Ella - A Verdade Por Trás Da História escrita por Ayelli


Capítulo 31
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Emoções e surpresas no que começa a ser a reta final da história, espero que gostem!♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/283864/chapter/31

Kuzma desceu do carro para abrir um portão de grades de ferro, enferrujado e emperrado. Assim que o carro passou, ele o fechou, mas não tornou a entrar no veículo, George também desceu dizendo que ia checar as redondezas e que não deveriam se preocupar com ele, pois voltaria mais tarde.

Do lado de fora, enquanto aguardavam que o portão fosse aberto, dava para notar que o lugar não era frequentado há muito tempo. Trepadeiras tomavam conta dos muros e já ameaçavam tomar também os portões. Do lado de dentro não era muito diferente, e devido às muitas árvores no terreno - por entre as quais Kuzma já havia desaparecido - quase não se notava o casarão ao fundo.

Enquanto se aproximavam, era possível observar que aquela casa, assim como os muros, portões e terreno, estava abandonada sem nenhuma manutenção.

Haig parou o carro em frente à entrada principal e todos desceram, bem, nem todos.

- Por que não podemos ir direto para Mora? – perguntou Ana colocando a cabeça para fora da janela. Ela não sabia se sentia mais medo de toda a situação ou daquela casa que certamente cairia em suas cabeças enquanto dormiam. Haig foi até a porta do carro onde ela estava e a abriu.

- Deixa de ser mimada e venha conhecer nossa casa de campo. – disse sarcasticamente com um risinho de canto, e por que não ser um pouco malvado com ela? Quem sabe ela parasse de dar “chiliques”.

Com raiva, ela passou à frente de todos e empurrou a porta, claro que não conseguiu abri-la, pois era uma dessas portas antigas, imensas e feitas em madeira maciça, pesava muito e, devido ao estado da casa e provavelmente por estar há muito tempo sem ser aberta, estava emperrada. Haig riu, estava começando a se divertir conforme ia conhecendo Ana melhor e ela ia revelando esse seu lado meio “azedinho”. Ele foi até a porta e, com as duas mãos, não precisou usar muito de sua força para abri-la. Olhou para Ana com ar de deboche dando passagem para que ela entrasse, o que ela fez pisando “duro”.

- De nada! – disse ele indo logo atrás e sendo seguido por Doroty e Évenice.

- Quando é mesmo que você disse que as coisas começam a melhorar, Évenice? – perguntou Ana assim que sentiu o cheiro de mofo dentro da casa.

- Eu espero que logo, Ana! Espero que logo  – respondeu Évenice.

No interior da casa em estilo colonial, havia um grande hall; à direita ficavam cômodos como antessala e sala de estar onde dava para ver móveis cobertos por lençóis empoeirados; passando por eles, a sala de jantar e cozinha. Na lateral esquerda havia uma escada que dava acesso ao andar de cima, com balaústres e corrimões feitos em madeira trabalhada onde a tinta, que um dia deveria ter sido da cor azul, descascava em várias partes.

No andar de cima, havia uma espécie de sacada de interior, onde os mesmos balaústres seguiam em continuidade, nesse andar ficavam os quartos. Sem olhar para os demais que estavam atrás dela, Ana perguntou:

- Por quanto tempo ficaremos aqui?

- Que é isso, querida, acabamos de chegar! Sinta-se à vontade, você está em casa! – Haig foi até uma estante e puxou o lençol agitando uma grande quantidade de poeira. – Voilá! – exclamou apontando o bar que se revelara. – Com os cumprimentos da KGB! É impressionante, uma coisa tenho que admitir, eles sabem escolher bebida de qualidade e bebida boa a gente sente o cheiro até sob as areias do Saara!

Nesse momento, Kuzma surgiu na sacada interior do andar de cima assustando as moças.

- Eu senti cheiro de bebida boa?!

- Engraçado – disse Ana lançando mão de sua ironia azeda – Não tem ninguém sangrando aqui!

- É, realmente, é muito engraçado! – disse Kuzma aproximando-se de Haig que lhe estendia um copo meio empoeirado no qual ele já havia depositado uma boa dose de whisky. – Eu estou começando a crer que passar séculos sozinho não é tão ruim assim dependendo a companhia! É melhor refletir sobre isso, meu caro amigo Haig!

 Nesse momento todos congelaram, até então ninguém o havia chamado pelo nome, esperando o melhor momento para contar essa parte da história para Ana. Quando ele olhou para ela, pôde perceber a desesperança em seu semblante.

- Você? Um ... um...

- Desculpe – ele disse já que não lhe ocorria mais nada além disso.

Ela sentia vontade de muitas coisas ao mesmo tempo, queria partir para cima dele por ter mentido, queria gritar, chorar e até mesmo morrer, mas simplesmente saiu porta afora caminhando devagar, com o olhar perdido, como se não houvesse para aonde ir, como se já não houvesse mais nada a fazer com a sua vida. Haig quis ir atrás dela.

- Deixe-a, Haig! – disse Doroty – Ela precisa de um tempo, é muita coisa acontecendo, os pais dela nunca deveriam ter protelado algumas revelações.

- Imagine quando ela souber de “toda” verdade! – disse Kuzma referindo-se a seu pai biológico.

Haig olhou para o amigo reprovando o comentário, pegou a garrafa de whisky e foi para o andar de cima, para o sótão. De lá ele viu Ana sentada na borda de uma fonte antiga e toda rachada, ela parecia estar chorando.

Ele podia protegê-la dos inimigos, mas não conseguia protegê-la da verdade, então começou a achar que Doroty e Kuzma tinham razão, eles a haviam protegido de forma exagerada e as coisas poderiam piorar muito quando ela soubesse que Alexsander era seu pai, e ainda mais quando soubesse que ele havia ordenado a explosão que culminou com a morte de Theo e Emma. Irritado, ele lançou a garrafa à parede fazendo-a em mil pedaços, espalhando o whisky por todo o cômodo.

Kuzma entrou no sótão depois de ouvir o barulho e sentir o cheiro da bebida por toda a casa, não que ele achasse que o amigo estava em perigo, pelo menos não o perigo combatível. Entrou e sentou-se num dos vários caixotes que havia espalhados por lá.

- Desculpe, Haig! Eu dei uma bobeira imensa!

- Não é culpa sua, amigo! Uma hora ou outra ela teria que saber, além do mais, estou começando a achar que Doroty tem razão, há coisas que eles já deveriam ter contado a ela para que estivesse preparada para um momento como esse. Aceitar todas essas novidades em meio a essa turbulência não vai ser fácil e pode tornar as coisas mais difíceis do que já estão para todos nós.

Nesse momento, Ana entrou tirando as teias de aranha do caminho.

- É, esse lugar parece mesmo o mais aconchegante da casa – Kuzma riu, Haig apenas permaneceu parado olhando para ela. – Será que eu poderia falar com você? – disse ela dirigindo-se a Haig, mas foi Kuzma quem respondeu.

- Mas é claro! Quero dizer, eu vou ajudar Doroty... Ah, fui!

Ana sentou-se no beiral da pequena janela.

- É bonita a vista daqui! – não houve resposta por parte de Haig, então ela se levantou e sentou-se no caixote onde Kuzma havia sentado, em frente a ele. – Desculpe!

- A culpa não é sua, nós não deveríamos tê-la protegido tanto! Seus pais deveriam tê-la preparado para situações como essa.

- Quais pais? Os superprotetores ou o assassino? – Haig ficou completamente surpreso, ela já sabia! Mas como?

- Ana... – ela sorriu um riso involuntário e triste.

- Não há preparação suficiente para isso, Haig, pode acreditar. Eu não teria ficado menos abalada se soubesse das coisas, ou de parte delas, antes, mas eu confesso que a maior surpresa nisso tudo foi você, porque eu me sentia tão segura na sua casa e... quando você estava perto de mim era como se nada pudesse me atingir e aí eu descubro que você, justamente você, é um dos personagens daquelas histórias de terror que eu li no porão.

Haig, que havia se deixado cair sobre o sofá minutos antes, ficando completamente largado como se estivesse exausto, sentou-se na ponta de modo que ficou de frente com Ana e muito próximo de seu rosto, temia que ela se afastasse, mas ela não o fez, então olhando no fundo de seus olhos ele disse:

- Ana, eu não sou um monstro, a maioria de nós não é. Hoje somos quase tão humanos quanto os outros, a não ser por algumas poucas diferenças. Tá, ser imortal é uma baita diferença! Mas o que eu quero que você saiba é que independente do que eu seja, uma coisa em mim é, sempre foi e sempre será igual, o meu amor por você. Tem coisas que não consigo explicar, na verdade, acho que tem coisas para as quais não há explicação como, por exemplo, o fato de eu saber que amaria você por toda a minha vida desde que você nasceu. Meus sentimentos foram se transformando conforme o tempo passava. Quando segurei você nos braços, no dia do parto, era um sentimento imenso de proteção, como se eu tivesse que cuidar de uma joia preciosa, rara e frágil, depois passei a me sentir como um irmão mais velho, porém, não menos protetor, e quando fui até você nos rochedos, no dia do acidente...

- Então, era você? Por que nunca me disse?

- Tem muita coisa que eu não disse, ainda, mas quando te vi nos rochedos tão linda e assustada, eu sentia como se, não sei se você consegue entender, mas é como se nunca tivesse deixado de vê-la, como se estivéssemos juntos por toda a vida. Você é minha vida, Ana! A casa em Mora eu construí, modifiquei, tornei a modificar, sempre pensando em você, para você! Ficava pensando se você gostava dessa ou daquela flor, que tipo de árvores você gostaria que fossem plantadas, qual sua cor preferida, por isso mandei fazer um jardim com todas as flores que pude encontrar e, no vale, espalhei-as por lá também, e as árvores, uma muda de cada lugar por onde passei, esperando o dia em que você chegaria e eu pudesse dizer “bem vinda à sua casa”.

Ana estava realmente comovida, podia sentir a sinceridade e a intensidade em cada palavra que ele dizia, seu coração foi se enchendo de uma alegria, de uma paz e uma segurança que há muito não sentia. Colocou a mão em seu rosto, ele retribuiu o gesto, ficaram se olhando por alguns minutos enquanto seus rostos se aproximavam vagarosamente até que se beijaram.

No andar de baixo, Doroty estava apreensiva.

- Tenho medo que eles não se entendam, Ana está muito abalada, consternada! Vai ser difícil para Haig fazê-la entender as coisas nesse estado.

Com um sorriso nos lábios, Évenice respondeu:

- Não se preocupe, Doroty, eles já se entenderam! – os três se olharam aliviados.

No sótão, Ana levantou de leve o corpo indo em direção à Haig forçando-o a deitar-se no sofá novamente enquanto seu corpo colocava-se sobre o dele lentamente sem que deixassem de deixassem de se beijar. Num movimento rápido, Haig inverteu as posições deixando-a sob ele e a olhou nos olhos.

 - O que você está fazendo?

- Eu te amo, Pedro... Haig ... não importa! Eu não sei se desde sempre, mas com certeza desde que te vi perto daquela lareira. Cheguei a pensar que esse momento nunca chegaria enquanto estive presa naquele porão e depois... quando ...

- Psiiiiiuuuu – fez Haig – Ana, não tem que se lembrar dessas coisas, eu nunca mais vou deixar que ninguém lhe faça mal, nunca mais!

- Ella, meu nome é Ella, mas você já sabia...

E os dois se entregaram à paixão, os beijos e as carícias que se sucederam os conduziram a uma noite intensa de amor. Ele agora se sentia completo, assim como Ella.

Haig, já havia acordado e já estava vestindo suas calças e botas. Como esfriara um pouco à noite, Ella também estava parcialmente vestida, usava a camisa de mangas longas de Haig e lingerie. Ele a observava enquanto ela ainda dormia, era tanta felicidade que ele sentia medo. Descuidara-se durante a noite e cochilara ao lado de sua amada, coisa que um vampiro nunca devia fazer. “Sempre alerta!”, dizia seu pai, mas a julgar pelo silêncio, estava tudo bem, por sorte. Então Ella começou a despertar.

- Bom dia, bela adormecida! – ele disse arrancando-lhe um sorriso, por um instante perguntou-se se aquela paz toda estava acontecendo em sua vida de verdade.

- Bom dia, Pedro Haig!

- Ah, tá bom, vai zuando, Ana Ella! – riram e Haig se aproximou deitando-se sobre ela e beijando-a, ela passou os braços em volta do pescoço dele, se encaixando naquele corpo como se fossem duas peças de lego num encaixe perfeito, e retribuiu o beijo.

Quando os dois se beijavam, deitados no sofá, foram surpreendidos pela porta sendo derrubada e dois homens que invadiram o sótão e apontavam as poderosas armas com mira a laser para ambos. Levantando-se instantaneamente, ele se colocou em frente a ela como uma maneira de tentar protegê-la, pois sabia que se partisse para cima de algum deles o outro dispararia contra ela. Enquanto pensava no que fazer, um terceiro homem entrou, era Alexsander.

- Ora, ora, ora, se não é meu velho amigo Haig! Sabe, quando Amaril me disse que você estava vivo quase achei que ela quisesse me pregar uma peça ou que estivesse variando devido à idade!

- Amaril? Onde ela está? – Perguntou Haig que, no fundo, já presumia o que havia acontecido.

- Você sabe, ficou tão emocionada quando me viu entrando em sua casa da última vez que acabou perdendo a cabeça, se é que você me entende. Aliás, uma entrada triunfal, como agora, por exemplo.

- Cretino! – vociferou Haig ameaçando partir para cima dele, mas foi impedido por Ella que gritou segurando seus braços.

Caindo em si quanto à desvantagem, ele recuou.

– Como é que você nos encontrou? – Haig quis saber.

- Ah, o amor, torna os homens uns imbecis! Claro que não estou falando só de você – com um gesto um de seus homens entrou trazendo Affonso.

- Me desculpem! Por favor, me desculpem! Ele a matou! Ele a matou! – dizia o homem que aparentava haver apanhado bastante.

- Menos você, não é, papai? – disse Ella colocando-se à frente de Haig num movimento inesperado que impossibilitou que ele a impedisse.

Alexsander não foi capaz de lidar com os sentimentos instantaneamente. Sabia que a encontraria junto de Haig porque Affonso lhe havia dito quando entregara a todos, mas vê-la, e, saber que aquela era sua filha não foi algo fácil de enfrentar, era muito mais fácil cortar cabeças do que estar frente a frente com um passado renegado. De repente, foi fácil compreender os sentimentos que tivera por ela quando a encontrou anteriormente, mas, na tentativa de manter o mínimo do que ele chamava de autocontrole ordenou ao soldado:

- Não precisamos mais desse aí, dê um jeito nele! – referindo-se a Affonso e o soldado saiu com ele da sala.

Ainda assim, aquela situação colocava em dúvida todos os ideais pelos quais havia lutado durante todos aqueles anos, e tudo o que fizera e dissera até então se perdia no imenso vazio que parecia sua vida agora. Ele tentava manter a expressão firme, tentava lutar contra uma humanidade que só sentira antes quando nos braços de sua amada, a mulher que dera à luz aquela moça bem à sua frente...

- Bom, você deve ser... – disse ele tentando não gaguejar.

- Ella...

- Ella... então foi esse o nome que sua mãe te deu?

- O nome de sua mãe! – Ella era, na verdade, o nome da mãe de Alexsander que havia cometido suicídio quando descobriu que estava grávida pela segunda vez, acreditando que não daria a luz a um menino novamente e que a menina sofreria com a maldição das Is.

Estava cada vez mais difícil para ele manter a frieza, manter-se firme no propósito que o levara até ali. Agora começava a se perguntar se tudo aquilo havia valido a pena, perdera a mulher que amava e agora estava a um passo de perder a única coisa que sobrara dela.

Ella tinha os olhos da mãe, verde esmeralda, o cabelo era do pai, liso e preto. Nossa, ela era tão linda quanto a mãe e era filha dele, “minha filha” ele pensava. A queda de um guerreiro começa quando ele não sabe pelo que luta, foram as palavras de seu avô, logo depois de recomendar que não tivesse filhos.

- Senhor! Quais são as ordens? – questionou um dos soldados que empunhavam a arma com mira a laser, a qual estava diretamente apontada para o peito de Ella.

Alexsander hesitava, ele não tinha intenção de poupar Haig ou qualquer outro ali, além talvez de sua filha, mesmo sabendo o que ela representava e o que isso poderia significar para sua carreira. Aliás, era a primeira vez que ele colocava dúvidas entre o trabalho e alguma outra coisa.

- Senhor?

- O que aconteceu com Amaril? – perguntou Ella com voz embargada.

- Senhor? – num gesto impaciente ele levantou a mão indicando ao soldado que aguardasse.

- Estão mortos, Amaril, Angus! – as lágrimas começaram a escorrer pela face de Ella, Haig começou a ficar extremamente tenso e sentia que a raiva tomava conta dele, como se fossem raízes crescendo e se espalhando por todo o interior de seu corpo, ele podia sentir que alguma coisa tomava conta dele e começou a temer por Ella.

- Sabe, eu li muitas coisas a seu respeito e a respeito dessa loucura toda. Na verdade, eu custei a acreditar que tudo isso fizesse parte da realidade e eu realmente achei que não fosse suportar, achei que tinha passado pela pior parte que era descobrir tudo isso, mas a pior parte está sendo encontrar você, olhar para você agora sabendo que é meu pai e que nada, absolutamente nada do que eu li a seu respeito pode ser modificado para melhor, nem mesmo uma única vírgula.

- Chega! Olha aqui, garota, você não sabe nada a meu respeito, não sabe das coisas que eu tive que abrir mão, não sabe o que é ouvir seu pai dizendo que você é parte de alguma coisa que, por coincidência, está sendo caçada justamente pelo grupo para qual você acabou de ser admitido, não sabe o que é ter o sonho de uma vida inteira por um fio porque você faz parte de uma maldita linhagem de “coisas” que você nem mesmo é capaz de compreender direito...

- Eu sei o que é ter um sonho por um fio, está acontecendo agora...

- Mas não precisa ser assim, eu falhei com sua mãe, mas posso tentar fazer diferente com você, eu não levo muito jeito com essas coisas, mas quem sabe se...

Enquanto isso, no andar de baixo, o soldado que saíra do sótão havia relatado os bizarros acontecimentos lá em cima a um subcomandante, segundo no comando depois de Alexsander e que tinha o dever de tomar decisões caso ele morresse ou se tornasse incapaz de decidir, e a demora na execução daquela operação o colocava claramente na segunda categoria.

Carlos chegou pouquíssimos minutos antes do pelotão e conseguiu se afastar dali com Doroty, Évenice e Kuzma, não houve tempo para avisar Haig e Ella que foram pegos de surpresa. Enquanto alguns homens tomavam a casa, outros varriam as redondezas, o que obrigou os quatro a fugirem sem olhar para trás, afinal, nenhum vampiro inteligente enfrentaria uma arma carregada com o Z42.

 Carlos decidiu retornar ao Clã da Lua, sabendo que provavelmente a agência agora voltaria a persegui-los ferozmente após descobrir que o filho de Zirgov, Haig, não havia morrido. Kuzma levou Évenice e Doroty a Mora, pois acreditava que lá ainda era um lugar seguro.

Haig e Ella estavam sozinhos na casa naquele momento, já que George não havia retornado ainda.

- E então o que me diz, Ella, nós não temos muito tempo se eu demorar em tomar uma atitude e resolver isso, nem mesmo eu serei poupado!

 - Como pode me pedir para abrir mão da minha vida? Sim, porque deixar Haig é fazer o mesmo que você fez com minha mãe e, ao contrário de você, eu tenho outros valores e outros ideais, eu não saberia viver com isso! Se você veio aqui para nos matar, se veio para enfim fazer o aborto que queria que minha mãe tivesse feito, vá em frente, porque não há nada que você diga ou faça que mude a maneira como eu te vejo, nada...

Nesse momento, o subcomandante que agora estava no comando entrou e ordenou aos outros dois soldados que atirassem em todos, instalou-se uma confusão de tiros, o primeiro a ser atingido foi o soldado que havia ficado com eles e que era amigo de confiança de Alexsander. Haig, possuído pela ira, tomara sua forma primitiva partindo para cima do subcomandante que tentava acertá-lo com tiro de Z42 sem sucesso, já que sua força e rapidez triplicaram, então apontou a arma para Ella. Alexsander, percebendo o que estava prestes a acontecer, colocou-se na frente da filha.

Haig alcançou o subcomandante nesse momento e o estraçalhou, Alexsander estava caído no chão, baleado. Ella ajoelhou-se a seu lado apoiando sua cabeça.

- Eu lamento tanto, Ella... – disse Alexsander tossindo e com a voz fraca - Se ajuda saber, eu nunca fui feliz, eu nunca deixei de pensar em sua mãe, não houve um único dia de minha vida que eu não tenha pensado nela e no bebê, não houve um único dia em minha vida que eu não tenha questionado minhas escolhas...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Runaway train never going back
Wrong way on a one way track
Seems like I should be getting somewhere
Somehow I'm neither here nor there

Can you help me remember how to smile
Make it somehow all seem worthwhile
How on earth did I get so jaded
Life's mystery seems so faded...
Runaway Train - Soul Asylum



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ella - A Verdade Por Trás Da História" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.