43rd Edition Of The Hunger Games escrita por Bess, André Kun


Capítulo 21
Capítulo 21 - Dia Treze


Notas iniciais do capítulo

E AÍ, POVÃO?
Fiquei quase um mês escrevendo esse capítulo, e realmente é o maior dessa fic, com 3300 e pouquinhas palavras :3 Espero que gostem.
AH SIM, EU PRECISO FALAR DE UM PAPO MUITO IMPORTANTE COM VOCÊS! Eu e o André fizemos duas enquetes de EXTREMA IMPORTÂNCIA! A primeira visa descobrir o personagem favorito de todos os tempos dessa fic, mesmo que agora ele esteja morto .-. E a segunda É A MAIS IMPORTANTE! Resumindo é isso: quem ganhar essa enquete ganha a fic. Então, VOTEM VOTEM VOTEM! CHAMEM OS IRMÃOS, OS AMIGOS, MAS TODOS, VOTEM! E SE VOCÊ É UM FANTASMA, ESSA É A HORA DE SE MANIFESTAR! O/
O link da primeira: http://www.poll-maker.com/poll23686xefBB8Ad1-2
O link da segunda eu passo nas notas finais porque contém spoilers :*
Bjss *3*
E VOTEM VOTEM VOTEM NA SEGUNDA, VIU PESSOAS!



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Capítulo 21 – Dia Treze


POV’S Zoë Savina – Distrito 10.





A inevitabilidade da morte está me assustando cada vez mais. Há um tempo compreendi que todos estão sempre morrendo, e que cada dia vivido é um dia mais próximo da morte, e que se alguém morreu foi porque não possuía a esperteza suficiente para adiar ainda mais o dia fatídico e não se deu conta de que sempre esteve condenado à essa sina. Dói pensar assim, e dói me lembrar dos gritos de Joy, porque ela gritava quando dormia e também gritou quando morreu. Dói pensar no silêncio mortal de Ekaterina. Dói pensar que Tyler e Norah permaneceram juntos até o fim. Dói pensar que Deborah era uma criança assustada, como qualquer um de nós. Dói pensar que os Carreiristas também tinham luzes dentro de seus olhos. Dói pensar que Kayla tem motivos para ser assim. E acima de tudo, dói pensar que eu e Laser seremos os próximos a termos nossos cadáveres enviados a nossos respectivos distritos.







Sinto falta do Distrito 10. Casa. O cheiro da grama quando chovia, minhas vacas... Minha família. Que saudade. Eles estão bem? Acho que agora eles devem estar se revezando em frente a TV. Para me ver. E eu matei pessoas aqui. Eles devem ter chorado por causa disso. Porque sabem que nunca mais me verão, mas eles não querem admitir isso, porque ainda há um demônio que vive em seus corações chamado “esperança”. Todo mundo gosta de ter esperança porque você se sente aliviado do fardo que tem de carregar, mas começa a fantasiar coisas impossíveis e depois que elas não se concretizam, você sente que o mundo desabou sobre os seus ombros e começa a sofrer, ainda mais do que antes de possuir a esperança. É melhor se render a dor logo de uma vez. Ela te faz ver as coisas com mais clareza. Ou talvez não. Meu problema é que tantas perturbações estão me confundindo e me fazendo ficar doente. E não estou mais com Laser. Nos perdemos.





Minha mãe cuidava de mim quando eu estava doente. Ela fazia um chá com as folhas de camomila do vizinho, quase sempre roubando dele, o cozia com todo amor do mundo e depois me dava. Melhorava meu estado, e eu daria tudo para tê-la de volta. Agora estou aqui, febril, sem esperança. Sabe, eu também já tive meus sonhos. Houve um tempo em que o que eu mais gostava de fazer era sonhar. Eu era ainda pequena, mas muito mais valente. Sonhava até ser preenchida por eles. Eu sonhei que o amor da minha família nunca acabaria. Que Deus teria piedade de Panem. Que eu chegaria em casa todos os dias, depois da escola e das aulas de química. Mas então veio a Colheita, e quando eu ouvi inesperadamente meu nome sendo chamado, tudo pareceu ruir. A Capital obliterou meu futuro, despedaçou a minha esperança e transformou meus sonhos em vergonhas. Vi horrores aqui que nunca esquecerei ou conseguirei superar.


E havia aquela pessoa especial, Johannes. Ele era meu colega de escola. Sempre o conheci, mas nunca prestei muita atenção nele, até o dia em que ele atravessou a rua na chuva só para me cumprimentar. Depois de um tempo começamos a namorar. Ele ficou comigo por todo um verão. Preencheu meu dia com maravilhas infindáveis, mas ele se foi quando eu fui selecionada. Mas ainda assim eu sonho que ele virá até mim, que viveremos nossas vidas juntos, mas há sonhos que não podem se realizar e há tempestades que não podem passar.

Gosto de pensar que os que já estão mortos não estão realmente mortos, só estão vivendo em minha mente. Afinal de contas, nós não existimos realmente. Não estou ficando louca. Ninguém morreu na verdade. Veja. Analise sua pele. Minha professora dizia que nós somos apenas feitos de moléculas, pequenininhas e preenchíveis com ar. Somos apenas pedacinhos flutuantes de carne, que eventualmente construíram a nossa nação. Tudo fica mais fácil se visto assim. Somos apenas constituídos de moléculas. E eu posso contornar os meus espaços preenchíveis de ar com minha faca. Não há nada de mais nisso.

Sinto o metal frio da faca rasgar a pele da minha perna lenta e dolorosamente, e depois aquele líquido vermelho e horrível escorre pela ferida. Sim, tomara que sangre bastante, assim eu me liberto no ar e começo a viver, ou seria morrer? O que é viver e o que é morrer? Nossas moléculas sempre estarão aqui, independentemente do fato de se mexerem ou não. Por isso eu acho que nós não existimos de verdade. Então eu nunca poderei morrer porque nunca existi, e me dou conta de que todas as minhas constatações são loucas quando eu vejo o sangue correndo desenfreadamente pelo meu corpo. Quero pará-lo, mas não sei como. Então eu permito que um grito escape pela minha garganta. Eu não sabia que era capaz de gritar assim. Oh não, tudo está ficando feio demais. Quero parar o sangue, quero parar de pensar e de sofrer logo, mas como?

De repente vejo pequenas luzes flutuantes. Como elas são bonitas. Parecem até aquelas figuras que eu vi na Capital. Quais eram os nomes delas? Ah sim, fadas. Pequenas fadinhas azuis ficam dando risinhos e saem sussurrando e voando por aí. Consigo sentir os olhares delas em mim, mas elas agitam suas asinhas e simplesmente saem voando. Espere, eu gosto delas! Quero segui-las!

Saio correndo pela clareira da floresta atrás delas. Às vezes elas param, depois voltam para ver se ainda estou seguindo-as. O que elas querem de mim? Eu só quero brincar com elas. Elas são tão brilhantes. Parecem os olhos de Johannes. Eles eram azuis, que nem a água. Eu preciso ter os olhos dele de volta, quero muito brincar com elas. Será mesmo que a Capital mandou essas criaturinhas só para que eu me divirta com elas?

Espere, Zoë. Você está sendo burra. A Capital não quer te ver feliz. Ela gosta de te ver sofrer. Essas fadinhas não são boas de verdade. Elas não existem. São apenas bestantes. Elas estão te levando para algum lugar, e lá vai haver violência. E eles tiveram o cuidado de reparar que você tem um fraco pela cor azul. Pare de segui-las. Se continuar, você morre.

Dou meia volta e saio correndo. Qual não é a minha surpresa ao reparar que as mesmas fadinhas, antes tão inofensivas, viraram vespas feias e mordazes? Elas estão correndo atrás de você. E você não pode se defender. O que fazer, Zoë?

Já sei. Uma hora elas terão de parar. Não podem correr para sempre. Corro o mais rápido que minhas pernas conseguem, com a agilidade prejudicada por conta dos ferimentos, mas consigo fazer com que parte delas se perca. Mas veja. Você também não pode correr para sempre. Ou você mata Laser, Kayla e Theodore ou você é morta. Porém tenho uma opção a mais. Não sou apenas uma peça no grande xadrez da Capital. Corro até chegar no abismo onde Dylan empurrou Deborah no dia da morte de Ekaterina e não olho para trás ao me jogar. Prendo o meu fôlego e penso apenas na morte e no como ela será reconfortante.


POV’S Theodore Aardoom – Distrito 1.





Agora todo cuidado é pouco. Os outros podem estar por perto e eu estou mais desprotegido do que nunca. Não sei onde Kayla, Zoë e Laser estão, mas provavelmente os Idealizadores dos Jogos estão trabalhando para nos reunir. Os bestantes têm essa finalidade. E os dessa edição estão muito esquisitos. Ontem vi uma bruxa, hoje de manhã foram pequenos gnomos sardentos e rápidos que sobem na sua perna e te apunhalam. Felizmente foram fáceis de matar. Não quero nem imaginar os horrores que os outros devem estar passando. Que criaturas mitológicas será que eles estão encarando? Espero ouvir tiros de canhões. Isso facilitaria meu trabalho.







Minhas meditações são interrompidas quando ouço um estalido terrível. Um galho se quebrando. Depois mais um. Quem quer que seja, não é discreto. Kayla está fora das opções, portanto. Mesmo toda machucada, ela nunca falharia em agir silenciosa e mortalmente. Outros barulhos, crack, crack, crack. Os ruídos se tornam mais altos. E eu percebo que a coisa vem se aproximando de mim. Mas de onde? Me viro várias vezes e não me deparo com nada. No último segundo me dou conta de que ela não está vindo pelos lados, mas sim por cima. Viro-me com um segundo apenas de vantagem e vejo uma criatura horripilante. Não tem rosto, a pele é escamosa e velha, as dobras dos braços são tão extensas que formam asas similares às dos morcegos, suas pernas são esqueléticas e com falhas. Sua boca é apenas uma abertura para mostrar os dentes pontiagudos. Meu segundo de vantagem não me vale de nada e eu sou arremessado ao chão pela criatura. Acho que ela é um vampiro.





Ela se joga em cima de mim e morde meu pescoço com força. Eu rapidamente alcanço o meu canivete e enfio-a com força no rosto do vampiro. Mas não sai sangue, ela retira furiosamente a pequena arma do rosto e joga para o chão, antes de me dar um soco que lucrou-me um queixo quebrado. Sinto a dor invadir o meu corpo, a adrenalina fervendo e entrego-me ao momento. Já que a criatura não pode ser morta tão facilmente, aproveito e dou-lhe pontapés, tapas e socos. Quando finalmente parece que eu a venci, ela se reergue com mais energia e parece determinada a vencer e a me matar.


Vejo então a solução. Estou na zona tropical da Arena, aqui está cheio de cipós. Tento me desviar das investidas do vampiro e me concentro em correr. Corro até uma árvore, onde há finalmente a porcaria do cipó, que some na hora em que eu mais preciso, arranco ferozmente da árvore e quando o vampiro vem correndo para mim, eu rapidamente o laço com o fio e aperto, enforcando a criatura. Ouço-a emitir sons horrorosos de agonia, para logo depois cair no chão, com o corpo rapidamente se decompondo e com os vermes contribuindo com esse estado em menos de cinco segundos.

Isso me dará pesadelos.

Enquanto observava o vampiro se decompondo, escuto alguém se movimentando. Outro bestante esquisito? Vou em direção ao local de onde o barulho vem, de besta em punho, e aguardo. Um tributo rápido e loiro pula em cima de mim e arranca a besta da minha mão. Laser. Ele é pesado, coloca o seu corpo contra o meu e consigo reparar que tem uma faca. Ele consegue me jogar ao chão, e lentamente força o seu braço contra o meu e aproxima a faca aos poucos do meu pescoço. Mas eu acho o seu ponto vulnerável. Os cotovelos não estão fazendo parte do seu esquema, então com um solavanco, o empurro e ele cai no chão. Rolamos, sempre com a faca próxima ao meu pescoço, numa luta onde um deslize podia custar a vida de um de nós.

Lembro-me do canivete que usei para derrotar o vampiro. Guardei-o no lado interior da calça. Idiota.

Com muito esforço consigo alcançar o canivete, uma simples arma, e com ela selo o destino de Laser. Insiro o armamento fundo no peito dele, e com isso ele paralisou o olhar e cuspiu sangue. Ele caiu no chão, mas com a cabeça erguida, tentando se recuperar. Eu dei mais uma apunhalada no peitoral dele. Mais sangue jorra, e ele começa a vomitar ainda mais do líquido. Com suas forças minadas, começa a soluçar, não conseguindo respirar, cuspir e lidar com o ferimento simultaneamente. Engasgado, ele cai de lado e deixa a ferida dominá-lo. Vê que não há mais chance de sobrevivência, o machucado foi muito profundo. Os seus olhos ficam a mil quilômetros de onde estou, e ele deixa as lágrimas rolarem soltas pela face. Ele falou vários nomes, alguns grunhidos incompreensíveis, e eu só entendi alguns, como “Joy”.

Eu o matei. Vejo o sangue dele em minhas mãos e me sinto subitamente culpado, e sei que mais do que a cena do vampiro, esse momento me assombrará para sempre. Eu matei uma pessoa. Se não fosse por mim, Laser poderia ter vivido, casado com uma pessoa, ter tido lindos filhos, ficado velho, abraçado a família mais uma vez, mas eu impedi isso de acontecer. Em troca de que? Sobrevivência? Isso é muito importante para mim, mas não deixava de ser menos importante para ele.

Laser solta seu último suspiro, e eu deixo o valor de um assassinato ser acrescentado à minha alma.

Minhas mãos já estão sujas. Embora eu me sinta culpado, acho que vou sujá-las ainda mais.

O canhão soa, e nunca esse som me pareceu tão tenebroso.


POV’S Zoë Savina – Distrito 10.





O tiro de canhão soou, e eu apenas sinto a água tragando-me cada vez mais. Vamos, estou morta. Nunca pensei que morrer seria assim. É a mesma coisa que estar viva. Eu achava que quando morresse uma grande tela preta se ergueria na minha frente, ou que eu iria para o Céu, mas a única coisa que vejo aqui é a água. Essa imensidão azul é tão bonita, sinto meu corpo sendo deslanchado e arrastado por essa cor. Azul. Fico feliz que não está tudo preto. É apenas azul.







A corrente me leva aos poucos a lugares estranhos. Posso ver anêmonas e peixes coloridos. Que lindos. Nunca tinha visto nada assim em meu Distrito, e as criaturinhas são de cores predominantes na Capital.





Espere um momento. Onde está o aerodeslizador? Já vi em outras edições que mesmo com afogamentos o aerodeslizador pega o corpo. Então, onde está o meu? Quero ser sepultada junto aos membros da minha família. Aos poucos sinto a água tornar-se barrosa. E volto a respirar. Meu corpo é levado até a praia, e as ondas lavam-no suavemente.


Não pode ser. Eu estou viva. Sobrevivi à minha tentativa de suicídio. Minha respiração agora é estranha, e embora eu sinta que tenha sido um milagre e que o meu corpo é uma máquina abençoada e resistente, ainda tenho a sensação de que não era para ser assim. Estou provavelmente na zona tropical, ainda consigo ver o abismo do qual me atirei.

Alguém morreu. Laser, Theodore ou Kayla. Terei de esperar até o anoitecer para saber. Se eu sobreviver até lá, é claro.


POV’S Kayla Wexell – Distrito 9.




O tiro de canhão soou, isso significa que agora só há três pessoas na competição. Agora não é importante me exibir para a Capital, só preciso matar as outras crianças ou deixar que elas se matem entre si. Bem, uma acabou de morrer, não pode ser tão difícil assim. Agora só faltam três. Esses outros jovens terão de morrer. E algumas pessoas podem achar que será mais difícil pra mim, porque eles são os últimos e portanto os mais fortes, mas a verdade é que eu não tenho tanto medo assim. Theodore era um Carreirista, e quando o capturei ele não mostrou ser muito bom. Consegui identificar seu ponto fraco, ele se preocupa demais em manter seu corpo protegido que sempre deixa uma mão guardando o restante do corpo, dificultando seus movimentos e de certa forma, não tento reflexos muito rápidos. Nunca me encontrei com Zoë, portanto pode ser que ela apresente alguma dificuldade crítica. Laser pareceu ser um garoto pacífico demais, e já o vi lutando antes. Num ataque de fúria, ele rachou a cabeça de Finn Zonic, do Distrito 10, ao meio. Fiquei impressionada com aquela cena, mas acho que o braço dele hesita demais, e ele se mexe com muita força e pouca habilidade. Se eu conseguir driblar isto, posso ter sucesso. Resta saber quem terei de enfrentar.




Uma ninja precisa ter honra, e precisa reconhecer as falhas nos outros e em si própria. Não vou dar um passo maior que a perna. Não vou ser arrogante e dizer que Theodore e Zoë morrerão com facilidade, que bastarão três movimentos meus e eles caem mortos.


Não, eu preciso admitir que eles são adversários desafiadores, porque apenas dessa maneira consigo vencer. Esse foi o erro de Aquiles: sua arrogância e orgulho o destruíram. Eu pretendo não conservar estes sentimentos, embora às vezes seja agradável possuí-los.

Lembro das lições da minha mãe... “Uma ninja não tem medo da derrota. Ela luta com honra e não foge de seus desafios até o último instante. Uma ninja sabe que a todo o momento está dançando com a morte, mas mesmo assim ela persiste no seu arriscado jogo de espadas. Ela vai até o fundo para alcançar a glória e a sobrevivência. Uma ninja tem piedade no coração, porém sabe que a morte é uma honra para seus oponentes.

É isso que eu quero para mim, apesar de ter me desonrado em algumas situações aqui na Arena. Eu fugi de uma briga que comecei, e isso é errado, eu sei, mas era a única maneira de escapar.

Meu estômago começa a doer. Não como há muito tempo. Aguente, Kayla-san. Vamos caçar alguma coisa.

Silenciosa como sou, deslizo pela floresta e avisto uma perdiz. Não consigo evitar um sorriso torto. Perdizes são deliciosas. Corro tanto quanto posso atrás da ave e ela levanta asas para voar, mas eu sou mais rápida. Saco a minha faca e em questões de segundos a perdiz cai com um barulho oco em desespero.

Aproximo-me do pássaro e como as coxas com muita vontade. Gosto do sabor, e nem me importo com o fato de minha cara estar completamente lambuzada de sangue. Porém escuto a voz da prudência e guardo a maior parte da carne para depois, para o caso de eu precisar comer mais. Não que eu ache que essa disputa vá durar muito. Pelo contrário, acho que está a ponto de terminar.

Já vai anoitecer. Subo numa árvore alta, agarro-me aos galhos grossos, coloco folhas, trepadeiras e musgo ao meu redor e espero. Pode ser que não passe desta noite, então é preciso agir com cautela e precisão. Espero com paciência o hino de Panem tocar e os dizeres “As Baixas” aparecem, para logo em seguida as feições loiras de Laser Bing aparecer. Bem, Theodore deve estar rondando, então pego minha foice e minha zarabatana envenenada e deixo-as posicionadas. O mais útil nesse caso seria um arco, mas eu não me atrevi a ir muito ao centro da Cornucópia no dia do Banho de Sangue. Muito arriscado. Preferi pegar a melhor coisa por perto e sair correndo.

Já que estou aqui, vou pensar mais a respeito de minha vida. Sei que boa parte dos telespectadores da Capital fica se perguntando se eu tenho um namorado, e bem, eu não tenho. Nunca liguei muito para isso, principalmente porque a maioria dos garotos que eu conhecia eram babacas e eu sempre os tratei assim. E tem um em especial que eu odeio, acima de tudo e todos. Ele sempre teve um sorrisinho com o canto da boca que eu sempre considerei arrogante e atrevido. O nome dele era Steve, e os cabelos dele eram loiros como os do menino que morreu hoje. Eu e ele brigamos desde que nos entendemos por gente, e não poderia ser diferente. Ele me odeia, eu o odeio, somos inimigos naturais, e se somos inimigos naturais porque demônios eu me sinto tão mal e tão rabugenta quando ele fica com outra menina?

E teve aquela vez que eu troquei olhares com o irmão dele, e no dia seguinte os dois tiveram uma discussão feia para logo depois sair no tapa. Eu queria me convencer de que o assunto não estava relacionado a mim, mas bem, isso foi um pouco impossível.

Quando eu fui escolhida na Colheita, rolei involuntariamente os olhos em busca da minha família, e concentrei meu olhar neles, mas de alguma maneira ou de outra eu acabei encontrando ele. Não consigo nem descrever a reação de Steve. Ele ficou paralisado, começou a pôr as mãos na cabeça e empalideceu. Naquele dia o cabelo dele estava particularmente longo e se assemelhava a campos de trigo. Sua barba estava por fazer, e esta é a imagem que eu guardo dele.

Sinto falta dele, por mais que não queira confessar. Espero um dia rever Steve, então nós nos abraçaríamos por longos minutos, e eu poderia passar minhas mãos nos campos de trigo.


Anexo: Tributos Caídos.




Distrito 1: Lucy Dolly.



Distrito 2: Bobbie Sue Hooker e Jessup Canning.


Distrito 3: Ekaterina Dingwall e Arnold Heaton.

Distrito 4: Rowry Greene e Duncan Feldman.

Distrito 5: Kara Raynon e Weellard Hoager.

Distrito 6: Tyler Tappin e Norah Smoody.

Distrito 7: Joy Terry.

Distrito 8: Melissa Sherrit e Petrus Golfman.

Distrito 9: Cody Brown.

Distrito 10: Finn Zonic.

Distrito 11: Deborah Whinston e Peter O'Donnel.

Distrito 12: Isabelle Abraham e Dylan Gatehouse.


Anexo: Tributos Vivos


Distrito 1: Theodore Aardoom.

Distrito 7: Laser Bing


Distrito 9: Kayla Wexell.


Distrito 10: Zoë Savina.







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Notas finais do capítulo

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