Capitulo 03.

Adentrei no quarto e ele estava ali olhando pra porta, sentado do seu lado esquerdo da cama com uma cara de interrogação.

_Acho que precisamos conversar Edward – sentei ao seu lado e fiquei a encarar a porta também, quando percebi que ele olhava pra mim virei-me pra ele.

O fiquei encarando uns minutos e resolvi-me por falar de uma vez.

_Edward... Eu queria mesmo, me desculpar por qualquer coisa que tenha ti dito. Talvez seja difícil pra você, mas eu sou assim e...

_Eu também errei – ele me cortou.

_Acho que não deveria ti cobrar de nada. – lhe disse.

_Ou talvez devesse, eu só saio mesmo pra ...

_Por favor, não me fale, não quero que se sinta obrigado á isso. – eu lhe disse.

Suspiramos os dois juntos.

_Eu sou uma péssima esposa eu sei – lhe falei, o olhando de novo, era a primeira vez que o encarava, assim espontaneamente. Só pra descobrir seus mistérios. Ele tinha olhos lindos.

_Eu não ajudo muito – ele observou que eu o encarava e desviou o olhar para baixo, para as suas mãos.

 Eu encarei suas mãos e de súbito passei a minha mão esquerda em cima da dele e a apertei, um sinal de compreensão. Ele virou as suas mãos para cima e a acolheu de bom grado. Depois de um tempo encarando nossas mãos juntas percebi que ele já não olhava as nossas mãos juntas e sim o meu rosto. O que me fez corar.

 O olhei e encarei seus lábios e me lembrei das palavras de Jesse – são beijos quentes Bella, são beijos apaixonados e molhados. Eu sei que é estranho, mas é como se eu pudesse sentir o gosto de Mike em mim quando nos beijamos. – ele percebeu que eu o encarava, o que me fez desvia os olhos para baixo.

 Ele com a outra mão levantou meu queixo, e ficamos nos encarando. E meio que num impulso eu o perguntei algo que não tinha nada haver com a minha pessoa, mas eu queria que fosse algo inocente.

_Edward, você poderia me deixar ti beijar?

Primeiro ele me olhou estranho e depois como uma forma de concessão apenas fechou os olhos. Eu não sabia como fazer então soltei uma das minhas mãos, e a sua mão que estava no meu queixo se deixou por cair no meu colo.

 Eu me aproximei bem devagar dele, e entreabrir meus lábios e cheguei bem perto, mas bem perto mesmo dele. Eu o ainda encarava, e vi que ele também entreabriu os lábios. Depois eu passei as minhas mãos pelas suas bochechas e pelos seus lábios – era a primeira vez que eu o tocava – e sentir a sua respiração no meu rosto, devagar encostei meus lábios nos deles e fechei os meus olhos.
Dizem que as melhores coisas não podem se ver, apenas sentir.

 Ele abriu mais a boca e meio que sem entender o que ele fazia, ele passou a ponta da língua pelos meus lábios e eu sentir o seu gosto. – Jesse tinha razão – ele pediu passagem com sua língua e eu mesmo que sem querer dei um pequeno gemido, seus lábios tinham um gosto doce e por um momento pensei que estava no céu. Ele parecia ser meu anjo particular.

  Estávamos ofegantes, mas nenhum ar no mundo parecia suprir qualquer coisa que precisávamos, ele passou as mãos pelo meu rosto e pescoço e eu meio que num intuito o puxei para mais perto de mim. Como se fosse possível estarmos mais perto. Eu conseguia sentir seu peito pressionando sobre mim, e o deixei deitar-se por cima de mim. Eu o queria, era próximo. Tudo pra mim ainda era muito novo e estranho.

 Ele passava as suas mãos por toda a extensão do meu corpo, de uma forma tímida. Eu ainda segurando o seu cabelo, me sentia mole. Fraca! Ele tinha um ótimo gosto. – se passou minutos nessa nossa disputa, ate que precisando de ar nós separamos e eu muito constrangida fui para meu lado da cama e deitei de costas para ele. Eu estava muito vermelha, e tentava controlar a minha respiração.

_Bella, tudo bem. – ele sussurrou e puxou-me para que eu ficasse deitada em seu peito.

_Me desculpe por isso – lhe disse.

_Hei! Tudo bem... – e mesmo depois desse beijo, avassalador ele me deu um pequeno beijo na testa, e sussurrou. – Apenas durma agora Bella.

Eu não dormi de imediato, fiquei ainda encarando a porta ou qualquer coisa a alcance da minha vista, enrolando o sono talvez eu não quisesse dormi ainda, mas eu estava cansada demais e o pesado dos meus olhos tomou conta de mim e eu dormi, em algum momento em dormi. Dormi abraçada com o  meu marido.

Na manhã seguinte acordei-me com uma respiração no meu pescoço, e mãos ao redor de minha cintura. Ele estava abraçado a mim. Parecia irônica a minha situação enquanto Esme disse uma coisa sobre seu casamento, a minha situação era completamente antagônica a dela, mas eu queria ter um relacionamento normal.

Primeiro adquirindo confiança e depois poderíamos fazer outras ou mais coisas, apesar de eu achar isso não muito distante. – cuidadosamente virei-me para encará-lo era a primeira vez que o via dormindo, ele realmente parecia um anjo. Lindo. – escutei ao longe uma batida na porta, o olhei de novo e decide-me por levantar antes que algo o acordasse.

Assim que abrir a porta dou-me de cara com Jessica.

_Estão todos á espera de vocês – ela sussurrou. – O senhor da casa, está quase a sair para o trabalho.

_Claro Jesse, espere-me aqui uns segundos. Eu já volto. – lhe disse e fechei a porta.

Ajoelhei-me na cama e passei minhas mãos pelos seus cabelos.

_Edward. Estão a nossa espera, para começarem o desjejum – sussurrei.

Ele abriu os olhos assustado.

_Me desculpe mesmo, mas creio que tenhamos que nos levantar. – falei.

_Hm, por quê?

_Porque está tarde Edward, e a minha aia está à porta a esperar. – falei lhe.

_Pois sim, vou me arrumar e espero - ti na porta. Você já deve saber que mamãe vai querer bombardear-me com perguntas e ela fica menos atrevida com sua presença – ele sorriu-me e deu-me um pequeno beijo no canto da boca de surpresa e saiu.

Assim que ele saiu, Jessie entrou no quarto.

_Porque acordaram tarde? – ela perguntou logo, e eu me assustei com sua pergunta. – Me desculpe, por isso. – ela se lamentou.

_Não na verdade tudo bem. – lhe disse pra não deixá-la constrangida.

_Parece que a noite de vocês foi bem longa senhora. – ela brincou.

_Ah se foi. – lamentei-me – Tivemos a primeira briga ontem, e a senhora da casa, talvez até os outros criados tenham escutado. – coloquei meu vestido do dia e ela começou a apertá-lo, às vezes eu odiava isso.

_Estas a brincar não é? Logo no dia em que me dispensas cedo – ela disse seria. – Espera! Como sabes que a senhora Esme escutou?

_ Veio até mim, no outro quarto – lamentei-me mais pela vergonha de ter passado por Esme ter que vim a mim, pra dizer-me poucas e boas e me acorda pra vida, e até mesmo dar-me lição de como tratar meu marido, que alias era filho dela.

_Nossa, pois devia ter sido uma briga feia – ela disse. – Pelo que me hei de conhecer os dois senhores da casa nunca brigaram... – ela contou-me.

_Pois agora, me sinto pior. Obrigada pela noticia de muita de incentivadora de sua parte. – lhe disse num sussurro enquanto ela terminava de arrumar-me e lavar-me o rosto.

_Mas como foi... – ela começou.

_Shiu! Ele esta a porta a me esperar! – sussurrei-lhe a repreendendo. Nunca tinha dado a ela toda essa intimidade, mesmo que tivéssemos uma boa companhia uma da outra.

_Ôh, - colocou a mão na boca com uma cara de surpresa. – Então acho que já estás boa o bastante para sair deste quarto – ela me disse e se retirou deixando a porta aberta e quando a porta ia batendo ele a deteve com a mão.

_Pronta? – ele perguntou-me e estendeu-me o braço. – Feliz. Cara de feliz Bella. Entendemo-nos não? – ele perguntou-me com indiferença.

_Sim. – dei uma pequena respirada e sai a encontro da família que nos esperava-nos na mesa.

Eu me sentia uma infligidora da lei, se como aquele meu atraso fosse o fim dos tempos. Bom, isso não se era permitido na casa de minha tia, talvez eu fosse até punida por deixar meu senhor tio esperar. Mas com Edward ali ao meu lado da mesa, eu me sentia mais confortável e fazia-me lembrar que já não vivia com a mesma família.

 Quando chegamos à mesa, depois de sentarmos ficou aquele clima de “O que estavam fazendo pra demorar?” de Esme. Carlisle só ficou com vergonha do olhar minucioso que Esme nos dava, com aquela cara de você são tão clássicos juntos. O que me deixava com vergonha e vermelha em conseqüência.

Mas Edward tinha razão ela não falaria nada, ou questionaria nada á ele na minha presença, mas os olhares que ela nos mandava já eram suficientes pra deixar claro o que ela pensava sobre. E o que ela achava que tinha acontecido, depois da conversa que teve com a minha pessoa e que eu estava realmente fazendo valer o acordo. Claro Edward ria como já não fazia á semanas, ao pedir algo pra algum dos criados e tinha uma conversa amigável com o pai, enquanto eu e Esme trocávamos olhares, como trocássemos um segredo.

Um que não tinha nada haver com a realidade. Suspirei. Alto de mais talvez, todos da mesa me olharam. O que me resultou um rouge vermelho no rosto.

_Como foi à noite Bella? – Esme me perguntou com uma sobrancelha arqueada.

_Hm- e-eu, a achei proveitosa senhora – Agora eu gaguejo nas melhores oportunidades. Edward apertou-me a mão por de baixo da mesa.

_Que interessante. – ela disse sarcástica.

_Pois sim mamãe, poderia parar com isso. – Edward disse com sarcasmo.

_O que? Não posso mais saber o que se passa na minha casa? – Esme o olhou.

_Já chega pessoas, vamos parar! – Carlisle disse e se levantou para sair. Esme foi logo atrás fazer o tão costumeiro ritual da manhã se prossegui ali. Parecia bobo depois de semanas eu vendo, mas ainda era estranho. Era como se Esme desse todo dia um beijo pelos beijos que ela não deu a ele por vergonha no começo do casamento.

_Eu sei que você acha isso estranho, mas eles realmente se amam – Edward sussurrou para mim.

Suspirei.

_Sabe Edward, eu realmente estou me esforçando. Mas é difícil pra mim, isso tudo. – lhe disse.

_Nem me fale – ele suspirou também.

_Edward, eu sei que não deveria ti pergunta isso. Mas você é feliz? Digo depois desse casamento – lhe perguntei. Ele me olhou querendo saber uma resposta. Mas para mim isso era um claro não.

_O que tanto sussurram? – Esme voltou à mesa.

_Nada mamãe. – Edward disse e voltou-se para mesa.

_Claro Ed, sempre é nada – Esme falou para si.

_Bella? – Edward me chamou.

_Sim?

_Eu sou. – ele responda e saiu da mesa – Pelo menos de certa maneira. – falou em quanto deixava a sala.

Assim que ele saiu da mesa, Esme perguntou-me se não queria bordar com ela hoje e a disse que iria escrever, pois há tempos eu não fazia. E tinha uma nova publicação com o nome de Isabella Cullen.

Edward nunca havia sido tão verdadeiro como naquele dia.