Breathe escrita por xDarkDreamX


Capítulo 1
Capítulo 1 - Mau-humor matinal.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem da minha nova história.

(Capítulo reescrito e respostado em 09/04/2015)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/282893/chapter/1

Ela acordava lentamente, sério, a morena não tinha vontade de ir para o novo colégio.

“Poderia estar dormindo.” –Kagome pensou enquanto levantava e acabava por revirar os orbes castanhos.

Bocejou e coçou os olhos, praticamente se arrastou em direção ao banheiro onde tomou um rápido banho, em seguida vestiu o novo uniforme. Felizmente era obrigatório apenas o uso da camisa, camiseta ou blusa da escola, então a Higurashi optara por usar uma calça jeans com os joelhos rasgados –a primeira que encontrara, as outras ainda estavam dentro de caixas as quais arrumaria durante a tarde.

Escolheu a camisa para aquele dia, desta forma seria capaz de usar moletom. Suspirou. Aquilo era totalmente entediante.

Colocou um all star preto, o moletom sem zíper preto com touca, penteou o cabelo e sua franja. Passou pouco perfume, não fazia a menor questão de impressionar a todos do novo colégio. Olhou-se no espelho. Pegou sua mochila e foi em direção a escada, parou no topo dela. Fitou os degraus até em baixo.

“Por que você não sobe correndo essas escadas e me abraça?...” Pensava triste. “Ah sim, porque você não está aqui.” Concluiu.

Desceu as escadas e foi para a mesa do café da manhã. Sua mãe estava lá terminando de ajeitar a mesa, seu pai estava lendo o jornal. Nenhum dos dois se encarava. Reprimiu um suspiro para não chamar atenção, aquilo não mudava.

– Bom dia. –Cumprimentou.

Não ouviu resposta de imediato. Eles estavam concentrados de mais em seus próprios pensamentos.

– Bom dia. –Os dois responderam em uníssono, embora evitassem se olhar.

Kagome prosseguiu com aquele silêncio. Comeu um lanche rápido e tomou leite enquanto cantarolava uma música mentalmente. Seus cafés-da-manhã tinham se tornado daquela forma havia certo tempo.

– Vai querer carona? –Seu pai, Seiko, questionara enquanto se levantava e arrumava o terno azul escuro que trajava.

Ele era vice-presidente de uma das mais importantes empresas de marketing do Japão, gostava de trabalhar especialmente com a área de fotografia que era incluída ali.

A mais nova aceitou num aceno com a cabeça. Não disse uma sequer palavra a ele, ou à sua mãe. Pegou uma das alças da mochila e colocou-a sobre o ombro esquerdo, pendurada. Direcionou-se a porta, abrindo-a.

– Tchau mamãe. –Aguardou uma resposta.

– Tchau Kagome, boa aula. –Nodoka olhou a filha a tempo de vê-la virar para sair pela porta, apenas.

A menina esperou o pai que saía logo em seguida indo em direção ao carro escuro. Entrou nele e o mais velho dirigiu em direção ao colégio, não conversaram muito durante o percurso.

– Parece que vai chover, o clima está diferente. –Ele comentou sem tirar os olhos, por trás do óculos de aro preto que usava, da rua.

– Uhum. –Concordara.

Não trocaram mais palavras. Assim que o veículo estacionou em frente aos portões da nova escola Kagome abriu a porta.

– Pode vir me buscar depois para me levar ao Hospital? –A morena indagou arrumando a blusa de frio e fitando o chão em seguida.

Geralmente eles não se encaravam mesmo. Isso já havia um tempo.

– Eu venho. –Afirmou.

– Ok, até depois papai. –Não sorriu, não o fitou e nem nada. Apenas fechou a porta do carro.

Pôde ouvir um “Até, boa aula” abafado, em seguida seu pai dera a partida e se distanciara do perímetro escolar.

Encarando o céu que possuía algumas nuvens acinzentadas a morena colocou a touca de frio e finalmente entrou no colégio, indo diretamente à secretaria.

Não observou muito o trajeto que havia feito até ali, apenas se orientou por uma placa ou outra que estavam fixadas às paredes dos corredores.

– Com licença, bom dia. –Cumprimentou e chamou calmamente a mulher que ali estava.

– Bom dia. Sim? A senhorita é Higurashi Kagome? –A senhora indagou gentilmente.

Kagome fez que sim com a cabeça.

– Seja bem vinda ao Colegio Shikon no Tama, senhorita Higurashi. Sou Yuzuki Nana, sua documentação está toda certa então posso acompanha-la até sua classe. –A mais velha sorriu.

– Não é preciso. Pode me dizer onde é que eu encontro. –A Higurashi esboçou um sorriso. Apenas um rascunho de algo que ela já não fazia há “eras”.

– Certo. Sua sala é a terceira à direita, subindo essas escadas. Sua primeira aula é de física com o vice-diretor, Naraku. –Yuzuki lera uma anotação para ter certeza de que falara tudo certo. Em seguida pegou uma folha e entregou à jovem. –Esses são os horários de suas aulas, praticamente verá os mesmos alunos durante todos os horários. Qualquer dúvida pode vir aqui e me perguntar!

Aquela era uma senhora muito gentil, ou talvez estivesse apenas fazendo o trabalho dela e sendo educada. É, talvez fosse gentil mesmo.

– Obrigada. –Kagome agradeceu enquanto aceitava os horários e se dirigiu às escadas.

Subiu os degraus lentamente, sem muita vontade e procurou por sua sala. “2ºB”. Não foi difícil, a explicação de Yuzuki fora óbvia. Cordialmente ela bateu de leve na porta e ouviu um “Entre”. Fez o que lhe fora dito e constatou que não havia mais que duas alunas e o provável professor de física.

– A senhorita é a aluna nova? –Era um homem alto, pele bem branca e olhos num tom lilás. Tinha cabelos castanhos escuros e longos que estavam presos num rabo de cavalo.

– Sim.

– Sou seu professor de física, Naraku. No momento os outros alunos foram fazer testes médicos, deixaremos sua apresentação para daqui a pouco, tudo bem? –Ele sorriu.

A Higurashi ficou num canto ouvindo música com fones de ouvido até os estudantes chegarem fazendo barulho e rindo de algo, no final ninguém quis saber de ter aula e apenas conversaram. Naraku resolveu não incomodá-la e apenas se juntou à turma num assunto qualquer. Desta forma passaram-se mais duas aulas e o intervalo chegou. Ela simplesmente começou a andar em direção a uma árvore, quando um garoto passara correndo e quase a derrubara.

– Ei! Não toma cuidado não? –A voz era alta e soava irritada.

A morena deu de ombros, murmurou um “desculpe” e voltou a fazer seu caminho.

– Eu estou falando com você! –O rapaz exclamou realmente irritado.

Kagome virou-se lentamente para olhá-lo; cabelos longos e estranhamente –ou não, na verdade – brancos, olhos âmbares e pele clara, deveria ter por volta de um metro e setenta e cinco de altura (talvez um pouco mais, visto que ela tinha 1,63). Os cabelos negros da Higurashi ainda se mantinham cobertos pela touca do moletom, escondendo o fone de ouvido branco em sua orelha esquerda.

Ao ver que o estranho e irritado rapaz ainda esperava algum exagerado pedido de desculpas, ela se pronunciou.

– Quem veio correndo e que quase me derrubou foi você. –Rolou os olhos castanhos.

– Como é que é? –O albino arqueou uma sobrancelha, esbanjando uma real indignação. –Quem estava no meio do caminho era você!

– Oh, então você conseguiu me ver no meio do caminho! –A voz da menina soara sarcástica. –Não desconte o seu mau humor matutino em quem não tem nada a ver com a tua vida. –estreitou os olhos para ele.

– Ora... –O rapaz cerrava os punhos, vermelho de raiva.

Ele estava prestes a falar alguma merda, provavelmente, quando uma garota entrou no meio dos dois.

– Taishou Inuyasha, seja mais mal-educado com ela e eu juro que corto os seus cabelos. –A menina que estava tão furiosa com ele tinha os cabelos castanhos escuros presos num rabo de cavalo e olhos de cor avelã.

Kagome reconheceu-a alguns instantes depois, lembrava-se de ter ouvido o professor de física chamá-la por Sango.

– Pare de descontar sua frustração nos outros, meu amigo. –Um garoto de cabelos castanhos bem escuros e bagunçados se aproximou, os olhos eram num castanho claro.

Kagome também o reconheceu de imediato. Era Miroku, outro que estudava na mesma turma que ela.

– Não há motivo para tanto estardalhaço... É apenas mau-humor.. –a Higurashi acabara por dar de ombros.

Sinceramente ela não estava com a mínima vontade de continuar ali batendo na mesma tecla quebrada, como um disco de vinil riscado que toca numa vitrola. Uma veia saltou da testa do garoto Inuyasha..

– Então está tudo bem, certo? –Sango suspirou aliviada por aquilo não ter se tornado numa confusão. –E Miroku, você é igual ao Inuyasha.

– Ah, é ela. –O outro rapaz passou a olhar Kagome de cima em baixo, com certo entusiasmo.

Aquilo deixou a morena com uma sobrancelha arqueada.

– Mulherengo. –o Taishou revirou os olhos.

Kagome resolveu ignorar em começou a andar sem falar mais nada.

– Qual é o seu nome? –Ouviu a voz do albino lhe perguntar.

Como ela não respondera, sentiu alguém puxá-la pelo moletom. Cabelos negros sendo levantados pelo vento calmamente, e a menina virando-se para ele.

Notou os olhares espantados de Sango e Miroku. E Kagome estranhou ao ver Inuyasha empalidecer de imediato. Agora ela era um fantasma?

– Ki... Kikyou? –a voz do rapaz saiu num sussurro.

Ah, estava sendo confundida com outra garota. Pelo tom da voz dele, provavelmente uma velha amiga... Ou alguém que havia feito algo muito ruim a ele.

– Não. –Fora rápida. –Kagome, meu nome é Higurashi Kagome. Sou apenas uma aluna nova, então não há com o que se preocupar. –abriu um sorriso, não que tivesse a intenção, mas o mesmo fora falso. –Como tudo já foi resolvido irei embora, com licença. –Revirou os olhos mais para si mesma.

Estaria tudo bem depois daquilo, porém ela sentiu alguém lhe tocando em lugares indevidos. Pegou o sujeito pelo braço, passou uma rasteira e o derrubou no chão pelo pescoço.

O rapaz de nome Miroku estava jogado no chão.

Todos estavam estáticos, então a garota aproveitou o momento para se afastar e ir se sentar debaixo de uma árvore qualquer. Voltou a colocar os fones de ouvido e soltou um suspiro.

– Vou lá falar com ela. –Sango segurava o riso.

– Ei Inuyasha. –Miroku se levantara e chamou o amigo. Cutucou-o ainda atordoado. –Você deve desculpas a ela.

O albino cruzou os braços e alguns minutos após ver a amiga trocar algumas palavras com a tal de Kagome, resolveu se aproximar também.

– Ei.

A Higurashi virou a cabeça em sua direção e esperou alguma palavra.

– Desculpe, estou um pouco irritado hoje. –Coçou a nuca sem jeito e abaixou o olhar após vê-la encará-lo.

De fato ele pensou que ela o obrigaria a falar mais alto, para todos ouvirem e rirem dele.

– Não foi nada. –As palavras saíram num tom simples e no mesmo volume das dele.

Arqueou uma sobrancelha surpreso.

– Como?

– Não foi nada. Entendo que esteja irritado. –Deu de ombros.

Ele ficou evidentemente confuso.

– Também peço desculpas. –A garota resolvera ser mais educada. –Como já disse, meu nome é Kagome.

– O meu é Inuyasha. –o rapaz possuía um sorriso muito bonito. Como o de uma criança.

A morena aceitou o gesto.

– E o meu é Sango. –a outra apresentou animada, embora não fosse realmente algo necessário.

– E aquele pervertido cara de pau é o Miroku.–Inuyasha queria gargalhar da cara emburrada do melhor amigo.

– Olá. –A Higurashi cumprimentou-os.

O sinal bateu e os quatro se dirigiram para a classe, conversando sobre banalidades do tipo “onde você morava antes?” ou “já conheceu a escola?”. Duas aulas passaram, desta forma o sinal bateu indicando o início da última aula.

Uma mulher com não mais que seus 30 anos de idade entrou na sala, cabelos presos numa trança bem feita e num tom quase que de mel. Professora de biologia, Kaede.

– Bom dia alunos. –Cumprimentou.

Bem, ninguém realmente a cumprimentara de volta. Kagome até pensou em responder, mas preferiu evitar atrair atenções.

– Acho que já devem ter percebido, mas temos uma nova aluna. –A professora indicara Kagome na fileira do canto da janela. –E que temos alguns irritadinhos na turma. –Alfinetou.

Inuyasha franziu as sobrancelhas.

– Por que será que tenho a leve impressão de que está falando de mim?–O adolescente revirou os olhos.

Ah, aquela mulher adorava irritá-lo.

– Oh, por que eu faria isso? –O tom de cinismo era evidente na voz da mais velha.

Os alunos começaram a rir, era por este e por alguns outros motivos que as aulas de biologia nunca eram entediantes.

– Claro, você nunca faria isso. Da mesma forma que eu nunca revelaria que você é uma viciada compulsiva em café. –Resolveu provocar de volta.

Kaede acabou soltando um riso.

– Fico contente que me compreenda, amiguinho. –a professora deu de ombros.

Inuyasha mostrou-lhe a língua com a última palavra, gerando risos por toda a classe.

– Enfim, tenho um comunicado a fazer.–Kaede tomou fôlego. –Como vocês já sabem, em um dois meses e meio teremos o nosso festival escolar. Os representantes dos terceiros anos optaram por fazer uma peça teatral, mas ainda escolherão quem será o autor da peça ou se irão apenas modificar uma história.

Resumiu os fatos.

– Vocês devem escolher o que querem fazer, então iremos começar hoje a aceitar sugestões.

Ninguém abriu a boca, pareciam mais entretidos em olhar para o chão. Por sua vez, Kagome passou a olhar o lado de fora pela janela.

– Vamos lá pessoal. Estou avisando a vocês com antecedência para que vocês possam se preparar melhor! –A mais velha tentara incentivá-los. –Sei que vocês são bem criativos, principalmente o senhor Inuyasha não é mesmo? Já que ele sempre teve uma ótima disposição para me atormentar.

A classe voltou a rir e o jovem preferiu não se manifestar desta vez. Mas não demorou muito para que novamente todos ficaram em silêncio. Kaede franziu as sobrancelhas, começando a se irritar.

– Então vocês vão querer fazer as roupas da peça do terceiro ano? –Sua voz possuía deboche. –Tenho a certeza de que os garotos ficariam ótimos com agulhas e linha. Ainda mais tendo que servir de modelos para as garotas, é claro. Vesti-los com vestidos cheios de frufrus seria realmente interessante... Sem contar que colocaríamos os bastidores da peça no jornal da escola, é claro. –Aquele fora um método de sofisma, muito utilizado em filosofia.

Oh, certo. Kagome estranhara o fato de que uma professora supostamente de biologia conhecia métodos para fazer os outros falarem; aquilo não era algo comum.

Os garotos congelaram e arregalaram os olhos. Ficaram pálidos, enquanto as garotas gargalharam ao imaginá-los com belas e fofas roupas de princesas.

– Isso nunca! –Miroku foi o primeiro a gritar, sendo seguido por todos os outros homens presentes na sala.

– Então me digam o que querem fazer! –a mulher riu também. –Ou vão preferir virarem princesinhas meigas e adoráveis? –Indagou novamente, deixando um leve tom de ameaça no ar.

Definitivamente, aquela não era uma simples professora de biologia. Não mesmo.

– E então? –Kaede perguntou.

Por fim, entediada de todo aquele drama, a Higurashi suspirou profundamente. Levantou a mão.

– Teve uma ideia, senhorita Kagome? –a mais velha abriu um sorriso.

Assim que Kagome olhou para Kaede, notou um sorriso nada fofo ou gentil nos lábios da professora de biologia.

O que ela estava planejando afinal? A garota já havia notado algo estranho naquela mulher. festival. Estreitou levemente os olhos, porém logo voltou à sua expressão normal, não queria deixar claro que notara algo.

–Sim. Reúna alguns alunos e forme uma banda. –Sugeriu.

Todos viraram-se para ela surpresos.

– Uma ideia interessante. –A professora afirmou, os olhos castanhos dela tinham um brilho estranho.

Kagome percebeu que havia tocado no ponto que Kaede queria. Realmente havia algo a mais ali e não era mera impressão.

– Sei que Inuyasha toca guitarra, então nem adianta dar uma desculpa. –O rapaz resmungou algo ao ouvir a afirmação da professora. –Além de Rin, acho que Miroku e Sango também tocam algum instrumento... Crianças? –Olhou para os dois mencionados.

– Toco contrabaixo. –a menina dera de ombros.

– Bateria. –Miroku bocejou.

– E eu sei tocar teclado.

A última frase saíra da menor menina da sala, Rin. Ela tinha 1,55 de altura e cabelos castanhos e olhos de mesma cor.

– Certo. –Kaede disse. –Kagome, será que você poderia anotar os nomes dos alunos e quais instrumentos eles irão tocar?

Novamente, Kagome sentiu que Kaede estava tendo tudo levado ao que queria. A garota apenas não entendia o motivo.

Ela apenas assentiu e destacou uma folha de seu caderno, começando a anotar.

– Agora precisamos de um vocalista. –Sango estava entusiasmada.

Kagome estreitou minimamente os olhos, mas continuou a escrever. Oh, não, não, não. Se logo no primeiro dia de aula ela já estivesse tão comprometida com algo... Só daria merda num futuro próximo.

– Quem se habilita?

Todos ficaram quietos novamente.

Uma classe muitíssimo disposta a ajudar, não?

– Vamos lá pessoal... Cantar não é tão difícil! –Sango tentava convencer os colegas.

– Isso mesmo! – Rin concordou quase que infantilmente e isso fez com que os alunos se virassem para as duas incrédulos.

– Vocês duas estão levando em consideração que pra alguém se vocalista, não pode ser tímido, tem que conseguir decorar todas as músicas para tocar em um show, e saber transmitir a emoção de uma música? –Inuyasha revirou os olhos e cruzou os braços, não acreditando que ouvira algo tão ridículo.

Rin e Sango se encararam e riram como se estivessem esquecido aqueles detalhes. O rapaz teve vontade de esganar ambas.

– Algum de vocês vai querer ser o vocalista? – Kaede voltou a perguntar. –Pode ser qualquer um de vocês...

A classe permanecia quieta.

– Falta pouco tempo para bater o sinal pessoal, eu não me importo de ficar com você mais tempo do que planejava. –a mulher de tranças deu de ombros. –Ninguém sairá daqui enquanto não decidirmos isso.

A Higurashi notou o olhar estranho da professora sobre si.

Ah.

Ela compreendera.

Provavelmente a mulher havia se informado sobre ela e sua situação. E a morena imaginava que não era por mera curiosidade.

E de fato não era mesmo.

Kagome virou seu rosto para a janela e estreitou os olhos olhando para o gramado lá em baixo.

“É de propósito” pensou.

Quase dez minutos de puro silêncio, o sinal estava para bater e nada.

A filha de Seiko e Nodoka Higurashi estava impaciente, queria ir logo embora e acabar com aquela palhaçada. Tinha algo mais importante a fazer do que ficar enfurnada numa sala de aula apenas pelo capricho de uma professora cínica.

Quase demonstrando irritação ela acabou por erguer a mão, causando uma surpresa geral. Aquela babaquice típica de histórias clichês em que a novata já participa de tudo assim que chega à escola nova.

Sinceramente, ela nunca podia imaginar o quão ridícula sua vida ainda podia ser.

– Sim, Kagome? –Kaede era cínica, cínica e cínica.

– Eu serei a vocalista. –Fingiu não perceber o sorriso vitorioso nos lábios da mais velha, então apenas curvou os lábios como se estivesse sorrindo também.

Os alunos suspiraram em alívio e murmuram uma série de agradecimentos à novata da turma.

– Sério? Você canta Kagome-chan? –Urgh, Sango realmente parecia entusiasmada com tudo aquilo.

A Higurashi assentiu com a cabeça levemente.

– Certo... Então eu deixo o resto com vocês. Se precisarem de algo, é só falarem comigo. –Kaede olhou para Kagome de esguelha. – Ah, não contem nada a pessoas de outras classes. Faremos uma surpresa.–Pegou os materiais indo para a porta. –Estão dispensadas, crianças.

Todos os alunos saíram, exceto os cinco que agora eram membros de uma banda colegial. Kagome esperou o tempo certo para falar com os quatro, esperando que Kaede já estivesse longe o suficiente.

– Então pessoal... Nós vamos ensaiar na casa de quem após as aulas? –Miroku perguntou arrumando a mochila.

– Sinto muito, não podemos na minha casa. –a garota pegou sua bolsa e o celular.

– Não?– Sango encarou-a confusa, tendo como resposta apenas um aceno negativo.

– Bem, poderia ser lá em casa. Minha irmã não iria se importar. –Rin sugeriu animada.

– Não vejo por que não... –Disse Kagome.

Inuyasha e Miroku negaram prontamente. –Não mesmo! Kaede é louca.

Rin era irmã mais nova da professora de biologia? Oh, que coisa interessante. Kagome Ela estava mesmo interessada em descobrir o objetivo real de Kaede com tudo aquilo. E a casa de Rin seria uma boa idéia.

Mas pelo visto não seria daquela vez.

– Acho que não chegaríamos a lugar nenhum se fôssemos lá... –Sango suspirou.

Os dois se aliviaram.

– Então... Na minha casa não dá por causa da frescura de dois garotos, na da Kagome também não. –A mais baixinha murmurou.

– Na minha também não, estão reformando uma parte dela. –Sango também descartou sua residência.

Inuyasha revirou os olhos com tanta enrolação, mulheres eram realmente complicadas demais.

– Antes que o Miroku invente alguma coisa, eu já digo que pode ser lá em casa.

–Poderia me passar o endereço? –Kagome abriu o caderno e arrancou uma folha, pegou uma caneta e entregou para o albino.

O garoto rapidamente anotou as informações.

– Que horas são Sango? –Em seguida ela perguntou após colocar a mochila nas costas.

– 12h03min.

– Ah, desculpem, tenho que ir. Depois marcamos um horário. –E saiu apressada dali, deixando os quatro curiosos.

– O que será que ela tem que fazer? –Miroku indagou.

– Vai ver que é um namorado. –O Taishou deu de ombros, como se aquilo fosse óbvio.

– Errado. A Kagome-chan não tem namorado. –Sango negou, rindo.

– É. Ela acabou de se mudar e disse que não tinha namorado na outra cidade dela. –Rin concordou e seguiu a outra que saía da sala.

Inuyasha e Miroku também saíram e foram atrás das garotas, conversando.

*

– Desculpe o atraso, pai. –Kagome falara enquanto entrava no carro preto.

Seu pai não falou nada durante alguns instantes.

– Como foi o 1° dia de aula? –Ele indagou após dar partida.

– Acho que fiz duas amigas, Sango e Rin. –A menina comentou.

– Ah, que bom. –Uma pausa. –Para o hospital?

– Sim, mas não irei demorar; irei apenas vê-lo. Pode me esperar na entrada? –Kagome perguntou encarando o caminho até o hospital.

– Claro.

Alguns minutos mais tarde o carro estacionou em frente ao hospital mencionado. Kagome desceu e foi até a uma banca de flores.

– A senhorita deseja alguma coisa? –Perguntou uma garota, que aparentava ter sua idade, com cabelos um pouco ruivos presos em duas marias-chiquinhas.

A Higurashi tinha a impressão de já tê-la visto antes.

– Três rosas vermelhas, por favor.

– Só um momento. –A garota se afastou e voltou pouco depois, entregando-lhe as três flores, embrulhadas por uma folha de plástico transparente.

– Obrigada, aqui está.–Kagome entregara o dinheiro à ruiva.

Kagome pegou as rosas. –Ah, você é a aluna nova, não é mesmo? Estou na sua classe.–A garota comentou.

– Sim, Kagome. –Cumprimentara-a.

– Prazer! Meu nome é Ayame. –A ruiva lhe estendeu a mão.

Retribuiu a ação. –Nos vemos amanhã, então.

– Sim, sim. Aqui está meu telefone. Falamos outra vez... Tchau! –Ayame se despediu.

– Até.

Saíra da floricultura e caminhara até o hospital do outro lado da rua. Dirigiu-se até a recepção.

– Olá, poderia me dizer qual é o quarto de Higurashi Souta?

– Quem você seria? –A mulher perguntou de forma educada, para checar no sistema.

– Irmã, Higurashi Kagome...

– Ah sim. –ela confirmara no computador. – O quarto é o número 703, quarto andar, corredor à esquerda. Coloque este adesivo, sim?

– Claro.

Kagome saiu dali e entrara no elevador para o 4º andar. Assim que saiu, suspirou e caminhou até o quarto. Abriu a porta lentamente e viu seu irmão mais novo em um profundo sono.

– Olá meu amor. –Sorriu para a figura adormecida do menino e se aproximou, depositando um beijo na testa cálida.

A garota delicadamente depositou as três rosas no vaso com água, que ficava ao lado da cama do garoto.

– Eu realmente espero que você acorde desse sono... –Acariciava gentilmente o rosto de seu precioso irmãozinho. –Conheci algumas pessoas legais hoje, embora um deles tenha certo mau-humor. Minha professora de biologia é um pouco suspeita, mas ficarei de olho. –Curvou o canto dos lábios.

Fitou a face serena por alguns minutos. Não queria realmente, mas precisava ir; dissera ao pai que não demoraria.

– Preciso ir meu menino. –Sorriu para ele, curvando-se levemente para dar um beijo na bochecha esquerda. –Amo muito você, pequeno.

Afastou-se e saiu do quarto, fazendo o caminho para o elevador. Pouco depois saiu do prédio e foi em direção ao carro do pai.

– Demorei? –perguntara, passando o cinto de segurança e prendendo-o.

– Não filha. Ele continua daquele jeito não é? –O pai murmurara enquanto ligava o carro e saía dali.

–Parece que ele está dormindo em um sono tão profundo... Mas eu torço para que ele acorde logo... –Ela comentara um pouco dispersa.

Até o caminho de casa, nenhum dos dois trocou mais alguma palavra. Kagome entrou, almoçou e subiu para seu quarto. Arrumou seu quarto e guardou boa parte das roupas que restavam nas caixas. Algum tempo depois fora tomar banho para relaxar.

“Por favor, acorde logo, irmãozinho” pensava.

Assim que saíra do banheiro, Kagome ouviu o celular tocar. O nome de Sango aparecia no visor do aparelho.

– Sim? –atendeu enquanto colocava uma toalha no pescoço.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Att; Melissa.