Lutando Por Nós escrita por Laís Oliveira


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoal, espero que curtam e volto a postar amanhã ou até mesmo hoje. Os links de imagens, músicas (se houver) serão todas postadas nas notas finais.



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Segunda feira. Ótimo, lá estava eu procurando minha bolsa idiota pelo meu apartamento no centro de Los Angeles atrasada há quinze minutos para ir ao orfanato. Essa era minha última semana que eu teria que cumprir de três meses de trabalho comunitário por ser pega pichando o muro das cidades com meu irmão idiota, Emmett, eu sabia que não deveria ter escutado ele. E quem se ferrou na história toda? Eu, claro, tropecei nas minhas próprias pernas quando teria que correr, ele consegui se safar.

– Essa bolsa tem pernas ou o quê? - Bufei comigo mesma.

– Eu vi o trapo que você chama de bolsa jogado atrás do sofá. – Disse Alice me alfinetando, ela era minha melhor amiga, nos conhecemos há 3 anos e moramos juntas desde que começamos a universidade, a 2 anos atrás. Eu cursava jornalismo e Alice eventos, ninguém organiza uma festa tão perfeita quanto ela.

Corri para a sala me abaixando por trás do sofá, ela estava lá.

– TCHAU ALICE! NOS VEMOS NA UNIVERSIDADE! – Gritei já saindo do apartamento.

O elevador parecia demorar uma eternidade, até que chegou ao meu andar e desci ao estacionamento, peguei a avenida principal de Los Angeles.

Cheguei ao orfanato, eu passada das 8h00 às 13h00 brincando com as crianças, ajudando no dever de casa, arrumava os quartos ou ficava jogando conversa fora com elas, a maioria era uns amores, mas eu não levava muito jeito com crianças então elas preferiam outras pessoas a mim, tenho de admitir. Elas tinham a idade de 6 à 12 anos, ao todo eram 20.

Entrei na sala de funcionários abrindo meu armário e jogando a bolsa de qualquer jeito lá dentro, meu celular tocou.

– E aí Bellinha? – Era Emmett Idiota Swan.

– Fala Emmett, anda logo que acabei de chegar aqui. – Respondi com um tom de brincadeira na voz.

– Eu sei, eu sei. Só estou ligando pra avisar que de noite vamos jantar, eu, Rosalie, Alice e Jasper, talvez Jacob vá com a namorada dele também, quer ir? – Rosalie era namorada de Emmett, Jasper era irmão de Rosalie e namorado de Alice, Jacob meu amigo de infância e a namorada dele era Jane, outra amiga minha. Uma bagunça só, mas nos dávamos todos bem.

– Eu ir com vocês? Para ficar de vela vendo um desentupir a boca do outro? Não, obrigada.

– OK antissocial, depois não fica dizendo “todos me abandonam aqui sozinha, vocês esquecem de mim” – Ele fez uma imitação perfeita de quando eu fazia drama e queria atenção deles.

– Idiota, tchau Emmett, preciso desligar! – Disse percebendo que Irina me observava me fuzilando com os olhos, ela definitivamente não gostava de mim.

– Desculpe, foi uma emergência. – Menti.

– Sei... – Ela disse com um sorriso debochado na cara. – Anda logo com o seu turno, você termina daqui a exatamente uma semana e se eu quiser posso estender mais um pouquinho já que chega atrasada praticamente todos os dias.

Gemi internamente, não falei nada, mas estava a xingando de todos os nomes possíveis por dentro, exceto os pais dela, claro, uma coisa que aprendi aqui é que nossos pais são sagrados, e não existe presente melhor no mundo do que eles.

Sai da sala dos funcionários entrando na sala da coordenação para assinar minha entrada e ver o qual seria minha tarefa hoje.

– Bom dia Swan, está atrasada. – Disse Angela sorrindo, ela era legal.

– Desculpe, minha bolsa resolveu criar pernas e fugir de mim. – Respondi com humor, ela gargalhou dizendo em seguida.

– Bem, as crianças já se levantaram e estão brincando, então você pode ir arrumar os quartos das meninas. – Gemi internamente, odiava fazer as camas. – Ah, outra coisa. Ontem a noite chegou uma nova garota aqui, o nome dela é Anne, ela é realmente estranha, não gosta muito da nossa companhia e prefere ficar sozinha pelos cantos. Todos já tentamos interagir com ela, mas ela ignora todo mundo.

– E por que ela veio pra cá? – Perguntei.

– O orfanato que ela estava é de bebês até os cinco anos, ela completou 6 então a mandaram para cá. Deve estar toda estranha porque deixou os amigos sei lá. – Angela completou.

– OK. Estou indo limpar os quartos.

Sai da sala da coordenação entrando no corredor que dava direito com os dormitórios das garotas, então entrei no primeiro quarto pronta para limpa-los. Eram apenas dois quartos com 5 camas cada um, quando entrei no segundo continuei com o que deveria fazer mesmo percebendo um corpo minúsculo ainda deitado.

Percebi os olhos me observarem, mas não me importei, quando terminei tudo disse à menina qual ainda não havia visto o rosto:

– Oi, tudo bem? Bem, eu preciso limpar aqui, então se você quiser ir brincar com as outras crianças e facilitar meu lado eu agradeço. – Eu disse sorrindo de lado.

Não obtive resposta alguma.

– Ei, você me ouviu? Não me ignore. – Eu disse tentando ser legal.

– Elas não gostam de mim. – Uma voz incrivelmente doce disse ainda de costas.

– Pode ir, vai ser divertido.

– Não vai não. – Então percebi que a menina chorava silenciosamente.

Sem tentar forçar a barra, saí e fui para a cozinha comer alguma coisa, estava com fome e não tinha tomado café. Assim que terminei de comer alguns cookies, fui até a sala da coordenação encontrando Angela.

– Oi Angela, terminei o que tinha pra fazer, hmmm, eu posso ler o histórico daquela garota nova que chegou? – Eu disse curiosa.

– OK, vou pegar para você. – Ela me estendeu um envelope pardo escrito “Anne Roberts”.

Abri o envelope com cuidado e me sentei na cadeira mais próxima, retirando o histórico de Anne.

“Anne Roberts, nascida em 21.09.2006. Katherine Anne Roberts e John Roberts, pais da criança, foram mortos em um assalto, ela estava junto mas sobreviveu, tinha 3 anos na época. Tem lembranças vagas sobre o ocorrido. Não tem nenhum parente próximo então acabou sendo encaminhada a um orfanato.”

– Caramba, só isso sobre a vida da menina aqui? – Perguntei meio que indignada, queria saber mais sobre Anne.

– O orfanato que ela estava não era lá dos mais responsáveis.

– Entendi... – Eu disse saindo da sala, e indo meio ao jardim onde algumas crianças conversavam.

– Eu não gostei daquela Anne, a menina é chata e não conversa, além de tudo ainda tem olhos verdes. – Disse uma garota, e sim, nem todos que estão em um orfanato são amáveis e carentes, já vi casos terríveis de bullying por aqui.

Deixei o jardim me sentindo mal com o que acabara de ouvir, mais uma semana e eu não precisaria estar aqui. Resolvi ir até o quarto atrás da menina, não sabia o motivo mas ela me intrigava.

Quando entrei no corredor dei de cara com um anjinho na porta do quarto (N/A: Imagem da Anne nas notas finais) vestia uma leve camisola até os joelhos, cabelos longos e loiros escuros pendiam até o meio de suas costas, seus grandes olhos verdes me olhavam de um modo que eu não conseguia explicar, seu rosto perfeito estava em um certo tipo de espanto, e eu sorri calmamente para ela entender que eu queria sua amizade.

Eu vi naquela hora por trás dos seus olhos que ela precisava de ajuda, e eu iria ajuda-la.



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Notas finais do capítulo

Imagem da Anne pessoal, a linda da Mackenzie Foy :) http://data.whicdn.com/images/40059531/tumblr_lztzp6neWn1r4shsko2_1280_large.jpg