chegar. Desci. Já sabia o que fazer. Iria ser julgada por tudo o que
tinha feito. Iria pagar o preço... Ou receber o aluguel... Chega de piadas
Anna! VOCÊ ESTÁ MORTA! Mas eu penso que é uma piada... Talvez seja um pesadelo corrente,
ou me sequestraram...’’

Então acordei. E esganei Percy. Mas seguimos viagem. Oi
um pesadelo comum... Como qualquer outro.

POV Percy

Eu estava no carro, com Annabeth no assento do
passageiro. Chegando a Novo México. O sol batia em seus cabelos loiros,
fazendo-a ficar linda. Os ventos balançavam os mesmos, fazendo uma chuva
dourada.

De repente, o brilho de seus olhos foi de alegria para
susto. Eu estava tão ocupado vendo sua beleza, que a minha lerdeza só capitou a
mantícora depois que um espinho quebrou o vidro.

Eu sai do carro correndo. Tirei contracorrente do
bolso e ataquei.

Mas o monstro desviou. Ataquei de novo. Mas não pude
acertar. A mantícora se havia volteado para Annabeth, que não conseguia
desprender o cinto de segurança. Ela ia atacar. A mantícora havia levado
Annabeth para longe de mim uma vez, não ia deixar que ela fizesse isso de novo.
Ataquei e acertei suas costas, fazendo o monstro se transformar em uma chuva de
pó dourado.

Olhei para Annabeth. Ataquei a mantícora muito tarde.
Um espinho havia acertado Annabeth um palmo abaixo do coração.

Corri em sua direção e chequei seu pulso. Nada. A veia
do pescoço. Nada. O coração. Nada.

Corri para o assento de motorista. Acelerei o máximo.
Cheguei na cidade e avistei um lava-a-jato. Corri, peguei uma mangueira e
liguei, pondo a contra a luz do sol.

Tirei um dracma do bolso e joguei no arco íris que
estava aí.

-Oh deusa Íris, aceita minha oferenda!

A imagem ficou ondulada, como se estivesse pedindo
para dizer para onde.

-Apolo, Deus das medicinas.

A imagem do Deus apareceu na minha frente. Quando ele
viu Annabeth morta no fundo, sua cara foi de boa para péssima.

- O que...? Annabeth...?- ele estava tentando ver

-A mantícora, atacou ela! Ela... Ela não tá
respirando! – disse

O Deus desapareceu e reapareceu ao lado de Annabeth.
Pondo as mãos por todos os lados e mexendo na sua bolsa de medicina. Ele olhou
no fundo dos olhos cinzas tormentosos de Annabeth e sua cara foi de péssimo
para péssimo funeral de meu irmão melhor amigo.

-Percy... A alma de Annabeth... Já se foi. - ele
disse. Apolo era ‘’safado’’ mas tinha coração- Eu sinto muito. Não há nada que
eu possa fazer.

Desesperei-me. Comecei a caminhar de um lado para o
outro, coçando a nuca. Eu estava pensando em alguma coisa. Eu não acreditava. A
mantícora havia tirado ela de mim outra vez. Uma onda de raiva me percorreu,
fazendo-me fechar os punhos. Mas essa raiva foi substituída por nervoso. Abri
meus punhos, me ajoelhei, pondo as mãos entrelaçadas na nuca. Era IMPOSSÍVEL
aquela ideia. Absurda. Mas era minha única chance de ‘’traze-la de volta do
mundo inferior’’. Um escalafrio percorreu meu corpo com a ideia. Levantei e fui
realiza-la. Pedindo a Apolo para que mantenha Annabeth consigo.

Estava decidido do que ia fazer. Nada me impediria.
Pensando nisso, percebi que foi exatamente como no meu sonho. Peguei meu
celular e liguei pra uma pessoa que me ajudaria.

-Alo? Nico? Preciso falar com você...