War Of The Union escrita por GreenTop


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Yoo, minna-san, minha mais nova fic, essa já é a sétima que ainda está em andamento, mas eu não resisti, tive que escrever, a ideia veio enquanto eu assistia alguns filmes da segunda guerra na escola e eu precisei escrever porque realmente achei uma ideia muito boa. Boa leitura, espero que vocês gostem.



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Já fazia um ano que aquela maldita guerra havia começado. Pessoas continuavam morrendo a todo instante. Meu pai e minha mãe, junto com os moradores do nosso bairro, que eu estava abandonando sem esperanças de retorno, foram as mais recentes vítimas.

Eu sinceramente não aguentava mais isso. Pessoas morrendo; cidades inteiras sendo destruídas; todo esse sofrimento por motivos tão fúteis que chega a ser difícil de acreditar que eles tenham realmente levado ao início de uma guerra.

O país do norte desejava as terras de Fiore, para isso iriam matar qualquer pessoa que não se entregasse por espontânea vontade. Mas se entregar não era uma solução. Muito pelo contrário. Quando alguém se entrega é levado como escravo, prisioneiro de guerra. É forçado a trabalhar até que seu corpo não resista mais ao trabalho árduo. É melhor morrer a receber um destino como esse. As únicas opções, afinal, são essas: Morrer, ou fugir com as vagas esperanças de que um dia a guerra chegue ao fim.

Meu nome é Lucy Heartfilia, tinha 17 anos na época. Mal havia tido tempo para me recuperar da perda dos meus pais, tive que fugir para tentar lutar pela minha vida. Foi horrível, ainda me lembro dos gritos de desespero e de meu pai tentando me manter segura.



 

Flashback on



 

Estávamos todos reunidos para o almoço, como já era de costume em nossa família. A mesa estava silenciosa, ninguém ousava dizer uma única palavra. Afinal, não havia nada de bom para ser dito.

― Eu ouvi dizer que as tropas do país do norte estão se direcionando para cá. ― Meu pai, Jude Heartfilia, disse, fazendo nascer uma expressão preocupada em meu rosto e no de minha mãe.

― As tropas? Eu pensei que esse era um bairro seguro. Se é assim temos que sair daqui o mais rápido possível. ― Minha mãe, Layla Heartfilia, costumava ser uma mulher calma e otimista, mas que se tornou exatamente o oposto disso em decorrência da guerra.

― Bobagem. Esse continua sendo um bairro seguro, com toda certeza são apenas boatos. Estamos seguros aqui, minha querida, não há com o que se preocupar.

― Mas e se não forem apenas boatos, Jude? Não podemos nos dar ao luxo de arriscar. ― Minha mãe protestava. Eu concordava com ela. Mesmo que fossem apenas boatos nós não deveríamos arriscar.

― Fique tranquila, eu vou proteger vocês duas com a minha vida se for necessário, mas tenho certeza de que não será. – Disse meu pai, se levantando e levando o prato vazio até a cozinha.

Após o jantar, ele se trancou em seu escritório, enquanto eu e minha mãe permanecemos a mesa. O silêncio permaneceu por um tempo. Observei-a enquanto comia. A guerra realmente não lhe fazia nada bem. As rugas causadas pela preocupação eram marcantes em seu rosto. Ela sempre fora muito protetora com sua família, correr o risco contínuo de perder as pessoas que amava devia estar sendo horrível.

― Mamãe, acha que ainda vai demorar muito para a guerra chegar ao fim?

― Eu não sei, Lucy. Os humanos são muito gananciosos, podem demorar até perceber que para conseguir o que querem muitas pessoas inocentes estão morrendo, e demorará ainda mais até sentirem arrependimento por isso.

― Será que o papai está certo? Sobre estarmos fora de perigo?

― Ele é um homem muito importante, tem fontes confiáveis. Se diz que é só um boato deve estar certo, vamos confiar nele. Agora pare de pensar na guerra, pensar só vai nos fazer mal.

Minha própria mãe não parecia acreditar muito em suas palavras. Levantou-se, sorriu para mim, tentando demonstrar confiança; levou o prato até a cozinha e em seguida seguiu até a sala.

Eu também me levantei, tentando acreditar em meu pai e em minha mãe, mesmo sendo difícil. Fui até o meu quarto, escolhi um livro qualquer e comecei a lê-lo, tentando prestar atenção nas palavras e fazer com que elas distraíssem minha mente. Tentativa totalmente falha, entretanto. Decidi, por fim, dormir, torcendo para que a guerra não invadisse até mesmo meus sonhos.

Acordei assustada, com um barulho muito alto. Uma explosão, não muito longe dali. Não era um de meus pesadelos, era totalmente real. Desci as escadas correndo. Quando cheguei à sala encontrei meu pai e minha mãe olhando pela janela, assustados. Consegui um espaço entre eles e consegui ver o que acontecia na rua. Uma bomba havia sido jogada no bairro. Pessoas corriam desesperadas, os soldados do país do norte chegavam ao longe, não havia tempo para sair de casa.

― Você disse que eram apenas boatos, Jude! E agora?! Não temos tempo para fugir. ― Era notável o tom preocupado na voz de minha mãe. Não era para menos, podíamos morrer a qualquer instante.

― Eu... eu não sei, parecia impossível que os soldados invadissem.

― Pai, mãe, nós vamos morrer? ― Perguntei, inocentemente.

― Não, eu não vou deixar você morrer, Lucy. Venha comigo.

Meu pai agarrou minha mão e me levou até o escritório, eu podia ouvir os soldados se aproximando cada vez mais, invadindo todas as casas e assassinando os moradores. Os tiros eram ensurdecedores; os gritos cada vez mais altos. Meu pai abriu uma porta secreta, um porão, e me fez entrar.

― Layla, entre também, você precisa se salvar, e só há espaço para duas pessoas.

― Não, eu não vou te abandonar.

― Por favor, Layla. ― Implorou meu pai. Porém, era tarde demais. Os soldados arrebentaram a porta de casa, invadindo à procura de civis ― Droga! Lucy, me escute, você não vai sair até que os soldados tenham ido embora, entendeu? Quando puder sair pegue o que for necessário e se dirija ao acampamento de refugiados, é o lugar mais seguro para você no momento. Nós dois te amamos, sobreviva e lute pela sua vida. Você é nosso tesouro, nossa herança, nunca se esqueça disso.

― Não, pai, por favor, não me deixe sozinha. PAI! ― Não pude fazer nada, meu pai fechou a pequena porta. Apenas fiquei sentada, chorando abraçada aos meus joelhos e rezando por um milagre que fizesse com que os dois continuassem vivos.


 

Flashback off



 

Havia se passado três horas, julguei que fosse tempo suficiente para sair. Também não se ouvia mais nenhum barulho. Nem tiros, nem gritos. Abri a porta do porão cuidadosamente, tentando perceber qualquer som que indicasse a presença dos soldados. Nada, a não ser o crepitar do fogo que queimava em algumas casas. Sai do pequeno esconderijo ainda com esperanças de que meus pais estivessem vivos. Essas porém, foram despedaçadas assim que os vi estendidos no chão, cobertos de sangue e totalmente sem vida. Não tive outra reação senão desabar chorando aos prantos.

Eu tinha que ser forte e fazer o que meu pai dissera: Lutar pela minha vida. Eles se sacrificaram por mim, não iria deixar que esse sacrifício fosse em vão.

Levantei-me com dificuldade. As forças pareceram esvair-se de mim. Meu pai havia dito para que eu fosse até o acampamento de refugiados e era isso que eu iria fazer. Peguei uma mochila no quarto, enfiei algumas roupas dentro dela, não mais que o necessário, coisas desnecessárias apenas me atrapalhariam. Fui até a cozinha e peguei também alimentos que não fossem estragar em pouco tempo, e remédios e curativos, para o caso de me machucar.

Era duro ter que abandonar aquela casa, passei minha vida inteira ali. Lembrei-me de todos os momentos, lembranças que machucavam meu coração. Despedi-me dos meus pais. Queria enterrá-los e dar-lhes um funeral digno, porém não tinha tempo para isso.

Nas ruas, sinais do massacre ocorrido estavam em todo lugar. Vários corpos no chão; destroços para todos os lados; casas em chamas. Queria abandonar aquele local o mais rápido possível, caso contrário as lembranças continuariam me torturando. Meu pai havia dito que o acampamento para refugiados era um lugar seguro, mas não acreditava mais na existência de lugares seguros.

Já fazia duas horas que eu caminhava sem parar. Meus pés estavam me matando de dor. Parei para descansar e me sentei em uma pedra. A caminhada distraia minha mente, portanto quando parei foi como se a barreira que segurava as lembranças desmoronasse e tudo que havia acontecido invadiu minha mente. Não consegui novamente conter as lágrimas. Perdi tudo tão rapidamente, minha cabeça estava doendo, era muita coisa para uma garota de dezessete anos lidar. Levantei-me para continuar a caminhada, era melhor conviver com a dor física do que com a dor em meu peito.

Chegaria ao acampamento em poucas horas, se continuasse nesse ritmo, mas não sabia se meu corpo aguentaria. Era necessário, sabia disso, precisava continuar mesmo estando no limite. Eu também tinha medo de descansar, se parasse novamente e as lembranças me invadissem, ou que os soldados me encontrassem enquanto eu estivesse parada.

Estava caminhando pela floresta, o que dificultava ainda mais as coisas. O chão íngreme não ajudava em nada. Pelo o que sabia, o acampamento ficava depois da floresta, por isso era considerado seguro. Não sabia o que iria acontecer daquele momento em diante, também não queria pensar, pois tudo o que via era escuridão e uma guerra que parecia não ter fim.

Logo o acampamento entrou em meu campo de visão. Soldados de Fiore cobriam a entrada. Anotavam o nome de cada pessoa que entrava.
 

― Nome? ― Perguntou-me uma das mulheres que controlava a entrada de refugiados.

― Lucy. Lucy Heartfilia.

            ― Filha de Jude Heartfilia? ― Novamente perguntou, me olhando espantada.

― Sim

― O que aconteceu com o seu pai?

― Ele e minha mãe foram assassinados pelos soldados do país do norte esta tarde. Ele me orientou para que viesse até aqui, disse que era um lugar seguro.

― Eu sinto muito, é uma grande perda, o senhor Jude era um homem muito importante para Fiore, tenha certeza de que os homens que fizeram isso com ele não sairão impunes.

Eu não queria vingança, só queria o fim dessa guerra.

― Sim. Por favor, poderia ser rápida? Foi uma viagem muito cansativa.

― Claro. Idade?

― Dezessete.

― Já está muito tarde, você terá que ficar em uma tenda provisória até amanhã. Vá para a tenda número quinze. Amanhã veremos em qual grupo podemos te encaixar.

― Grupo?

 ― Tudo será explicado amanhã.

Fui para a tal tenda quinze, morta de cansaço. A tenda estava cheia de pessoas, mas havia camas para todos, encontrei uma vazia, coloquei minha mochila no chão e me deitei. Estava realmente exausta, dormi facilmente, mesmo após tudo o que havia acontecido.

Quando amanheceu, uma sirene tocou, acordando todas as pessoas. A mulher que havia me atendido na noite anterior quando cheguei foi me procurar.

― Senhorita Heartfilia, me acompanhe, por favor ― pediu. Eu a obedeci ―. Em primeiro lugar, nós não abrigamos os refugiados, apenas os ensinamos como podem sobreviver. São organizados grupos com pessoas de idades aproximadas, as pessoas desses grupos devem permanecer unidas, sobrevivendo juntas. Venha, vou te levar até os outros.

Aquele lugar realmente parecia mais um campo de treinamento. As pessoas faziam todos os tipos de treinamentos imagináveis para sobreviver longe da segurança dos soldados, ou pelo menos a ideia de segurança.

Percorremos quase todo o acampamento, não entendia o porque de chamarem aquele lugar de acampamento, não era um lugar para diversão, também não era um lugar aonde as pessoas iam para se distrair e passar os fins de semana se divertindo e fazendo novas amizades. A maior parte das pessoas que estavam ali não queriam estar.

A mulher parou e eu parei também. A minha frente havia um grupo de jovens, no total eram doze, todos com uma cara séria, menos um garoto de cabelo rosa. Ele sorria. Como? Não havia motivos para sorrir, a guerra estava levando todos os motivos para tal ação, por que ele ria como se nada tivesse acontecido? Não fazia sentido, aquele era um momento para chorar e ser sério, não para sorrir, era uma guerra, será que ele não entendia isso?

― Esse é o grupo em que você irá ficar. Todos são novos aqui, com exceção de Erza, aquela garota de cabelos ruivos, ela foi treinada para liderar um grupo. Boa sorte.

― Obrigada.

Todos estavam sentados, me sentei também. O garoto de cabelo rosa não parava de olhar para mim, ainda com um meio sorriso ridículo no rosto, tive imediatamente a impressão de que não iria me dar bem com ele.



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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Por favor, deixem seus reviews dizendo o que acharam, por ser o primeiro capitulo é extremamente importante para que eu possa saber se vocês gostaram ou não, então não se esqueçam de deixar os reviews, por favor.