Estavam se beijando ao bom tempo, até que Carla resolveu se separar. Era arriscado, além de estar correndo perigo. Ela ou ele poderia simplesmente se apaixonar. Ela colocou as mãos em seu peitoral e o afastou lentamente. Abriu os olhos e o encontrou sorrindo.

-Porque? -Ele perguntou.

-Você não acha que estamos indo rápido demais?

-É, me desculpe.

-Tudo bem. -Sorriu. -Vamos?

-Já? -Emburrou-se e Carla começou a rir, -Que foi?

-A tua carinha.. -Ele fez bico propositalmente, -Para, senão eu vou mordeeeeer!

-Essa era a intenção.

-Tomás!

-Parei.

Tomás foi a puxando levemente até a margem da lagoa. Carla não entendeu nada, até ele a empurra-a por trás, a fazendo cair na água.

-TOMÁS EU NÃO SEI NADAR! -Carla mentiu, enquantou fingia se afogar.

Ele se desesperou e pulou na água. A envolveu em seus braços e a "salvou", ao voltar a superficia ela começou a rir. Tomás não entendia até perceber que Carla havia lhe enganado. Começaram então uma guerra, um jogando água noutro, como duas crianças.

-Ai, chega. -A morena falou ofegante,

-Gostou do passeio? -Riram.

-Aham, adorei. Menos a parte de estar encharcada.

-Ahh, vai me dizer que não gostou do caldo?!

-Tá, eu gostei. -Tomás começou a bater palmas que nem uma criança feliz ao ganhar um doce.

-Bestão.

-Abestada.

-Hey!

-Foi você que começou. -Riram.

-Tô com friiio.

-Vem.

Saíram daquela água gelada. Tomás foi até o carro e pegou um casaco. Voltou ao local onde estava com ela, e vestiu nela a peça de roupa. Desabotoou a camisa molhada, e por instantes Carla o olhou, mas logo voltou a observar o lugar ao perceber os pensamentos que teve.   Ele sentou-se ao seu lado, debaixo de uma árvore de copa enorme, envolvendo seus braços  nela, aconchegante sua cabeça em seu ombro.

-Ainda quer ir embora? -Ele perguntou.

-Não, 'nunquinha' mais.

-Nunca mais?! Hum, gostei disso. -Carla riu.

Tomás beijou o topo de sua cabeça, fazendo-a levantar a mesma. Bastaram alguns segundos de olho no olho para Carla pensar que, se ele se apaixonasse por ela, seria bem mais fácil de realizar sua tarefa. Então ele aproximou mais seus rostos, e cerrou seus lábios. Pediu passagem e ela liberou sem hesitar, dando ínicio a um beijo intenso. Ali, ele acabara de cair numa armadilha, atraido pelo doce e venenoso beijo.