Fim do Silêncio escrita por Milla Souza


Capítulo 2
Capítulo 1 - Jéssica


Notas iniciais do capítulo

O começo.



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Tédio. Essa seria a palavra ideal para descrever meu dia. Eu estava sozinha em casa, o que geralmente me deixava a vontade para fazer o que quisesse.

Ao acabar o serviço domestico, me sentei na cama para pensar no que iria fazer no resto do dia. Eu podia jogar vídeo game, o meu querido Super Nintendo ainda funcionava perfeitamente, mas já estava enjoada dos jogos. Já tinha salvado Donkey Kong Country 2 e Yoshi’s Island milhares de vezes. Poderia assistir TV, mas a programação a essa hora era chata. Sempre gostei de desenhar, principalmente quando estava sozinha, eu sempre tive vergonha que vissem meus desenhos, mas se não tivesse ninguém em casa não teria que me preocupar em esconder.Mesmo assim, estava sem inspiração nenhuma. Meu computador, a verdadeira salvação do meu tédio estava quebrado.

Minhas opções eram ou ler, ou ficar um pouco com a minha porquinha da índia. Como já tinha lido todos os livros da casa, me deitei na cama com a Pichany e coloquei meus fones de ouvido. A musica era relaxante e me deixava feliz. Fiquei durante uma hora ali, passando a mão nos pelos finos da Pizinha, ouvindo musica e pensando na vida. Mas cansei, coloquei a porquinha de volta na gaiola e fui para a sala jogar vídeo game. Com o botão de start quebrado, eu só podia jogar certos jogos. Escolhi Donkey Kong mesmo que minha vontade fosse jogar Killer Instinct, que precisava do botão para entrar no menu. Acabei cansando e fui procurar filmes para assistir, que não tinha nenhuma novidade. Assisti sem muita animação e fui ao meu quarto tentar desenhar, mas não resultou em nada. Não tinha lição de casa, não estava com sono e estava sem paciência para TV. E agora? pensei. O jeito era esperar até a noite, quando passava uma novela que dava pro gasto e sempre salvava minhas noites.

As 17:50 h minha mãe chegou com minha irmã mais velha. Elas tinham ido comprar roupas no Centro de Guarulhos. Fui recebê-las com animação. Cumprimentei minha irmã e logo percebi que ela estava de mau humor.

–O que aconteceu?- Perguntei a minha mãe enquanto a ajudava com as sacolas.

–E precisa acontecer alguma coisa para ela estar desse jeito?- Disse nervosa e com razão, pois minha irmã mudava de humor repentinamente.

Finalmente chegou a hora da novela e me sentei no sofá. Liguei a TV com o controle e estiquei as pernas. Depois da novela, fiquei com preguiça de levantar e continuei a assistir a programação, estava na hora do jornal. Hora de ver as tragédias do dia. Depois de algumas reportagens chatas, passou uma sobre um acidente de carro, que tinha acontecido nesse mesmo dia perto do shopping Internacional. Havia uma testemunha, um homem de 36 anos disse que estava indo ao shopping para ir ao cinema e quando desceu do ônibus, uma mulher loira atirou o carro para cima dele.Por sorte, ele se desviou e ela bateu em um pilar. Morreu na hora.

–Tragédia demais por um dia. Chega ! - Disse a mim mesma enquanto levantava e desligava a TV. Olhei para o relógio e vi que estava quase na hora de dormir. Meu coração parou por alguns segundos e depois acelerou. Mesmo que isso acontecesse toda noite, desde os meus 12 anos, eu ainda ficava apavorada porque sempre que eu perguntava ou comentava com alguém sobre o que acontecia, o motivo era sempre o diabo. Quando eu ainda era pequena dormia com minha mãe, mas isso não impedia nada e eu não conseguia acorda-la. Arrumei minha cama sem pressa, escovei os dente e fui me deitar. Já tinha pensado em ficar acordada, mas dormindo ainda dava para disfarçar e fingir que estava morta ou que não estava ligando. Peguei no sono rapidamente. Eu estava no meio de um sono bom quando começou. A porta que estava fechada se abriu e ficou como se estivesse ventando, indo para frente e para trás fazendo aquele barulho irritante. Ouvi passos no corredor, mas sabia que ninguém estava acordado. Então, as portas do armário da cozinha começaram a abrir e a fechar. Podia ouvir a porta de correr do meu guarda-roupas se abrir lentamente. Da cozinha ouvi um copo cair e quebrar. Eu ficava virada para a parede, controlando meus olhos que queriam se abrir e minha respiração. Senti como se alguém estivesse ali comigo. Meu celular começou a vibrar e me virei rapidamente para pegá-lo, mas não tinha ninguém me ligando e nem mensagens, ele simplesmente estava vibrando. Larguei ele rapidamente, cobri minha cabeça com o cobertor e virei para a parede, apenas sentia seu tremido em minhas costas. De repente tudo parou e ouvi alguém andando no corredor em direção a saída. Isso acontecia toda noite, menos o celular vibrando que foi uma novidade. Só eu ouvia. Depois disso, tentei me acalmar e voltei a dormir, mas no começo ficava acordada e na mesma posição até alguém aparecer.


Acordei com o toque do celular e logo tratei de tirar do vibrador. Eu levantava antes de todos na casa. Peguei minha toalha que estava pendurada na cadeira da cozinha e fui para o chuveiro. A água acalmou meus músculos que ainda estavam tensos e me fez relaxar. Saí do banho com frio e fui escolher a roupa. Quando estava penteando os cabelos ouvi os passos de minha irmã até o banheiro.Um tempo depois, ela apareceu já arrumada em minha porta.

–Bom dia!- Disse ela sorrindo.

–Bom dia!

–Vamos tomar café?

–Vamos.

Larguei o que estava fazendo e fui para cozinha. Minha mãe já tinha levantado e a cumprimentei. Sentei exausta na cadeira.

–Noite ruim?- Perguntou minha irmã. Não respondi, todos ali sabiam que minhas noites não eram boas, mesmo assim, entendia que aquela era sua forma de puxar assunto.

–É o velho desanimo de segunda-feira.- Falei finalmente. Ela sorriu.

Depois de tudo pronto olhei o relógio, não estava na hora da saída mas não quis me atrasar. O caminho pela manhã era mais gostoso. Na longa rua até a escola, havia um muro com varias arvores atrás. E eu amava arvores e mato. Aquela manhã estava perfeita, com o sol batendo nas arvores, ouvindo uma musica bem calminha, com aquele ar da manhã e sem muitos barulhos. Olhei para as arvores, mas outra coisa me chamou a atenção, havia um homem negro vestido de preto encostado no muro olhando para mim. Ele me encarava no fundo dos meus olhos. Uma mulher passou em sua frente e ele desapareceu. Essa é outra coisa estranha que acontece, as vezes vejo pessoas de preto aparecerem do nada e sumirem. Continuei descer a rua sem tentar lembrar do homem. Eu não sabia por que, mas nunca me sentia sozinha, sempre parecia que alguém me acompanhava em todo lugar. Me arrepiei ao pensar nisso.

Chegando na escola, me sentei na janela e fiquei olhando a cidade. Minha amiga estava logo atrás mas não falei com ela. Senti alguma coisa me cutucar e fervi de raiva, sempre odiei que me cutucassem. Me virei tentando controlar minha raiva.

–Nem diz “oi”, né?- Disse Amanda nervosa.

–Oi, é que eu estou com a cabeça em outro lugar.

–Grande novidade.- disse ela com sarcasmo.- Teve uma noite normal?

–Não e ainda teve perturbação nova, meu celular vibrou sem motivo.- Ela ergueu as sobrancelhas.- Isso esta cada vez pior.

–E por que você não enfrenta?

–Como assim?

–Enfrenta isso que esta te perturbando, pede para aparecer, diz que você quer conversar ou da uma bronca e diz que não esta gostando.

–Até parece que eu vou fazer isso ! Você sabe o quanto eu sou medrosa com essas coisas.

–Foi só uma sugestão.

Virei para frente e aumentei a musica. A Amanda sempre achou que essas coisa são fáceis. Os conselhos dela hora são bons hora são péssimos.



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Notas finais do capítulo

Acho que deve estar tudo errado porque fiz correndo :
Ah o nome da minha porquinha da india é Pichany mesmo rs, por causa de um anime.
Preciso da ajuda de vocês para saber como esta, me digam se tem algo ruim ou o que acharam de bom. Só espero que não esteja tão entediante quanto a vida da personagem rs.
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