-Você passou? –Mad gritou tanto pelo celular que eu tive que afasta-lo um pouco da orelha para não sofrer danos permanentes na minha audição. –Vamos ser colegas de quarto!

-Putz, você consegue imaginar a bagunça que a gente vamos fazer juntas? –a ideia me pareceu animada.

-Festas todos os dias- ela brincou.

Eu e Mad ficamos conversando por mais alguns minutos, até que eu olhei no relógio e vi que já era 18h15min. Puta merda. Eu estava muito atrasada. Me despedi de Magde e troquei de roupa voando. Depois que eu havia acabado de me arrumar, fui até a cafeteria na esquina de casa.

Quando eu cheguei lá, certo garoto de cabelos loiros já estava me esperando. Ao perceber que eu havia entrado na cafeteria, ele se levantou e afastou a cadeira para mim, e me ajudou a empurra-la de volta.

-Oi, me desculpe pelo atraso- disse um pouco envergonhada.

-Sem problemas. – ele disse dando um sorriso que fez meu coração dar um pulo.

Desde aquela noite na casa da Mad, Peeta e eu nos tornamos muito amigos, assim como eu havia me tornado do resto da turma. Eu o via frequentemente, e ele disse que precisava falar comigo, por isso eu o chamei para ir até aquela cafeteria.

-E então, você disse que precisava falar comigo, pode mandar ver. Oi, acho que sou um pouco direta de mais!

-Eu passei em uma faculdade- pausa

-Que ótimo, Peeta.- comemorei

-Na Califórnia.

Minha boca se abriu e fechou algumas vezes. Eu não sabia o que falar.

-Você vai ser mudar para lá? – que pergunta mais idiota.

Claro que ele iria deixar NY para trás. Como eu era patética.

-Sim, no próximo mês. Pra falar a verdade, meus pais estão procurando um apartamento lá.

Senti meu estomago revirando e me senti enjoada. Respirei fundo antes de encara-lo. Eu não sabia o que estava sentindo direito, só sabia que era um sentimento muito complicado. Eu não queria sentir isso, mas nós não mandamos em que gostamos.

Não estou dizendo que nós temos algo, é apenas, que desde o primeiro dia, tínhamos uma, sei lá, química? Ignorei esses pensamentos e voltei a olhar para ele. E agora? O que seria daqui para frente.

-

-Alô, terra para Katiniss- senti as pequenas mãozinhas de Prim me empurrando do sofá.

-Desculpa Prim, estava pensando em outra coisa, o que você estava dizendo?

-Estava te perguntando se você está bem? Pelo visto não! O que aconteceu? – Prim se virou de frente para mim.

-Nada não. Só estou um pouco pensativa hoje- menti.

Mamãe costumava dizer que eu era uma péssima mentirosa, espero que Prim tenha acreditado nessa.

-Não sou tola. Se você não quiser contar, tudo bem, mas caso mude de ideia, vou estar no meu quarto. – ela saiu e eu pude pensar em tudo o que havia acontecido aquele dia.

O que eu estava sentindo, não tinha contando ainda para ninguém. Não tinha noção do que estava sentindo, e resolvi não complicar mais as coisas. Vamos analisar bem os fatos: Peeta era meu amigo. Ele estava se mudando para o lado do mundo-menos, só para a Califórnia. Nos ainda podíamos continuar sendo amigos, certo?

Claro que podíamos. Que coisa boba. Seriamos amigos e nada mais. Mas quem disse em algo mais? Acho que estava passando da conta. Estava perdendo o juízo. Enterrei minha cabeça na almofada, desejando que todos os meus pensamentos se organizassem dentro da minha cabeça.