Cípsela escrita por Taticastrom


Capítulo 18
Ipseidade




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Ipseidade: aquilo que distingue um ser de todos os outros

– Meu anjo da guarda. - Falei sorrindo. Entrelacei meus dedos nos de Hortz. - Não poderia ter escolhido uma fantasia melhor, Lucca.

O loiro estava com seu sorriso torto no rosto, como se tivesse ganhado um prêmio com as minhas palavras. Naquele momento eu estava acreditando que, de fato, tive a sorte do cara mais bonito e carinhoso que conheço gostar de mim.

– Vamos sair daqui, por favor? - Perguntei ao ver todos os olhos presos a nós. Todos estavam tão pasmos quanto eu com o fato de Lucca estar comigo.

– Seu pedido é uma ordem, Tharde. - O garoto fez galanteios, passou a mão na minha cintura e fomos em direção ao jardim, que tinha um labirinto improvisado no meio.

– O comitê de formatura realmente se superou nesta festa. - Comentei quando sentamos em um dos bancos que dava de frente para o labirinto.

– Não reparei muito na festa, mas a companhia... - Hortz passou a mão no meu rosto e sorriu. - Não deixa nada a desejar.

O menino me deu mais um beijo, mais ardente do que os outros. E dessa vez não tinha nenhum olhar julgador ou crítico. Só tinha o conforto dos lábios de Lucca, como se pudesse transmitir tudo que sentia através daquele beijo. Parecia que o tempo tinha parado e o mundo era apenas Hortz e eu. Ele conseguia me fazer sentir segura, como se não existisse nenhum problema na minha vida.

No entanto, alguém tinha que atrapalhar aquele momento. E foi pior pessoa possível.

– Primo?! - A voz da loira oxigenada machucava meus tímpanos. - Fazendo caridade agora?

– Caridade? - Eu olhei para aquela falsificada, com sua fantasia muito mais vulgar do que sexy. - Querida, ele faria caridade se desse alguma moral as suas investidas. Faria caridade se achasse você minimamente interessante. - Dei um sorriso para garota, mesmo querendo soca-la pelo seu comentário que voltava a colocar medo dentro da minha cabeça em relação a Hortz. - Anjo, se me der licença, vou ir ver as meninas.

Dei um selinho no garoto e passei do lado de Evellyne. O loiro olhava com raiva para a prima. Como nada valia ter que aturar aquela Barbie Hortz por mais um minuto, eu sai para tentar encontrar minhas amigas.

Eu tinha visto as meninas no salão antes de sair para o jardim, mas quando passava pela entrada do labirinto, uma mão segurou meu braço.

Virei para descobrir quem era e me deparei com uma máscara do Fantasma da Ópera, mas, o que de fato me assustou, foi quem usava-a.

A fantasia parecia destacar a cicatriz avermelhada no pescoço, que parecia brilhar como neon para me lembrar o que um dia fizera.

– Karly, precisamos conversar. - A voz de meu anjo da morte estava rouca, ele parecia não conseguir respirar direito. E, a mão que me segurava, na verdade era uma forma de se manter equilibrado. - Sem interrupções desta vez.

Eu não sei o que se passou em minha cabeça, mas ajudei Aaron a me usar como apoio enquanto entravamos no labirinto, que mesmo artificial e montável, construía uma atmosfera macabra ao seu redor. Não havia muitas pessoas que se aventuravam a percorre-lo, então Spyer e eu caminhávamos quase solitários.

Íamos em passos lentos, já que o garoto não respirava bem. E, não sei como, enquanto andamos, parecia que nossa respiração sincronizava.

A presença de Aaron me tirava o fôlego e fazia com que todo meu corpo parecesse estar ardendo em chamas. Isso sem contar com a confusão de pensamentos que rondavam minha mente. Nas últimas semanas Aaron havia me procurando mais vezes do que nos últimos cinco anos, aquilo tudo era terrivelmente assustador.

Andamos até encontrar o meio do labirinto, não sei como não nos perdemos, como os poucos que se aventuraram. Naquele local havia um pequeno banco, no qual Spyer e eu nos sentamos.

Nossas respirações já tinham estabilizado, mas todos os outros sintomas que sentia foram ampliados. Além disso, meu coração começou a disparar.

– Karly... - Os olhos negros me encaravam, pareciam buscar as palavras certas. - Eu venho tentado falar isso para você há anos, desde o incidente. Mas você não consegue me ouvir, ou pelo menos, finge não me entender. - Ele deu um sorriso torto, fazendo meu coração parar por um segundo e depois bater num ritmo anormal. - Eu nunca te culpei, pequena. Eu nunca desejei seu mal, pelo contrário, todos esses anos eu desejei o melhor para você e acreditava ser homem suficiente para deixar você ser feliz sem mim. Mas eu sou egoísta, Karly. - Suas mãos tocaram meus braços e seus olhos já não estavam fixos nos meus. Mas encaravam meus lábios. - Você entende agora, Tharde? Eu te amava naquela época e nunca deixei de ama-la.

No instante que o garoto falou de amor, o meu mundo parou. Minha cabeça parecia que explodir de tantas dúvidas e meu corpo queimava com seu toque. Mas, assim que consegui raciocinar direito, eu comecei a rir. Gargalhar.

– Spyer, você não perdeu mesmo o senso de humor. - Tirei as mãos dele de mim e sorri.

Minha risada, em vez de atenuar o clima pesado que havia se formado, parecia ter piorado. As orbes negras não achavam graça da situação. Me encaravam, sérias.

– Você pode, pelo menos por um segundo, me levar a sério, Karly? - A voz de Spyer tentava conter a raiva, mas sem sucesso. - Eu estou tentando te mostrar o que sinto.

– Aaron, se você acha que me ama, você está mais louco do que eu. - Falei sorrindo e me levantando. - Vou te lembrar uma coisa, eu quase te matei. O que você sente por mim, ou acha que sente, deve ser parte do estresse pós-traumático.

– Eu estou falando a verdade. - O moreno se levantou com raiva. - E não tenho nenhum problema mental, eu sei o que aconteceu, sei que não foi sua intenção.

– Não foi mesmo. - Eu não sorria mais, estava seria. Com medo. Spyer apertava as mãos e meu coração se contorcia junto. - Aaron, por favor, me esquece.

Eu tentei me virar para voltar a andar pelo labirinto e sair de perto do meu anjo da morte. Mas não fui bem sucedida.

O moreno continuava mais forte que eu e usou sua força para me pressionar contra o labirinto. Aquela situação me fez paralisar. O que diabos Spyer iria fazer comigo?

Graças as entidades de Cipsela, eu não descobri. Pois, apenas seres mágicos seriam capazes de enviar meu anjo da guarda no exato momento que eu precisava dele.

– Karly? - Lucca falou observando a cena. Se eu via raiva nos olhos de Aaron, havia muito mais nos de Hortz.

– O que diabos esse playboy está fazendo aqui? - O meu anjo negro não havia afastado um centímetro de mim.

– Eu vim ver como a Karly está. - Hortz se aproximou, seus punhos também estavam fechados e eu sentia ainda mais medo. Pois Spyer me apertava mais a cada passo do loiro. - Acho melhor você soltar ela.

– Quem é você para mandar em mim? - Aaron respondeu. - Eu faço o que quiser com ela. - E o garoto me beijou. Ou pelo menos tentou.

Pois, em uma fração de segundos, o moreno estava no chão. Com sua máscara quebrada. Hortz havia dado um soco certeiro no garoto e depois veio me socorrer. Já que continuava estática.

– Vamos sair daqui, Kaká. - Lucca falou me dando a mão. Que aceitei de bom grado.

Mas nem conseguimos dar um passo. Spyer havia se levantando e, mesmo sem muita força física, deu um soco em Hortz.

E os dois começaram a brigar. Para mim, era um emaranhado de ódio. Os dois ficaram vermelho e todo o resto cinza.

Enquanto os dois brigavam, eu sentia meu coração acelerado. Sentia como se eu que tivesse na briga e perdendo feio.

– Parem! - Eu usei toda a força que tinha para gritar.

Os dois, enfim, repararam no meu estado. Hortz, mais do que depressa, estava do meu lado para me apoiar. Fazendo a ira de Spyer aumentar ainda mais, mas o garoto parecia mais fraco do que eu.

– Aaron, eu vou pedir mais uma vez. Me esqueça! - Olhei para Lucca, sabendo que de alguma forma meu anjo era capaz de me entender. - Vamos sair daqui, por favor.

E o loiro me guiou pelo labirinto. Dessa vez, nos perdemos várias vezes, mas não fez mal. A presença de Hortz era o tranquilizante que precisava no momento.

Em um dos erros de rota, pedi para descansar um pouco. Minha respiração estava tão ruim quanto quando eu entrei naquele labirinto infernal.

Foi então que percebi que meu anjo estava ferido. E aquilo terminou de quebrar com meu coração.

Uma de suas asas estava quebrada, afinal a fantasia não foi projetada para enfrentar brigas. Seu olho parecia que ficaria bem roxo no dia seguinte. E seu lábio inferior estava levemente cortado. Passei a mão, carinhosamente, no rosto do garoto. Além disso, o garoto tremia, provavelmente efeito da adrenalina que ainda corria em seu sangue.

– É isso que acontece quando as pessoas aproximam de mim, Lucca. - Toquei os lábios do garoto. - Elas se machucam.

– Acho que aguento alguns machucados por você. - Ele deu um sorriso maroto, que tirou, por completo, meu fôlego. - Eu não vou desistir de você, Karly. Você já é minha.

E o garoto me beijou. Talvez eu fosse louca, mas meus anjos também eram. Então, talvez, a loucura fosse uma normalidade.

O beijo de Lucca foi suave, calmo. Representando tudo o que ele havia falado. Talvez, fosse bom tê-lo por perto. Definitivamente, eu não queria perder meu protetor

Continuávamos aproveitando a solidão do labirinto. Acho que o fato de termos nos perdido não era tão ruim.

– Acho que temos que cuidar desse rosto, Hortz. - Falei acariciando suas bochechas.

– Acho que terei que aceitar seus cuidados. - O garoto falou, beijado minha mão. Ainda tentando controlar o tremor de seu corpo. - Minha casa é algumas quadras daqui. E não tem ninguém em casa. - Ele deu um sorriso malicioso. Que foi respondido com um tapa no braço. - Só estou falando que vai poder cuidar direitinho de mim, Tharde. Sempre vendo segundas intenções no que eu falo.

– Será por que, Hortz? - Tínhamos voltado a nos aventurar no labirinto. - Vou avisar as meninas, vai comigo? - Estávamos de mãos dadas. Eu não sabia se aceitar, o que quer que fosse essa minha situação com Lucca, era o mais certo. Eu ainda acreditava que, em algum momento, o loiro apontaria para minha cara, rindo, e diria que tudo foi uma brincadeira, uma aposta.

– E correr o risco daquele garoto esquisito aparecer de novo? - Ele apertou minha mão. - Você é minha, anjo. Não quero mais nenhum cara, se quer olhando, para você. Aquele moleque apanhou pouco por ter tentado te beijar.

– Primeiro, eu não sou propriedade para ser sua, anjo. - Falei rindo, apesar de ter gostado, um pouco, da forma como ele havia me chamado. - Eu pedi para Spyer me esquecer e espero fazer o mesmo. Você não entende, Lucca... - Olhei nos olhos enfeitiçadores do meu anjo da guarda. Sabendo que os meus iriam transmitir a mistura de sentimentos que sentia. Principalmente, a tristeza - Deixe ficar assim, por favor. Sem mais brigas.

– Sim senhora. - Ela bateu continência, me fazendo rir. - Achava que as garotas gostavam de cara brigando por ela e coisas do tipo.

– Eu pareço com uma garota normal, Lucca? - Falei sorrindo.

O garoto me observou, dos pés a cabeça, e concluiu:

– Nunca, Karly Tharde. - Ele meu deu um selinho e sorriu, olhando em meus olhos. - É a garota mais extraordinária que já conheci.

Eu fiquei sem graça com as palavras de Hortz, então agradeci com um beijo e continuamos a andar. Enfim chegando perto das minhas amigas.

– Então, eu ligo para vocês quando terminar de cuidar desse rostinho não tão bonitinho. - Falei apertando, levemente, a bochecha de Hortz. - Ou vocês me ligam?

– Quando minha mãe estiver chegando eu te ligo, Kaká. - Nicolle falava sorrindo. - Vai cuidar desse anjo da guarda fajuto.

Eu e Lucca rimos e saímos do salão. De fato a casa dele estava vazia e não era longe do local da festa. Era exatamente como eu imaginava, clássica. Paredes brancas, dois andares. Nem grande como a mansão das Harlow e nem tão pequena quanto a minha.

– Primeiro as damas. - O meu anjo falou depois que destrancou a porta.

Eu entrei, seguida pelo garoto. Que prontamente tirou as asas. Ele me guiou até uma gigantesca sala, com moveis claros.

– Vou pegar um kit de primeiros socorros. - Ele me deu um beijo na testa. - Fique a vontade.

Sentei em um sofá para esperar o loiro voltar. Enquanto fazia isso, percebi que o colar que usava parecia brilhar mais. Provavelmente pela luz do ambiente.

Estava admirando o coração selvagem da RedWild quando Lucca voltou.

– Já falei que você ficou ainda mais estonteante nessa roupa? - Ele sentou do meu lado e entregou o kit.

– Obrigada. A Cristally realmente tem bom gosto, dei sorte de servir em mim. - Ajeitei o colar e peguei a maletinha para tentar cuidar de meu anjo.

Eu estava acostumada a ser cuidada, não a cuidar. Limpei algumas feridas no rosto e braço do garoto, fazendo com ele contorcesse um pouco.

– Acho que deveria colocar gelo no seu olho. - Comentei.

– Tem uma bolsa de gelo no congelador. - Ele me ensinou à chegar na cozinha, fazendo uma cara de cachorro sem dono.

Quando voltei, o garoto deitou a cabeça no meu colo, fazendo um pouco de manhã.

– Acho que eu que fui o anjo hoje. - Falei enquanto colocava, com carinho, a bolsa no rosto de Hortz.

– Você é uma fada, fantasiada de feiticeira. - O garoto sorriu.

Eu passava minha mão livre nos cabelos de Lucca. Agora já sem cachos. O garoto sorria com os olhos fechados, aproveitando o mimo.

Depois de alguns minutos eu tirei o gelo e Lucca avisou que iria tomar banho e se trocar. Então liguei a TV e fiquei assistindo um canal de culinária.

– Está com fome, Kaká? - Hortz falou passando suas mãos em meus ombros e beijando minha cabeça.

Virei-me para o garoto e ele estava ainda mais lindo do que como anjo. Usava apenas uma calça de pijamas cinza, os cabelos ainda molhados.

– Acho que sim. - Estava tentando não encarar aquele abdômen escultural que Deus havia dado a Hortz.

Ele, com certeza, era a reencarnação de algum deus da beleza. Eu diria que Apolo, pois a presença dele também trazia luz ao meu coração.

– Vamos ver o que o Chef Hortz pode fazer. - Ele me deu a mãos e fomos a cozinha.

Lucca, como eu, não levava lá muito jeito para preparar comida. Então, ele preparou sanduiches naturais para nós. Enquanto ele fazia as coisas eu ficava apenas observando. Eu devia estar em um sonho. Estava sozinha com Lucca Hortz, em sua casa.

– Está tudo bem, Kaká? - Ele tinha colocado os sanduiches em uma bandeja, com copos de suco de laranja, e estávamos voltando para sala.

– Só um devaneio. - Falei ajudando o garoto a segurar as coisas para sentarmos no sofá.

– Sabe que pode falar o que quiser comigo, não sabe?

– Sei, Lucca. - Falei sorrindo e peguei o meu lanche para evitar o assunto.

Hortz tinha colocado uma série de comédia, então ficamos aproveitando a presença do outro e rindo um pouco.

Em algum momento paramos de prestar atenção e começamos a nos beijar.

Minhas mãos estavam nos maravilhosos cabelos loiros de Lucca. Enquanto o garoto me segurava pela cintura, me deitando no sofá. Nossos beijos eram sedentos, como se um precisasse do outro assim como precisava de oxigênio.

Hortz parou de beijar meus lábios e começou a beijar meu pescoço. Não duvidava que deixaria marcar em minha pele excessivamente branca.

Ele começou a descer mais os beijos e foi nesse momento que tive um lampejo de sanidade. Estávamos indo rápido demais, por mais maravilhoso que fosse.

– Lucca. - Eu afastei um pouco o garoto.

– Acho que me excedi um pouco, certo? - O garoto sorriu e também se afastou de mim, me ajudando a sentar.

– Um pouco. - Falei vermelha, tentando arrumar minha roupa e minha sanidade.

– Desculpa, Kaká. Eu não sei o que acontece comigo quando estou com você. - Ele me deu um de seus maravilhosos sorrisos tortos. - Estou completamente enfeitiçado por você, minha bruxinha.

Ele me puxou para perto dele de volta, mas para um beijo calmo.

– Vamos com calma, Lucca. É tudo muito novo para mim.

– Tudo no seu tempo, minha linda. - Ele me deu um beijo na testa e ficamos uns minutos assim. Um sorrindo para o outro, de testas unidas.

Só fomos interrompidos de nosso universo particular pelo meu celular. A mãe da Nicolle estava chegando e minha noite de princesa acabando.

– Tem certeza que tem que ir agora, anjo? - Lucca falou. Fazendo biquinho, o que o deixava ridiculamente fofo.

– Sim, meu anjo fajuto. - Sorri e dei um beijo no nariz dele. - Se cuida, ok? Amanhã a gente conversa.

– Você vai voltar sozinha para festa? Ou as meninas te buscam aqui?

– Eu vou sozinha. Não preocupa, Lucca, eu consigo andar algumas quadras sem sua companhia.

– Eu sei que consegue, minha linda. - Ele passou as mãos em volta da minha cintura. - Mas eu não consigo evitar de me preocupar com você. Principalmente sabendo que aquele menino louco pode estar lá te esperando.

– Spyer não vai me machucar. Eu vou chegar na festa logo, me encontrar com as meninas e ir para casa da Nic. Chegando lá te aviso que estou viva.

– Faça isso. - A preocupação de Lucca era perceptível em sua voz. - Acho que tenho que deixar você ir.

– Também acho. - Falei me aproximando mais dele. Era fácil me sentir livre perto do Lucca, me sentir segura com seus braços me envolvendo. Eu também não queria sair dali. Pois poderia ser um sonho que logo acabaria.

– Boa noite, minha feiticeira. Dorme bem e sonha comigo.

– Dorme bem, meu anjo. - Falei dando um beijo no garoto e saindo para uma noite tranquila de Cípsela.

Andei pensando em quão surreal tinha sido minha noite. E pensando que eu provavelmente estava me apaixonando por Hortz. Isso me dava medo. Eu já sofri demais com tantas outras dores da vida, não queria ter o meu coração partido.

– Karly! - Nicolle gritou enquanto acenava. - Vamos, minha mãe já chegou. Disse que você tinha ido ao banheiro.

Corri para encontrar com as meninas e voltamos rindo dentro do carro. Ao que parece a festa não tinha sido boa apenas para mim, minhas duas amigas também compartilhavam a cara de boba apaixonada que estava estampada no meu rosto.

Assim que chegamos na casa de Nicolle e nos trancamos em seu quarto, eu falei:

– Podem me contar tudo o que perdi da festa.

– Por onde começar. - Falou Nana saindo do salto e desfazendo dos acessórios.

– Evellyne estava tão bêbada que caiu na pista de dança. Foi um dos melhores momentos. - Nicolle falou.

– Ela ganhou como a melhor fantasia. - A morena disse virando os olhos. - Totalmente roubado.

– Nana ficou com um garoto. Ele estava fantasiado de cupido. - Fortini falou sorrindo.

– Annabelle!!! - Sorri junto com a ruiva e a Morelli começava a ficar vermelha de vergonha. - Conte-me mais.

– O nome dele é Killian, ele não estuda no Instituto. É um ano mais velho que a gente. Ama rock e escrever. Disse que estava tentando montar uma banda. - Ele mexia no cabelo, ainda tímida. - E só.

– Só? - Perguntei. - Pegou o número dele? Marcaram de se ver ou conversar depois?

– Eu dei meu número. - Ela falou sorrindo. - Veremos agora.

– E você Nicolle? - Falei olhando para a ruiva. - Ficou com alguém?

Eu nem terminei de falar e a garota já parecia mais vermelha que um tomate.

– O que houve, Nic? - Perguntei preocupada.

Enquanto Fortini morria de vergonha, era a vez de Annabelle gargalhar.

– Meu Deus, o que aconteceu?

– Ela beijou seu primo.


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Notas finais do capítulo

Até breve, meus queridos e minhas queridas!



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