Lucas POV

No dia em que comentei naquela foto da Ju, somente para me aproximar de Marta, não sabia que minha vida ia se tornar tão complicada. Nós já tínhamos nos beijado na festa em sua casa, mas algo me dizia que ela não estava muito afim de mim. Sempre desligava na minha cara quando eu telefonava, e andava me evitando na escola. Não sei se seria uma boa ideia continuar investindo em um relacionamento desses.

Enquanto lanchava no pátio da escola, Ju sentou ao meu lado e começou a falar.

– Lucas, eu não sei o que está acontecendo com a Marta... - colocou o rosto entre as mãos e abaixou a cabeça. - Ela está estranha. Não sei se estou certa, mas você é a única pessoa que pode ajudar.

– Desculpa, mas não acho isso. - respondi balançando a cabeça. - Ela anda me evitando. Não sente nada por mim. É melhor eu ficar longe.

– Você não está entendendo. Desde que se beijaram, ela não para de falar em você. De como é lindo, e não podem ficar juntos. - fiquei surpreso.

– Como assim não podemos ficar juntos?

– Eu não sei a história direito, ela não me contou, mas acho que tem algo relacionado com o pai dela.

– E porque está me contando tudo isso?

– Ela leu um livro aí, jura que é sobre ela e agora está enlouquecendo.

– Olha, eu não estou entendendo nada.

– Não precisa entender, só conversa com ela e vê se consegue descobrir algo, porque pra mim... não fala nada.

Dei um abraço em Ju, que parecia triste pela a amiga, e sai para procurar Marta. A vi sentada em um banco perto do portão, com um livro vermelho sendo apertado pelas mãos. Me aproximei sem que ela percebesse por trás e a abracei. Vi o susto que tomou e sussurrei em seu ouvido.

– Calma, sou eu. - ela se acalmou um pouco, e começou a chorar. - O que está acontecendo, Marta?

– Lucas, não sei se é um bom momento pra discutirmos a relação.

– Não quero discutir relação. Apenas quero que me diga o motivo de estar tão triste. Não suporto te ver assim.

– Você não vai entender.

– Já vi que não me conhece direito.

De repente, ela começou a se contorcer, como se estivesse incomodada com algo, e logo depois gritou:

– SAI DAQUI! EU NÃO ESTOU NEM AÍ PARA VOCÊ, ME DEIXA EM PAZ!

Arregalei os olhos e fiquei sem reação. A Ju tinha me dito que ela estava gostando de mim, então porque gritara daquele jeito? Levantei calmamente e me afastei devagar. Ouvi quando chamou o meu nome em meio as lágrimas, mas não virei para ver o que queria. Se o que ela queria era que eu a deixasse em paz, era isso que eu ia fazer.