Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 50
Por Ele: novo plano


Notas iniciais do capítulo

Eu aqui!
Boa leitura!



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–Como você está? – Bonnie está do outro lado da linha me perguntando algo que, sinceramente, não sei dizer.

–Eu nem vou responder Bonnie.

–Ok. – ela suspira – Matt marcou a data do casamento. – já não era sem tempo, ele teve que adiar por meses, pois Rebekah esteve um tanto doente e as coisas no seu negócio estavam confusas demais - Embora ele esteja mais animado para que conheçamos o tal sócio dele, o Michael.

–Que maravilha. Fico feliz por ele. – finalmente as coisas estavam se encaixando pro meu amigo, afinal.

–Você vem, né?- suspiro, não sei se estou pronta pra voltar a Nova Iorque.

–Não sei se é uma boa ideia. Se o Damon aparecer por lá... – ela bufa me interrompendo.

–Nem começa. Vai ficar evitando o cara?

–Só ele a esposa.

–Aparentemente eles sumiram. Ninguém sabe deles. – a última notícia nos jornais é que eles fizeram uma viagem.

–Devem estar em alguma ilha deserta, longe de flashes.

–Tomara que tenha tubarões nesta ilha.- sorrio.

–Deixa de gracinhas Bonnie.

–Como você tem se sentido? – acaricio minha barriga, agradecendo porque, apesar de minha vida amorosa estar um caos, minha gravidez está tranquila.

–Melhor. Só os enjoos que são chatos e as cólicas. Porém o dr. Medson está sendo muito atencioso. Sempre dá uma passada aqui quando pode e...

–Hummm. Eu gostei muito deste tal doutor já. Ele é bonito?

–Bonnie?!

–O quê? Não seria perfeito: médico, atencioso, lindo.

–Você não muda...

–E então? – mordo os lábios colocando os pés em cima do sofá.

–O quê?

–Como ele é Elena?

–Jovem.

–E? –ela não vai desistir mesmo.

–Tá, ele é bonito. É loiro, de olhos claros. Forte.

–Para tudo. O que você está esperando?

–Pra quê?

–Como para quê criatura? Pra dar uns amassos nesse doutor.

–Eu vou ignorar isso. – ficamos uns segundos em silêncio e ela hesita antes de falar.

–Sofia esteve aqui na galeria hoje a tarde.

–E?

–Ela estava meio preocupada com o pai. Disse que estava pensando se o Damon não poderia estar numa cela a míngua e sem celular.

–Seria uma boa forma de domá-lo. – a ideia me agrada e faz rir – Ele nem ligou pra filha. Nossa!

–Bem, acho que ela não teria atendido. Mas parece que não ligou mesmo.

–As coisas devem estar boas. – ela sorri de mim.

–Você não fica curiosa pra saber o que tanto ele planejou pra ela?

–Você fica? Quero que os dois explodam-se.

–Ui! Vamos nos ver no casamento do Matt então?

–Você não desiste, né?

–Não.

–Ok. Acho que Matt ficaria magoado se eu não fosse.

–Isso! Convida o doutor pra te fazer companhia.

–Para com isso.

–Saudades.

–Eu também. Beijos! – desligo. Adoraria saber o que está acontecendo com Damon. Mas talvez, tudo isso e da forma como aconteceu seja o melhor.

.....

No outro dia, pela manhã, bem cedo, meu celular toca e eu atendo surpresa.

–Alaric? Algum problema?

–Soube do Damon? – a pergunta me deixa atordoada. Dentre todas as pessoas que Damon conhece alguém que nunca perguntaria por ele, simplesmente por sempre saber onde está, é Alaric.

–Não. O que foi? – pergunto enquanto levando da mesa do café, minha mãe me olha confusa enquanto me afasto.

–Eu não consigo falar com ele a dias. Nem com ele nem com o Robert. Achei que ele tinha entrado em contato com você, ou com Sofia, mas ela também não sabe nada dele.

–Será que aconteceu alguma coisa? – pergunto sentando no sofá.

–Não sei. Se eu soubesse que o plano dele era sumir da face da terra com aquela psicótica eu teria o impedido. – isso me inquieta, o que será que aconteceu?

–Alaric... – ele suspira.

–Não se preocupe. Vou tentar rastrear o celular dele outra vez, ou alguns daqueles aparelhos esquisitos que só ele sabe pra que servem, com os quais ele anda por aí.

–Me avise assim que souber de algo. – ele concorda e desligamos.

–O que foi filha? – mal percebi que minha mãe me olhava da entrada da sala.

–O Damon. Ninguém sabe dele. – ela senta ao meu lado.

–Como assim ninguém sabe dele?

–Ele sumiu antes do casamento de mentira e ninguém o encontra. Não conseguem falar por celular.

–Fica calma. – ela agarra minha mão - Ele está bem. Notícias ruins se espalham rápido.

–Mas ele está com aquela mulher mãe e ela simplesmente me dá medo e eu não consigo evitar ficar assim toda vez que ela está no meio da conversa.

–Vai ficar tudo bem querida, ele está bem. Você vai ver... – é tudo em que quero acreditar.

..... Uma semana depois .....

–Elena, entra! – Alaric me pede pra entrar. Estou em Nova Iorque para o casamento de Matt e seguia sem notícias de Damon, então decidi procurara o Ric.

–Você não me ligou mais, eu estava ficando maluca sem notícias.

–Ele respondeu meu e-mail hoje cedo. – meus olhos arregalam.

–E? – ele dá de ombros.

–Ele está vindo pro casamento da Rebekah. – sento e fico um tanto atordoada - Ligou pra Sofia e pediu para ela o acompanhar.

–E Rose? – ele faz um gesto inquieto e percebo que o e-mail não foi muito esclarecedor, ele sabe tanto quanto eu.

–Ele não falou nada.

–Você falou com o Robert?

–Ele não abre a boca.

–O que está acontecendo?

–Não faço ideia. – ele serve duas doses de conhaque e me oferece, eu rejeito e ele franze o cenho, em outra situação eu não negaria. - Ele só falou isso e que depois do casamento ele contava tudo. – Ric senta e acaba bebendo as duas doses, ele mesmo. – Você também veio pro casamento, certo? – confirmo.

–Matt não iria me perdoar se eu não fizesse isso.

–Você está bem? Está meio pálida. – ele está me olhando com uma expressão hesitante.

–Coisas de mulher. Tem sido uma semana ruim. – me remexo desconfortável.

–Oh! Entendo. Meredith está vindo aí, se você quiser esperar ela chegar e, sei lá, fazer uma consulta. – nego, não quero mesmo que isso aconteça.

–Obrigada Ric, não é preciso. Nos vemos amanhã então? Na cerimônia. – falo e praticamente corro dali.

–Até amanhã! – ele diz e me acompanha até a porta.

....

–Ah meu Deus, Elena. – Bonnie está praticamente gritando diante de mim na cama. Sorrio.

–O que foi?

–Você o trouxe mesmo? – dou de ombros.

–Claro que sim. – falo enquanto experimento mais um vestido, não faço ideia do que vou vestir. Terei que fazer compras, pois nada me serve. – Ele me ofereceu uma carona, só isso. Veio pra um congresso.

–Sei... E ele vai com você amanhã? – encaro ela pelo espelho e depois me viro a encarando.

–Talvez. – ela sorri travessa e acho que estou fazendo o mesmo.

–Adorei! Notícias do outro?

–Nenhuma, mas amanhã ele vai estar lá com a filha. – ela abre a boca confusa.

–A filha? E a esposa? – dou de ombros - Cada coisa...

–Nem me fale. – reviro os olhos e então decido tenho que sair pras compras mesmo. Bonnie ficou feliz em me ajudar. No final das contas foi uma tarde cheia de fofocas, comida que mata desejo de grávidas e muita dor nas pernas, mas estávamos satisfeitíssimas.

......

–Então você foi ex-namorada do noivo? – Jason me pergunta enquanto encaramos o casal diante do padre.

–E sou ex do ex-marido da noiva. – ele ergue a sobrancelha.

–Uau! - é só o que diz, e sorrimos.

–É meio confuso. – falo um tanto envergonhada.

–Existe algum homem que não se apaixone por você instantaneamente? – agora eu sei que estou como um pimentão de tanta vergonha. Tudo piora quando olho para Bonnie ela sorri sugestiva para mim e meu acompanhante e isso me faz revirara os olhos. A cerimônia de casamento não demora muito. O juiz de paz economiza nas palavras. E logo estamos a caminho do local da recepção. O restaurante onde Matt trabalha. Aparentemente seu chefe foi muito generoso e lhe ofereceu tudo. Não que Rebekah não tivesse dinheiro pra bancar algo grande, ou mesmo Matt que agora tinha uma situação financeira muito mais confortável, mas parece que o tal Michael fez toda questão.

–Matt! Parabéns! Aos dois. – cumprimento quando finalmente consigo chegar no novo casal.

–Obrigada Elena. – Rebekah diz sincera e me beija no rosto.

–Estou feliz que veio Lena. – recebo uma abraço apertado de meu ex namorado e melhor amigo.

–Este é Jason Medson. – apresento meu acompanhante.

–Muito prazer, Jason. – Matt fala simpático e Rebekah se espelha nele, embora ela me encare um tanto hesitante.

–Olá! – ela fala.

–Parabéns aos dois. - Jason fala um tanto sem jeito.

–Bekah! – escuto o grito na voz familiar de Sofia. O arrepio que percorre minha espinha no momento se deva o fato de saber exatamente o que isso implica: ele está aqui.

–Sofia! – Rebekah sorri alegremente e me afasto um pouco para que os noivos recebam os cumprimentos de seus outros dois convidados.

–Desculpem, os dois. Meu pai teve um imprevisto. – ela rola os olhos e encara o homem que segue em nossa direção. Meu Deus! Quando ele vai parar de soar tão sexy e tentador de terno?

–Acho que chegamos no melhor do evento. – ele sorri e abraça apertado Rebekah, falando algo em seu ouvido que a faz sorrir como criança.

–Parabéns! - ele fala um tanto mais auto e se volta para Matt, oferecendo a mão.– Matthew.

–Damon. – ele retribui segurando firme. E então chega o momento, Damon me encara e olha brevemente para Jason, antes de fixar seu olhar em mim novamente.

–Elena. – ele diz com seu tom mais formal.

–Damon. – retribuo.

–Ei! Você está linda – Sofia fala e me abraça apertado..

–Obrigada! – sorrio e volto a por os olhos no do pai dela que agora se ocupa de encara meu acompanhante.

–Doutor... – ele fala para Jason que o encara e estende a mão.

–Medson. Jason. – eles firmam um cumprimento formal - Olá outra vez.

–Olá! - diz sério e se volta para Rebekah – Estarei na mesa do Ric. – ela assenti e ele olha para a filha e ela entende o recado, revirando os olhos - Com licença! – fala e se vai. Suspiro.

....

–Elena, senta conosco. – Sofia pede animada, mas não vejo a mesma animação na expressão de seu pai. Noto Ric sorrir.

–Olá Meredith! – digo enquanto me sento.

–Olá! – ela responde simpática.

–Alaric, este é Jason. – apresento e eles se cumprimentam.

–Muito prazer. Alaric Saltzman.

–Eu vou procurar a Bonnie e o Jeremy. – aviso e me volto para meu acompanhante -Você se incomoda de ficar aqui? – Damon pigarreia e Alaric volta a abafar um riso. Ignoro os dois.

–De jeito algum. – Jason fala risonho e eu me sinto vitoriosa.

–Certo. Licença. – falo e saio, mas antes faço questão de encarar Damon. E me afasto.

–Com licença. –ouço a voz dele e imediatamente apresso o passo, mas ele consegue me alcançar, agarrando meu braço e me puxando pro primeiro canto que encontra, assim, estamos escondido atrás de uma coluna no meio do salão de festas do restaurante.

–O que você está fazendo aqui com ele? – ele fala em tom extremamente esnobe.

–Tem certeza de que é uma boa ideia me perseguir assim? Você é um homem casado, lembra? – ele bagunça os cabelos que estão mais longos que o habitual, fecha os olhos e inspira profundamente, depois volta a me encarar e sei que está fervendo em fúria. Bem, eu também estou.

–Vem aqui! – ele agarra meu braço de novo e começa a me arrastar pelo salão. Isso é patético.

–Me solta! – exijo e ele ignora, continuando seu caminho, nos afastando de tudo e todos. Me debato protestando com ainda mais veemência, e ele para do nada.

–Fica quieta! – me encara furioso - O que você está fazendo? – ele me solta finalmente e eu arrumo minha postura, estou um pouco agitada e trêmula, mas nem é nervosismo, é raiva e pura tensão. Tensão que ele sempre me causa.

–Estou tentando ir ao banheiro e encontrar minha amiga. – falo e ele estreita os olhos para mim.

–Não brinca comigo, Elena. O que está fazendo aqui com ele? – dou de ombros.

–Vim pro casamento de um amigo meu, com um outro amigo.

–O médico que você conheceu semana passada? – ele aumenta o tom de voz e eu começo a pensar que tudo isso é uma má ideia. Não quero brigar com ele agora. Nem falar sobre isso.

–Qual o problema? – ele bagunça os cabelos outra vez.

–Porque você faz isso? – está todo tenso e vermelho - Como qual o problema, Elena? Por que você insiste em provocar meu lado ruim? – ele está exasperado, afrouxa o nó da gravata e solta o primeiro botão de sua camisa.

–Você tem algum lado bom? Onde? – provoco e depois me arrependo, pois ele me olha como se fosse capaz de me comer.

–Mas que droga Elena, você... – ele rosna e para do nada, olhando a nossa frente, fica pálido como cera e isso me deixa extremamente assustada, seu olhar passou em segundos de assustador determinado à apavorado e ansioso.

–O quê? Eu o quê? – ele me ignora, nem parece me ouvir, parece ter parado de respirar também -Damon...? – -ele fica imóvel, encarando um ponto fixo a nossa frente. -Ei! – estalo meus dedos diante de seus olhos e ele ofega.

–Não pode ser.

–O quê? – me volto para trás procurando o que ele vê - Que foi? – não noto nada e volto a o encarar -Damon!

–Eu tenho que sair daqui. – ele me olha do nada, olhos lacrimejados - Agora! – é praticamente um grito e isso seria intimidador se ele não estivesse a ponto de chorar diante de mim.

–Tudo bem. Calma! Vem. – eu seguro seu braço e o levo comigo, pois apesar do ímpeto em deixar o lugar, ele não me parece capaz de se mover.

Levo Damon para os fundos do local, atravessamos a cozinha juntos e fomos parar numa espécie de almoxarifado, não parece muito confortável, mas há apenas nós dois aqui.

–Respira fundo. Respira! – peço e ele procura imediatamente algum lugar pra sentar, acaba se jogando em cima de uma caixotes e afrouxa ainda mais o nó de sua gravata, estou confusa e inquieta.

–Não é possível, não pode ser.- ele balbucia pra ele mesmo, e parece em completo estado de choque. Me agacho q agarro seus ombros.

–Para de repetir isso e me fala o que diabos está acontecendo com você.

–É ele. – ele me encara com olhos arregalados.

–Ele quem?

–Lá dentro. No salão. – ele parece perdido e perturbado, nunca o vi assim antes - Mas o que ele está fazendo aqui? Será que ele está me seguindo? Será que era disso que ela estava falando?

–Damon, você está me deixando tonta.

–Eu tenho que sair daqui. – ele se levanta do nada e começa a andar de um lado pro outro, mexendo nos cabelos - Fala pro Alaric deixar a Sofia em casa eu.. – sua respiração começa a se arrastar. Eu já vi isso.- Ah! – ele geme, droga!

–Meu Deus! Calma Damon, por favor, seu coração. – é como voltar a um filme antigo, e uma noite anos atrás em Roma me vem a mente. Não posso passar por isso novamente. -Eu vou chamar alguém. – digo sacando meu celular da bolsa.

–Não! – ele grita.

–Como não? Você está praticamente enfartando na minha frente!

–Não. Por favor... – seus olhos estão suplicantes e brilhantes pelas lágrimas que ainda não caíram.

–Tudo bem. Mas tenta ficar calmo. – peço, e ele assente - Vem comigo. Conheço um lugar aqui que você pode tentar se acalmar e me dizer o que diabos está acontecendo.

Guio ele até um jardim nos fundos do terreno, no local também existe uma pequena horta que Matt mantém aqui.

–Mais calmo?

–Acho que sim. – ele suspira - Desculpa! Acho melhor você voltar lá. –ele me encara - O doutor pode ficar preocupado. – reviro os olhos.

–Não começa. Vai me contar o motivo da crise. Fazia anos que eu não via você assim. Da última vez foi... Enfim. Fala comigo, Damon!

–Tinha um homem lá dentro. Conversando com Matthew.

–Que homem?

–Meu padrasto. – minha boca cai.

–O quê?

–É. – ele revira os olhos.

–Com o Matt?- afirma, e eu estou confusa. -Vamos voltar e descobrir melhor isso. Você tem certeza?

–Infelizmente, no momento que pus os olhos nele, cenas não muito agradáveis me vieram à mente. Se é que você me entende. Em outras palavras: eu o reconheceria em meio a milhões.

–Entendi. Vem! – puxo ele de volta pro salão, durante todo o percurso de volta pra mesa Damon olhava para todas as direções como se estivesse apreensivo sobre ser visto por alguém.

–Onde você estava? – Bonnie me pergunta quando voltamos.

–Te procurando. – ele faz careta.

–Tudo bem Damon? – Alaric pergunta a Damon que assenti brevemente.

–Bonnie quem é o homem conversando com os garçons? – Damon pergunta a Bonnie apontando com sua cabeça.

–É o sócio do Matt. Senhor Michael. – Oh, droga. Era exatamente o nome que Robert disse para nós, mas nunca imaginei que o sócio de Matt e o padrasto abusivo de Damon fossem a mesma pessoa. E pela cara dele e toda esta reação, nem ele. E a ideia de mundo pequeno nunca foi tão desagradável antes.

–Pai!? – Sofia chama a atenção, pelo fato dele estar praticamente deitando em cima da mesa.

–Tudo bem. Tudo bem. – ele fala ainda abalado.

–Não, não está. Meredith! – Alaric apela a namorada, mas antes que ela possa fazer qualquer movimento Damon intervém, levantando a mão.

–Tudo bem Ric. Eu vou pra casa. Sofia você pode voltar com Alaric. Se despeça de Rebekah por mim, diga que tive um imprevisto. – ela protesta e se põe de pé.

–Eu vou com você pai.

–Não precisa.

–Não vai dirigir assim, você está da cor dos guardanapos na mesa. – ela argumenta e ele reluta novamente.

–Eu estou bem.

–Mas que droga, Damon. Deixa de ser teimoso. – Grita Alaric e todas as outras pessoas em nossa mesa apenas escutam a discussão.

–Eu já disse que não precisa.

–Eu vou com ele. – absolutamente todos na mesa me olham perplexos no momento que eu falo isso. - Jason, você se importa de voltar com Bonnie e Jeremy?

–Não. Tudo bem. – ele responde meio hesitante.

–Não, Elena... – Damon começa a protestar.

–Calado! – o interrompo e agarro sua mão -Vem! – falo e o puxo de lá sem mais delongas, o arrastando a te o estacionamento.

–Não era pra ter deixado seu novo namorado sozinho. – Damon reclama impertinente enquanto nos encaminhamos até seu carro.

–Vindo do homem que deixou a esposa sozinha em casa e veio pro casamento da ex esposa comprar briga com a ex namorada. – ele me encara esnobe.

–Não vim pra comprar briga com você. Embora eu soubesse que certamente estaria aqui. Tenho certeza que você também sabia que eu viria, isso explica você decidir vir acompanhada. – ele fala parando diante do carro e o destrava, quando ele entra e eu o sigo ele põe seu cinto e aponta para que eu faça o mesmo, o ignoro e ele bufa inquieto - Quem está querendo comprar briga com quem? – reviro os olhos e coloco o cinto.

–Você nunca foge de uma briga, não é? – ele dá de ombros prestando atenção na estrada.

–Não. Vou deixar você no seu apartamento. – ficamos em silêncio por um tempo, mas eu estou cheia de questionamentos em minha mente e não posso me conter mais.Me viro para sua direção.

–Onde você esteve? Todo mundo ficou maluco. – ele sorri e me encara esnobe.

–Todo mundo quer dizer você? – cerro os olhos.

–Não sinta-se tão orgulho. – volto a encarar minha frente -Pra variar você deixou a desejar novamente no quesito consideração. – ele bufa.

–Vai me responder porque você veio com o doutor? – dou de ombros.

–Eu já disse.

–Tudo bem. – ele não insiste e o silêncio retorna. Mas ainda quero saber mais.

–Vai me contar sobre sua lua de mel? – ele dá uma risada genuína.

–Não! – diz finalmente.

–Posso saber pelo menos porquê?

–Claro. – eu o encaro novamente e assim que ele me olha diz de forma zombeteira -Não te diz respeito. Nada daquilo. É entre ela e eu.

–Uau! Sutil. – ele revira os olhos e presta atenção na estrada. É uma domingo, inicio de noite e o trânsito não é dos piores.

–Não foi um fora Elena. Só não quero você envolvida no meio disto. Apenas isso.

–Como se eu já não estivesse atolada em tudo.

–Seja como for, seu envolvimento tem que permanecer até onde está. Apenas quero que você saiba de uma coisa.

–E o que seria? – exijo o observando, ele suspira.

–Imagino que você vá voltar para a fazenda.

–Sim.

–Estou enviando uma equipe de segurança para lá, com você. – hein?

–O quê? Por quê?

–Segurança.

–Só isso? – ele confirma.

–É para o que eles servem.

–Damon... – ele me interrompe.

–Por favor, Elena. Não tenta brigar por causa disso também. – ele me encara exasperado enquanto aumenta seu tom de voz - Apenas... – ele respira fundo - Apenas aceite. Ficarei mais tranquilo assim.

–Devo me preocupar com sua tranquilidade quando você passou uma semana ignorando a tranquilidade alheia?- ele não diz nada, ficamos nos encarando por uns segundos e ele olha pra frente outra vez.

–Você aceitando ou não eu vou enviá-los. Sabe disso, não sabe? – suspiro. Eu sei que sim.

–Tudo bem. Você quase enfartou hoje. E eu não quero contrariar você. Mas vai ter que me contar exatamente o porquê disso.

–Eu vou. Prometo. – e o silêncio volta.

–Eu nem acredito que seu padrasto é o sócio do Matt. – ele sorri com minha falta de capacidade de manter a boca fechada, eu acho - O que você vai fazer sobre isso? – ele dá de ombros.

–Não sei ainda. Eu não imaginei a situação de dar de cara com ele outra vez.

–Será que o Robert sabe que o pai dele é sócio do Matt?

–Ele teria me contado.

–Realmente!

O resto do caminh9o ficamos calados, pois ele estava muito pensativo e eu já tinha esgotado meu questionário. Chegamos no meu prédio e eu sequer notei. A voz dele me trouxe de volta.

–Pronto! Entregue. – hesito um pouco o encarando, e só penso que agora tudo o que eu quero é ter certeza de que ele ficará bem. Eu nunca vou poder ficar tranquila sem essa certeza.

–Você vai ficar bem?

–Sim. – ele sorri - Mas sempre posso ficar melhor se você me chamar pra subir. – sorrimos.

–Boa tentativa, mas você é um homem casado agora.

–Onde? Não vi isso em nenhum lugar. – ele brinca.

–Que engraçadinho.

–Sério. Você leu em algum jornal? Revista?- pensado sobre tudo, eu realmente não li.

–Damon...

–Eu armei uma farsa pra casar com uma vigarista. Eu não diria exatamente que estou casado.

–E falando nela, onde está? – ele suspira e encara a estrada.

–Você está entregue, Elena. – sutil como sempre.

–Você não me contar mesmo? – ele se nega.

–Hoje não.

–Ótimo! – falo e estou realmente irritada. Ele sabe se cuidar muito bem. A teimosia dele é irritante. Abro a porta do carro e ao sair a bato com toda força, porém quando viro as costas sinto meu mundo girar e tombo pra trás, sorte que o carro estava a apenas um passo de distancia e se transforma num bom amparador. O vento frio bate em minha face e me sinto arrepiar com o cheiro de alguma comida forte que ele trás. Logo as mãos de Damon estão em minha cintura e eu abro meus olhos.

–Ei! Tudo bem? – ele me encara preocupado.

–Foi só uma tontura. – falo tentando arrumar minha postura. Ele me ajuda a ficar ereta novamente.

–Tem certeza?

–Tenho. Tudo bem.

–Talvez eu esteja começando a entender porque você viajou com um médico. – ele fica me olhando, pressiona os lábios em uma linha reta. - Você está doente?

–Não Damon.

–Eu te levo até lá em cima. – ele diz, e eu tenho que protestar, isso não tem como acabar de uma forma legal.

–Não precisa...

–Calada! – ele imita minha ação e abraça minha cintura, me leva até o elevador e não se afasta de mim, nem me solta até me deixar diante de meu apartamento.

–Eu posso confiar que você vai ficar bem, certo? – ele diz quando eu abro a porta e o encaro.

–Pode.

–Qualquer coisa você me liga? – pede pra mim e eu sei que é o melhor a se fazer.

–Ligo.

–Ok!

–Obrigada!

–Idem. – ele se inclina e dá um beijo casto em minha testa. A sensação é gostosa, inalo seu cheio durante o breve contato e ele se afasta – Tchau!

–Tchau!

Eu não precisei ligar.

........ dias depois .......

Eu mesma estava me perguntando porque ficar em Nova Iorque tanto tempo, mas eu tinha que terminar de me mudar de vez pra casa de minha mãe e também ainda tinha uma última coisa pra resolver por aqui. E eu precisava de Alaric. Então foi extremamente pertinente quando ele ligou para conversar comigo, e foi com surpresa que escutei toda a conversa que ele tinha pra contar.

–Você tem certeza?

–Sim.

–E onde ele está?

–Com o Robert na delegacia.

–Mas está bem?

–Na verdade Elena, nunca vi Damon mais feliz do que agora. – suspiro.

–Posso imaginar.

–Ele está chamando para encontrá-lo na casa dele mais tarde.

–Mandou você me ligar?

–Pediu, na verdade.

–Entendo. Está certo, eu irei sim. Só vou voltar para casa amanhã e estou muito curiosa para saber se ele conseguiu tudo o que queria.

–Adiantando um pouco o seu lado eu diria que ele conseguiu sim.

–Certo.

–Nem vale a pena encontrar com o idiota. – ele diz e me faz gargalhar.

–Ric?!

–O quê? – ele continua -Damon é meu amigo, e eu apoio ele em quase todas as decisões como seu advogado e espero que ele não se dê mal. No entanto, quando ele faz coisa errada eu espero que ele pague. Ética profissional e tudo mais. – sorrio.

–Você gosta muito dele, né?

–Assim como você. Carma de nossas vidas. Mas tudo bem concordar que ele merece sofrer um pouquinho.

–Eu vou precisar da sua ajuda Alaric.

–O que eu puder fazer.

–Mas vou precisar que confie em mim e que isso será o melhor pro Damon e pra mim, principalmente.

–Já concordei. – sorrio.

–Eu marco com você depois.

–Certo. Ansioso!

–Tchau, Ric.

–Tchau!

Eu sabia o que tinha que fazer. Seria minha última cartada. Mas tarde eu fui encontrar com Alaric antes de encontrar com Damon como combinado.

–E então... Marcou comigo antes de encontrar com o sequelado, o que você está aprontando?

–Do quê você o chamou? – eu estava prestes a morrer de rir.

–Sequelado?

–Ai, Ric.

–O quê? Mas é... – ele fica me encarando e eu tento parecer o menos tensa possível. -Vamos deixar de papo furado. Porque você me chamou aqui? – suspiro, tomara que dê certo.

–Bem, já vai. Preciso que você faça um contrato muito específico pra mim. – ele me olha confuso e eu passo uma pasta para ele. Ele hesita e abre e quando lê os papeis me encara espantado.

–Você só pode estar de brincadeira. – fala assustado.

–Vai me ajudar?

–Elena, eu não sei se...

–Por favor. – ele suspira e assenti.

.......

Depois de acertar as coisas com Alaric, saímos e fomos encontrar Damon e Robert na casa de Damon.

–Nossa, vocês demoraram. – diz Robert todo empolgado ao nos ver - Ele está no escritório com Sofia. Vocês não vão acreditar.

–Estamos tão animados. – ironiza Ric.

–Hey,Ric! – Damon fala quando nos vê entrando em seu escritório. Sofia está risonha. Ela sorri para mim ao me ver e pisca. Depois, com uma deixa nada sutil sai do local e nos deixa a vontade.

–Estamos aqui. – Diz Ric.

–Elena. – Damon me cumprimenta.

–Damon. – retribuo.

–Bem... – Robert começa, impaciente.

–Sentem-se! – Pede Damon.

–Você começa ou eu? – Robert pergunta, mas está na cara que ele quer falar.

–Vocês estão animados, hein? – Ric me olha e eu reviro os olhos.

–Comece você. – fala Damon olhando pro amigo sugestivo enquanto se senta e me encara.

–Certo. – Robert toma uma respiração longa e começa - Não bastasse termos pegado de jeito a Rose, descobrimos que o irmão prodígio do Mikaelson também tá metido com peixes grandes.

–Peixes grandes? – Ric pergunta tão confuso quanto eu.

–Fraudes das mais pesadas, sonegação, um monte de coisa. O idiota está ferrando a filial do Damon em Los Angeles.

–E vocês estão felizes porquê? – pergunto e Damon sorri.

–Ele não está sozinho. – diz simplesmente.

–Não brinca... – Alaric ofega ao perceber algo antes de mim.Damon sorri.

–Segundo podemos averiguar, ele precisou de uns contatos bem específicos que vieram de alguém que não está disposta a se ferrar sozinha. – explica Robert.

–Rose? – dessa vez ofego eu. – Ela estava ajudando o Klaus a ferrar o Damon? Por quê?

–Ela começou a falar feito uma matraca. Foi incrível. – disse Robert.

–Então, não pegamos só a Rose, mas também demos um jeitinho de nos vingar da parcela de culpa do Mikaelson em tudo isso. O nome dele vai pra lama. – Damon fala todo vitorioso.

–Genial. – ironiza Ric.

–Foi o que eu disse. – Robert mal percebe o tom de desacordo de Alaric.

–Mas o que vocês fizeram pra ela falar? – pergunto.

–Isso eu deixo com Damon. Eu adoro como ele conta. – Alaric e eu ficamos esperando Damon falar. Ele dá de ombros.

–A vadia pensou que eu tinha realmente casado com ela. Levei-a pra uma lua de mel fora de seus planos e... Bem, foi genial.

–O quê você fez? – Ric pergunta na mesma hora que minha boca se abre pra saber o mesmo.

–Eu não fiz nada demais. Apenas eu dei um jeito de colocar ela numa penitenciária onde metade das presas querem vingança contra ela. Depois manipulei toda a imprensa e fiz ela retirar a falsa alegação de gravidez, admitir que é uma vadia, que estava querendo dar um golpe no pai de sua filha, e bem, toda a entrevista foi feita enquanto ela estava amarrada e, cá entre nós, bastante cansada de tantas visitas especiais que recebeu.

–Você fez o quê? – Alaric está tão perplexo quanto eu.

–E tudo vai amanhã pro jornal. – Robert diz vitorioso.

–Você conseguiu pagar a imprensa pra publicar uma notícia no seu tempo? – pergunto.

–O que uma exclusiva e uma gorda quantia em dinheiro não fazem. Foi fácil. – ele diz esnobe. Inacreditável!

–E agora? Você vai ser visto como o pobre empresário Damon Salvatore, que nas portas do casamento descobriu que iria se casar com uma vadia. Que sente muito, mas que foi melhor assim. Sério? – Damon não sabe como me responder.

–Que coisa mais ridícula. – protesta Ric.

–Eu prefiro ser visto como o cara que deu a chance a uma mãe drogada de se redimir perante a filha e de recomeçar uma família a anos destruída, mas que preferiu jogar tudo fora por ambição. E agora ele está feliz que ela apenas está tendo o que merece. – Damon fala como se tudo aquilo não fosse uma história ferrada.

–Dá no mesmo. Você apenas arrumou um jeito de ficar ao seu favor. – argumenta Ric e eu concordo.

–Ela está presa, como vocês queriam, apenas, antes, eu a fiz pagar por cada coisa que fez você, ou mesmo a mim amargarmos. E acredite, ela pagou. – eu bufo. Como tudo isso se tornou mais importante?

–Damon comprou todos os mafiosos que forneciam pra Rose. – Robert dispara e Alaric arregala os olhos, mas sou eu quem falo.

–Você o quê?

–Eu paguei uma parte das dívidas de drogas dela. E em troca eles me prometeram se certificar que ela teria uma vida agitada na prisão. – Damon explica com calma.

–Você é maluco. E ela simplesmente não vai fazer nada pra se defender? – Alaric pergunta e de alguma forma essa pergunta me lembra a proposta de Damon sobre os seguranças. Ela já o ameaçou.

–Ela ficou lá esbravejando que tinha algo contra Elena e Sofia.

–E você não acha isso mais que um motivo pra se preocupar? – Alaric está quase gritando agora.

–Foi por isso que você fez com que eu aceitasse esses seguranças comigo. Meu Deus, Damon. – sinto meu estômago revirar - Qual o seu plano? Vou ter que passar a vida inteira sendo protegida, com medo que algum plano da Rose contra mim esteja em movimento? Você está brincando comigo?

–Você acha realmente que alguém fará algo pra ela agora? Ela estava barganhando com o meu dinheiro. Dinheiro que ela ainda nem tinha. Agora que toda a notícia de sua prisão vai sair nos jornais, acho bem difícil alguém levar fé nos planos dela. E com muita sorte, em dois ou três meses poderemos anunciar nossa volta.

–Como é que é? – eu falo indignada. Ele é tão sem noção assim?

–Bem, por mim anunciaríamos em uma semana, porque não quero mais estar longe de você e quero que saibam de uma vez por todas que estamos juntos outra vez. – Ric me olha e eu o encaro quase que pedindo socorro. Damon não se toca.

–Desculpa. Acho que eu entendi errado ou você está com algum problema de memória. Eu fui bem clara, Damon. Pedi pra você escolher entre mim e essa sua vingança patética contra Rose e você escolheu. – Damon ergue as mãos.

–Nem começa, Elena.

–Não. Não comece você. – ele arregala os olhos porque estou gritando - Finalmente você conseguiu o que queria. E fico feliz, de certa forma, por você estar se sentindo melhor e que tudo isso ainda não teve maiores consequências. No entanto, eu respeitei sua decisão. Sempre respeito suas decisões. Respeite e minha. No momento ela é simples. Quero você longe de mim. – Damon arregala os olhos - Não temos mais nada a ver um com o outro e você pode seguir com sua vida.

–Não está falando sério. – bufo e Alaric sorri esnobe.

–Vai por mim ela está. – ele diz e Damon o encara furioso – E quer saber? Eu dou todo o apoio.

–Você ainda tem muito o que resolver. – continuo - As coisas que fez sua filha passar nos últimos meses, as coisas com seu irmão foram deixadas em segundo plano e ainda tem o Michael.

–Você encontrou o Michael? – Robert se intromete.

–Ele é o sócio do ex da Elena. – Damon explica impaciente.

–O que vai casar?

–Ele já casou. – diz Ric.

–Podem dar um tempo, por favor? – Damon grita pros dois e me encara.

–Ok. – diz Ric.

–Saindo... – Robert fala e deixa a sala com Ric na sua cola.

–Grite se precisar Elena. – ele me pede e eu assinto. Eles saem.

–Elena, do que está falando? Podemos ficar juntos agora. Finalmente.

–Como do que eu estou falando? Você fez sua escolha. Já estávamos juntos. E eu estava disposta a ajudar você. Passar por tudo isso com você da maneira certa. Não dessa forma doentia e vil. Se meter com mafiosos do tráfico? Barganhar com a vida da Rose? No que você se transformou por esta vingança, Damon?

–Ela merecia! – ele bate na mesa e grita comigo.

–Pagar pelo que ela fez. Sim, merecia. E ela iria pagar na prisão. Mas armar pra que ela sofra lá dentro...

–Desde quando você se preocupa com ela? Ela não presta!

–Me preocupo com você! – grito - Com seus valores. Quando te conheci você era um homem ocupado, mas que por trás tentava dar a sua filha uma família e reconstruir sua vida. Um homem que ainda acreditava que Rose tivesse uma redenção. Um homem que mesmo sendo estúpido ou grosso conseguia ser respeitado e tinha amigos que o defenderiam sempre.

–O que está dizendo? – ele está confuso.

–Que você mudou. Que tudo isso que aconteceu, desde aquele dia no motel, mudou você. Desde que você descobriu a verdade sobre seu passado, o que você sofreu na infância. Você mudou Damon. Canalizou todos os sentimentos errados, se tornou vingativo, frio, calculista. Mal dá pra te reconhecer. – ele me dá as costas.

–Não fale bobagens nada do que eu sinto por você mudou. Eu ainda amo você. Ainda sou completamente apaixonado por você e eu ainda te quero.

–Eu não duvido. – ele me olha novamente, dá a volta e fica diante de mim - Mas meus sentimentos mudaram. – arregala os olhos e tenta protestar, mas eu o paro - Eu não reconheço mais o homem pelo qual me apaixonei. E não posso estar com você enquanto não voltar a enxergar um pouco daquela pessoa. – ele passa as mãos nos cabelos e volta a gritar.

–Você também não gostava dele, lembra? Os ciúmes, a violência e a desconfiança. Nada daquilo agradava você. Eu já evolui bastante sobre isso.

–Continua tão ciumento quanto antes, ainda consegue me machucar fisicamente e sobre desconfiar... É só o que você faz. – eu praticamente engulo ele com meus gritos.

–Isso não é justo Elena. – ele suspira.

–Olha, isso não vai dar em nada. Eu vim pro casamento do meu amigo. E agora eu vou voltar pra casa dos meus pais e vou seguir minha vida. Eu espero que você realmente consiga seguir com a sua. – começo a caminhar até a porta.

–Não. Elena, não faz isso. – eu não paro - Elena eu estou falando com você. Elena! – escuto seus passos apressados e ele me segura fechando a porta que eu tinha acabado de abrir. - Para com isso. Acabou! Ela está presa, podemos recomeçar, podemos ficar juntos. – ele fala tão perto de mim, me prendendo contra a porta, sua respiração contra a minha, seu cheiro... - Por favor... Tudo o que eu fiz foi... – e de repente meu botão da razão é ligado.

–Não ouse dizer que foi por mim, ou por nós. – ele sacode a cabeça.

–Não! Foi por mim. Pra eu conseguir me sentir melhor e ser o melhor com você e por você. Por todos vocês. Sofia, Stefan. Eu nunca conseguiria ser o que vocês queriam se eu não tirasse tudo aquilo de dentro de mim. Se não colocasse pra fora. – eu não tinha parado pra pensar nisso, mas isso não adianta muita coisa.

–Fico feliz que esteja se sentindo melhor consigo mesmo, Damon. Mas acabou. Vou voltar para a fazenda. Por favor, se certifique o quanto antes de que podemos nos livrar dos seguranças. Minha mãe e eu não estamos acostumadas com esse tipo de coisa e quero o quanto antes cortar todos os vínculos com você.

–Elena...

–Me deixe sair.

–Por favor... – ele cola a testa na minha e fecho meus olhos.

–Por favor, Damon. – ele soca a porta e eu salto, ele se afasta e eu saio – Adeus!

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–E eu tenho que ficar surpreso? Eu sabia que nada disso iria acabar bem.

–Você não está ajudando... – o conhaque está com o gosto quase inexistente pra mim agora, bebi demais.

–Sou seu amigo, quando você faz burrada eu jogo na sua cara.

–Ela ficou brava com você? – meu irmão me pergunta. Ele consegue ser genial em muitas coisas, já em outras...

–Ela me deu um fora Robert.

–Ela caiu na real e percebeu que você é um idiota que não se preocupa com o que ela sente ou pensa.

–Cala a boca Alaric! – ele mostra o dedo pra mim. Estamos entre adolescentes?

–Mulheres são confusas... – suspira Robert.

–Com toda certeza. – tomo mais um gole de conhaque.

–Eu só digo uma coisa: se você não quer perder a Elena vá atrás dela, ofereça sua vida a ela, prometa o mundo e só saia de lá quando ela decidir lhe dar uma chance e se isso acontecer, aceite todas as condições dela. Esse é meu conselho. Agora se me der licença, tenho trabalho a fazer.- Alaric levanta e se vai todo esnobe. Eu sei que ele tem razão, eu sei que tenho que fazer isso e vou fazer, mas antes eu pretendo terminar esta garrafa de conhaque, mais uma.

–É, eu também. E sobre o que você me pediu. Eu consegui o endereço dele. Está bem aqui. – Robert deixa o pedaço de papel na mesa, com o endereço do pai dele. Meu padrasto.

–Obrigado!

–Sofia ainda está no apartamento da Elena? – Alaric volta e pergunta da porta, eu assinto.

–Ela vai voltar. Vou falar com ela. Antes vou resolver essa coisa com o Stefan. – diz e se vai de vez.

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–Eles conversaram. Aparentemente o Stefan já havia o perdoado, só estava com muito orgulho ferido pra admitir. – Alaric está me mantendo informada sobre os últimos acontecimentos.

–Menos mal. – suspiro e minha mãe me encara ansiosa.

–Você tem mesmo certeza de que quer levar isso adiante? – Ric me pergunta mais uma vez.

–Eu tenho.

–Elena, pode não funcionar. Você está jogando alto aqui.

–Você sabe o que eu sinto por Damon, mas ele nunca vai poder corresponder na mesma medida. Nunca será o suficiente. E se eu não posso ter o que eu mereço, vou ter ao menos isso.

–Bem, toda vez que eu leio estes papéis eu me convenço mais ainda de que nada disso dará certo.

–Talvez. Mas eu quero arriscar.

–Tudo bem. Vou legalizar tudo e vou te enviar assim que puder.

–Obrigada Alaric.

–Espero que você saiba o que está fazendo, Elena. Damon pode estragar tudo isso, mais uma vez.

–Sim, ele provavelmente vai, mas eu não tenho mais nada a perder. – ele desliga.

–Você tem certeza que é a melhor opção, querida?

–Não mãe. Mas não dá pra ficar pior, certo?

–Sabe que se entrar nisso não vai dar pra correr depois.

–Sei sim. Mas não vou desistir.


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Notas finais do capítulo

Até amanhã :D