43rd Edition Of The Hunger Games escrita por Bess, André Kun


Capítulo 6
Capítulo 6- O Segundo Dia no Centro de Treinamento


Notas iniciais do capítulo

Eae, pessoal? Como vocês vão? Bem, está aqui mais um capítulo :)
Boa leitura!



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SegundO Segundo Dia no Centro de Treinamento


POV’S Ekaterina Dingwall – Distrito 3.


Acordei no dia seguinte e tomei café da manhã com Plockett, Dayo e Arnold. Plockett e Dayo são meus mentores, e Arnold é o tributo masculino do Distrito 3.

Plockett começou a dizer:

– Ekaterina, você já formou alguma Aliança? – Ela perguntou, com certo pesar. Não preciso que alguém me olhe com pena. Eu já sei que vou morrer provavelmente no Banho de Sangue na Cornucópia, mas quem liga? Neste exato momento, eu não estou querendo pensar no futuro. Por que ele é assustador. Neste exato momento, eu desejo apenas saborear o meu delicioso café-da-manhã.

Mas não respondo isso. Por mais que eu queira odiar tudo isso, eu simplesmente não sou capaz. Eu sei que a Capital fez isso por estar desesperada para manter o controle sobre os Distritos. Embora ela mantenha esse controle de um jeito horripilante.

Respondo apenas:

– Sim, Plockett. Eu estou numa Aliança com Tyler Tappin, do Distrito 6, Joy Terry e Laser Bing do Distrito 7, Zoë Savina do Distrito 10 e Dylan Gatehouse do Distrito 12.

Plockett, Dayo e Arnold me olharam, incrédulos.

– Você está brincando, Ekie? – diz Arnold, com detectáveis tons de inveja na voz. – Você tem apenas doze anos e já está numa Aliança tão numerosa... – Ekie. Ele me chamou de Ekie. Nunca ouvi esse apelido antes.

– É, e todos lá aparentam serem bem legais. Tyler Tappin me introduziu na Aliança, e a líder parece ser Joy Terry, do Distrito 7. Ela tem um gênio fortíssimo.

Eles riram com minha exclamação.

Arnold perguntou:

– Joy Terry não é aquela garota lenhadora do Distrito 7 que se voluntariou para ir ao lugar da melhor amiga?

Respondo:

– É sim. Ela aparenta ser durona, mas se derrete com suas amigas. Acho que protege-las é um instinto maternal. É como se ela fosse uma mãe, apesar de não ter idade para tal.

Plockett, Arnold e Dayo pareceram admirados com a minha observação do caráter de Joy. Eu sou quieta e reservada, por isso consigo distinguir bem o caráter das pessoas.

Dayo continuou:

– Ekie, você tem mesmo certeza de que pode confiar nessas pessoas?

– Eu tenho. Absoluta. – Respondo determinada.

– Eu não teria tanta certeza se fosse você – disse Plockett – Na Arena, as pessoas mudam. Elas se desesperam. Elas sucumbem à tentação de matar as pessoas para tentar escapar com vida daquele lugar horrendo. Então elas cometem atos que contrariam completamente seus princípios de paz.


POV’S. Dylan Gatehouse – Distrito 12.


Bom dia, ou melhor, péssimo dia.

Cá estou eu, no Centro de Treinamento, treinando minha mira, quando os Carreiristas aparecem.

– Ih, olha só, é o babaca do Distrito 12! – Exclamava Jessup Canning, o brutamontes do Distrito 2. Idiota. Então só porque ele vem de um distrito rico ele pode abusar da paciência e tirar coça dos tributos da “Muralha Pobre”, como algumas pessoas esnobes referem-se aos distritos mais pobres.

Eu sou irritadinho e tenho consciência disso. Mas somente desta vez, tento ignorar.

Mas os Carreiristas não param.

– Esse aí já deve estar cego, de tanto tempo tirando carvão das minas... Melhor, fica mais fácil de afundar a minha foice nele – falou a menina insípida e arrogante do Distrito 4, Rowry Greene.

Aí sim, eu perco o controle.

Largo a lança no chão, furioso, e caminho determinado em direção aos Carreiristas.

– Escutem aqui – digo, com a mão no peitoral de Jessup Canning – não adianta vocês ficarem treinando para estar nesta porcaria de Arena a vida inteira, se vocês não têm honra.

Bobbie Sue Hooker, o tributo feminino do Distrito 2, me olha com desprezo e diz:

– Não adianta você ficar intimidando a gente, porque vamos acabar com você e com a sua amiguinha do Distrito 12.

O tributo do Distrito 1, Lucy Dolly, tenta apartar a situação. Pelo menos alguém no grupo de Carreiristas tem juízo.

De repente, percebo que a minha aliada Zoë Savina, do Distrito 10, chega e me puxa de lado.

Ela me afasta dos Carreiristas e diz:

– Calma Dylan. Você terá tempo demais para liberar toda essa sua raiva na Arena. Até lá... Treine. Treine e se divirta. Por que podem ser os seus últimos momentos de felicidade.

Ela sorri, fraquejando um pouquinho. Deve estar nervosa. Eu conheço Zoë há pouco tempo, mas já percebi que consolar não é bem o feitio dela.

– OK. – Digo, concordando.

– Vamos treinar arco e flecha? Acho que será bem útil. – Ela pergunta, entusiasmada.

– Vamos sim. – Digo, incisivamente. Caminhamos, com certa confiança um no outro, até o lugar em que estão nossos aliados.

Eles estão dispersos. Treinando arco e flecha, na estação de reconhecimento das frutas, no paredão de escalada...

Eu e Zoë nos juntamos a Ekaterina Dingwall, a garotinha do Distrito 3. Acredito que todos nós fomos cativados por ela.

Ekaterina é tão... Doce. E inocente. Tudo o que nos falta. Doçura e inocência. Ela não tem ódio no coração. Uma coisa que parece inevitável para nós é ter ódio da Capital e de Panem. Todo este regime... É deplorável.

Mas são pessoas como Ekaterina que podem transformar os corações das pessoas aqui em Panem. Ela nos dá esperança de uma vida sem sofrimento.

Zoë e Ekaterina começam a rir de alguma coisa. Alguma piada. Mas depois, eu vejo que seus olhares estão direcionados à Laser Bing e Joy Terry. Joy deu um tapa na cabeça de Laser. Ela estava tirando sarro dele por conta de algum motivo próprio deles.

Tyler fez sinal para que a Aliança fosse almoçar. E nós fomos.

Eu me sento ao lado de Zoë e Laser. Começamos a falar sobre tudo...

– Quem vocês acham que será um problema na Arena? – perguntou Joy.

– Os Carreiristas – disse Laser, revirando os olhos.

– Além dos Carreiristas, bobão – disse Joy, dando mais um tapa na nuca de Laser.

Todos riram (com exceção de Laser, é claro) e Tyler sugere:

– Kara Raynon. Do Distrito 5. Ela demonstra uma extrema destreza no corredor polonês. E é uma das estações mais difíceis.

Olhamos de esguelha para Kara Raynon. Ela reparou nos nossos olhares e nos mostrou um gesto não muito educado.

Voltamos a falar:

– Kayla Wexell. A menina do Distrito 9. – Disse Zoë. – Ela me intimida muito. Ela é boa em tudo. E parece extremamente perigosa.

– Para mim também – disse Joy. – Eu já fiquei intimidada quando vi a reprise da Colheita. Laser está de prova.

Laser acenou positivamente com a cabeça, com medo de uma reação esbravejante de Joy.

Olhamos de esguelha para Kayla Wexell. Diferentemente de Kara Raynon, Kayla está sentada com os seus mentores. Mas não está conversando com eles. A cadeira dela está mais afastada, e ela está quieta, observando alguma coisa em suas mãos. Ela está encarando algum ponto vazio no éter, isso sim. Ela está com o olhar vidrado. Subitamente, ri.

Ou esta menina é louca, ou ela imaginou a morte de alguém.

Acho que ela é um pouco dos dois.

Morri de medo agora. Eu não sabia quanto à Kara Raynon, mas eu tenho certeza de que Kayla Wexell será uma adversária de peso na Arena.

Continuamos conversando sobre os tributos e como será na Arena. Mas daí Ekaterina muda drasticamente de assunto.

Percebo que Ekaterina está realmente assustada com os tributos. Eu entendo. Deve ser horrível para uma garotinha em seu primeiro ano na Colheita ir a uma Arena. Ainda mais quando a irmã dela já faleceu na Arena.

Sim, eu sei que Katrina Dingwall morreu. Eu assisti aquela edição dos Jogos Vorazes. O gesto do corte no pescoço ficou muito marcado para mim. Ainda mais o jeito como o seu corpo sem vida tombou na Arena.

Agora entendo por que Ekaterina tem tanto medo dos Jogos.

Depois de voltarmos a treinar por mais algumas horas, nos retiramos para dormir.

E eu sonhei com um mundo sem Jogos Vorazes. Um mundo que alguém, um dia, poderá criar.








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Notas finais do capítulo

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