Beauty And The Beast escrita por Maria C Weasley


Capítulo 9
Capítulo 9




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Eu voltei para casa nas férias, mas como sempre essa não foi a minha época favorita do ano, para dizer a verdade eu passei a maior parte do meu tempo trancada no meu quarto fazendo os trabalhos de Hogwarts e lendo, sendo que depois de todos dormirem eu ia até o pequeno quarto no andar de baixo onde podia conversar com Ink sem que ninguém descobrisse.

Entretanto algumas coisas haviam mudado na minha família, meu pai, por exemplo, continuou furioso por conta dos problemas que Othy causara durante o ano e o acabou nos
tornando bem mais próximos do que costumávamos ser, afinal nos tornamos as ovelhas negras da família Prewet. Além disso, quando Argos e Ignatio voltaram para casa traziam uma noticia com eles, Ignatio havia conhecido uma garota e iria pedi-la em casamento.

Juro que meu pai quase teve um ataque cardíaco de tanta felicidade e orgulho pelo seu filho quando descobriu que a felizarda, perdoem a ironia, era Lucretia Black. Uma doce, meiga, tímida e submissa mulher, exatamente o contrariam do que eu sou, além de vir de uma nobre linhagem de sangues puros, na cabeça de meu pai Ignatio não poderia fazer um casamento melhor.

Infelizmente para mim esse noivado representou uma série de jantares formais tanto na minha casa quanto na da família Black onde todos os membros da família deveriam comparecer, além de ter que ouvir meus pais comparando Lucretia a mim e perguntando por que eu não poderia ser como ela. Por outro lado recebi cartas de Tom durante todo o verão, o que possivelmente foi a única coisa que me impediu de enlouquecer.

Para dizer a verdade eu ainda não sabia dizer muito bem o tínhamos de maneira que não contei nada nem mesmo para Eillen, já que também nos comunicamos durante o verão, a única pessoa que tinha uma noção do que estava acontecendo era Ink e mesmo ele não conhecia a história inteira.

E embora o tempo parecesse não passar o dia primeiro de setembro finalmente chegou e com ele o dia em que poderia voltar para Hogwarts, meu verdadeiro lar, o único lugar onde eu podia ser eu mesma.

- Mira, por que eles não nos trouxeram dessa vez? – Othy me perguntou enquanto eu me despedia de Ink, tal como fazia na época em que apenas eu vinha para a escola.

- Adeus senhor. – Ele falou com uma mesura formal para o meu irmão. – Adeus senhorita.

Eu me permiti um sorriso quando ele desaparatou, Othy já não achava minha amizade com o elfo tão estranha ou se ainda achava tinha sabedoria o bastante para não comentar na minha frente, mas na verdade eu estava pensando em como responder a pergunta que ele me fizera. Verdade seja dita estou tentando encontrar uma resposta desde que deixamos nossa casa. Para simplificar a história desde que Othy viera para Hogwarts nossos pais nos traziam até a estação, mas eu sabia perfeitamente bem que só faziam isso porque ele era o queridinho da família.

- Mira? – Ele insistiu e soltei um suspiro antes de prosseguir.

- Eles só vinham nos trazer por sua causa Othy, antes disso, era Ink que me trazia e me buscava aqui. Querendo ou não você costumava ser o queridinho, o filho preferido, o caçula da família, o que seguiria os passos do nosso pai.

- Mas eu não posso fazer isso Mira, quero ser um medi-bruxo, quero poder casar com alguém que eu ame independente de quem seja. – Ele falou e não pude impedir que uma onda de orgulho me dominasse. – Você está destinada a se grande no Ministério e não eu.

- Eu sei disso, mas não posso de acordo com eles. Não são essas as expectativa que buscam nas mulheres.

- Mas você nunca ligou para o que os outros pensam de você, sempre seguiu seu próprio caminho e suas próprias escolhas. – Ele argumentou. – Quero ser como você e não mais uma marionete nas mãos da nossa família.

- Não diga isso Othy, tudo que fiz me trouxe conseqüências que eu realmente não me lembro de em algum momento terem me beneficiado. Eu sou a ovelha negra da nossa família.

- Eu não ligo mais, fiz tudo para agradá-los e não consegui nem ao menos um reconhecimento. Já estou cansado de tentar Mira, cansado de me passar por alguém que eu não sou. Você viu isso há anos e hoje percebo que esse era o motivo de eu te odiar tanto, tinha inveja de você, da sua coragem. Você sempre foi a mais sábia de nós quatro e por esse motivo quero ser como você.

- Não queira ser como eu. – Falei abraçando o meu pequeno irmão que aos pouco se transformava em um homem bem diante dos meus olhos. – Queira ser você, forme sua própria identidade e almeje se tornar uma pessoa melhor do que eu.

- Formamos uma boa dupla não acha? Mirach e Othymyer, os rebeldes da família Prewet. – Ele perguntou se soltando do meu abraço e sorri em sua direção.

- Agora temos que ir, antes que o trem parta sem nós. – Eu comentei enquanto o puxava pelo braço. – Além do mais acho que sua namoradinha está lhe esperando.

- Que namorada? – Ele perguntou corando e com muito esforço consegui reprimir o riso.

- Sabe, ruiva, olhos verdes, da mesma casa que você. – Eu falei contando nos dedos. – Ah e se chama Aurora Torker.

- Cala a boca Mira. – Ele falou ficando ainda mais vermelho, principalmente quando a menina citada apareceu correndo para cumprimentá-lo quando entramos no trem.

- Que fofinho, meu irmãozinho está crescendo. – Eu falei alto o bastante para que ele escutasse.

- Por que não vai procurar Tom Riddle?

- O que você sabe sobre Tom e eu? – Perguntei ficando instantaneamente séria.

- Só que vocês trocaram cartas durante todo o verão. – Ele respondeu embora eu tenha notado que se arrependeu de ter começado o assunto.

- Othymyer Prewet, você por acaso andou entrando no meu quarto?

- Bem eu... – Ele começou, mas achou melhor se esconder atrás da menina ruiva que começou a gargalhar.

- Saiba que da próxima vez que entrar no meu quarto sem ser convidado será um garoto morto. – Eu comentei dando as costas para os dois. – E você sabe que eu não estou brincando.

Segui caminhando para o fundo do trem, onde eu sabia que encontraria Tom,  e deixei que minha mente vagasse selecionando seus próprios pensamentos que ironicamente acabaram se dirigindo ao meu irmão. Quem poderia ter previsto que Othy e eu acabaríamos nos tornado amigos. Eu nunca fizera segredo ao fato de que não me dava bem com nenhum membro da minha família, principalmente depois do ocorrido com Liandan, mas mesmo antes disso nosso convívio podia no mínimo ser descrito como pacifico já que eu sempre fora moderna de mais para os padrões da época e principalmente para os da minha família.

- Estava começando a pensar que você não iria aparecer. – Tom murmurou enquanto eu entrava na cabine e notei que o trem começava a deixar a estação.

- Eu disse que viria e não sou o tipo de pessoa que quebra a palavra. – Argumentei me sentando ao lado dele que imediatamente me puxou para um beijo.

- Devo admitir que seus beijos estão começando a melhorar, minha querida. – Ele comentou quando nos separamos e eu o empurrei para fora do banco. – Pena que o mesmo não possa ser dito do seu senso de humor.

- Nem do seu cavalheirismo. – Retruquei mal humorada. – Como foram as suas férias?

- Odiosas como sempre, estou pensando em pedir ao diretor que permita minha permanência na escola durante as férias tendo em vista que eu não possuo família.

- Eu possuo e mesmo assim estou quase pedindo para permanecer na escola também.

- Por falar em família eu não deveria ser apresentado a sua uma vez que estamos namorando?

- Nós estamos? Engraçado, acho que se esqueceram de me comunicar esse fato.

- Era uma mensagem subliminar, que tipo de garota é você? – Ele perguntou fingindo assombro.

- O tipo de garota que não consegue entender a lógica dessa linguagem maluca. – Eu respondi fazendo nós dois rirmos.

- Olhe só o que veio na minha carta esse ano. – Ele falou convencido me mostrando o distintivo de monitor.

- É realmente muito bonito, mas eu particularmente prefiro o meu. – Respondi sarcástica enquanto mostrava um distintivo idêntico ao dele.

- Nessas horas eu me arrependo amargamente de ter começado a namorar uma garota quase tão inteligente quanto eu.

- Continua prepotente como sempre Riddle. – Eu resmunguei. – Mas fique a vontade, a porta de saída é serventia da casa.

- Eu simplesmente adoro te irritar. – Ele comentou me fazendo revirar os olhos, mas ficando sério acrescentou. – Preciso lhe contar uma coisa, mas só depois que chegarmos em Hogwarts.

Eu dei de ombros, eu sabia que seria inútil tentar fazê-lo falar sem que ele quisesse, e pior ainda seria ficar curiosa para descobrir já que essa era a intenção dele desde o inicio. Às vezes era tão fácil decifrá-lo, pena que não era sempre assim.


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Notas finais do capítulo

Particularmente não gostei muito desse capítulo, mas espero que vocês não o achem tão ruim assim.