Histórias Do Olimpo: A Fúria De Hades escrita por Gustavo Henrique


Capítulo 6
A viagem é longa




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SEIS

A VIAGEM É LONGA

 Depois do ônibus ter dado partida, nós saímos da rodoviária, viramos a esquerda numa rua um pouco deserta, depois paramos em dois semáforos, e seguimos viagem, íamos fazer cerca de 70 km para chegar até lá, chegaríamos por volta de uma hora, eu havia sentado do lado de Breno, e minha mãe sentou em um banco atrás de mim, com uma senhora ao lado dela, ela devia ter uns oitenta anos de idade, e não parava de falar, nos primeiros minutos da viagem ela ficou em silêncio, mas depois eu não estava mais agüentando, ela não parava de falar, mas eu não podia fazer nada a respeito disso, nós estávamos indo pela Rodovia Presidente Dutra, era um dos caminhos mais rápidos para chegar até lá, estávamos em silêncio, quando Breno falou:

 — Você vai gostar da tribo! Há pessoas muito interessantes lá, eu sabia que Pã não me mandaria a toa até uma cidade no interior de São Paulo, você é especial Pedro, acredite, nenhum semideus tem as qualidades que você tem, a maioria dos semideuses é quieto demais, outros são bipolares, alguns falam de mais, outros muito brigões, até outros que parecem ser esquizofrênicos, mas você consegue equilibrar tudo de um jeito saudável, que eu saiba você não é bipolar, nem ao menos esquizofrênico, mas quando precisamos ficar quietos, você fica quieto, quando precisamos falar, você fala, quando estamos em uma briga, com algum monstro ou com alguma pessoa mesmo, você é meio brigão, tenta defender sempre o que é precioso para você, como sua mãe, aposto que todos vão gostar de você, você Pedro, tem um jeito diferente do resto dos semideuses, na hora da luta, ou fogem ou cuidam de si mesmos, existia um filho de Ares chamado Henrique, que foi expulso da tribo, ele foi em uma missão com seu sátiro, cruzando a mata, em busca de alguns recursos, como ervas medicinais, frutas, carne e etc. Mas em algum momento, uma onça apareceu, o sátiro era novo, não sabia muito o que fazer, então quando estava correndo para fugir da onça, sua pata ficou presa numa pedra, eu não sei como ele conseguiu prender um casco numa pedra, mas esta é a história que Íris conta, a todos, mas enfim, o sátiro ficou preso, e Henrique em vez de ajudá-lo, apenas disse: Desculpe meu amigo, você vai retardar minha jornada!, depois de dizer isso, Henrique arrancou a cabeça do sátiro, matou a onça e voltou com a pele e a carne da onça como um troféu, quando os amigos do chalé o encontraram, perguntaram como ele tinha conseguido aquilo, então ele disse a todos que Ares tinha aparecido e lhe dado ajuda, então todos acreditaram, já que Henrique era o líder do chalé, eles pegaram a pele da Onça e colocaram na parede do chalé, comeram a carne, e ficaram todos comemorando, mas em algum momento quando eles estavam se divertindo a beira da fogueira, comendo os restos da Onça Íris aparece, pega Henrique pelo braço, que no mesmo instante olha para aquele rosto lindo, com frieza e desgosto, quando Íris o joga na fogueira e diz: Seja feliz com Hades, e que seus dias de sofrimentos sejam eternos, e que todo o chalé de Ares seja amaldiçoado por Hades com essa oferenda. Depois dessas rudes palavras proferidas por Íris, o fogo cresceu, em uma explosão magenta o fogo se extinguiu, todos olharam para Íris, quase com os olhos pedindo piedade, então ela diz: Vocês estão amaldiçoados! Não é interessante? Nem suas habilidades de valentões os salvarão da fúria eterna de Hades, se algum de vocês quiser ir junto para o Tártaro, ainda tem vagas para filhos podres de Ares. Por algum motivo, dava-se a perceber que Íris não era fã dos filhos de Ares, mas teve coragem de dizer tudo isso, mas a história não acaba por ai, por causa da atitude de Henrique, Íris insultou Ares, e como é típico do deus da guerra, ele apareceu, querendo saber porquê usaram o nome dele, quando Íris estava se virando para voltar a seu aposento, Ares aparece em frente dela e começa o diálogo que mudou a história da tribo, Ares então disse:

 — Você vai continuar usando me insultando Íris?
 — Ares, é ridículo brigarmos, nós sabemos que você não liga para os seus filhos, só agora que um dos “seus” matou um sátiro você vem ver o que aconteceu? Me poupe da sua ladainha, toda vez é assim, se quiser resgatar seu filho das profundezas do Tártaro, a vontade, mas não fique tão feliz se ele voltar, o primeiro passa que ele der dentro da nossa terra, vai ser devorado pelas Harpias, vou fazer questão de dar cada órgão do corpo dele alimento para os cães infernais, e as harpias vão comer todo o couro que restar do corpo dele, e não há nada que você, o deus da guerra vai poder fazer, já me basta não estar cuidando direito de seu título, ainda quer interferir nos meus assuntos, saía daqui, eu já te disse o que queria!
 Eu aposto que íris não pensou em como aquilo iria modificar o curso da história, Ares então com um pesado movimentos das grandes mãos, virou um tapa no lado direito do rosto de Íris, e disse:

 — Você tem sorte de ter sido apenas um tapa, se fosse um dos deuses, até Zeus, o meu pai — depois disso ouviu-se um raio e todos ficaram em silêncio — Eu teria partido para briga de verdade, tome cuidado com o que fala, já não basta ter que agüentar todas as minhas responsabilidades, tenho que ouvir Íris, a deusa boazinha que decidiu ficar um uma maldita tribo de crianças ridículas, e negar todo o poder de uma deusa, você não merece o título que tem!
 — Ares, você é um dos deuses mais tolos, é titulado como deus da guerra, e tem medo de uma deusa, eu acho que você deveria é tomar muito cuidado comigo, tenho armas a disposição, não são de metal, mas te garanto, que faria um grande estrago nesse seu corpinho musculoso, eu nunca gostei de você, você é inútil,vá resgate seu maldito filho, mas está avisado, ele não irá sair impune, agora saía daqui! — Disse Íris dando de ombros.
 — Você vai se arrepender garota, amaldiçoe meus filhos, mas um dia, lhe garanto, Ares irá voltar, e é bom você estar preparada, deusa do Arco íris!
 Em uma nuvem de fumaça, ares se dissipou e virou vento, aposto que Íris nem queria saber pra que lugar ele havia ido, ela estava torcendo pra que ele fosse buscar o filho, pra que ela pudesse dar o garoto para as Harpias torturarem, mas infelizmente, o garoto não foi resgatado, e até hoje o chalé de Ares está amaldiçoado, e o pior é que ninguém sabe qual é a maldição, os filhos de Ares, escondem qual é a maldição, mas há alguma especulações de que seja algum ponto fraco, um “calcanhar de Aquiles” se é que você me entende!

 — Nossa cara, que legal, então tem brigas lá... Bom saber, não me envolvo em nenhuma, mas eu queria te perguntar, uma coisa, que nós sempre falamos e que você é bem interessado, e as garotas de lá?
 — Sabia que em algum momento você me perguntaria isso, só tenho uma coisa a te dizer, me arrepende de ser um sátiro!
 — Por quê? É tão ruim guiar semideuses?
 — Não é isso cara, é que Íris proíbe que os sátiros tenham qualquer relacionamento com semideuses, ela disse que não daria certo, sátiros tem suas missões e coisas importantes, não conseguiriam ter um bom relacionamento com as semideusas, mas respondendo a sua pergunta, as garotas de lá são lindas, principalmente as de Afrodite, elas brincam com os sentimentos dos semideuses, acabam deixando eles confusos, sem rumo, mas a maioria dos semideuses tem alguma paixão ou algo do tipo na tribo, a maioria deles namoram, outros não, mas todos convivem bem entre si, a tribo é um lugar legal, você vai se adaptar lá!
 — Breno, do jeito que você fala, parece que esse lugar é um paraíso, vou ficar com minha mãe, e fazer novos amigos, deve ser interessante!
 — Pedro, desculpe cara!
 — O que foi?
 — Sua mãe não pode ir conosco.

   Depois que Breno terminou de falar, meu mundo desmoronou, eu me senti a menor pessoa do mundo, mais inútil do que Ares, como eu não iria viver com minha mãe? Ela voltaria para aquele meu padrasto estranho, e eu teria que seguir minha vida toda sem ela? Seria impossível, viver sem ela.

 — Mas, Breno, como ela não pode entrar?
 — Pedro, a tribo é só para semideuses, existe uma barreira mágica, que impede sua mãe de ver a tribo, e de entrar nela também, eu não posso fazer nada, essas são sempre as regras, todos os semideuses passam por essa transição, e o pior de tudo, é que sua mãe sabia de tudo, desde o começo, ela sabia que seria separada de você, mas tente pensar, que ela estará mais segura sem você, os monstros não irão atrás dela, ela não terá que sofrer escondendo você, e se quiser pode começar uma nova vida, você vai estar seguro, nós seremos sua nova família.
 Depois que Breno terminou de falar, eu não disse nada, apenas fiquei quieto até o final da viagem.


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Notas finais do capítulo

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