War Of The Union escrita por GreenTop


Capítulo 6
O aniversário de Lucy


Notas iniciais do capítulo

Yo minna, nem preciso perguntar se demorei pra postar né? Gomen, eu detesto deixar vocês esperando muito, mas ultimamente to ficando muito, muito sem tempo, isso ta atrasando todas as minhas fics, gomen pela demora de novo, se eu pudesse teria escrito mais rápido, mas realmente não dava. Boa leitura.



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Meus olhos continuaram mirando os músculos definidos de Natsu, mas assim que percebi o quanto aquilo era estranho desviei meu olhar, corando imediatamente. Observar o corpo de um garoto que mal conhecia, mesmo esse garoto sendo o Natsu, aquele que me fez esquecer os horrores da guerra mesmo tendo-os presenciado tão recentemente. Era uma situação nada confortável, tive sorte dele não ter percebido nada.

Natsu se deitou na grama gelada, deixando seus músculos ainda mais a mostra, resolvi me deitar também e observar o céu coberto de nuvens, anunciando que logo a chuva se iniciaria.

Natsu também observava o céu, sorrindo como sempre.

― Lucy, que dia você faz aniversário? ― Ele me perguntou, ainda fitando o céu.

― Dia 21 de Julho. Por que quer saber? ― Ele voltou a se sentar e olhou para mim, ignorando minha pergunta.

― Ah, então é daqui uma semana.

― Sim.  

― Legal.

Disse apenas isso e voltou a se deitar observando o céu. Não entendi o porquê da pergunta, e também não insisti para que ele me dissesse. Natsu era estranho às vezes, logo depois de perguntar uma única e simples coisa ele pareceu extremamente animado e em seguida voltou ao modo como se encontrava antes. Já sabia que ele era estranho, alegre, divertido, e isso já era suficiente para querê-lo por perto.  

Senti algo gelado cair no meu rosto. A chuva se iniciava. Levantei minha mão, deixando a palma virada para cima, sentindo assim outras gotas. A cada segundo a frequência com que caiam aumentava, deixando a palma da minha mão cheia de água.

― Está chovendo ― disse calmamente, ainda observando minha mão. Natsu se sentou e, só então, olhei para ele.

― Está perfeito para dar mais um mergulho ― Ele disse sorrindo.

― O que? Mas está chovendo ― Eu protestei, apesar de saber que Natsu não iria desistir tão facilmente.

― É só uma chuva fina. Além do que, é mais divertido nadar com chuva. ― Ele insistia.

― Não é não!

― Vamos Luce, deixe de ser chata. – disse puxando minha mão.

― Não.

Ele continuava me puxando e tentando fazer com que eu mudasse de ideia, mas eu continuava firme em minha decisão, até que Lisanna se aproximou de nós dois.

― Nat-kun, vamos dar um mergulho? – Ela perguntou. Natsu olhou a garota, ainda segurando minha mão.

― Agora você já tem companhia para nadar, eu posso ficar aqui.

Natsu me pareceu ficar decepcionado, mas me soltou.

― Tudo bem ― Ele se levantou, pensei que fosse desistir, mas logo depois de se levantar ele me pegou em seus ombros, me levando com ele até o lago ―. Mas você vai junto.

― Natsu! Me larga! ― Eu gritava enquanto batia em suas costas, tentando de todas as formas fazê-lo me soltar.

― De jeito nenhum.

Foi a vez de Lisanna ficar decepcionada. Provavelmente ela queria nadar sozinha com Natsu. Eu não tinha culpa alguma, afinal, foi ele quem me obrigou a ir junto. Por mim, ficaria apenas sentada, observando. Não que não fosse divertido, apenas achava que aquilo me traria prejuízos mais tarde.

Natsu me segurava firmemente. Podia facilmente perceber o olhar de Lisanna me fuzilando. No pouco tempo em que convivi com ela senti que aquela garota era apaixonada pelo Natsu. Eram amigos desde a infância, pelo que ele me disse, faria sentido.

A chuva se tornava cada vez mais forte à medida que o tempo passava. Seguidos dela, raios começavam a cair e com eles os trovões.

― Natsu, agora vamos sair da água, eu não quero que um raio me atinja ― Eu disse. Ainda estava um pouco brava por ele ter me levado junto em seu mergulho.

― Tá, tudo bem ― Ele concordou bufando, estava sendo divertido e provavelmente ele não queria que a diversão acabasse ― Vamos, Lisanna?

― Claro, Nat-kun.

Assim que saímos da água Lisanna agarrou a mão de Natsu e o puxou para longe de mim. A achava uma boa pessoa, apesar de não conhecê-la, mas muito ciumenta considerando que Natsu nem era seu namorado.

Estava parada, observando os dois se afastarem quando percebi que havia alguém atrás de mim. Não me precisei olhar para trás para descobrir quem era, pois a própria pessoa se manifestou.

― Parece que você foi abandonada pela sua dupla. ― Era o garoto misterioso de óculos e cabelo ruivo, Loke.

― Você também, não é? ― O Natsu não me abandonou exatamente, foi a Lisanna, que aliás era parceira do Loke, que o levou para longe.

― É, parece que sim.

― Bem, a Lisanna é amiga de infância do Natsu, é compreensível que ela queira passar algum tempo com ele, deve ser confortante ter alguém que se conhece há algum tempo na situação em que vivemos atualmente.

― Amiga de infância? O Natsu te disse isso?

― Sim, por quê?

A chuva continuava caindo, mas eu não me importava, já estava completamente encharcada mesmo.

― A Lisanna me disse um pouco mais do que isso – Olhei para ele como se desejasse saber mais daquela historia, e pelo visto ele entendeu ―. Ela me disse que quando eram pequenos os dois fizeram a promessa de que quando crescessem iriam se casar.

Senti um aperto em meu coração no momento em que ouvi aquilo. O que eu sabia até aquele momento era que eu admirava o Natsu, pelo seu modo de viver, pela sua positividade, por tudo o que ele era. Mas o que meu coração sentiu naquele momento poderia indicar que o que eu realmente sentia pelo Natsu era algo mais do que admiração. Mas isso era algo que somente o tempo poderia me dar certeza.

― Bem, isso é um assunto deles, se os dois gostam um do outro espero que sejam felizes. Você não?

― É claro que também penso assim.

Loke, o garoto que se dizia ligado a mim desde quando eu nasci. Não entendia o significado disso, e para ser sincera, nem mesmo ansiava descobrir. Ele deveria ser algum louco. Pensando bem, isso é estranho. No dia em que cheguei achava que faria amizade somente com Loke, logo depois de conhecê-lo mudei de opinião, o taxando de maluco. Já Natsu, quando o conheci achava-o um idiota, pensava que não iria me dar bem com ele de maneira alguma, mas posso dizer que depois de conhecê-lo, mesmo que por um dia, ele se tornou meu melhor amigo.

Pensava nisso quando a voz de Erza me tirou dos pensamentos, gritando para todos.

― EI, VAMOS VOLTAR ANTES QUE COMECE UM TEMPORAL!

Jellal estava ao lado da ruiva. Todos começaram a se apressar para voltar ao acampamento, apesar de estarmos muito longe.

Chegamos ao acampamento completamente encharcados, eu ainda mais por causa do idiota do Natsu. Já sentia os prejuízos que aquele mergulho na chuva me trouxe, não parava de espirrar. Eu não o vi até a hora em que teríamos que dormir. Erza adiantou o horário, disse que iria compensar a perda de treinamento que tivemos naquele dia fazendo com que todos acordassem cedo no dia seguinte, por isso tínhamos que dormir mais cedo.

Eu continuava espirrando, mas quase ninguém percebia, com exceção de Natsu, já que sua cama ficava ao lado da minha. Todos já haviam dormido, menos nós dois.

― Está bem? ― Ele me perguntou.

― Acho que peguei um resfriado por sua culpa. Idiota.

Ele sorriu levemente.

― Desculpe, mas foi divertido não é?

Sorri em resposta. Como poderia dizer que não? Os momentos ao lado dele eram divertidos.

― Mesmo assim, não gosto de ficar doente.

― Lucy, posso dormir com você?

Como assim ele queria dormir comigo?!

― O-O que? ― Meu rosto já começava a ficar extremamente vermelho. Tentei usar a coberta para escondê-lo, porém isso só piorou a situação, pois deixava explícito que eu escondia algo.

― Não consigo dormir nessa cama, é desconfortável, talvez a sua seja melhor. Além do mais, você pegou um resfriado por minha culpa, deve estar com frio, nada mais justo do que eu ajudar.

― Impossível, se a Erza perceber estaremos mortos.

― Por que? É só explicar para ela, e eu prometo que saio antes que ela acorde. ― Eu ainda relutava em permitir ― por favor, Lucy.

A cara dele não me deixou dizer não.

― Está bem ― Eu disse suspirando.

― Obrigado, Lucy.

Ele se levantou rapidamente da cama e se deitou atrás de mim. Só não esperava que ele iria abraçar minha cintura e descansar sua cabeça na curva do meu pescoço.

 O que você está fazendo?!

― É confortável dormir assim, você é um bom travesseiro, Lucy. E também, se está com frio é a melhor forma de te aquecer.

― Mas...

― Por favor, Luce.

Eu não resisti mais. Primeiro porque no fundo não queria que ele saísse. Segundo porque ele já estava dormindo. Sentia sua respiração quente no meu pescoço. Estava tão confortável. Seus braços fortes davam uma sensação de proteção indescritível e seu corpo inteiro era realmente quente.

Já completava uma semana desde que havia chegado ao acampamento. Todos os dias tínhamos que treinar e Erza não facilitava nem um pouco. A cada dia o treinamento era mais intensivo, mas eu estava me acostumando. Durante a semana que se passou eu me aproximei mais de Erza e Gray. Os dois eram ótimas pessoas, apesar de Gray e Natsu sempre brigarem. Já era dia vinte de Julho, véspera do meu aniversário. Natsu estava um pouco estranho naquele dia. Quando a noite chegou eu logo adormeci, estava exausta por causa do treinamento.

Senti alguém me acordando no meio da madrugada. Ainda era muito cedo, não o horário comum em que Erza nos acordava.

― Lucy, acorde. ― Era a voz de Natsu.

― Natsu... ? O que foi?

― Vem comigo.

― O que? Por que? E há essa hora?

― Só vem.

Ele me puxou. Resolvi ir. Natsu insistiria de qualquer maneira se eu recusasse. Me guiou até a floresta, tomando cuidado para não sermos percebidos pelos guardas.

― Feche os olhos ― Ele me disse quando entramos na floresta.

Eu o obedeci. Ele segurou minha mão e me levou até a área onde corria o riacho, em um lugar onde não havia muitas árvores.

― Pode abrir. ― Eu o fiz, e assim que abri vi um pano estendido no chão, em cima dele alguns alimentos e um pequeno bolo com uma vela em cima ― Feliz aniversário.

Me lembrei que era meu aniversário. E fiquei surpresa por Natsu ter se lembrado e ainda feito tudo aquilo.

― Natsu... você fez isso?

― Sim, eu peguei a comida do armazém. Só a quantidade que normalmente comeríamos no café da manha, para não prejudicar ninguém, e esse bolo pequeno e a vela.

― Quando você fez isso?

― Esperei você dormir e vim aqui arrumar as coisas.

Ele havia passado a noite em claro apenas para fazer aquilo para mim.

― Natsu... obrigada. – Eu o abracei sorrindo.

― Vem ― Ele puxou minha mão e se sentou sobre a toalha. Me sentei de frente para ele. Pegou o pequeno bolo, acendeu a vela com um fósforo e entregou para mim ―. Assopre e faça um pedido.

Eu assoprei, desejando que a guerra acabasse logo e que, depois que ela acabasse, eu continuasse ao lado de Natsu. Algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto. Não consegui detê-las.

― O que foi Lucy? Não gostou? ― Ele perguntou percebendo as lágrimas, parecendo chateado.

― Não, eu adorei, é que esse é o primeiro aniversário que eu passo sem a minha família.

Natsu me puxou para perto de si e me abraçou protetoramente.

― Eu sei que deve ser ruim não tê-los por perto, mas agora você tem uma nova família. – Ele se afastou e limpou cuidadosamente minhas lágrimas ― Não chore, hoje é seu aniversário.

Ele estava certo. Eu não deveria chorar. Mesmo tendo perdido meus pais, encontrei ótimas pessoas, uma nova família. Sorri e começamos a comer. Todo aquele trabalho não podia ser desperdiçado.

― Obrigada por ter feito tudo isso.

― Não é nada demais. A propósito, quantos anos está fazendo?

― Dezoito.

― Eu também tenho dezoito. ― Ele sorriu, feliz pelo fato de termos a mesma idade. Um motivo bobo, mas tudo para Natsu era motivo para sorrir, mesmo a menor das coisas.

― Natsu, você sabe que a Erza vai nos matar quando descobrir, não sabe? – Eu disse, percebendo que já passava da hora em que Erza geralmente costumava nos acordar. Ela logo perceberia nossa ausência, se já não tivesse percebido.

― Eu não ligo. Espere aqui um pouco, Lucy ― Natsu se levantou e caminhou até as árvores, logo depois voltou com algo em suas mãos ― Seu presente de aniversário. ― Ele me entregou sorrindo. Era uma corrente com um pingente em forma de L feito de ferro. ― Eu encontrei a corrente procurando por aí; e sou bom com fogo, peguei um pedaço de ferro e modelei formando um L. Espero que você tenha gostado.

― Eu adorei. Obrigada Natsu, deve ter dado trabalho. ― O agradeci com um beijo na bochecha, fazendo-o corar.

― Só um pouco. Vamos, me deixe colocá-lo em você.

Ele pegou o colar das minhas mãos e o colocou em meu pescoço delicadamente. Olhei para baixo, vendo o L em meu pescoço, Mesmo sendo simples eu adorei.

Natsu se deitou, colocando suas mãos atrás da cabeça. Pouco tempo depois ele adormeceu. Devia estar exausto, afinal, trabalhou a noite inteira. Realmente ele era completamente diferente de todas as pessoas que já conheci. Não conseguia ficar triste, mesmo com uma guerra acontecendo, também não conseguia conviver com pessoas tristes ao seu lado, pois sempre deixava todos que estavam por perto alegres. Natsu Dragneel era a melhor pessoa que já conheci em toda minha vida.



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Notas finais do capítulo

Quem quer um Natsu levanta a mão: o/

Gostaram do capítulo? Deixem a opinião de vocês aí, ela é mesmo muito importante para mim, afinal, de que adianta escrever algo e nem saber o que as pessoas estão achando da historia? meio que desanima não saber se vocês estão gostando ou não, e eu só posso saber se vocês me disserem.