Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 66
Com Ele: medos


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Postando de madrugada, porque só agora terminei de revisar depois de surtar revendo o episódio de quinta.
Desfrutem!



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Eu acho que tinha esquecido da mágica que é estar nos braços de Damon. Sentir sua posse, seu desejo, seu prazer. Tudo. De como é ser dominada totalmente, e entregue a mercê de seus toques, beijos...

–Nós... provavelmente deveríamos ir pra um quarto.- é quase impossível terminar uma frase inteira sem fraquejar a voz, quando a boca dele está percorrendo meu corpo, esquentando minha pele em um contraste perfeito com os arrepios que tudo isso causa.

Estou sendo prensada na parede que divide a sala e a entrada da cozinha. Suada, com a blusa toda aberta, expondo minha lingerie, e pernas fraquejantes.

–Provavelmente, mas até chegarmos no caminho de um, eu não quero me afastar um milímetro de você. - sua voz está no tom grave, que eu tanto amo. Sempre amei. - Faz ideia do quanto sinto sua falta e do tanto que te desejo?-seu olhar está no meu, e suas mãos prendem a minha nuca. Quando ele volta a beijar minha boca, e então desce numa trilha até meu pescoço, eu amoleço e solto um gemido. - Céus! - ele rosna - Preciso de você, amor. Preciso demais.

Sem que eu possa dizer nada em resposta, ele me pega no colo, me guiando em direção as escadas. Mas sua boca nunca deixa a minha, e eu, não quero soltar sua nuca.

O que conseguimos? Damon tropeça bem nos degraus e vamos, os dois, abaixo.

–Deus! Te machucou? - ele está tão alarmado que chega a ser engraçado. Começo a sorrir e ele relaxa voltando a me beijar. Ele me ajuda a ficar de pé, e agora, agarro a gola de sua camisa e saio o puxando enquanto subo as escadas.- Uau! - ele brinca.

Quando chegamos no corredor, minhas mãos estão entrelaçadas às dele, estamos sorrindo como um casal do colegial, e eu não estou nem aí, porque estou muito feliz. Vou na direção do quarto onde estamos dormindo e, quando me viro pra abrir a porta, recebo um tapa na bunda que me faz soltar um grito agudo de susto.

–Damon! - ele sorri, um sorriso jovial 'anti-Damon', está descontraído, lindo e sexy como nunca, e é todo meu.

–Não resisti. Ela está tentadora. - me prensa contra a porta, voltando a me beijar. E eu não quero soltá-lo.

Quando conseguimos vencer a maçaneta da porta, e entramos no quarto, minhas mãos estão mais que ávidas para me livrar de toda sua roupa. Damon me ajuda, se livra da camisa, e quando começa a se ocupar da calça, eu o paro.

–Não! - ele fica confuso, seu olhar queimando de desejo. - Eu quero fazer isso.

Ele sorri e ergue as mãos em rendição. E então estou diante dele, me ajoelho e me livro do seu cinto, abro o botão e devagar, me certificando que meus dedos encostam em sua pele durante percurso, desço sua calça e o ouço soltar um suspiro. Ele ergue um pé de cada vez e chuta a calça pro lado, fica me olhando com expectativa e quando minhas mãos tocam a pele de suas pernas outra vez, ele fecha os olhos e inspira. Meus dedos percorrem o caminho em direção aos seus quadris, e sinto sua pele arrepiar... Hum...

–Frio? - ele solta um riso nasalado, sem abrir seus olhos.

–Pelo contrário. - responde num sussurro. Agarro sua cueca e a puxo, com a mesma lentidão até o chão, sinto Damon tensionar um pouco, mas ele repete a ação e se livra da cueca, encontrando meu olhar novamente.

–Já faz um tempo... - sorrio, e ele me devolve o riso, com certa hesitação.

–Não seja má. - fala soltando um riso tímido. Me aproximo um pouco e beijo sua coxa, subo beijos até seu quadril, sentido sua pele eriçada contra os lábios. É bom, é muito bom sentir o que o causo e ouvir, melhor ainda. - Você vai me matar. -fala com a voz afetada.

–Não seja dramático. - falo de uma maneira tão sedutora, que mal reconheço minha voz.

Com as mãos firmes eu o seguro, sentindo sua ereção, há muito evidente, e ele geme.

–Elena...

–Shh... - um tremor percorre seu corpo quando eu o beijo bem ali, e passo a língua devagar.

–Nossa! - ele solta com força a respiração. E então ele é meu. E eu não quero aliviar. Meu desejo queima meu peito. Mal dá pra respirar, mas não consigo parar. Amor... - Damon segura minha cabeça, e enfia os dedos nos meus cabelos. - Senti falta disso. - solta um rosnado forte, quando eu intensifico, indo funfo, apertando. - Pare! - ele pede e tenta recuar, mas eu seguro. Sinto um puxão no cabelo, causa uma dor fina e precisa. Abro a boca em um gemido e ele escapa. - Você já ditou regras demais. - o olhar dele se transforma em algo mais feroz e determinado, ele se inclina, me ergue, e me joga na cama, tirando a minha roupa tão rapidamente que mal consigo processar.

Damon beija meu corpo inteiro; estou presa no delírio que seus lábios me proporcionam, e quero mais, muito mais. E ele me dá. Estamos suados. Somos só línguas e mãos e sons de prazer.

–Nunca me deixe. - eu falei do nada, e nem sei porquê.

–Nunca. Isso é pra sempre. - ele falou me olhando firme - Eu prometo.

Quando Damon me toma em seus braços o mundo para, emudece, fica cinza. É como olhar pra um quadro, e ver um pedaço que se destaca mais que todo o resto. Este pedaço somos nós, nesta cama, se amando como se nunca mais fôssemos ter a chance de nos amar.

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Olhando pra Elena adormecida ao meu lado, sua feição serena, sua pele levemente iluminada pelas luzes cálidas do pôr-do-sol, eu fico pensando no que fiz para merecer desfrutar destes momentos. Eu sempre estraguei as coisas entre nós. E mesmo agora, quando tudo parece estar no seu lugar, quando tudo o que eu quero é perpetuar isso, meu medo de não conseguir vem me assombrar.

Eu sou o suficiente? Eu vou conseguir ser um bom pai, marido, amigo? Ela certamente será uma mulher incrível sempre, e mãe também, não tenho dúvida. Mas eu já fracassei em tantas coisas. E por mais que me recuse a fracassar com Elena, a consciência de que a perfeição nunca existirá me causa aborrecimento, porque ela merece que eu seja perfeito. Que eu esteja sempre lá por ela, por meus filhos. Eu não posso falhar.

Isso me assusta!

Devagar ela suspira e me olha. Está corada e linda. E é minha.

–Olá estranho. - sorri ainda sonolenta.

–Oi! - digo e ela franze o cenho.

–O que está pensando aí, me olhando enquanto durmo?

–Em como eu sou o idiota mais sortudo do mundo.

–Hum... Discordo!

–É? Por quê? - ela ergue a mão até meu cabelo e acaricia de leve minha face, sua mão tem um cheiro e um calor reconfortantes.

–Você é o meu idiota sortudo.

–Hum... De fato. Bem melhor. - ela sorri e me inclino para beijá-la. Quando me afasto fico a encarando. - Podemos ter aquela conversa agora?- ela morde o lábio, hesita, mas assenti.

–Por onde quer começar? - me pergunta.

–Rasgue a porcaria daquele contrato pré-nupcial. - ela surpreendentemente solta uma gargalhada gostosa.

–Feito! - eu arregalo os olhos - Mas...

–Sempre tem um. - ela revira os olhos pra mim.

–Ainda quero você me fazendo companhia nas refeições e nada bebidas, ou pilotar aquela arma mortífera que você chama de moto, e principalmente, vai continuar se cuidando muito bem.

–Já faço isso. - dou de ombros.

–Mas estava fazendo por causa do contrato, nem pense em mudar.

–Não sei exatamente que novos direitos e deveres eu tenho, mas sei o que eu quero também. - é a vez dela ficar me encarando curiosa.

–Sou toda ouvidos.

–Nada de jornadas de trabalho longas na galeria e nada de exercícios com aquele personal, não quero você dirigindo em hipótese alguma e você vai contratar uma assistente e não vai andar mais sem um segurança. Sem discutir.

–Feito! - certo, isso foi muito fácil.

–Assim, numa boa? - pergunto.

–Assim numa boa. - ela diz e me beija. - Eu amo você, e quero que desta vez seja pra sempre.Vamos fazer dar certo, os dois. Só tenho mais um pedido...

Ela me olha expectante, enquanto se aproxima mais de mim, buscando colo em meu peito.

–Pode falar. - ela descansa a cabeça e suspira.

–Me fale tudo de hoje em diante, Damon. Não esconda seus medos ou preocupações. Divida comigo, me deixa estar presente em sua vida e me sentir sua pra tudo. Não minta pra mim.

Fico processando seu pedido e ela insiste.

–Me promete, amor!

–Feito! - ela me encara e bate de leve em meu peito. - Quero dizer, prometo. - seguro sua face, tentando passar pra ela toda a segurança que conseguir. - Eu prometo!

–Então vamos nos entender.

–Vamos sim.

O quarto vai ficando escuro, e a respiração dela volta a ficar serena, a casa ainda está vazia e eu cochilo ouvindo o doce som de nossa paz interior. Eu estou morrendo de medo de não ser tudo o que ela merece. Mas estou louco de felicidade por ser exatamente o que ela quer.

....

Está quente, e algo me incomoda. Abro os olhos e sinto a cama ao meu redor.

–Amor? - olho ao redor e sento na cama, não a encontrando. Noto a luz do banheiro acesa. - Amor, você está aí? - Levanto e caminho até a luz abrindo a porta. - Você poderia ter me chamado pra tomar banho com você e... - eu paro quando me dou conta da cena diante de mim: Elena está próxima ao vaso, sentada no chão soluçando e gemendo de dor, sentada numa poça de sangue horrorosa.

–Me ajuda, amor, eu não quero perder ele. - eu estou paralisado. Ela estende a a mão na minha direção e eu não sei o que fazer. - Damon... Por favor.

Ela está chorando, e eu não consigo me mexer. Não posso fazer isso. Não sirvo para isso. Não sou o cara certo.

–Amor! - ela chama outra vez.- Damon, meu amor. - fica tudo escuro... - Damon! - mas que droga... - Damon, acorde, por favor! - sua voz me empurra e eu abro os olhos atordoado, encontrando uma Elena angustiada diante de mim. - Você está bem? - respiro fundo. Que pesadelo odioso!

–Estou, eu... - ainda não sei o que falar.

–Estava tendo um pesadelo. Tudo bem. Quer uma água?- ela pergunta com calma e só agora vejo que está vestida.

–Que horas são? - ela sorri.

–Você caiu no sono, eu não quis acordar. Quando todos voltaram fizeram o maior barulho e eu logo acordei, mas você estava tão cansado que continuou dormindo. Eu desci pra ajudar minha mãe com o jantar e acabei de sair de um bom banho.

–Nossa!

–É. Você estava cansado. - ela se inclina e me beija na testa. - Toma um banho pra ajudar a relaxar e desce pro jantar, ok? Amanhã voltamos pra nossa realidade, vamos ter uma noite de despedida numa fogueira. - ela sorri empolgada e se afasta.

–Eu te amo! - falo antes que ela deixe o quarto. Elena se volta pra mim e sorri docemente.

–Te amo! - pisca e então sai. Suspiro enfiando as mãos nos cabelos. Que se dane a droga do Damon naquele pesadelo, eu posso fazer isso e eu vou fazer. Por que a amo, e porque quero ser feliz com ela, pra sempre. Com esse sempre durando o que for.


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Notas finais do capítulo

Beijão!
Segunda acho que tem mais.



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