Mais uma semana se foi. Eu estava hesitando em ir a Salvatore. Não tinha um motivo exato pra isto. Talvez eu não estivesse pronta pra entrar naquele prédio como uma última vez. Talvez eu não estivesse pronta para cruzar com todas aquelas pessoas que se tornaram importantes pra mim. Talvez eu não quisesse me despedir dele.

Eu saí para compras. É uma sexta-feira e eu precisava sair e ver outras pessoas. Precisava fugir das paredes de meu apartamento e esquecer minha última conversa com ele.

Quando volto ao meu apartamento eu me encontro com Bonnie. Combinamos de ir juntas encontrar os meninos. Sexta-feira, este hábito nunca irá mudar.

-Nossa! Achei que não iria chegar nunca. – ela reclama.

-Bem, eu precisava me distrair. Acabou que eu exagerei. Esqueço que estou desempregada agora, mas quando eu vi. Não conseguia parar de comprar. – ela sorri enquanto me assiste livrar-me de todas as sacolas. – Acredita que comprei um vestido de festa? Nem sei onde usar isso. – eu bufo e me jogo no sofá exausta.

-Eu sei. – ela fala em tom enigmático. Eu a olho e ela sorri, indo até a cômoda e pegando de lá um envelope. – Chagou pra você. – seu tom é divertido.

Eu pego o envelope curiosa. É um convite. Para o evento de gala da Krhomos deste ano. Um baile de máscaras. Eu pisco.

-Vira! – Bonnie pede sorrindo. Atrás há uma mensagem do próprio Elijah Mikaelson.

“Espero que não deixe de comparecer. Adoraria desfrutar de sua presença nesta noite. Um beijo. Elijah.”

-Ele não desiste. – eu bufo.

-Você pode levar acompanhante. Há duas senhas aí. – os olhos de Bonnie brilham.

-Eu não vou.

-Mas é claro que vai Elena. Você tem lugar pra usar seu novo vestido e tem mais, vai ter lugar pra levar o seu amigo, o Kol. – meus olhos arregalam. – Ele ligou e perguntou por você. Falou que não pôde vir na semana passada, mas que adoraria marcar algo com você neste fim de semana. Me pediu pra te passar o recado e deixou o número pra você retornar. – ela me passa um pedaço de papel com o número dele.

-Eu esqueci completamente do Kol. Realmente ficamos de marcar algo. Mas eu posso levá-lo pra qualquer outro lugar, eu não vou a esta festa. – ela senta ao meu lado.

-Elena, você sabe quem vai estar lá? – eu a olho. - Claro que eu sei. Todas as prováveis mesmas pessoas que sempre estão em todos estes eventos.

-Eu estou falando do Damon.

-Eu sei Bonn. Por isto mesmo eu não vou.

-Eu iria. Chagaria lá a convite do próprio anfitrião. Poria meu vestido novo, minha melhor maquiagem e salto alto e iria esfregar na cara dele o quanto ele perdeu por ser um total imbecil. – eu sorrio.

-Não mesmo. Eu quero distância do Elijah também. Ele fica me cercando e se eu aceitar ele vai ficar ainda mais no meu pé e depois...

-E depois o que? O Damon vai achar ruim? Olha desde que você conheceu este tal de Elijah que você ficava toda retraída por que ele era o rival do seu chefe e vinha todo aquele seu discurso chato de ética. Mas agora? Ai Elena, deixa de ser boba. Vá a esta festa. Há muitos empresários lá. Talvez até consiga um novo emprego. – ela pisca.

-Não! – eu falo levantando e começando a recolher as sacolas.

-Pelo menos pensa um pouco. É no domingo. Vai ficar fazendo o que presa aqui num domingo? – eu ignoro e ela revira os olhos.

Eu entro no meu quarto e jogo as compras na cama. Encaro o convite em minhas mãos outra vez. Com certeza Damon vai, Stefan, Caroline, a nova assistente, Klaus. Eu não quero mais nem pensar em ninguém dessa fase de minha vida. Mas talvez a Bonnie tenha razão em uma coisa: Damon me daria uma última olhada e veria que estou muito bem longe de sua empresa e de sua vida. Como ele mesmo me pediu. Seria uma despedida de toda essa loucura que permeou esta fase. É um caso a se pensar.

Eu tomo um banho demorado e saio com Bonnie para encontrar meus amigos. A noite foi muito divertida como sempre era ao lado deles. Claro que eles evitaram o assunto Damon ou Salvatore o que eu agradeci. Voltei pra casa exausta e não demorei muito a cair no sono. O dia foi puxado.

A manhã de sábado começou tranquila. Eu malhei, fiz compras pro apartamento, reabasteci minha geladeira. Depois pedi uma pizza pro jantar e quando estava comendo e tomando uma cerveja me vi encarando outra vez aquele convite. É isso, eu vou a esta festa. Só preciso de companhia agora. Eu ligo para o Kol.

-Alô!

-Alô, Kol? É a Elena!

-Oi Elena, que legal. Pensei que não iria ligar mais. Tudo bem?

-Sim e você?

-Entediado! – eu mordo o lábio.

-Bem, eu liguei pra te fazer um convite... – hesito, ainda não estou muito segura, mas agora já foi.

-Que convite?

-Um amigo meu vai dar uma festa amanhã e eu não tenho acompanhante. Então eu pensei que poderíamos aproveitar e irmos juntos, o que acha? – ele fica em silêncio.

-Seria um amigo do tipo Damon Salvatore?

-Na mesma linha.

-Então seria uma festa branca?

-Exato. Um baile de máscaras na verdade.

-Uou! Gostei! Só não sei se eu tenho roupa pra isto comigo aqui, mas eu posso dar um jeito. Preciso usar máscara também?

-Acredito que sim.

-Bem, então eu vou dar um jeito nisso também.

-Então é um sim?

-Tá brincando? Com certeza é um sim. Eu vou adorar estar no meio daqueles figurões. – ele sorri.

-Então tudo bem. – estou empolgada – Olha amanhã às oito certo? Anota meu endereço e vamos juntos do meu apartamento.

Eu passo o endereço pra ele.

-Vou finalmente levar meu carro novo pra um lugar interessante.

-Obrigado por aceitar.

-Obrigada por me convidar. Te vejo amanhã às oito.

-Até lá então. Beijo!

-Beijo! – eu desligo. Agora não dá pra voltar atrás.

...

-Quer mesmo que eu vá?

-Quero!

-Mas você vai com seu irmão, suas duas assistentes, o que diabos você quer que eu vá fazer lá?

-Olha Ric, apenas vamos comigo ok. Eu sinto que vou avançar em cima daquele desgraçado sem você por perto e também eu tenho que aparecer, senão só vão aumentar os rumores sobre Paris e quero que aquele jantar seja apagado da memória de todas aquelas pessoas.

-Se você diz... – ele encolhe os ombros. – Mas eu não vou colocar máscara. Acho ridículo.

-Ah, eu acho que você ficaria um charme como o fantasma da ópera. – gargalho.

-Há há há. Muito engraçado. – Alaric não tem boas recordações sobre essa peça e eu nunca o deixo esquecer. – A Elena apareceu?

-Não que eu saiba. O pessoal do departamento ficou de me avisar quando ela fosse recolher suas contas, mas até agora...

-Ela está hesitando...

-Não sei porque, pareceu bastante decidida quando me pôs pra fora do apartamento dela.

-Com todos os motivos do mundo.- eu bufo.

-Não enche o saco. – Sofia entra na sala acompanhada pelo tio.

-Vou poder ir nesta Damon?

-Primeiro de tudo, me chame de pai. E não, não vai. Conversamos sobre isto.

-Ai Damon, é muito brega essa ideia de que eu só vou poder te acompanhar em bailes depois dos quinze.

-Eu também acho. – Stefan fala sorrindo.

-E é por isso que sua opinião não conta. – todos me olham incrédulos. – Você não vai. Não ainda. – ela revira os olhos e senta ao meu lado. Já sabia que era uma batalha perdida. Eu cedo sobre muitas coisas pra ela, mas quanto a isso não.

-Você vai tio? – ela pergunta pra Ric que afirma. – Ótimo! Se ver a Elena mande um beijo pra ela. – meus olhos arregalam.

-Ele não vai ver a Elena. – eu rosno.

-E por que não? – eu pisco. – O Elijah é doido por ela, com certeza a convidou. Com certeza o irmão dele contou que ela não é mais sua assistente. – ela diz esnobe.

Elena não iria. Ela não aceitaria um convite daquele babaca. Não depois de tudo o que ele fez. Mas aceitou as flores... Não Damon, ela não vai!

...

-Eu adorei este vestido. Você está linda! E esta máscara. Uau!

Bonnie está deslumbrada e eu estou nervosa. Meu cabelo está preso. O vestido é longo. Negro, tomara que caia, detalhado com algumas pedras que eu fiz questão de combinar a máscara.

Ouvimos a campainha. Oito em ponto.

-É o Kol. – eu falo arfando. Recolho minha bolsa e jogo nela meu celular.

-Eu vou atender. – ela saia animada e fico revendo minha maquiagem.

Depois eu a sigo e encontro Kol no meio da sala, elegantemente vestido, Bonnie me nota antes que ele e solta: “Ele é um gato!” Eu sorrio e então eu falo, ele estava encarando as minhas fotos na sala.

-Oi Kol!  - Ele se vira e a boca abre. Nas suas mãos ele segura sua máscara, assim como eu a minha.

-Uau! – ele sorri. – Estou me sentindo um mendigo. - Ele brinca e eu sorrio.

-Seu bobo. Vamos?

-Claro! Foi um prazer Bonnie.

-O prazer foi todo meu. – ela diz risonha.

-Até mais tarde. – eu me despeço de minha amiga e ela me abraça.

-Divirta-se. Amanhã eu vou madrugar aqui na sua porta. – ela sussurra só pra mim. Eu rolo os olhos. Me volto pra Kol.

-Vamos? – ele me oferece o braço.

-Por favor. – eu falo e entrelaço meu braço ao dele. Logo saímos. Kol está empolgado e todo cheio de galanteios, inspirado, eu estou me divertindo. Até agora. Deus me ajude!

...

Chegando no evento está um caos até para estacionar. Eu saio na companhia de Kol e na recepção está Elijah e um rapaz. Eles estão recebendo a todos. Ele me olha e sorri.

-Elena. – diz quando me aproximo. – Fico feliz que tenha aceitado o contive, ele segura e beija a minha mão. Estou meio sem jeito, há fotógrafos por toda parte e flashes sem parar.

-Este é meu amigo, Kol.

-É um prazer meu jovem. – ele aperta a mão de Kol.

-Igualmente. – é divertido ver Kol forçando um tom cortês, ele parece deslumbrado.

-Você está em ótima companhia. – Elijah fala para ele e me olha.

-Verdade. – Kol está risonho.

-Por favor entrem. E desfrutem da noite. – ele diz e beija minha mão uma última vez. – Queria ter a honra de uma dança, mais tarde talvez. – ele solta só pra mim, eu apenas sorrio e saio de perto dele.

Menos uma coisa pra esta noite.

-Nossa! Quanta gente bacana! - Kol fala sorrindo pra mim. – Vou agir como um deles e te oferecer uma bebida. Aceita? – estou sorrindo.

-Claro, obrigada! – Falo sorrindo e ele se afasta. Eu coloco minha máscara.

Eu estou girando o olhar pelo salão. Não vejo ninguém da Salvatore ainda. Eles devem chegar perto das dez, como Damon costuma fazer em eventos deste horário. Agora é quase isto. Meu coração está acelerado.

-Senhorita Gilbert! – eu viro com a menção de meu nome e dou de cara com Johny Stark e sua esposa Vetra.

-Senhor Stark, senhora Stark. – eu cumprimento risonha.

-Não vimos o Damon. – eu sorrio sem jeito.

-Ah, eu realmente não poderia ajudar, não trabalho mais com ele. – eles piscam.

-Oh! Nos desculpe então. – ele diz cortês e vejo Kol voltar com nossa bebida.

-Aqui está Elena – ele fala me passando uma taça com espumante.

-Senhor me deixe apresentar meu amigo Kol. – ele olha pra meu acompanhante simpático. – Kol este é Johny Stark. – a boca de Kol cai.

-É –é um prazer... – ele gagueja. Johny sorri. Kol cumprimenta a esposa dele.

Conversamos por um tempo e depois eles se vão e Kol me olha.

-O cara é um gênio.

-Sim. Ele é muito respeitado neste meio.

Ficamos conversando, dançamos vez ou outra, bebemos. Está tudo perfeito até agora, estou me divertindo, mas a noite está só começando...

...

-Você está me devendo uma. – Alaric rosna assim que estaciono meu carro na porta do evento. Stefan está conosco e Caroline com Katherine no outro carro com Mason.

-Para de reclamar. Você me deve várias. – eu sorrio e saímos.

Somos recebidos por Frediric, assistente do Mikaelson. Logo todos entramos no evento. Stefan encontra uns amigos e Caroline o segue. Comigo está Katherine e Alaric.

-O cara tem bom gosto. – Alaric observa está tudo muito bem organizado.

Ao longe eu avisto Johny. Aceno e aviso a Alaric que fica e Katherine me segue.

-Damon, finalmente. – ele diz.

-Como vai? Vetra...

-Muito bem. – eles respondem juntos.

-Esta é minha nova assistente, Katherine Pierce.

-É um prazer senhorita Pierce. – ele diz. Ela sorri.

-Nós encontramos a Elena. – Vetra diz e eu pisco. Ela veio!

-Mesmo? – forço o meu melhor riso.

-Ela estava acompanhada de um amigo... – ela hesita, que amigo? – Como era mesmo o nome amor? – Johny tenta, Vetra arregala os olhos. – Kol! – claro que sim o namoradinho de Oklahoma. Ela é rápida.

- Ah! – não sei o que falar e imediatamente a conversa muda de tema, o que eu agradeço. Ela veio e ainda trouxe o ex. Muito bom! Meus olhos começam a andar pelo salão. Onde ela está? Droga de baile de máscaras.

...

Andando pelo salão com Kol um homem me chama a atenção e eu sorrio. Não bastasse ele ser talvez o único do salão sem máscara seu rosto é familiar. Alaric. Guio Kol até ele.

-Alaric! – digo risonha e ele pisca e depois de um segundo sorri.

-Elena?! – ele me abraça. – Está deslumbrante. – ele encara Kol ao meu lado.

-Este é meu amigo. Kol. Kol, Alaric. – eles se cumprimentam. –O que faz aqui? – eu sei é uma pergunta idiota, mas faz sentido. Ele e Elijah não se batem bem. Ele rola os olhos.

-Damon me arrastou. – eu engulo. Claro! Ele deve estar por aí.

-Ah! – eu ofego.

-Seu ex chefe. Uau! – Kol brinca e Alaric o olha feio.

-Você sabe como ele pode ser persuasivo. – Ric brinca.

-Sei sim. – digo risonha.

-Ele está bem ali. – Alaric aponta e me viro pra ver meu chefe falar com o senhor Stark, acompanhado por uma jovem. Pelo porte, Ketherine, com certeza.

Ele está sorrindo e muito bem vestido. Lindo! Usa uma máscara discreta. Séria. Estou começando a suspirar quando eu acordo e desvio meu olhar.

-Bem, nos vemos. – digo sorrindo fraco e Alaric sorri.

Kol cumprimenta ele e nos afastamos. Meu coração está disparado. Só bastou eu vê-lo!

-Tudo bem? – eu assinto. – Tem certeza? Você está tremendo.

-Estou bem.

-Eu não poderia imaginar que você não trabalhava mais com o Damon. Achei que seu convite era por meio dele.

-Kol, eu ainda não contei pros meus pais, então se puder...

-Claro. Que é isso, nem precisava pedir.

-Obrigado!

-Quer uma água?

-Sim, por favor.

Kol se afasta, minha visão está um tanto turva. Eu bebi demais. Estou olhando pra Damon outra vez. Ele continua falando com o amigo. Ela ao seu lado. Poderia ser eu...

-Elena! – a voz de Elijah me faz pular.

-Oi! – ofego.

-Uma dança? – não estou pensando muito sobre nada.

-Claro. – eu aceito e nos dirigimos pra pista. Fico ainda mais zonza com os flashes que nos seguem.

...

-Nem imagina quem eu vi. – Alaric diz convencido.

-Eu sei. Elena. – falo a meia voz Katherine está bem ao meu lado. Alaric pisca.

-Viu ela?

-Não, mas sei que está aqui.

-Bem, aqui está sua chance, porque ela está dançando com o anfitrião. – ele aponta pro casal rodopiando pela pista de dança. É a Elena? Esta tão linda... O que ela faz com ele?

-Mas o que...? – eu quase grito.

-Algum problema? – Katherine pergunta.

-Acredito que não vá mais precisar de você esta noite Katherine, no entanto, antes de pedir para Mason deixar você em casa. Preciso que dance comigo. –percebo Alaric travar ao meu lado.

-Oh! Tudo bem. – ela ofega.

-Ótimo! – sorrio fraco. – Com licença Ric! – eu digo e ele está incrédulo. Ignoro sua expressão e guio minha assistente até o meio da pista. Eu quero ver isto de perto. Ainda não posso crer. Ela é maluca? O cara é um... Apenas respire Damon.

Começo uma dança desengonçada com a garota diante de mim. Eu realmente não quero me concentrar em passos. Estou com os olhos nela, que distribui sorrizinhos pra ele... Se ele encostar num fio de cabelo dela...

...

No meio de um giro eu acho que estou alucinando. Damon, dançando com Katherine. Ele está me olhando, eu posso perceber. Você não vai querer entrar nesta comigo Salvatore. Desvio meu olhar e me concentro apenas em meu parceiro.

-Eu realmente precisava me desculpar com você.

-Águas passadas Elijah. – eu tento não encará-lo, nem a Damon.

-Soube de sua demissão e minha proposta continua de pé. Se quiser...

-Eu realmente não quero pensar sobre isto esta noite.- sorrio forçadamente.

-É claro, desculpe. Sem trabalho hoje! – sorrio grata. Terminamos a dança e saímos da pista. Eu não vejo mais Damon. Na volta Kol me espera.

-Sua água. – ele diz risonho e Elijah me olha.

-Foi um imenso prazer como sempre Elena. – ele beija minha mão e se vai.

-Rico, boa pinta, mas chato a beça. – Kol fala e me faz sorrir, enquanto aceito a água que me trouxe.

Eu realmente sinto que a noite acabou. São quase meia-noite.

-Você gostou da festa? – pergunto em tom meio manhoso.

-Você bebeu demais e agora quer ir embora? – pergunta risonho.

-Exatamente. – ele gargalha.

-Você é um espelho pra mim Elena...Vamos fazer o seguinte, vai ser um terror tirar o carro. Eu vou fazer isso e volto pra te pegar.

-Obrigado!

-Disponha. – ele sorri e beija meu rosto, em seguida se vai.

Eu fico sozinha tomando a minha água, estou me sentindo cheia e cansada, sem falar que minha cabeça está começando a girar.

-Boa noite Elena! – eu pulo, porque reconheço bem esta voz. Eu não viro pra olhar.

-Boa noite Damon! – respondo seca e ele está quase colado em minhas costas.

-Onde está seu acompanhante?

-Onde está a sua sombra? – me viro e o olho, está sem a máscara, eu retiro a minha e o encaro melhor.

-Ela é minha assistente e eu acabei de dispensá-la.

-Que bom pra ela então. – forço um sorriso e tento me afastar ele me segura.

-Você está bêbada?

-Desde quando é da sua conta?

-Elena... não me provoca. – eu me solto do seu braço.

-Não estou te provocando.

-Ah não? O que diabos você veio fazer aqui então?

-Você acha que o mundo gira em torno de você? O Elijah me convidou.

-Claro. E você aceitou sem nem pestanejar.

-E qual é o problema? – ele me fuzila com o olhar.

-Vou tirar você daqui agora. – ele me segura outra vez, eu fico tentando me soltar, mas ele é forte.

-Me solta Damon. – estou quase gritando. Eu me sacudo...

-Por favor gente, vocês estão chamando atenção. - Alaric chega perto de nós. – Damon, solta ela. – ele me encara feio e me larga eu fico esfregando o braço.

-Vocês não podem discutir em outro lugar? – Ric diz a meia voz.

-Katherine se foi? - Damon pergunta e Alaric afirma.

-É, vamos ter certeza que a mala foi embora. – eu acho que falei bem alto. Damon arregala os olhos.

-Você está bêbada Elena?! – Alaric me encara perplexo.

-Não!

-Está! – Damon rebate.

-Não estou. – Damon bufa.

-Fala pro Stefan segurar as pontas por aqui. Eu vou levar ela pra casa. – Damon fala pra Alaric.

-Não você não vai, eu vou voltar com meu acompanhante.

-Olha, me desculpe, mas acho que seu acompanhante deve ser o último a sair da festa. O anfitrião não sai cedo.

-Damon... – Alaric tenta.

-Nada Ric, veja o estado dela! – ele está bem aborrecido. Pouco me importa.

-Deixa de ser idiota. – os olhos dele arregalam. – Eu não estou com Alaric eu estou com...

-Comigo! – Kol fala e Damon se volta pra ele. – Ela veio comigo Damon. Como vai?

Damon bufa e me olha, um riso descrente na face. Ele se volta para o Kol.

-Estou muito bem Kol. E você?

-Bem, obrigado. – o tom de Kol não é amigável e eu estou agradecendo por isto. Ele adquiriu uma postura bem séria. – Vamos Elena? – ele se volta pra mim.

-Claro. – eu olho pra Damon esnobe. Ele está de olhos cerrados. Eu encaro Alaric. – Boa noite Ric!

-Boa noite Elena! – ele sorri fraco e eu passo pelos dois segurando o braço do Kol. Só quero estar em casa.

-Você está bem? – Kol me pergunta quando nos afastamos.

-Sim. Só quero chegar em casa. – ele sorri e vamos embora.

Ficamos o caminho inteiro calados. Quando chegamos no meu prédio Kol se oferece pra me deixar na porta, mas eu dispenso.

-Tudo bem. Eu estou bem. Muito obrigado pela companhia.

-Obrigada pelo convite eu realmente me diverti bastante e estava sendo muito invejado. Você está muito linda.

-Boa noite Kol!

-Boa noite Elena! – eu saio do carro e ele logo se vai. Estou exausta, minha cabeça em fúria. Me arrasto até o elevador e quando para no meu andar minha mão está na testa. Meu mundo instável. Eu ergo o meu olhar.

...

-Você ficaria muito bravo se tivesse que voltar com o Stefan? – Alaric nega.

-Vai logo atrás dela. Agora toma cuidado com o que você vai falar. Ela está muito mudada e não acho que você a iniba mais em nada.

-Me conta uma novidade Ric.

Ele sorri e eu corro. Eu voo até meu carro e ainda dá tempo pra ver Elena e Kol entrar no carro. Meu Camaro vence aquela banheira com rodas travadas. Eu sei exatamente o que vou fazer.

Voo até o apartamento dela e fico esperando eles chegarem, claro que cheguei primeiro. Estou no andar dela, no lado de fora de seu apartamento. Alguns minutos depois eu ouço o elevador. Elena saia de lá um tanto atordoada e quando me vê ela congela.

-Só pode ser brincadeira Damon... – ela reclama.

-Bem, não é.Vamos conversar.

-Eu não vou conversar com você. Estou cansada, vou entrar no meu apartamento e dormir e você vai dar o fora do meu prédio e se possível da minha vida. – seu olhar é firme. De onde saiu tanta marra? Eu estou admirado, mais do que sempre fui. Ah Elena... Eu também sei jogar!

-Se você me quer fora da sua vida tanto assim por que está hesitando tanto em ir até a Salvatore e romper de vez a única coisa que ainda me liga a você? – ela pisca.

-Ora eu... Eu... Eu estive ocupada. – diz arrebitando o nariz. Está linda, eu prendo o riso.

-Eu tenho outra teoria... – me aproximo dela e ela imediatamente se põe na defensiva cruzando seus braços.

-Eu não quero ouvir.

-Eu não quero falar aqui no meio do corredor. Seja educada e me deixe entrar em seu apartamento.

-Eu não quero. – ela sibila furiosa.

-Depois desta conversa você nunca mais vai me ver. Eu prometo. – ela franze o cenho. – Eu peço pro Ric vir tratar com você sobre sua demissão pessoalmente e você não correrá o risco de esbarrar em mim indo a Salvatore. – ela está me encarando.

-Cinco minutos. – ela fala.

-Perfeito! – eu sorrio. Ela rola os olhos em expressão de tédio e se dirige até a porta. É engraçado a ver tentando acertar a fechadura sem sucesso. Podemos passar o resto da manhã aqui.

-Posso tentar? – ela me olha e me passa a chave a contra gosto. Eu abro a porta e ela entra se livrando dos sapatos, bolsa e máscara.

-Quer tomar alguma coisa? – me pergunta indo pra cozinha.

-Não obrigada! – ela encolhe os ombros e se vai em seguida volta com um copo cheio com água. Estou sentado no sofá, ela se senta ao meu lado, na verdade ela se joga, soltando o cabelo.

-Você tem quatro minutos agora. – diz tomando a água.

-Elena, porque aceitou o convite de Elijah? – ela dá de ombros.

-Por que eu quis. – sorri irônica.

-Sabia que eu estaria lá e foi lá me provocar, me fazer ver como você pode seguir em frente sem mim. – ela bufa.

-Você é muito arrogante.

-Sou sincero e realista. Seja educada e faça o mesmo.

-Elijah me convidou. Kol estava na cidade e estávamos pra combinar algo. Ele adora este tipo de coisa e eu queria me divertir. Só isso. Satisfeito?

-Não, não estou.

...

Que droga Damon. Por que é tão difícil me desligar de você.

-O que você quer que eu te diga Damon? Não posso dizer o que você quer ouvir, isso iria contra o seu termo sinceridade.

-A questão é que o que eu quero ouvir é a verdade. Se você não fala está me negando e sendo desonesta.

-E o que você quer ouvir exatamente, senhor verdade absoluta? – ele se aproxima de mim. Oh droga! Ele está tão lindo neste terno... Foco Elena!

-Olha nos meus olhos e diz que não foi na festa dele me provocar! – eu engulo.

-Eu não fui.

-Olha pra mim Elena. – eu não estava? Eu o olho.

-Eu não fui te provocar.

-Foi jogar na minha cara que está muito bem sem mim e cercada de novos pretendentes?

-Não!

-Sim!

-Você está conversando ou impondo uma conversa?

-Me fala a verdade Elena. – Ah , que se dane!

-Tudo bem, - eu começo, me livro de meu copo e me ponho de pé. – quer saber por que ainda não fui até a Salvatore? Quer saber porque fui a festa do Elijah hoje? – ele afirma me olhando ainda do sofá. – Fui a festa pra te ver e não fui a Salvatore pra não ter que me despedir de vez de você. Satisfeito Damon? – ele me encara e em seguida olha pro chão, quando ergue o olhar ele está sorrindo. Qual é a graça? – Você é um idiota! E eu mais ainda, por que depois de todas as coisas ridículas que você me falou e das atitudes infantis, eu fico agindo como uma imbecil e masoquista que não consegue se livrar da pessoa que mais me fez sofrer em toda minha vida. – ele se põe de pé e começa a se aproximar. – Eu devo ser alguém realmente divertida pra você. Alguém que te faz rir, que te envaidece e que te deixa se sentindo o imperador da terra, eu sou muito burra eu...

-Elena! – ele grita e eu paro, ele me puxa bruscamente pela cintura e aqui estamos nós, colados, olho no olho. – Cala a boca! – ele fala sorrindo e me beija. Oh meu Deus! Era disso que eu precisava por todos estes dias? Sim! Era exatamente disto!

Meus olhos se fecham automaticamente. Minhas mãos ao redor de seu rosto. O puxando pra mim. Ele é meu. Sua língua na minha, numa sensação doce e molhada que me faz arrepiar, eu sinto a parede nas minhas costas, suas mãos em meus ombros e descendo por meu colo até a minha cintura. Sua boca sai da minha e um gemido me escapa, eu ouço sua respiração ofegante.

-Quando. Você. Vai. Entender. Que. Você. É. Minha? – ele fala entre beijos que deposita na linha do meu colo até meu ouvido. Estou agarrada a sua cintura.

-Eu ainda não sou sua. – falo ofegante. – Mas eu posso mudar isso agora! – e que não me perguntem se foi pelo álcool ou pelo desespero e saudade. Eu quero ele na minha cama agora. Eu sempre quis. Eu o amo.

Damon me olha atordoado depois do que eu digo eu arranco seu terno e em seguida sua gravata, começando a desabotoar sua camisa. Ai meu Deus! Ele é tão forte... Desabotoo toda sua camisa e sinto seu corpo. Quente, macio, forte. Meu! Ele está me olhando enquanto eu o observo, ele mantém suas mãos em minha cintura, eu começo a distribuir beijos por todo o seu peito, subo minha mão até a sua nuca e beijo seu pescoço. Ele acaricia minha cintura e começa a subir suas mãos em busca do zíper de meu vestido. Me livro de sua camisa assim que posso e sinto meu vestido deslizar até o chão.

-Elena, você está bêbada e... – eu calo sua boca com um beijo.

- Cala a boca! – falo o olhando firme, ele está ofegante. Damon sela nossos lábios mais uma vez em um beijo devastador, ele entrelaça as mãos em meus cabelos e a outra está me apertando na cintura, seu beijo desesperado me tira o ar, o chão, a razão. Oh Damon, você é única pessoa que me deixa nos extremos. Irracional demais para se descrever.

Meu corpo está sendo pressionado em vários lugares diferentes. Eu não sei aonde estou, estou tonta e sem ar pela força de seu beijo. Damon ofega.

-Seu quarto... – ele solta e eu abro os olhos e nos guio até lá, Damon me joga na cama e cai sobre mim explorando cada centímetro de meu corpo com seus lábios. Me deixando louca. Perdida. Viva!

-Tenho preservativo na gaveta de cima. – eu falo e ele me olha enquanto eu lhe aponto a cômoda ao lado de minha cama. Damon sai de cima de mim e se livra de sua calça, depois vai até a gaveta, pega o preservativo e coloca ao meu lado na cama, depois me livra de meus sapatos e dos seus. Logo está em cima de mim, seu corpo extremamente quente me faz começar a suar.

Estou totalmente entorpecida. Como eu o quero. Damon me ataca com outro beijo e explora meu corpo com suas mãos, toca nos meus seios e me livra do sutiã. Com meus seios expostos uma nova sensação me invade. Sua boca quente e molhada me causa espasmos enquanto se delicia com voracidade em meus mamilos, me deixando ainda mais enlouquecida. Puxo sua cabeça, quero beijá-lo novamente. Assim ele parece tão meu. Damon se livra de minha calcinha, se protege com o preservativo e começa a me estimular com suas mãos. Deus! É tão sublime.

-Eu te quero tanto... – ele ofega.

-Estou aqui. – eu gemo e ele em resposta me penetra.

-Você é minha Elena. – ele rosna gemendo ao pé do meu ouvido.

-Totalmente. – e o momento não cabe mais palavras. Só respirações alteradas, corações acelerados, gemidos descontrolados e uma explosão de sentimentos. Eu o amo. Ah eu o amo...

Estou me entregando, afundando num oceano que me sufoca e acalma, que me envolve enquanto me faz delirar. Eu gemo seu nome, eu reclamo sua pele para mais perto de mim, seus braços fortes, seu beijo. Meu beijo... Meu, meu Damon.

Meu corpo treme e ele solta um rugido em satisfação, afundando sua face em meu ombro, beijando meu pescoço. Molhados, extasiados. Unidos.

-Eu te amo! – eu falo e ele desaba me puxando para si, estou em seu peito, seus braços ao meu redor. Eu nunca me senti tão segura, tão plena, tão feliz!

-Eu também te amo... – e eu não sei se ele disse isto, ou se eu sonhei. De qualquer forma o que senti e vivi não dá pra descrever. Eu apenas senti e agora tudo vai ficando eternizado nos meus sonhos... Estou em paz!